De Serginho para Sérgio

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O Cristo Redentor fazia o que sempre faz. Braços abertos sobre o Corcovado, abençoava a Cidade Maravilhosa. Cá embaixo, Sérgio Cabral entregava viaturas novas para a polícia. Aproveitou a oportunidade, claro, pra discursar. Como quem não tem nada com a história, criticava a violência do Rio. Fixou-se na matança em que ora a PM é assassina, ora vítima. Empolgado, perguntou:
 
— Que cidade é essa?
 
Os presentes se entreolharam. Olharam em torno. Estavam no Rio. O governador também. Pra indicar o lugar em que se está, o pronome da vez é esta. Se eu me refiro à sala em que me enontro, digo “esta sala”. Se Lula fala do palácio onde está sentado na cadeira presidencial, dirá “este palácio”. Se, em discurso inflamado no plenário do Senado Pedro Simon citar o Brasil, dirá “este país”.
 
“Ops”, concluíram os cariocas. “O governador foi mau aluno.” Como o menino é o pai do homem, vale a pergunta. O Sérgio de hoje será melhor que o Serginho de ontem? Eis a questão.