Idosos de 2030: um desafio a encarar

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Autor — Foto: Marcelo Camargo/ABr (valor.globo.com)

 

No último dado apresentado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2018, até 2050, o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará próximo de 2 bilhões, o que equivalerá à aproximadamente um quinto da humanidade.

Dentro desse quadro, é preciso destacar que, há exatos três anos, o Brasil já possuía a quinta maior população idosa do mundo, o que não é pouca coisa. Entre 2012 e 2018, o número de brasileiros com mais de 65 anos cresceu 26%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com uma população de 207,8 milhões, 10,5% desse total é formado hoje por indivíduos com idade superior a 65 anos, o que equivale a 21,872 milhões de pessoas.

Pelas projeções dos estatísticos, daqui a uma década, nosso país terá um número de idosos superior ao de crianças na faixa de zero a 14 anos. Isso significa que a população brasileira está envelhecendo numa velocidade muito superior a qualquer outra do planeta.

Ocorre que nos países desenvolvidos tem havido tempo, disposição e recursos para preparar a mudança no perfil etário de suas populações. No Brasil, apesar de todos os alertas dados por especialistas no assunto, não parece haver qualquer movimento por parte das autoridades para preparar nosso país para essa nova e séria realidade.

De fato, o Estado e a própria sociedade não estão preparados para essa mudança, não se observa políticas públicas nesse sentido. Enquanto no Legislativo se observa a formação de poderosas bancadas políticas, com grande poder de pressão e lobby sobre o governo, como é o caso das bancadas do agronegócio, da bíblia, da segurança e outras, não há resquícios sequer de uma bancada dos idosos, capaz de levar os governantes e parlamentares à formulação de leis e políticas públicas próprias para enfrentar esse futuro anunciado.

Como a maioria das ações adotadas pelo Estado, o que parece estar acontecendo é que, quando o problema se instalar de vez, de modo irreversível, as autoridades vão analisar as possíveis políticas para enfrentar essa questão e quem sabe adotar medidas de afogadilho. Nesse caso, como sempre acontece, serão atendidos em primeiro lugar as próprias elites políticas e todos aqueles do alto da pirâmide, o restante, ver-se-á.

Nem mesmo a tão propalada e difícil reforma da previdência, nos moldes como está sendo confeccionada agora, parece possuir os instrumentos para enfrentar a grave mudança no perfil demográfico de nosso país. Trata-se de um problema que, a exemplo de outros que parecem não render votos e visibilidade, está sendo empurrado para frente a cargo dos governantes que virão. Ocorre que, nesse caso, as políticas públicas com um olhar para a população idosa necessitam de tempo de elaboração, justamente pela complexidade do tema, que irá necessitar de um laborioso, metódico e paciente plano que adapte nosso país para os novos tempos. Em outras palavras, essa preparação irá requerer um trabalho minucioso de relojoeiro, ajustando cada pequena peça no seu lugar, de forma que o conjunto trabalhe em harmonia.

Enquanto não for adotado um programa suprapartidário, contínuo e de longo prazo para começar a elaborar esse conjunto de medidas para o Brasil do futuro, os idosos têm que, por conta própria, ou se preparar para o pior, ou adotar providências para pressionar o Estado, acordando-o da letargia.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Mesmo com toda libertação feminina essa grande “paciência” que nos caracteriza não deve nunca acabar. É uma riqueza de infinitos alcances que aumenta os poderes de paz do Universo.”

Simone de Beauvoir, escritora

Foto: Simone de Beauvoir em Paris em 1945. Denise Bellon (Álbum) – (brasil.elpais.com)

 

 

Coletiva

Hoje o presidente da CAIXA, Pedro Guimarães, anunciará o funcionamento da opção pela sistemática de Saque Aniversário, a nova modalidade de saque do FGTS. A notícia será divulgada em breve.

 

Mais CVV

Centro de Valorização da Vida comemora 40 anos firmando parceria com a Fundação BB e mais voluntários. Nossa sociedade está caindo em depressão e consumindo cada vez mais medicamentos tarja preta, inclusive crianças. Os laboratórios faturam, suicídios aumentam e o CVV busca mais gente para poder atender a demanda que é bem maior que a estrutura existente.

Foto: O diretor da Fundação BB, Rogério Biruel (e), participou da inauguração da sede em Brasília, no dia 25 de setembro. (fbb.org.br)

 

 

Auditoria cidadã

Maria Lucia Fattorelli diz que o PLP 459/2017 representa autorização para pagamento por fora de controles orçamentários mediante desvio de arrecadação tributária durante o percurso dos recursos pela rede bancária, além de geração ilegal de dívida onerosíssima.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quem não vai bem é o Zé Paula Viana. Já está cansado de pedir equipamento para o DTUI, e desde o tempo do “professor”, não recebe nada. Mesmo assim faz o que pode. (Publicado em 30/11/1961)