Lúcia Flecha de Lima
Lúcia Flecha de Lima Crédito:Aureliza Corrêa/Esp.CB/D.A Press. Lúcia Flecha de Lima

Morre, aos 76 anos, a embaixatriz Lúcia Flecha de Lima

Publicado em CB.Poder

Alessandra Modzeleski

A mais famosa embaixatriz brasileira, Lúcia Flecha de Lima morreu neste domingo (02/04), aos 76 anos, em Brasília. Durante 54 anos, viveu ao lado do diplomata Paulo Tarso Fecha de Lima, com quem passou pelas embaixadas de Washington, Londres e Roma. Símbolo de elegância, Lúcia cultivou amizades ilustres, como o casal Bill e Hillary Clinton, e a princesa Diana, a quem serviu de confidente nos últimos anos de vida da Lady Di. Em Brasília, a embaixatriz presidiu durante 15 anos a Casa do Candango, sociedade civil sem fins lucrativos, e esteve à frente da Secretaria de Turismo do DF na gestão de Joaquim Roriz. O velório será hoje, a partir das 15h, na QI 5, Chácara 52, Lago Sul.
Lúcia teve cinco filhos e seis netos. Em 2000, o casal perdeu o mais velho, Paulo Tarso Flecha de Lima Júnior, aos 38 anos. A morte de Paulinho, como era chamado pela família, foi o maior golpe para o casal, segundo relatou o marido da embaixatriz em 2014, ao Correio. Na entrevista, Paulo Tarso destacou a importância da mulher nessa fase. “Eu sou muito bem-casado, a minha mulher é uma companheira sempre presente e muito forte e isso foi um fator importante para seguir adiante”. Em 2001, depois de quarenta e seis anos dentro da diplomacia, Tarso Flecha de Lima aposentou-se. O casal, então, passou a viver em Brasília, no Lago Sul.
Na Casa do Candango, Lúcia trabalhou na revitalização da estrutura do espaço, que abriga uma creche, na 603 Sul, e do Lar São José, em Sobradinho, que cuida de idosos carentes a partir de 65 anos. Organizou ainda, durante anos, a Exposição Festa dos Estados, evento que angaria fundos para manter a Casa do Candango e, com o tempo, transformou-se em evento cultural e turístico na capital.
Amizade com a Princesa Diana
A embaixatriz conheceu a princesa em 1990, quando Paulo Tarso era embaixador em Londres. O casal esteve no Palácio de Buckingham em um chá de verão promovido pela rainha Elizabeth. Em entrevistas, a embaixatriz contava que as duas se deram bem imediatamente, mas ficaram mais próximas quando ela e o marido acompanharam Diana e o príncipe Charles numa viagem que o casal fez ao Brasil, em 1991. As duas continuaram muito amigas nos anos seguintes, a ponto de Diana ter um quarto na residência do embaixador brasileiro em Londres.
A amizade continuou quando o Paulo Tarso foi transferido para Washington, em 1993. Lúcia relatava que Diana costumava passar o Natal com os filhos na Inglaterra e no dia seguinte viajava para a capital americana, onde ficava na casa da embaixatriz até o início de janeiro. No dia do divórcio de Lady Di com o príncipe Charles, em 1996, a embaixatriz voou para Londres para estar junto à amiga. “Eu sou estrangeira, não pertencia a esse mundo. Não cresci em meio ao medo da família real, e acho que essa era a grande diferença”, dizia Lúcia.