Ineficiência seletiva

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Quadrinho: Turma da Mônica

 

É da ineficiência dos órgãos de vigilância, ou mesmo da atenção seletiva de alguns deles na tarefa de proteger o cidadão e os recursos públicos, que o Brasil vai, pouco a pouco, transformando-se, aos olhos de todos, no paraíso das práticas das irregularidades e no mercado de vale tudo, onde prevalece a lei mais forte e poderosa.

Ditado repetido pelo filósofo de Mondubim dizia que “quando os gatos saem, os ratos fazem a festa.” A falta de fiscalização favorece para que todo o país se transforme num inimigo do cidadão, mesmo em Estados comprovadamente evoluídos, como é o caso dos países Nórdicos ou da Suíça, ou mesmo no Japão, que é exemplo de civilidade para o resto do mundo.

Não surpreende que no Brasil, mesmo após a deflagração de operações exitosas como a Lava Jato e outras que poderiam amedrontar muita gente graúda, milhões de reais ou mesmo bilhões desviados dos cofres públicos continuam a voar de um lado para o outro, em malas, meias, cuecas, caixas de papelão ou outros invólucros exóticos e inusitados.

O mais curioso é que, apenas para ficar em eufemismos e não despertar a ira dos cidadãos, esses mesmos órgãos de fiscalização, seja a Receita, o antigo Coaf ou mesmo as agências reguladoras, como a Anvisa ou Anatel, mostram-se exímias e competentes repartições públicas, quando o alvo é o pequeno e displicente cidadão. Todo e qualquer brasileiro se surpreende com a eficiência desses organismos quando o que está em jogo são centavos esquecidos na hora do cidadão prestar contas.

Bilhões passam pelo corredor estreito e expiatório dos fiscais, sem levantar suspeitas. Mas, quando a questão envolve o pequeno e médio contribuinte, o pente fino é rigoroso e cruel. No caso mais recente, divulgado pela imprensa, apenas para ficar em exemplos da hora, nenhum órgão de fiscalização foi capaz de detectar mais de R$ 130 milhões que voaram dos recursos escassos dos hospitais de João Pessoa, na Paraíba, diretamente para o bolso do ex-governador Ricardo Coutinho do PSB.

Essa seletividade, que faz com que os poderosos gozem de blindagem por parte dos órgãos de fiscalização, já é, para o todo e qualquer brasileiro, uma certeza de que vivemos num país imensamente desigual e injusto. Nenhum cidadão, cônscio da realidade nacional, acredita nessa lorota de que todos são iguais perante às leis. O caso de Lula e de muitos de seus asseclas soltos, depois de seguidas manobras da mais alta corte do país, comprova a tese de que a cadeia e a dureza das leis só servem para aqueles que residem no patamar de baixo de nossa pirâmide social.

Essa displicência direcionada de outros órgãos como a Anvisa e outras Agências, criadas para normatizar e fazer valer as leis da ética e do mercado, parecem existir apenas no papel, sem atuação digna de nota. O que fazem os países desenvolvidos serem o que são é justamente a onipresença da lei, de uma legislação enxuta e eficaz, por meio de muitos órgãos de fiscalização, todos devidamente aparelhados, com faro, olhos e ouvidos bem apurados.

Enquanto milhões de reais vão de lado para outro sem chamar a atenção de ninguém, serviços essenciais como planos de saúde, telefonia, luz, água e outros nadam de braçada prejudicando os consumidores ao mesmo tempo que amealham fortunas com serviços de quinta categoria. É nesse banzé, onde as leis valem para uns e para outros não, que o Brasil vem sendo sistematicamente classificado como um dos países com os piores serviços prestados aos seus cidadãos em todo o mundo. Não é fácil!

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Há dois relógios em todas as esferas do governo. Um que funciona rápido para subir impostos, taxas, “contribuições” e cobrar dos consumidores, e outro, mais devagar, para pagar precatórios, baixar tarifas e reconhecer débitos.”

Dona Dita, aguardando o preço das passagens de ônibus baixar.

Foto: Carolina Cruz/G1

 

Esclarecimento

Em nota à imprensa, a CEB esclarece que o valor de R$600 milhões nada tem a ver com o total desviado pelos supostos criminosos investigados pela operação da PCDF e o MPDFT. Trata-se na realidade, do total histórico de dívidas registradas e vencidas de clientes da companhia. O valor supostamente desviado ainda não foi informado.

Foto: portalvarada.com

 

Daniela

Uma diferença interessante dos desfiles de beleza entre cadeirantes e não cadeirantes é que quem não pode andar, além de ser escolhido pela beleza é votado pelo engajamento nas causas sociais. Daniela Louvores, miss cadeirante, deu uma entrevista na radio Sinttel sobre o assunto. Veja a seguir.

 

Falta urbanidade

Comunidade do Lago Norte volta a discutir a necessidade de uma ponte. Interessante notar o argumento da minoria que trata da segurança. Como se ladrão precisasse de ponte para roubar. Por interesse pessoal, não se vislumbra a realidade prática que seria executar o plano já traçado. Foi a mesma coisa quando o hospital Sarah demarcou o terreno. Até gente que já tinha sido tratada no hospital mobilizou mundos e fundos para impedir a obra.

 

Só a justiça

Empresa que não tiver programa de integridade pode ser preterida pelo GDF. Como dizia o filósofo de Mondubim: “isso é discutir a inflexibilidade do cachimbo de barro.” Não é um pedaço de papel que vai garantir a honestidade. Basta ler as metas e missões de qualquer empresa para se apaixonar na hora! Xilindró é o que resolve.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Grande vitória conseguiram os funcionários residentes em Brasília. O presidente João Goulart assinou decreto prorrogando a “dobradinha” por tempo indeterminado. (Publicado em 14/12/1961)