Estrangeirinhas: como lidar com elas

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As línguas adoram bater papo. Umas influenciam as outras. Quanto maior o contato, maior a influência. No século 19, o português sofreu grande influência do francês. Assimilou várias palavras do idioma de Victor Hugo. Abajur, garagem, bufê, balé servem de exemplo. No 20, o inglês chegou com força total. Falado pela potência planetária, que vende como ninguém sua música, seu cinema e sua tecnologia, impôs-se […]

Junto a: quando usar

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“Favor identificar-se junto à portaria”, diz cartaz afixado em prédios de norte a sul do país. No recall, as montadoras pedem aos clientes “marcar hora junto à gerência”. Os jornais dizem que a Argentina “negocia empréstimo junto ao FMI”. Viu? Junto a virou praga. É a receita do cruz-credo. Xô! Quando usar a locução junto a? A duplinha joga no time de ao lado de, […]

Dois times: chover & cia.

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A chuva veio com mau humor. Estados do Sul e Sudeste são os mais castigados. As imagens exibidas pela tevê assustam. Morros desmoronam. Barreiras caem. Estradas se fecham. Bairros se transformam em rios. Casas se afogam. Vidas se perdem. Milhares de pessoas perambulam sem teto. A tragédia trouxe um verbo à tona. É chover. Ele joga no time de ventar, trovejar, nevar, amanhecer, anoitecer. Por […]

Vendem-se carros? Vende-se carros?

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Não é Antarctica. Mas virou unanimidade nacional. Aparece de norte a sul desta alegre Pindorama. Faixas, cartazes, classificados anunciam sem cerimônia. É “vende-se apartamentos” pra cá, “conserta-se roupas” pra lá, “aluga-se carros” pracolá, “prega-se botões” pra todos os lados. De tanto ver as pérolas, o olhar se acostuma. A crítica relaxa. Todos têm a impressão de que a forma merece nota 10. Mas é pura […]

Olhos verde-mar? Olhos verdes-mar?

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Há adjetivos compostos de adjetivo + substantivo. É o caso de verde-mar, castanho-avelã, azul-bebê, verde-canário. Como flexioná-los no plural? Mar, avelã, bebê e canário são nomes. Não indicam cor. Então, a língua recorre a um truque. Deixa subentendida a expressão da cor de. Com ela, o substantivo não tem saída. Fica sempre no singular: olhos verde-(da cor do) mar, olhos castanho- (da cor da) avelã, […]

Bater cabeça ou bater cabeças?

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“Sem comando, falta rumo ao Executivo, enquanto ministros vão batendo cabeças”, escreveu o Estadão de domingo. Esquisito, não? Parece que ministros têm mais de uma cabeça. O mesmo estranhamento se observa quando o noticiário diz que “10 garotos perderam as vidas no incêndio do alojamento do Flamengo”. Nós só temos uma cabeça. Só temos uma vida. Por isso, o singular pede passagem: Sem comando, falta […]

Hífen: tele-

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O Conselho Federal de Medicina oficializou a prática da telemedicina. Ao anunciar o fato, provocou comentários em Europa, França e Bahia. De um lado, médicos criticaram a iniciativa, que, segundo eles, desumaniza a profissão. De outro, linguistas se pronunciaram a respeito do prefixo tele-. Tele- veio da Grécia. Quer dizer de longe. Telefone, por exemplo, significa voz de longe. Televisão, imagem de longe. Telegrama, mensagem […]