PMDF Polícia Militar na Esplanada
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Decisão de acionar a Força Nacional gerou desconforto na Polícia Militar

Publicado em CB.Poder

O acionamento da Força Nacional de Segurança Pública para conter manifestações na Praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios causou mal estar entre policiais militares do Distrito Federal. A PM sempre se responsabilizou pela vigilância de protestos na área central, até mesmo em situações tensas, como o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016.

 

Naquela ocasião, a Força Nacional reforçou o efetivo, mas toda a operação foi comandada pelo GDF, que optou pela instalação de um muro na Esplanada, dividindo manifestantes contrários e favoráveis à saída da petista. Agora, o ministro Sérgio Moro baixou uma portaria, sem fazer menção a uma possível atuação conjunta com as forças do DF.

 

“Falta de respeito”

Os policiais militares do DF, que têm expertise para atuar em manifestações, se sentiram desprestigiados com a portaria. “É uma missão que a corporação sempre cumpriu com excelência, sempre atendemos todo o tipo de manifestação na Esplanada. O GDF, a cúpula da PM e a Secretaria de Segurança Pública têm que ser consultados e avisados. Senão, é uma falta de respeito à jurisdição dessas autoridades”, comenta o tenente coronel Eduardo Naime, presidente da Associação de Oficiais da PMDF.

 

Pelas redes sociais, o coronel Cláudio Ribas, ex-chefe da Casa Militar e atualmente na reserva, criticou a portaria. “A PM é competente e capaz de lidar com qualquer manifestação que ocorra na Esplanada. Moro empurrou essa e Ibaneis aceitou por submissão e sabujismo”.

 

Sem PMs no ministério de Moro

Para integrantes da corporação, a medida é mais um indício de um problema apontado por PMs de todo o Brasil: a falta de policiais militares na composição da cúpula do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

 

“É um ministério formado por generais e delegados da PF, que não entendem de policiamento ostensivo, de controle de massas ou de policiamento de manifestações. As tomadas de decisão, até mesmo as relacionadas à nossa área-fim, são feitas sem interlocução com as polícias militares”, reclama o tenente coronel Eduardo Naime. “Esse ruído gerado pela portaria do ministro Moro é um reflexo dessa falta de assessoria especializada”, acrescenta o PM.