Controvérsias no sistema de assistência à saúde dos policiais militares estão no centro da demissão da comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sheyla Sampaio
Controvérsias no sistema de assistência à saúde dos policiais militares estão no centro da demissão da comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sheyla Sampaio Bruno Peres/CB/D.A Press Controvérsias no sistema de assistência à saúde dos policiais militares estão no centro da demissão da comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sheyla Sampaio

Sistema de saúde da PMDF custou R$ 1 bi em cinco anos

Publicado em CB.Poder
Coluna Eixo Capital/Por Helena Mader

Controvérsias no sistema de assistência à saúde dos policiais militares estão no centro da demissão da comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sheyla Sampaio. O governador Ibaneis Rocha ficou irritado com a resistência de integrantes da corporação, entre eles Sheyla, à ideia de transformar o Centro Médico da PM em um Hospital de Servidores da Segurança Pública, com a prestação de serviços a policiais civis e bombeiros. “Hoje, coronéis são atendidos em hospitais particulares e a PM ressarce”, comentou o governador. O sistema de saúde da PM é caro e ineficiente, segundo uma auditoria recente do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Entre 2013 e 2017, a PM gastou R$ 1 bilhão com consultas e ressarcimento de serviços aos policiais e seus dependentes. No total, o sistema atende 68,3 mil beneficiários.

Espaço caro e ocioso

Em 2017, a PM gastou R$ 234,2 milhões com o sistema de assistência à saúde. Dividido pelo total de beneficiários, a despesa por pessoa foi de quase R$ 3,5 mil no ano. Além disso, a corporação tem dívidas que somam mais de R$ 117 milhões. O Centro Médico da PM atualmente está 60% ocioso, mas muitos integrantes da corporação colocam obstáculos ao compartilhamento do espaço com servidores das outras forças de segurança.

Caneta dourada

Ao comentar a demissão da coronel Sheyla Sampaio, o governador Ibaneis Rocha disse à coluna que poderá fazer novas exonerações no Executivo, caso haja desrespeito ao seu comando. “Estou aqui com a minha caneta dourada em mãos”, afirmou.

Cristiano Araújo expõe o toma lá, dá cá

Na defesa apresentada no âmbito da ação penal da Operação Firewall, o ex-deputado Cristiano Araújo (PSD) expôs as entranhas do toma lá, dá cá da política. Esta semana, a 3ª Vara Criminal de Brasília condenou Cristiano a cinco anos de prisão por crime de fraude à licitação. Ele teria participado de um esquema de distribuição ilegal de bolsas de pesquisa, indicando beneficiários que não atendiam aos critérios técnicos. No processo, Cristiano disse que não precisaria fazer essas indicações porque, à época do governo Agnelo Queiroz (PT), “ele não tinha problema de cargo”.

700 cargos

No relato, o ex-deputado disse que um parlamentar da base do governo, como ele, tinha, em média, 700 vagas para indicações nas secretarias e administrações regionais, além de pelo menos 40 postos para apadrinhados na Câmara Legislativa. “Nem ocupava tudo porque não tinha gente qualificada”, afirmou o político do PSD à Justiça. A desculpa não colou e Cristiano acabou condenado.

Militarização de escolas na pauta nacional

O diretor de Estratégia Política do movimento Todos pela Educação, João Marcelo Borges, visitou ontem a Câmara Legislativa e conversou com deputados distritais sobre a experiência do Distrito Federal com a militarização de escolas da rede pública. Atualmente, quatro colégios adotam o modelo e o número pode chegar a 10 até o fim do ano. O movimento, que é respeitado por especialistas de todas as correntes políticas, tem ressalvas com relação ao modelo e busca aprofundar o debate.

Barganha na Junta Comercial

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa aprovou ontem os nomes de Walid Saridiene e de João Feijão para a cúpula da Junta Comercial, mas os distritais adiaram a votação em plenário. Os parlamentares têm que aprovar os nomes escolhidos pelo governador, mas muitos deputados querem incluir nas negociações indicações para os 94 cargos criados por lei na Junta Comercial.

Gim Argello não deve escapar de multa

Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal esta semana, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a cobrança de multa de condenados que foram beneficiados pelo indulto presidencial. No caso concreto, a Corte discutia o caso do publicitário Ramon Hollerbach Cardoso, condenado no mensalão. Mas o entendimento valerá para outros réus condenados a pagar multas altas, como Gim Argello. O ex-senador se livrou da cadeia e da pena graças a um indulto, mas deve ter que pagar a multa de R$ 7,3 milhões, imposta em decorrência da condenação na Lava-Jato.