Investigada por fraude em concurso, professora entrou na Justiça por indenização pela demora na nomeação

Publicado em CB.Poder

ANA MARIA CAMPOS
Paula Vítor Bueno, um dos alvos da Operação Magister deflagrada ontem (28/03), passou em segundo lugar na categoria “professor de educação básica”, na área de ciências naturais. O nome dela foi o único divulgado pelos policiais civis porque era considerada foragida. A professora, que teria comprado a vaga no concurso, ainda entrou na Justiça para reclamar da demora na nomeação por parte da Secretaria de Educação.

O problema é que ela chegou a ser chamada, veio de mudança de Cristalina para Brasília e a convocação foi anulada porque a vaga aberta era destinada a outra disciplina. Por isso, ela pediu uma indenização por perdas e danos no valor de R$ 8,7 mil e outra, por danos morais, de R$ 9,3 mil.

A Justiça deferiu parcialmente o pedido. Avaliou que ela fazia jus a R$ 2 mil, por ter se mudado de endereço. A Procuradoria-geral do DF contestou sob o argumento que as nomeações são um poder discricionário da administração pública.

O processo tramita no 2º Juizado Especial da Fazenda Pública do DF e a sentença saiu pouco antes da convocação dos servidores da educação. Em fevereiro, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou a contratação de 652 professores e Paula conseguiu a sonhada vaga na sala de aula. Mas corre o risco de não ficar.

O chefe da Casa Civil do DF, Sergio Sampaio, disse ontem que a Secretaria de Educação vai abrir processo administrativo disciplinar contra todos os investigados na Operação Magister, um dos desdobramentos da Operação Panoptes que aponta fraudes nos concursos promovidas por uma máfia que seria liderada por Hélio Ortiz.

Com mandado de prisão temporária, Paula não foi localizada ontem pelos policiais civis e até hoje de manhã (29/03) era considerada foragida da Justiça. Segundo os delegados do caso, ela ainda forneceu dois endereços falsos no processo.

Dos 11 mandados de prisão expedidos pela Justiça na Operação Magister, nove foram cumpridos. Cinco investigados, ao prestar depoimento ontem, admitiram a fraude e contaram que pagaram pela vaga no concurso à Máfia de Ortiz.