VISTO, LIDO E OUVIDO

Publicado em Íntegra

circecunha@gmail.com; arigcunha@ig.com.brColaboração: Mamfil

Greve dos contribuintes até que a União, Estado e Municípios cumpram o dever Constitucional de Saúde, Educação, Segurança e Transporte para todos.  Ditaduras tem o potencial de propagar  seus efeitos deletérios por décadas, mesmo após o restabelecimento da normalidade democrática e de direito. Nenhum país está imune as consequências advindas de sistemas políticos monolíticos, ainda mais quando esta anormalidade perpassa  dezenas de anos , privando uma geração inteira do aprendizado das artes da democracia. Depois de vinte e um anos com os direitos de greve proibidos, os trabalhadores, de um modo geral e os sindicatos de forma ampla, mergulharam de cabeça em movimentos paredistas de toda a ordem e por qualquer motivo, como forma de reaver o tempo perdido. Neste sentido, os sindicatos, que no governo anterior a 1964, haviam incitado, a sua maneira, o movimento dos militares, retirando-os dos quartéis, voltaram a ter protagonismo também com a redemocratização. Nessa nova fase,  principalmente com o governo petista, os sindicatos foram multiplicados por mil, graças à “usina” montada dentro do Ministério do Trabalho. Com as verbas públicas e isenções de todo o tipo e vedação a fiscalização de seus recursos pelo Estado, comandar um sindicato passou a ser o negócio da China. Para justificar sua existência os sindicatos empurram os trabalhadores para a greve, jogando no colo do governo e no bolso do contribuinte seus efeitos perversos. O movimento grevista que atualmente varre o Distrito Federal se enquadra dentro do perfil adquirido pelos neo sindicatos. Vivenciamos agora uma espécie de sindicalismo pelego com nova roupagem: atrelado ao governo da porta para dentro e a favor dos trabalhadores , da porta para fora. De toda a forma, esse novo sindicato, como na versão anterior a 1964, sempre se posicionou contra a sociedade, retirando os  mais elementares direitos do cidadão comum e do contribuinte que sustenta essa máquina. Se a greve é por melhores salários de motoristas e cobradores, quem fica a pé é a comunidade. Se os hospitais são mal geridos, não administram as verbas, largam equipamentos caríssimos encaixotados, quem fica sem atendimento médico é o doente. Se os professores são mal pagos e obrigados a tolerar a liberdade sem responsabilidade dos alunos, protestam parando de dar aulas e mais uma vez, quem paga impostos é que se vê prejudicado. É sempre bom lembrar que mesmo pagando os impostos mais altos do mundo o cidadão brasileiro de classe média é obrigado a pagar, colégio particular para os filhos, plano de saúde para a família e sustentar um automóvel por falta de mobilidade urbana. Impostos pagos, não pagam progresso para o país, pagam corrupção. Neste feriadão, com sol a pino , calor infernal e escassas alternativas de lazer, os servidores que cuidam do Parque Olhos D’água, na Asa Norte, resolveram castigar os frequentadores, fechando esse jardim público com um cartaz na porta onde se lia: “greve dos servidores”. Faltou completar a  explicação: a greve é nossa, mas o prejuízo é de você . Greves, que muitos sabem como começam e não como terminam, servem para tudo  e para todo o fim, só não para melhorar as condições de  vida da sociedade. A exacerbação do grevismo  pode nos levar, isto sim, à um movimento retrógrado  nos ponteiros da democracia, fazendo-nos crer na necessidade surreal de se instituir uma greve dos contribuintes contra os grevistas e os sindicatos. A frase que não foi pronunciada:“Imagine que a transição será da fase da roubalheira para o controle eletrônico das receitas e despesas do Brasil, além do monitoramento da verba empenhada e punição severa para os casos de improbidade. Caso a tecnologia e transparência Diminuam a chance da corrupção teremos algum candidato interessado no país?” Pergunta que não quer calar Chega!Dia 18 de outubro começa o horário de verão. Luta constante para quem trabalha cedo e regalia para quem trabalha tarde. Quanto à economia de energia, sempre foi insignificante.

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