Número de endividados com contas em atraso atinge o maior índice dos últimos 12 meses

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A quantidade de famílias com contas em atraso no Distrito Federal cresceu sistematicamente nos últimos 12 meses, atingindo o ápice em janeiro de 2016. Ao todo, 113.222 não conseguiram quitar as suas faturas em dia. No mesmo período do ano passado, esse número era de 59.866 famílias, um crescimento de 89,1%. O número preocupa o varejo e o setor de serviços porque indica que os consumidores não estão conseguindo pagar os débitos do ano passado e, a consequência disso, diminuirão consumo e terão menos acesso a crédito em bancos se estiverem com nome na lista de órgãos de proteção, como SPC e Serasa. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgados nesta quarta-feira (27/1) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no DF (Fecomércio-DF). 

Embora as contas em atraso ainda não signifiquem inadimplência, o crescimento expressivo desse segmento é visto pela Federação como um indicativo de que a falta de pagamentos das contas pelos consumidores pode crescer em 2016. O índice de inadimplentes ainda manteve-se como o de janeiro 2015 (0,3%), mas tende a crescer. “Esse número é assustador. As contas em atraso ainda não significam inadimplência, mas estamos a um passo. Se as pessoas param de pagar as contas e os seus nomes vão para os órgãos de proteção, elas reduzem o consumo e terão menos acesso a crédito nos bancos. Isso fortalece a crise de confiança pela qual estamos passando”, analisa Adelmir Santana, presidente da Fecomércio.

Para Adelmir, nem mesmo o dinheiro do 13º foi capaz de organizar as contas das famílias brasilienses. Ele aponta a inflação, as taxas de juros e os preços dos produtos como responsáveis pela desorganização do orçamento familiar.

Em janeiro de 2016, assim como em meses anteriores, o cartão de crédito foi o principal gerador das dívidas. Do total dos endividados, 88,3% se declararam comprometidos nessa modalidade. Dentre as famílias com contas em atraso, 50,2% disseram ter condições de quitar suas dívidas totalmente e 45,1% afirmaram ter condições de quitar o montante parcialmente. Do universo de endividados, apenas 1,7% dos brasilienses disseram não ter condições de quitar as contas e 3% não sabem dizer se conseguem ou não quitar o montante.

 

Endividados

O número de famílias endividadas – que incluem os que conseguirão pagar, os em atraso e os que não pagarão –  passou de 582.843 em dezembro para 593.448 em janeiro (aumento de 10,6 mil). O percentual de famílias com algum tipo de dívida na capital do país foi de 80,1%, índice maior do que de dezembro de 2015 (78,7%). O universo das famílias que não terão condições de pagar suas dívidas passou de 2.699 para 1.909, mas o índice de 0,3% registrado em janeiro de 2015 manteve-se no primeiro mês de 2016.

A PEIC foi realizada com uma amostra de 600 famílias. O estudo serve para orientar os empresários dos setores de comércio, serviços e turismo que utilizam o crédito como ferramenta estratégica para o incremento das vendas, uma vez que permite o acompanhamento do perfil de endividamento do consumidor e sua percepção em relação à capacidade de pagamento.