Codeplan
Codeplan Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press Codeplan

Dados da Codeplan explicam por que o isolamento social é a melhor forma de proteger grupos de risco

Publicado em Eixo Capital
Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos

A Codeplan tem sido um importante instrumento na política de combate ao novo coronavírus e na definição de medidas adotadas pelo governador Ibaneis Rocha para reduzir a disseminação da Covid-19. O órgão tem feito levantamentos estatísticos e projeções fundamentais na hora de definir um caminho. Um dado crucial foi o mapeamento dos idosos do DF, principal grupo de risco da doença.

“No Distrito Federal, sabemos, por meio de pesquisas demográficas regionalizadas, que temos em torno de 300 mil idosos”, afirma o presidente da Codeplan, Jean Lima. Deste total, um terço mora sozinho ou com outro idoso; e os outros dois terços dividem moradia com adultos e crianças. Ou seja, são mais de 200 mil idosos expostos a vetores de transmissão que circulam e levam para casa o vírus, uma vez que a maioria dos assintomáticos é criança ou adolescente que, se infectado, torna-se uma bomba de vírus para transmitir para quem estiver por perto. Como os idosos são os potenciais pacientes para UTI, uma política para conter o coronavírus deve levar em conta esse aspecto para não sobrecarregar o sistema de saúde e evitar o colapso.

Hoje, a grande solução é não sair de casa, o isolamento social. “O governador tem uma inteligência e feeling que contam muito, mas suas decisões são tomadas sempre com uma base científica. Ele verifica pesquisas, compara dados, quer conhecer os números”, afirma Jean.

Apoio ao ministério técnico

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, divide o protagonismo no governo Bolsonaro com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Os dois são aliados e podem formar uma dissidência ao presidente. Na semana passada, a advogada Rosangela Moro chegou a postar no Instagram uma defesa a Mandetta, pela postura técnica, depois apagada. “In Mandetta I trust”, escreveu a mulher de Sergio Moro.

 

Dr. Mandetta

A frase da semana foi do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que vem sendo rifado pelo presidente Jair Bolsonaro: “Quanto a eu deixar o governo por minha vontade, eu tenho uma coisa na minha vida que eu aprendi com os meus mestres: médico não abandona paciente”.

Aposta no laboratório

O ex-governador Agnelo Queiroz (PT) criou um perfil no Instagram para comentar questões da saúde e da política. A última postagem se refere ao investimento de R$ 21 milhões que ele fez e na contratação de 40 farmacêuticos para reestruturar o Laboratório Central do DF (Lacen), da rede pública, que realiza exames para detectar infecção pelo novo coronavírus.

Recuperados

O ex-presidente da CEB Rogério Villas Boas, 61 anos, se recuperou da Covid-19. Depois de duas semanas internado no Hospital Santa Lúcia, ele teve alta e está em casa. Rogério e a mulher, Marcela Villas Boas, 54, testaram positivo para o novo coronavírus depois de uma viagem à Europa e estavam entre os primeiros moradores de Brasília a serem infectados.

Ele precisou ficar hospitalizado. Ela teve sintomas leves. O casal e as filhas passaram o carnaval no Reino Unido, onde o primeiro-ministro, Boris Johnson, o herdeiro da coroa, Príncipe Charles, e a ministra da Saúde para Segurança dos Pacientes, Prevenção ao Suicídio e Saúde Mental, Nadine Dorries, contraíram o coronavírus.

Mandou bem

No Brasil, o Distrito Federal se destacou por ser uma das unidades da federação que mais tem respeitado o isolamento domiciliar, segundo uma pesquisa da Google sobre a localização dos dispositivos móveis.

Mandou mal

Alguns estados, como o Amazonas, já estão perto de entrar em colapso por superlotação de pacientes com Covid-19 nos hospitais públicos, sem capacidade de reação para ampliação do atendimento.