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O ÚLTIMO DIA

Publicado em Filosofia, Sem categoria

Este post começou com a contribuição do leitor HOMERO LIMA, que nos encaminhou esse vídeo. Assista, leia o texto a seguir e depois nos diga o que você faria.

Como Paulinho Moska na música O último dia, eu lhe pergunto: “O que você faria se só lhe restasse um dia? Se o mundo fosse acabar, me diz, o que você faria? Ia manter sua agenda de almoço, hora, apatia? Ou esperar os seus amigos na sua sala vazia? Corria prum shopping center ou para uma academia? Pra se esquecer que não dá tempo pro tempo que já se perdia? Andava pelado na chuva? Corria no meio da rua? Entrava de roupa no mar? Trepava sem camisinha? Abria a porta do hospício? Trancava a da delegacia? Dinamitava o meu carro? Parava o tráfego e ria?”

Nas vezes em que indaguei isso em consultório, ouvi dos pacientes coisas do tipo: Eu me reconciliaria com minha mãe; Perdoaria meu marido; Diria ao meu filho o quanto me arrependo do mal que fiz a ele; Tiraria o dia pra fazer amor; Pediria perdão a Deus pelos meus pecados; Aproveitaria pra descansar; Reuniria a minha família pra esperarmos juntos o fim dos tempos. Casos diferentes, respostas diferentes. Mas, em todas elas, conseguimos identificar desejos e uma determinação que parecia não existir.

Nesses momentos, costumo perguntar: Se fazer as pazes com sua mãe, desculpar seu marido ou pedir perdão ao seu filho é tão importante, o que o impede de fazê-lo já? Alguém que está brigado com a mãe e que com ela faria as pazes diante da possibilidade de o mundo acabar, já a perdoou de fato, embora ainda não o tenha entendido ou queira admitir. O mesmo acontece com uma mulher que aceitasse desculpar o marido. Ou com um pai que reconhecesse a necessidade de se mostrar a um filho como um ser humano, não perfeito.

Será que precisamos que o planeta esteja por um fio, para passarmos o dia fazendo amor? Para implorarmos o perdão de Deus? Para procurarmos nossos familiares? Para simplesmente descansarmos? O que nos impede de fazermos agora o que mais desejamos? O que mudaria com o fim do mundo? Sumiriam as pessoas e, com elas, o risco de não sermos mais vistos com bons olhos? Desapareceria a necessidade de arcarmos com as consequências de nossas resoluções?

Será que o que as pessoas viriam a pensar é realmente relevante? Será que os desdobramentos das nossas decisões seriam tão apavorantes? É certo que nossas atitudes sempre terão um preço, mas a não realização de nossos sonhos, a paralisia diante do que acreditamos que devemos fazer, também tem e, acredite, isso não sai barato.

Será que há algo que possa efetivamente justificar o nosso entorpecimento perante nossos sonhos a ponto de só conseguirmos superá-lo, de só sentirmos que podemos e devemos fazer o queremos, se o mundo estiver no fim?

Quase todo mundo conhece a música de Paulinho Moska e quase todo mundo já recebeu um vídeo como esse. E todos já pararam pra pensar exatamente o que fariam no último dia do mundo. O que ninguém para pra pensar é o que nos impede de fazermos agora o que é tão caro pra nós.

Talvez não passemos de prisioneiros das coisas do mundo, do que as outras pessoas pensam a nosso respeito, das convenções que costumamos adotar sem questionamento, da rotina, da nossa incapacidade de refletir sobre nós mesmos e nossa vida, de fazer hoje o que faríamos se o mundo estivesse prestes a acabar.

Agora pare e pense o que o impede de fazer o que você faria se só lhe restasse este dia?

21 thoughts on “O ÚLTIMO DIA

  1. Esse blog está me fazendo muito bem. Obrigada Maraci! A minha “ficha” já caiu em relação ao fazer “hoje” e não deixar para amanhã!!! Tenho exercitado diariamente o meu último dia!!! Mas como seria se fosse agora, hoje?? Certamente me reuniria com minha família, numa festa, com música animada, cerveja gelada, faria uma oração de agradecimento por tudo que passamos juntos!! Chamaria alguns amigos da labuta diária, cantaria e dançaria muiiiiiito!! Ajoelhada, agradeceria a Deus pelo milagre da vida!!!! Obrigada Maraci!!!

    1. Você entendeu bem o espírito do Blog, que é incentivar a reflexão. Obrigada por suas palavras! Continue acompanhando e participando!

  2. Eu não tenho palavras. Só agradecer a Deus em primeiro lugar por te dá esse dom maravilhoso com tanta sabedoria vinda do trono e por você ter esse coração gigante e a oportunidade de nós termos o privilégio de compartilhar todo esse aprendizado em cada edição se seu blog.
    Maraci que Deus te abençoe grandemente e te deixe neste canal de comunicação por muitos anos.
    Porque você é um estimulo para muitas pessoas inclusive para mim.
    Obrigada e Parabéns pelo excelente trabalho que sempre vem se superando e nos surpreendendo com o que há de melhor.
    Bjus em seu coração

    1. Oi, Antonia. Obrigada por suas palavras. Estou super feliz por este Blog estar conseguindo cumprir sua missão, de ajudar as pessoas a refletir e encontrar as respostas que estão em cada um de nós. E todo feedback é importantíssimo. Este espaço é nosso!

  3. Um caso parecido com o que vivi a alguns dias.Porquê perdi perdão é tão complicado?Porquê reconhecer o erro é tão difícil?São perguntas que nos deixam a refletir sobre o nosso ser,sobre quem somos.Exercitar o nosso “Último dia”também faz parte.(aprendi bastante).

  4. Faço minhas as palavras das leitoras acima. Que bacana esse texto como todos os outros desse blog, apresenta de forma simples e direta coisas que já sabemos, mas não alcançam nossa consciência eu acho, é como se tivesse uma corda e ela tivesse partido, mas após ler, as duas pontas se conectam, eu diria, hahaha. Acredite, ajuda muito ler seus textos, seja pra mim mesma ou para algum, conhecido. Muito obrigada pela consulta de todas as semanas. Você é demais.

  5. Parabéns Maraci, por abordar temas que nos faz refletir diante da vida. Para falar a verdade, não sei o que faria nos meus derradeiros momentos. Conforme Ferreira Gulart “uma parte de mim é constante e a outra só sei no instante” ( não sei se transcrevi literalmente, mas tem o sentido que quero dar. De qualquer forma você lançou um desafio para refletirmos…..Seja bem-vinda sempre com esse blog sentimental. Abraço carinhosos da amiga

  6. Adorei! Obrigada por ter me convidado. Boa reflexão, precisamos de textos que nos façam parar e pensar… dentro desse tumulto que vivemos, pensar é uma trégua, benéfica e relaxante. Fiquei fan.bjsss e SUCESSO!

    1. Oi, Vera! Que bom que você gostou! Este espaço não é meu, é nosso. Se você percorrer o blog, verá que a maioria dos posts e textos foi sugerida por leitores. Conto com sua participação! Traga-nos assuntos do universo do cinema! Um grande beijo.

  7. Amei sua mensagem, é incentivadora pois, as vezes nos vemos tão longe daqueles a quem amamos por pirraca ou mesmo por orgulho ferido. Realmente para nos reconciliarmos com alguém não temos que esperar chegar um fim de ano, ou uma data de aniversário ou msm o “fim do mundo” para fazermos isso acontecer, basta olharmos para dentro de nós msms e observarmos como a vida é curta, como nossa estadia aqui na terra está passando de forma tão rápida e nós perdendo tempo com convencoes por motivos muitas vezes tosco e de certa forma de uma inconveniência absurda. Parabéns pela bela mensagem.

  8. Minha querida Mara, que beleza ver você com seu próprio blog, falando da vida para corações em festa e corações sofridos. Muito sucesso sempre! Bjs e abraços

    1. Mônica, que bom ter você por aqui! Este espaço é nosso! Então, fique conosco, compartilhando, comentando, enviando contribuições! Beijão!

  9. Linda mensagem. É para refletir o que estamos fazendo conosco e com as pessoas que amamos.
    Eu gosto muito de uma frase que diz “HOJE É O PRIMEIRO DIA DO RESTO DE NOSSAS VIDAS”. Que possamos viver o hoje e o amanhã como um começo, mas tentando acertar e corrigir nossos erros de ontem. Parabéns Maraci.

  10. Que bom, Luzinete Silva Rego! Dê um rolê pelo Blog. Os posts contêm assuntos variados. Conto com seus comentários e suas contribuições. O espaço é nosso!

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