Com elas ninguém pode

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Com elas ninguém pode

Ufa! Os militares conseguiram engordar o contracheque. Palmas pra eles? Não. A vitória se deve às mulheres. As caras-metades, cansadas de esperar, foram às ruas. Acamparam em frente ao Ministério da Defesa. Fizeram passeatas. Bateram panelas. Resultado: as resistências cederam. O aumento chegou.
Confirma-se, assim, chavão pra lá de repetido. Atrás de um grande homem, sempre há uma grande mulher. No caso, à frente de cada farda, luta uma senhora guerreira. As batalhas ensinam lições. Uma delas trata de propriedade vocabular. Militar não recebe salário. Recebe soldo.
 
Por falar em soldo…

As palavras têm cada uma… Imagine só. Soldo nasceu do latim solidus. A trissílada quer dizer rija, firme, consistente. O imperador romano Constantino I gostou do significado. Lá pelo ano 400, criou uma moeda de ouro que valia quanto pesava. Deu-lhe o nome de solidius. Mais tarde, soldados mercenários passaram a receber soldo. O termo pegou. E deu à luz vasta prole. Entre os filhotes, o adjetivo sólido e os verbos saldar e soldar.
 

Ser criativo é…

Sair da mesmice. Vale o exemplo da H.Stern. Para homenagear amigos e clientes, a joalheria surpreendeu. No cartão ao lado, em vez de “feliz aniversário”, “muitos anos de vida” & cia. repeteca, preparou um texto em forma de cardápio. Aprecie o menu.
 
Como
é?
Roldão Simas Filho é atento leitor de jornais. Cuidadoso, analisa o conteúdo e a forma da notícia. Na quarta, bateu os olhos nesta informação do Correio Braziliense: “A Baxter Internactional (indústria farmacêutica) fez um recall do remédio em fevereiro”. Comentário: “A mania de usar o idioma inglês leva ao emprego errado de termos. Recall é convocação de compradores para reparo de defeitos de fabricação de produtos permanentes ou semipermanentes, tal como de veículos automotores. No caso do remédio, não se trata de recall, mas de recolhimento do produto ainda nas prateleiras das farmácias”.
 
Bárbara Heliodora dá a dica
“Leitura é a malhação da cabeça.”
 
Quero saber

Edmundo José de Oliveira, de Brasília, anda encucado. Por quê? Ele explica: “Tenho visto, no final das petições jurídicas, a determinação do valor da causa escrita de quatro formas diferentes. Gostaria de saber qual delas enche os professores de orgulho:
a. dá-se a causa o valor de…
b. dá-se à causa o valor de…
c. dar-se-á a causa o valor de…
d. dar-se-á à causa o valor de…”
 
Edmundo, merecem nota mil as letras b e d. Na b, o verbo está no presente. Na d, no futuro. A mudança de tempo não interfere no xis da questão. No caso, a ocorrência da crase. Com acentinho ou sem acentinho? Na dúvida, há um tira-teima infalível. Substitua a palavra feminina por uma masculina (não precisa ser sinônima). Se no troca-troca der ao, não duvide. O grampinho pede passagem: Vou à cidade (vou ao clube). O cão é fiel à dona (fiel ao dono). Dirigiu-se à ex-presidenta do STF (dirigiu-se ao presidente). Dá-se à causa valor de… (dá-se ao projeto valor).