Vista de cima, nossa pobreza é africana

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: spotniks.com

 

De acordo com economistas que estudam o problema endêmico da pobreza no Brasil, suas causas e consequências, bem como as estratégias capazes de livrar nosso país dessa chaga social e econômica, quaisquer que sejam as fórmulas que venham a ser adotadas para tirar boa parte da nossa população dessa condição, terá que principiar pelo rompimento do círculo fechado em que esse fenômeno se insere.

De acordo com esses estudos um país ou região é pobre porque há falta de capital; falta capital porque há baixa capacidade de poupança ou acumulação de riqueza; há baixa capacidade de poupança porque há baixa renda; há baixa renda porque há baixa produtividade e há baixa produtividade porque há falta de capital. Obviamente que, dentro desse círculo vicioso, existem outros subfatores que induzem o fenômeno da pobreza, fazendo com que esse rompimento seja ainda mais complicado.

Dentre eles, podem ser citados o fenômeno, também endêmico, da corrupção e de sua coirmã, a concentração acentuada de renda em mãos de poucos brasileiros, o que faz de nosso país um dos campeões mundiais da desigualdade.

Uma imagem que tem circulado muito pelas redes sociais e que mostra, de forma didática e bem resumida, o que é a pobreza, a corrupção e a concentração absurda de renda em um só enquadramento, apresenta uma tomada aérea da super mansão do ditador, José Eduardo dos Santos, o segundo homem mais rico daquele continente e que está no poder em Angola há exatos quarenta anos. Aparecem na mesma cena, além da imensa propriedade, ocupando vasta área verde com diversas instalações, uma infinidade de barracos e outras construções, formando um conjunto extenso de favelas precaríssimas que cercam os quatro lados dessa nababesca construção.

Note-se que nesse país a Odebrecht, graças à interferência pessoal do ex-presidente Lula, vem fazendo festa há mais de uma década, usando os mesmos métodos empregados por aqui. Nesse país cuja a população vive em extrema pobreza, o Brasil, graças também à atuação petista, chegou a “investir” mais de R$ 14 bilhões num espaço de tempo de pouco menos que oito anos. Claro que essa montanha de dinheiro não foi canalizada para minorar os problemas sociais e econômicos daquela gente, indo, sim, parar diretamente nos bolsos dos poderosos daqui e de além mar.

Quadros como esses também podem ser captados aqui no Brasil. Como aquela foto tirada em Angola, um país também ex-colônia portuguesa e como tal, herdeiro desses mesmos vícios históricos, sintetiza o mecanismo que faz com que o fenômeno da pobreza possui causas estruturantes complexas, longevas e absolutamente injustas.

Também em nosso país a concentração acentuada de renda entra também no cálculo da pobreza, o que piora de forma desumana esses índices. Quem chega de avião à maioria das grandes capitais brasileiras também pode ter essa visão do imenso desnível social e econômico experimentado por nossa gente. O Rio de Janeiro, que por muitos anos foi a capital do país e a mais rica de todas as unidades da federação, apresenta ao visitante que chega pelo ar um panorama claro de uma cidade que vai, aos poucos, sendo engolida pela expansão das favelas, ou seja, pelo aumento da desigualdade, pela concentração de renda e pela corrupção.

Também Brasília, idealizada para ser a moderna capital dos brasileiros, apresenta aos que chegam de avião a mesma e triste cena da expansão das favelas sobre a cidade, repetindo o mesmo fenômeno presente em todas as metrópoles brasileiras.

Com isso, é possível constatar que a totalidade das cidades de nosso país vistas do ar pouco se diferem da réplica cruel que mostra a realidade hoje em Angola. Vistos de cima, somos o que somos e nenhum índice oficial, por mais engenhoso que seja, é capaz de camuflar o que os olhos veem.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando uma pessoa pobre morre de fome, isso não aconteceu porque Deus não cuidou dela. Isso aconteceu porque nem você nem eu queríamos dar a essa pessoa o que ela precisava ”.

Madre Teresa de Calcutá

Madre Teresa, após receber o Prêmio Nobel da Paz, em Oslo, a 12 de dezembro de 1979. (padrepauloricardo.org/blog)

 

Realidade

Comentário no cafezinho da Câmara. Um admirador do ministro Guedes fez as contas dizendo que até nisso a oposição falha. O primeiro dia de governo só começa quando o Congresso está pronto para votar. Por isso, Bolsonaro e equipe não fizeram 100 dias de trabalho ainda. Mas já chegaram prontos, com projetos importantes finalizados que só dependem dos representantes do povo.

 

Passa rápido

Falando em tempo, amanhã faz um ano que o presidente Lula está preso.

 

Avianca

Imagine estar sentado em um avião e receber a notícia de que não poderá voar nele porque o transporte foi penhorado. De uma coisa nenhum brasileiro tem o direito de reclamar: nós somos um país totalmente sui generis.

Foto: Breno Fortes/CB/D.A Press

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O sr. Guilherme Machado castigou firme quando se referiu ao Tribunal de Contas da União: “É um órgão anacrônico, responsável pela aprovação de mais de cem mil processos por ano, e incapaz de dar conta de todos eles, em tempo hábil e regulamentar”. (Publicado em 17.11.1961)

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