Agnelo Queiroz
Agnelo Queiroz Crédito: Daniel Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Agnelo Queiroz

Agnelo defende seu legado e critica sucessor: “O governo Rollemberg é que não agiu”

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ANA MARIA CAMPOS

Distante da atividade política, o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) reagiu hoje (07/02) às declarações de integrantes do atual governo sobre prioridades de sua gestão. Em entrevista nesta manhã, ao ser cobrado pela imprensa sobre a responsabilidade pelo desabamento do viaduto da Galeria dos Estados, o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, atribuiu à destinação de recursos para o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha as dificuldades para manutenção da obra. “Foram prioridades estabelecidas, a nosso ver, de forma errônea quando se investiu, por exemplo, R$ 2 bilhões num estádio em vez de se fazer a recuperação de estruturas que são essenciais para o funcionamento da nossa cidade”, declarou Sampaio, diante dos entulhos na área central de Brasília.

Em nota que cita sua gestão, Agnelo reagiu: “O governo Rollemberg se apressou em tentar atribuir a culpa pela falta de manutenção aos governos anteriores. Trata-se de uma uma acusação leviana e irresponsável, porque, desde o início, o governo Agnelo agiu para resolver os problemas dos viadutos”. O ex-governador garante que atuou com rigor nas obras do viaduto da Galeria dos Estados, que desmoronou. Segundo ele, seu governo fez a inspeção que confirmou os problemas, providenciou o projeto básico da obra e licitou o projeto-executivo, desenvolvido pela empresa SBE. “O governo Rollemberg é que não agiu. Não fez nada a partir daí”, acrescenta.

Agnelo aponta ter dado prioridade, somente na área central de Brasília, a 13 obras que apresentavam maior risco. Dessas, teria concluído seis viadutos e deixado para o sucessor, Rodrigo Rollemberg, sete projetos executivos prontos.  “É preciso lembrar que esse trabalho não se faz com um simples estalar dos dedos. É preciso vistoriar, realizar ensaios, montar um projeto básico e, somente depois, licitar o projeto-executivo e dar início à execução das obras. O governo Agnelo cumpriu diversas dessas etapas nos 13 projetos de maior risco”, afirma.

O ex-governador ainda critica a postura de Rollemberg por ter vetado uma lei aprovada pela Câmara Legislativa, de autoria do deputado Cristiano Araújo (PSD), que obriga o governo a realizar anualmente inspeções e vistorias nas edificações públicas. “Mesmo depois que a Câmara Distrital derrubou o veto, o governador não cumpriu a lei”, acusa Agnelo.

Na nota, o petista afirma que sua preocupação com a recuperação dos viadutos de Brasília o levou a uma viagem à Alemanha, em 2013, em busca de novas tecnologias para a conservação de construções especiais. Agnelo assinou um convênio com a Basf, para aquisição dessas tecnologias, e com a FTDE – Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico do DF, com esse propósito. Agnelo aponta que o convênio, no entanto, foi abandonado pelo governo Rollemberg.

Ainda segundo Agnelo, o abandono a que o atual governo está deixando Brasília pode ser comprovado pelo seguinte fato: a suspensão de um contrato para monitoramento da Ponte JK coloca, de acordo com o petista, o empreendimento em risco. “Muitos se lembram dos trabalhos de manutenção da ponte JK, feitos em 2011. A partir daí, o governo Agnelo contratou um novo monitoramento da ponte, com prazo vigente até 2017. Sem querer alarmar nossa população, não se tem notícia de uma renovação deste contrato até agora, deixando sem monitoramento uma ponte de tamanha envergadura”.