Suspensa a nomeação de PM como secretário-adjunto de Justiça

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ISA STACCIARINI

A Casa Militar do Distrito Federal tornou sem efeito a nomeação do soldado José Carlos Carneiro de Mendonça Neto como secretário adjunto de Justiça e Cidadania. A nomeação do policial foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) na sexta-feira (29/4), mas contraria o decreto 37.215 de 29 de março de 2016 que permite a cessão do militar  à órgãos da União, Estados e Municípios após oito anos de serviço efetivo da tropa.

A publicação da nomeação sem efeito ocorrerá nesta terça-feira (3).

A decisão de nomear Carneiro, como é conhecido, não passou pela Casa Militar, o que também infringe o decreto, já que o órgão é o responsável por autorizar a cessão de policiais após manifestação do comando geral da corporação.

O chefe da Casa Militar, coronel Cláudio Ribas, só tomou conhecimento do ato com a publicidade no Diário Oficial do DF. Soldado Carneiro não chegou nem a ocupar o cargo

A nomeação do militar para o cargo é uma indicação da deputada Sandra Faraj (SD).

Ele é filho do ex-administrador de Águas Claras Manoel Carneiro, hoje assessor da parlamentar. Em 2012 Manoel Carneiro gastou R$ 1 milhão para a confecção de 250 mil gibis e CDs infantis. O dinheiro era reservado para investimentos em melhorias de infraestrutura na cidade e o contrato da gráfica de um amigo foi feito sem licitação. À época Manoel Carneiro negou as irregularidades. Ele foi exonerado em 14 de setembro do mesmo ano.

O então parlamentar Olair Francisco (PTdoB) foi o autor da emenda de R$ 3 milhões destinada a obras de infraestrutura para Águas Claras. Ele autorizou que um terço desse valor (R$ 1 milhão) fosse redirecionado para bancar a campanha dos gibis.