Mirem-se nos exemplos das Unidades de Resgate dos Bombeiros e no Hospital de Base

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Hospital de Base. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília – 20.6.2017

 

Todas as noites, enquanto você e sua família dormem tranquilamente, milhares de profissionais da saúde do Distrito Federal estão envolvidos no mais estressante e urgente trabalho de atendimento aos socorridos, que dão entrada a cada instante, nos hospitais da capital. Os casos são variados e sempre graves. A interação entre os socorristas e o pessoal dos hospitais, que estão de plantão na madrugada adentro, deve ser precisa e imediata.

É nesse ponto que todo o trabalho de socorro pode dar, ou não, os resultados positivos que todos esperam. Um atraso em cada um desses lados é fatal e pode custar a vida de muitos. Os socorristas que dão plantão nas diversas Unidades de Resgate dos Bombeiros, distribuídos por toda a cidade, trabalham incessantemente durante toda a noite, e sob todas as condições, buscando e levando, para os hospitais mais próximos, vítimas de acidentes e outros cidadãos que necessitam de socorro imediato. Trata-se de um trabalho da mais alta importância.

O crescimento desordenado da capital nessas últimas décadas, com o estabelecimento de centenas de novos bairros, a maioria erguidos sem muitas cautelas urbanísticas, com ruas e becos estreitos e sem iluminação, sem endereço ou CEP oficial, fez ,de muitas áreas periféricas do Distrito Federal, verdadeiros labirintos, onde nem a polícia ousa circular nas madrugadas.

É em lugares assim, fora dos mapas da civilização, que esses socorristas atuam, resgatando vítimas da violência diuturna, acidentes ou emergência física ou mental, que assolam esse lado da cidade. São heróis anônimos que estudaram por anos para salvar, diuturnamente, os cidadãos.

Para esses profissionais, que ajudam a zelar pelo seu sono tranquilo, sabendo que a cidade está entregue em boas e seguras mãos, a missão de conduzir para os hospitais é apenas a primeira e mais importante etapa do resgate. A segunda etapa, que é a do atendimento de emergência dentro das Unidades de Saúde, cabe inteiramente aos hospitais nas diversas Regiões Administrativas do Distrito Federal. E é aí que todo esse trabalho encontra um diagnóstico duvidoso e falho. Não são raros os casos e relatos, vindos das pessoas atendidas pelo serviço, de adentrarem os Hospitais Regionais e, nesses locais, não encontrarem os profissionais que ali deveriam estar. “Estamos sem cirurgião” ou “estamos sem esse ou aquele especialista”, é o que se ouve nessas unidades de saúde.

Nesse ponto, o que resta fazer e muitas vezes é feito, é levar o paciente para outro hospital, numa viagem em que a vida e a morte estão sentadas frente a frente. Muitas são as vezes em que esses casos se repetem. Quem geralmente salva essa situação extrema é sempre o Hospital de Base, que, nesse caso, fica sobrecarregado por não negar atendimento. No Hospital de Base de Brasília, estão os melhores profissionais de saúde de todo o Distrito Federal. Tanto médicos como pessoal de enfermagem. Quem já precisou sabe. Quem um dia precisar, saberá também.

Esse Hospital tem salvado não só os pacientes que ali chegam, como tem ajudado a salvar também a imagem arranhada dos Hospitais Regionais. A questão aqui é tentar entender como pode uma unidade de saúde como o Hospital de Base ser tão eficiente no que faz e ter, ao mesmo tempo e até com os mesmos recursos, outras unidades, como os Hospitais Regionais, apresentando tanta deficiência. Ou falta gestão nesses HRs, com severidade no controle de presença dos médicos, ou o caso é mais sério ainda. O que não pode é debitar boa parte do atendimento da população apenas ao Hospital de Base.

Se fosse de interesse das autoridades, uma blitz incerta nos Hospitais Regionais feita pela Secretaria de Saúde poderia solucionar esse mistério que se repete com cada vez mais constância. Aos socorristas e às Unidades de Resgate dos Bombeiros e ao Hospital de Base, nosso agradecimento. Aos Hospitais Regionais, por enquanto, nossa esperança de dias melhores.

 

A frase que foi pronunciada:

“O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor.” 

Madre Teresa de Calcutá

Madre Teresa de Calcutá. Foto: Divulgação

 

Tempo, tempo, tempo

Algum dia chegará ao Brasil alguém capacitado para exterminar a burocracia. Leitor nos envia uma missiva contando a saga para se aposentar. Marcado o atendimento presencial, quase dois meses depois, com os documentos exigidos, o encontro foi apenas para copiar e devolver a documentação. Mais alguns meses aguardando os analistas e outras dezenas de dias para o final do processo. A falta de cruzamento de dados entre as instituições do governo local e federal é impressionante. Estamos em pior situação que a Idade da Pedra. Naquele tempo, não havia burocracia.

Charge do Bier

 

História de Brasília

As grandes sabotagens do momento: O presidente do Iapfesp vem a Brasília e não visita as obras paralisadas, nem dá ordem para seu prosseguimento. O presidente do Iapb viaja para o Rio, e faz declarações à imprensa dizendo que construirá na Asa Norte. Não sabe, sequer, que será na Asa Sul, onde a planta já foi aprovada. (Publicada em 02.03.1962)

Capivaras, carrapatos e mortes

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Foto: Gabriel Luiz/G1

 

Não passa um dia sequer sem que a polícia florestal e mesmo os bombeiros são chamados para capturar capivaras dentro de residências, em plantações, hortas, piscinas e até dentro das casas. Os moradores da orla d Lago Paranoá são os que mais vêm sofrendo com a proliferação acelerada desses grandes roedores. Esse não é um problema que vem crescendo e tomando proporções alarmantes apenas no Distrito Federal. Em algumas regiões do país, como no interior de muitas cidades paulistas, mineiras, goianas e do Mato Grosso, a multiplicação desses mamíferos já apresentam um sério problema de saúde pública e com implicações diretas também na economia de muitos municípios.

A situação chegou a um tal estágio que, em muitas localidades com grande concentração de capivaras, os terrenos, alguns com centenas de hectares, vêm progressivamente perdendo valor no mercado imobiliário. Muita gente tem deixado de comprar e vender terras onde existe a ocorrência desses roedores nas redondezas, por medo dos prejuízos causados à lavoura e à criação de pequenos animais que também são atacados.

As enfermidades transmitidas pelas capivaras precisam ser conhecidas pelos governantes. A unidade da Embrapa Pantanal produziu um livro sobre todos os detalhes do assunto. Um perigo registrado é a febre maculosa. Os sintomas da febre maculosa, transmitida pelo carrapato estrela infectado pelo animal, podem ser confundidos com diversas doenças. Dores nas articulações, apatia, perda do apetite, anemia, dor de cabeça, manchas avermelhadas na pele podem confundir no momento do diagnóstico.

Existe a vacina contra a febre maculosa, mas os resultados não são satisfatórios. Exames sorológicos podem não diagnosticar a doença no início dos sintomas. Há necessidade de notificação compulsória nas instâncias da vigilância epidemiológica. O atraso no diagnóstico pode trazer graves complicações que afetam desde o sistema nervoso central até os rins, pulmões, lesões vasculares, podendo levar a óbito.

Aqui no Distrito Federal, a multiplicação desses animais em toda a orla do Lago preocupa não só os moradores como todos aqueles que usam esse espelho d’água para o lazer. O problema atinge também os frequentadores dos clubes sociais situados nessa região. Além da transmissão de doenças já conhecidas, esses roedores, principalmente as fêmeas com crias novas, são extremamente agressivos quando sentem a aproximação de estranhos. Trata-se, para quem já teve a triste experiência de ser agredido, de um animal selvagem e que, dependendo da situação, pode até matar suas presas, com o poder de pressão das mordidas e com o corte afiadíssimo de sua dentição.

O mais assustador é que esse problema parece crescer no sentido inverso da preocupação das autoridades responsáveis. As medidas adotadas até agora, segundo informam, se limitam à pulverização de venenos contra os carrapatos do tipo estrela e ao mapeamento das populações. Moradores dessas áreas confessam, contudo, que nunca presenciaram qualquer dessas ações. Para alguns biólogos que acompanham esses casos, trata-se agora de adotar medidas visando a castração de grande parte desses bichos e o abate de muitos outros, antes que essa invasão ganhe proporções de uma calamidade pública.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A barriga cheia de lombrigas e cabeça vazia de ideias e de sonhos, os males históricos de nossas crianças são como uma marca indelével de nosso subdesenvolvimento.”

Monteiro Lobato, escritor e ativista brasileiro.

Foto: Arquivo/CB/D.A Press

 

 

Cidade Livre

Canais de Comunicação que criticam a devastação na Amazônia e demais regiões brasileiras esquecem-se de citar as empresas estrangeiras que agem sem sujar as mãos. Há investigações sobre a Brighton Collectibles, Nordisk Timber, Credit Suisse, Commerzbank, JPMorgan Chase e por aí vai.

Foto: brasil.gov.br

 

 

Números

São 50 bilhões de sonegação de imposto de renda anuais no Brasil. O dado é divulgado pelos auditores da Receita Federal.

Charge do Cazo

 

 

Registro

Por incrível que possa parecer, o senador Paim ainda é do PT. Prova viva de que tudo tem seu lado bom. Completamente contra a maré do partido, Paim sempre trabalhou pelo país. As discussões no Senado, tanto no Plenário quanto nas comissões, são enriquecedoras. Querido por todas as instituições que participam de audiências públicas, o senador sempre foi prático em agir. Aliás, essa é a marca que o caracteriza. Muito mais ação do que palavras.

Fonte: senado.gov.br

 

 

Mais

Produtores culturais à mingua, Teatro Nacional à deriva. Infelizmente, a cultura foi deixada completamente de lado pelo governador Ibaneis. Agora, com a ideia de privatizar o metrô, quem sabe sobre um espaço para os artistas mostrarem o trabalho. Pelo mundo inteiro, o metrô é local de mostrar arte.

Foto: André Borges/Agência Brasília

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Efetivamente, nós, como passageiros, não sabemos a razão desse critério, mas pagar num Convair o mesmo preço de um Boeing, tenham paciência. (Publicado em 22/11/1961)

Sistema de Saúde no Brasil continua uma vergonha

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Foto: cfa.org.br

 

Universalizar o atendimento em saúde, e de modo minimamente decente, ainda é uma realidade distante em nosso país. Nesse quesito, não há necessidade de pesquisas, dados estatísticos ou outro indicador métrico ou científico. Basta ir a um hospital público. E não precisa ser no interior do Nordeste ou da Amazônia, onde esse serviço, em muitos lugares, sequer existe. Aqui mesmo, em Brasília, é comum o cidadão procurar atendimento médico, mesmo com quadro de fortes dores ou suspeita de caso grave, e o atendimento, dentro de padrões aceitáveis, não ser realizado.

Nessa situação, o jeito, para aqueles que não possuem outra opção, é esperar até 24 horas sentado em uma cadeira desconfortável até que algum profissional se apiede do paciente. Num quadro desses, não chega a ser surpresa que os próprios doentes ou seus acompanhantes se revoltem e, no desespero, partam para a violência, inclusive com xingamentos e agressões. Quando isso ocorre, o atendimento é feito na hora, mas pela tropa de choque da polícia militar, com o medicamento na ponta do porrete.

Uma ida a um desses maiores hospitais, como por exemplo, o Hospital Regional do Paranoá é, como descreveu um paciente, experimentar uma descida ao inferno, tamanho é o caos e o abandono em que se encontram aqueles que buscam ajuda médica. De fato, como muitos desses doentes que precisaram de pronta ajuda médica já notaram que, enquanto não existir uma legislação impondo que as autoridades responsáveis, ocupantes de cargos no governo, sejam obrigatoriamente atendidos apenas em hospitais públicos, essa realidade não irá mudar.

Enquanto os hospitais continuam patinando na ineficiência por conta de uma gerência que se faça obedecer, principalmente por parte dos médicos e plantonistas, as pequenas clínicas, que cobram preços populares e que nessa mesma região se proliferaram como capim, estão lotadas. Obviamente que esses lugares sequer são fiscalizados adequadamente pelos órgãos de saúde e, onde o dinheiro é que conta, os serviços são uma interrogação e um perigo.

O mais incrível é que esses fatos ocorrem com frequência justamente na capital do país, onde existe o maior número de médicos (nem sempre disponíveis) por habitantes. Dos mais, 13.400 registrados no sistema de saúde local ou, 435 médicos para cada grupo de mil habitantes, o dobro da média nacional.

Em conversa reservada, para não intimidar e causar mal-estar, um especialista no assunto e que conhece bem os mecanismos internos da máquina de saúde do Distrito Federal reconheceu que, entre outros problemas, o estrangulamento do sistema está justamente na ponta do atendimento e tem os médicos como os maiores sujeitos e nó dessa engrenagem perversa.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“No Brasil, o sistema de saúde não funciona desde o sistema até a saúde.”

Pensamento unânime dos impacientes

 

 

Previdência

O Sindicato do Comércio Varejista do DF foi o primeiro em Brasília a externar apoio à reforma da Previdência. Para o presidente do Sindivarejista, Edson de Castro, a reforma injetará R$ 1,4 trilhão em investimentos no país, gerando empregos e renda.

Capa: facebook.com/Sindivarejista

 

 

Dia de festa

Padre Michael Keneth e equipe preparam festa de aniversário da paróquia do Espírito Santo Paráclito, no Park Way/Vargem Bonita. Serão duas surpresas para os presentes. A Cavalhada e um almoço oferecido pela comunidade. Mais informações a seguir.

 

 

Divulgação

Além do Programa de Consultoria Financeira, o BRB também abriu as inscrições para mais uma edição do curso de educação financeira. As aulas serão realizadas entre os dias 4 a 6 de junho, gratuitamente, no Centro de Treinamento do BRB (EQS 410/411 Sul). Todos são bem-vindos. Mais informações pelo educafinan@brb.com.br.

Foto: facebook.com/BRB.BancodeBrasilia

 

 

Negligência

Se os redutores de velocidade, pardais, têm mesmo o objetivo de assegurar a segurança dos motoristas, o DER está deixando de cumprir esse objetivo. A curva antes de chegar no trecho 9 do Setor de Mansões do Lago Norte, a cada dia, está mais perigosa. Há uma saída de veículos no meio da curva e, sem redutor de velocidade, o perigo de um choque é constante. A Associação dos Moradores do Trecho 9, capitaneada por Cláudio Castello Branco, já deu entrada na documentação, mas não foi sequer respondida.

Foto: google.com.br/maps

 

 

Muito estranho

Na agência do Banco do Brasil, na 214 Norte, no domingo, um grupinho estranho rodeava quem usava os caixas eletrônicos. Seria bom verificarem nas câmeras de segurança o que acontecia por ali no fim de semana. O clima era bem tenso.

Foto: google.com.br/maps

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

 

E por falar em dr. Vasco, o dr. Ataualpa ainda não mandou os caminhões consertarem as valetas do Eixo Rodoviário, das superquadras, e do Trevo de Distribuição sul. (Publicado em 22/11/1961)

Descaso nosso de cada dia

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

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Foto: RICARDO MORAES/REUTERS (bbc.com)
Foto: RICARDO MORAES/REUTERS (bbc.com)

        Jornais de todo o mundo noticiam em suas primeiras páginas o trágico incêndio que consumiu por completo o Museu Nacional do Rio, transformando em cinzas, em pouco mais de seis horas, 200 anos da história do Brasil. O interesse demonstrado pela imprensa internacional sobre este triste fato se explica em razão da importância que a grande maioria desses países confere aos seus museus e a todas as instituições, privadas ou do Estado, que possuam a guarda de seu patrimônio histórico e cultural.

       A atenção e proteção que esses países dão às suas fontes históricas podem estar ligadas, em parte também, ao sucesso econômico, social, cultural e político desses povos. Somente nações que mantém presente seu passado, sabem, com certeza, o que querem para o futuro e não erram nas escolhas. É justamente esse falso entendimento que possuímos de que nosso passado é um caso encerrado e que deve ser esquecido em algum escaninho do arquivo morto que nos acorrenta aos erros e nos deixa às voltas, em círculos infinitos, sem sair do lugar.

        Somos o que somos pelo esquecimento fácil e cômodo do nosso passado. Nesse sentido, as perdas materiais com cerca de 20 milhões de peças históricas, fontes originais de pesquisa para estudantes e cientistas que deixaram de existir, são muito mais do que perdas materiais. São testemunhos vivos que autenticam nossa história, afastando dela tudo o que é fantasia e alucinação.

       Em mais esse triste episódio, há pouca serventia em buscar culpados diretos e indiretos. Se fosse esse o caso, e para ser rigoroso, acredito que todos temos nossa parcela de culpa. Obviamente que primeiro é preciso constatar que nenhuma autoridade do governo, principalmente seu ministro da cultura, se fez presente por ocasião das comemorações dos 200 anos do Museu Nacional, o que torna ainda mais sintomático esse descaso oficial.

        A questão aqui é porque não aprendemos com episódios semelhantes ocorridos recentemente e que feriram de morte parte de nossa cultura. Em dezembro de 2015 chamas gigantescas engoliriam também o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo. Em 2010 o fogo havia consumido o Instituto Butantã, também em São Paulo. Em 2007, 900 cédulas e moedas raras e outros itens históricos de grande valor foram furtados do Museu do Ipiranga, que permanece fechado desde 2013. Também o Liceu de Artes e ofício de São Paulo teve parte de seu acervo destruído em um incêndio em 2014. Outra tragédia foi a destruição, por incêndio também, do Teatro Cultura Artística em 2008. Em 2013, outro incêndio destruiu completamente o auditório Simón Bolívar no Memorial da América Latina, somente a reforma desse prédio custou R$ 41,5 milhões aos contribuintes. Aqui mesmo, na capital do país, o Teatro Nacional Cláudio Santoro e a sala Martins Penna, além do Museu de Arte Moderna, se encontram fechados há anos, aguardando por reformas que nunca iniciam.

         Para piorar uma situação que em si já é calamitosa, o candidato a presidente da República, Bolsonaro, anunciou agora em um comício sua intenção de acabar com o Ministério da Cultura. Dessa forma, vai se concretizando a previsão do antropólogo Claude Lévi-Strauss de que o Brasil passaria da barbárie à decadência, sem conhecer a civilização. O desaparecimento desses vestígios de nossa história, fruto do descaso de todos, prenuncia esse vaticínio.

A frase que foi pronunciada:

“Sem o mito do amanhã não existiríamos. Não fora o amanhã e secaríamos à beira dos caminhos, esboroaríamos como um cascalho no deserto. O amanhã é que fermenta o hoje, que fermenta o ontem.”

Affonso Romano de Sant’Anna

Dívidas & Dúvidas

Em parceria com o Itaú, Bradesco, Net/Claro, Losango, Tricard, Porto Seguro Cartões e Ipanema Credit Management, foi lançado um aplicativo Serasa Limpa Nome. Pode ser acessado pelo celular ou computador. Consultado o CPF, gera-se um boleto para pagamento à vista ou a prazo. O total de inadimplentes ou devedores no Brasil chega a 61,6 milhões. Lucas Lopes, gerente de produtos do Serasa Consumidor, diz que os perfis dos consumidores são constantemente acompanhados, principalmente quando o assunto é negociação de dívidas.

Charge: Lane
Charge: Lane

Tabagismo

A Secretaria de Saúde do DF oferece gratuitamente, já há algum tempo, à população encontros com profissionais capazes de apresentar métodos de comportamento e conscientização que auxiliam no corte à dependência do tabaco. Veja o link no blog do Ari Cunha.

Link para mais informações: www.saude.df.gov.br/tabagismo

Charge de André Dahmer na F. de S. Paulo (13.11.2012)
Charge de André Dahmer na F. de S. Paulo (13.11.2012)

Projeto

Com o aumento do número de idosos no país, regras começam a se adaptar à nova realidade. Um projeto analisado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado sugere que empresas reservem vagas para pessoas com mais 55 anos de idade de forma proporcional ao número de funcionários. A ideia é do senador Cidinho Santos que vê a necessidade de o mercado valorizar a experiência.

Imagem: portalterceiraidade.org.br
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HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Acobertar funcionários faltosos é tirar sua responsabilidade, jogando na administração central, é caso para o Conselho estudar, julgar e decidir. Mantenho tudo o que disse. (Publicado em 28.10.1961)

Master chefe político

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

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Charge: padretelmofigueiredo.blogspot.com.br
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         Para um país cuja parcela expressiva da população ainda ronda os limites do mapa da fome soa um tanto quanto surrealista que os diversos grupos que ora se engalfinham em disputas políticas recorram justamente aos nomes de alguns alimentos típicos para dirigir ofensas e impropérios uns aos outros. Na batalha que antepõe pretensos grupos de esquerda e de direita, como se isso contivesse algum sentido claro para esses grupos e para a maioria dos brasileiros, coxinhas e mortadelas se reúnem em seus exércitos distintos e, ao chamado de suas lideranças fantoches, dão início as batalhas campais pelo país afora.

         Nessas refregas sobra bordoada até para a bandeira nacional, tornada, não se sabe exatamente por que, um símbolo que demarca e identifica os pelotões dos coxinhas. Os mortadelas exibem estandartes rubros, bem condizentes com a iguaria feita de embutidos de carne de boi e de porco. Observando na segurança bem armada dos palanques, os generais que comandam esses motins a distância não escondem sua aversão a ambas iguarias, preferindo o canapés fino servido em lautos banquetes e restaurantes requintados.

         Nessa nossa revolução às avessas, os novos sans-culottes, à falta de brioches, vão de sanduíches de mortadela regado a tubaína. Curioso e sintomático também que essa guerra de baixa culinária tenha justamente como chamamento as panelas que retumbavam uníssonas nos centros urbanos sempre que Dilma, a “generala” que rendia saudações à mandioca, aparecia na televisão.

         Aliás, nesse nosso “master chefe” político, as predileções culinárias e etílicas sempre serviram como fronteiras a demarcar territórios e personagens, identificando cada comandante pelo gosto a um acepipe próprio. Mas não se iludam! O consumo de bebidas e guloseimas para esses marechais da política só se realizam diante das luzes das TVs e em meio ao grande público.

         Essa lição foi dada por Jânio Quadros numa época em que o marketing era ficção científica. Naquela ocasião, o candidato histriônico desfilava pelos palanques, carregando, vistosamente, um sanduíche no bolso do paletó, para mostrar sua identificação com o populacho. Engana-se também quem crê que Lula seja um consumidor de cachaça barata. Quem conviveu com o ex-presidente e conhece a variedade de sua polêmica adega sabe que os preços e as marcas de sua coleção etílica é coisa só para grã-fino.

          Enquanto a população perde a cabeça e o estômago numa batalha vã em favor de um e de outro desses glutões políticos, na retaguarda, outros representantes da nação não se acanham nem um pouco em desviar recursos públicos, duramente destinados pelos pagadores de impostos para a compra de merenda escolar. O mais extraordinário nessas pelejas de coxinhas contra mortadelas é que essas batalhas culinárias podem vir a ter um desfecho melancólico com a prisão, que vai se consumando, da maioria desses maestros ou maîtres do atraso.

         Mais curioso ainda é observar que no catre, onde muitos foram e vão parar, as quentinhas servidas aos presos foram também superfaturadas e, portanto, são de baixíssima qualidade. Lição aprendida.

A frase que foi pronunciada:

“Eleições 2018. Cardápio sem suculência.”

Dona Dita

Charge: correiobraziliense.com.br
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SOS

Está instituído o selo MOLA, pela Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. O Selo MOLA se apresenta como reconhecimento formal concedido às entidades sociais, empresas, entidades governamentais e outras instituições que atuarem em parceria com o Hospital São Vicente de Paulo-DF no desenvolvimento de ações que agreguem forças à sua revitalização, impulsionando a melhoria da oferta de assistência em Saúde Mental do Distrito Federal.

Memória

Talvez ninguém lembre do PL transformado na Lei 8.985, sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em fevereiro de 1995, concedendo anistia aos 16 parlamentares, candidatos às eleições gerais, condenados por terem usado a gráfica do Senado ilicitamente com fins eleitorais. Houve a anistia e o mais importante: o ressarcimento aos cofres públicos.

Vale a leitura

Sivirino Com “I” e o Deus da Pedra do Navio, da Editora Chiado. Novela do paraibano-brasiliense que põe o personagem principal discorrendo, nordestinamente, os ensinamentos de deuses, profetas e mestres. Mangar do nome estranho nunca baixou a auto estima. É a fortaleza comum do Nordeste.

Imagem: saraiva.com.br
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Intocáveis

Talvez seja o encontro do Mercosul, mas o fato é que carros pretos, com placas normais e alguns com luz circular no capô voam pela cidade sem respeitar qualquer pardal. Na quinta-feira, por volta das 18h40, foram vários correndo e cortando os outros carros na L4. Na sexta-feira, por volta das 11h55, outro descia a W3 em direção à Bragueto. A velocidade perto do pardal da parte inferior da ponte não foi respeitada. Veja a foto no blog do Ari Cunha.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Agora se sabe porque os moradores do IAPFESP (104 e 304) nunca terão suas superquadras urbanizadas. O Delegado dr. Aracaty foi quem autorizou a construção de casas de alvenaria no canteiro de obras. (Publicado em 20.10.1961)