Insegurança alimentar, fome e revolta

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Arquivo EBC/Danielle Pereira

 

Depois de mais de um ano experimentando o que parece ser uma das maiores e mais universais pandemia que a humanidade já conheceu, o mundo e, particularmente, o Brasil começam a sentir os efeitos que essa doença provocou também na economia, sobretudo, no aumento, sem precedentes, do número de pessoas assoladas pelo tenebroso espectro da fome.

Em nosso caso, a situação é de emergência, já que a chamada insegurança alimentar atinge hoje mais da metade dos lares pelo país afora, tanto nos centros urbanos quanto em outras regiões mais carentes. A totalidade das pesquisas que vêm sendo feitas sobre esse problema indica que o fenômeno da escassez de alimentos, e mesmo sua falta total, já é uma realidade para milhões de brasileiros.

Somados aos 19 milhões, que nesse momento passam fome, os 116,8 milhões que sofrem a situação de insegurança alimentar, temos quase 136 milhões de cidadãos sem ter o que comer diariamente. Desde o início da pandemia, muitos economistas e outros pesquisadores das ciências sociais vinham alertando para essa possibilidade iminente e, como quase tudo que acontece nesse país, nenhuma providência de fôlego foi tomada a tempo de evitar esse quadro.

A privação de alimentos pode ser considerada o mais degradante e cruel grau de sofrimento físico e psicológico a que um ser humano pode ser submetido. Essa situação, para um país que é considerado, no mundo bilionário das commodities e dos negócios de grãos e proteína, um celeiro do planeta, torna o Brasil uma das mais desiguais e contraditórias sociedades já vistas. Como pode um país que é tido como uma potência do agrobusiness, ter um contingente de pessoas, maior que muitas populações de outros países, passando fome?

Essa realidade bizarra reforça a ideia que muitos fazem do agrobusiness como sendo um setor que não produz alimentos e sim lucros em larga escala para seus proprietários. Na verdade, dizem alguns entendidos, ruim com o agronegócio, pior sem ele, uma vez que esse é ainda considerado o grande indutor dos superávits na balança comercial do Brasil com o resto do mundo.

Pelo sim e pelo não, muitos especialistas apontam que é justamente no setor agrícola que estão as maiores e mais concretas possibilidades de combate à fome e à insegurança alimentar. Para tanto, afirmam os pesquisadores, será preciso antes, instituir um amplo e consistente Plano Nacional de Alimentação, por meio de uma série de políticas públicas que diminuam os desequilíbrios entre a produção industrial de alimentos, ligados ao agrobusiness para a exportação, e o amparo às pequenas e médias cooperativas, ligadas à agricultura familiar e comunitária, tanto no entorno das cidades quanto no campo.

O problema, além da falta crônica de planejamento e projetos, esbarra na falta de recursos e nos cortes sofridos em muitos programas como o Programa Nacional de Alimentos (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa de Cisternas, Bolsa – Família e Renda Básica Emergencial. Mesmo o Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar (Pronaf) sofre há anos com a falta de incentivos e com cortes de orçamentos.

A pandemia, e isso não é segredo para ninguém, fez os preços dos alimentos nos supermercados e feiras dispararem, o que aumentou os índices de pobreza e, consequentemente, elevou o número de brasileiros que passam fome. Nas grandes cidades do país, esse efeito é bem visível e clama por providências antes que essa situação descambe para uma revolta popular, como muitas que aconteceram ao longo da história humana e que mostraram que a única razão que conduz o povo à revolta não são as ideologias, mas a fome.

A frase que foi pronunciada:

Todo mundo quer comer na mesa do governo, mas ninguém quer lavar os pratos.”

William Faulkner

William Faulkner. Foto: Carl Van Vechten (wikipedia.org)

Imperdível

Um concerto imperdível será transmitido pela Internet, no próximo domingo, diretamente do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Floripa. A Orquestra de Cordas da Ilha, criada por Paulo Roberto Matos, contrabaixista da Escola de Música de Brasília, interpretará canções de vários séculos. Paulo Roberto, que mora em Florianópolis, convida os amigos de Brasília para acompanharem a performance pelo Youtube e Facebook. Veja mais detalhes a seguir.

Verde Brasília

Trabalho de pós-graduação em História, importante para a cidade, está arquivado na UnB. Com a orientação do professor Dr. José Luiz de Andrade Franco, trata do Desafio da floresta urbana: História do processo de arborização de Brasília (1960-1970), de Marina Salgado Pinto. Leia no link repositorio.unb.

Facebook “Histórias de Brasília” – Visão aérea de Brasília (1967)

Três gerações

Vale a pena assistir a live histórica de três gerações do jornalismo brasileiro. Alexandre Garcia, Luís Ernesto Lacombe e Caio Copolla. Sem políticos de estimação, sem papas na língua e sempre com muita educação. Acompanhe a seguir.

História de Brasília

Já que a ordem é moralizar, que não se permita então, que uma firma estabelecida num barraco provisório cobre preços superiores às outras organizadas contabilmente e concorrendo com impostos para a Municipalidade. (Publicada em 30.01.1962)

Virose ontem e hoje

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Enfermaria do Rio de Janeiro, em 1918. Foto: Wikimedia Commons

 

Cabe a essa geração de brasileiros que, há mais de um ano, vem experimentando as agruras de uma pandemia, adaptar-se aos novos desafios impostos por essa virose mortal ou, ao menos, seguir o exemplo e os ensinamentos de outros concidadãos que, entre 1918 e 1920, enfrentaram a grande gripe espanhola, que, só no Brasil, deixou mais de 35 mil mortes, numa época em que a população do país era de aproximadamente 30 milhões de indivíduos. Por todo o mundo, a gripe espanhola matou mais de 50 milhões de pessoas, o que faz dessa pandemia a mais mortal de todas as viroses já enfrentada pelos seres humanos. Passado exatamente um século dessa tragédia sanitária, quis o destino, ou algo de sobrenatural, que, em 2020, o mundo viesse a atravessar mais um longo corredor da morte.

Numa época em que os serviços sanitários e de prevenção eram ou precaríssimos, ou inexistentes, a chegada dessa virose, vinda possivelmente de navio, direto de Portugal, começou a se alastrar pela população a partir do porto de Recife, no outono de 1918. Em poucas semanas, já havia sido registrado casos na Bahia, São Paulo e Rio de janeiro. Naquela ocasião, era impossível um tratamento eficaz no combate à gripe espanhola, resumindo-se as recomendações médicas à hidratação e uma alimentação moderada à base de caldo de galinha, xaropes, tônicos e outros procedimentos sem base científica e de pouca eficácia.

Não surpreende que muitos doentes tenham morrido em decorrência da mutação rápida desse vírus da gripe. À semelhança do Sars Cov-19, a gripe espanhola atingia os sistemas respiratório, nervoso, renal e circulatório, provocando sensação de falta de ar e dificuldades para respirar. Para os pesquisadores que vieram a estudar esse vírus, anos mais tarde, a gripe espanhola foi causada por uma mutação aleatória no vírus da gripe comum, dando origem ao já conhecido H1N1. A aspirina foi um dos medicamentos mais utilizados naquela época para o alívio das dores e para baixar a febre, não possuindo capacidade de deter a doença.

À semelhança de hoje também, alguns médicos recomendavam que as pessoas evitassem lugares públicos com muita gente transitando, como estações de trem, mercados, teatros ou escolas. Algumas pequenas cidades foram totalmente abandonadas pela população com receio da doença. Como os antibióticos e a vacinação só viriam uma década depois, o melhor e único método possível contra o vírus era simplesmente evitar a doença, evitar os contatos, isolar-se do mundo.

Também como hoje, as receitas milagrosas se espalhavam por toda a parte. Jornais, revistas, panfletos, discursos e outros meios de comunicação eram usados para espalhar os tratamentos infalíveis, como o uso do tabaco, balas de erva, tônicos e xaropes diversos, benzedeiras, rezas, incensos e outras mandingas do folclore nacional. Coincidência ou não, a mistura de cachaça, mel e limão passou a ser empregada, com relativo sucesso nessa ocasião. Do mesmo modo em que uma parte dos médicos aconselham o uso da Hidroxicloroquina no tratamento precoce do Covid-19, naquela época, ficou famosa a prescrição de sal de quinino, normalmente usado para combater a malária, como remédio para a gripe espanhola, o que levou esse produto a desaparecer do mercado e dos boticários.

Assim como hoje, as autoridades daquela época menosprezaram as consequências da virose, retardando demasiadamente a adoção de medidas públicas. Somente depois que os números de mortos começaram a assustar e a chamar a atenção de todos, é que foram iniciadas algumas ações para conter o vírus, como é o caso do distanciamento físico e preventivo entre as pessoas. A grande diferença, que se observa entre as medidas adotadas naquela ocasião e as que estão sendo implementadas hoje, um século depois, é que o nono presidente da República, naquela época, Venceslau Brás, convocou o cientista Carlos Chagas para comandar os programas de combate à gripe espanhola, sendo que essa feliz escolha resultou na instalação rápida de diversos hospitais emergenciais, além de dezenas de postos avançados de atendimento de socorro.

Durante aquele período, foram impostos ainda o regime de quarentena em diversas instituições públicas e privadas. Escolas foram fechadas. O trabalho interrompido. As disputas e jogos cancelados e as atividades artísticas suspensas em várias cidades do país. Segundo relatos da imprensa, o temor do contágio era imenso. Corpos e mais corpos amontoavam-se nas ruas, por dias e dias, decompondo-se a céu aberto, à espera de recolhimento e enterro.

A frase que foi pronunciada:

“Ao examinar a doença, ganhamos sabedoria sobre anatomia, fisiologia e biologia. Ao examinar a pessoa com doença, ganhamos sabedoria sobre a vida.”

Oliver Sacks, neurologista, escritor anglo-americano

Oliver Sacks. Foto: divulgação

Doe

Quem conhece Julia Passarinho sabe o amor e dedicação que ela tem pela Casa do Pequeno Polegar. Com toda essa crise, as doações foram insuficientes para alimentar as 228 crianças. É hora de arregaçar as mangas e contribuir com essa instituição pioneira de Brasília. Depósitos no Banco do Brasil. Ag 3129-1 CC 15387-7 CNPJ 00.094.714/0001-06.

Caediano

Podem falar o que quiser, mas Julian Rocha Pontes foi aluno do Curso de Altos Estudos de Defesa (CAED). Altamente preparado e muito querido por quem o conhece. Fica o registro.

Foto: divulgação

História de Brasília

Ao mesmo tempo, esses horticultores precisam ter mercado garantido para a sua produção, o que teria que ser feito por cooperativas, visto que é impossível ao homem, produzir e vender suas próprias verduras nessas condições. (Publicada em 28/01/1962)

As ruas espelham a economia

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Foto: Lula e Bolsonaro | Arquivo Google

 

Para uma esquerda que se acreditava morta e enterrada, desde a deposição da ex-presidente Dilma e da prisão do também ex-presidente Lula, as seguidas trapalhadas políticas cometidas por próceres dessa nova direita, sobremaneira os desatinos ciclotímicos do atual chefe do Executivo, ao minarem a credibilidade do atual governo, vai emprestando combustível para o soerguimento do que parecia impossível: a volta do lulopetismo e da sua trupe ao poder daqui a pouco mais de anos e tudo o que isso possa significar para o país. Para aqueles que observam a cena de perto, essa é uma possibilidade mais remota do que um retorno das esquerdas ao Palácio do Planalto.

Do mesmo modo que foi possível a Bolsonaro surfar na onda do antipetismo e se eleger presidente, para a surpresa de muitos, Lula e seus seguidores estão sendo claramente favorecidos pelos desacertos do atual governo e podem vir também a aproveitar a mesma onda. A diferença, desta vez, é que essa onda ou maremoto pode ser formada por centenas de milhares de mortos pela Covid-19. Como tragédias e dramas políticos parecem ser o nosso forte, assim como de todo o nosso continente, o pano de fundo é sempre formado pelas populações que amargam os desacertos, sejam de governos da direita ou da esquerda.

Nesse caso, pouco importa o matiz ideológico de quem venha a comandar o país, é a população que é chamada a pagar a conta dos seguidos estragos operados na economia. Da herança deixada por Lula e Dilma, depois de mais de uma década no poder, e que, por baixo, estimava-se em 12 milhões de desempregados em 2014, hoje foram acrescidos mais 2,3 milhões de brasileiros. O Brasil vai se aproximando rapidamente dos 15 milhões de desempregados. Trata-se do maior contingente nessas condições desde 2012.

Com a pandemia, que vai se prolongando sine die, esses números, segundo alguns economistas, serão ainda maiores, o que poderá gerar problemas econômicos e sociais que se estenderão ainda por, pelo menos, uma década. Graças à informalidade e a outros tipos de ocupações paralelas e emergenciais, muitas famílias brasileiras têm conseguido, dia a dia, livrar-se da pobreza extrema. Não é necessário ir aos números mostrados pelo IBGE e outros órgãos de pesquisa para entender o problema do desemprego e do subemprego. Uma volta pelo centro de Brasília dá uma mostra dos resultados de uma economia que encolhe diante de nossos olhos. São mendigos, pedintes, malabaristas, camelôs e outros brasileiros lotando as ruas da capital, em busca de algum trocado, algum auxílio, emprego ou alimento.

 

A frase que foi pronunciada:

Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.”

Platão

Foto: © Steve Bisgrove—REX/Shutterstock.com

ATL

Luta incessante para a permanência da Academia Taguatinguense de Letras. Recebemos a notícia de que o GDF está querendo ocupar a sede para a Gerência de Cultura da Administração Regional. Há tradição que precisa ser respeitada. Veja mais no perfil oficial da Jaqueline Silva, no Instagram.

 

Notícia boa

Até agora foram 11.074.483 casos de pessoas que tiveram Covid-19 no Brasil e escaparam com vida.

Cartaz publicado no perfil oficial do Governo do DF no Instagram

Botânico

Aline De Pieri é uma entusiasta pelo Jardim Botânico de Brasília. Projetos de revitalização da área, a volta da arte entre a natureza, loja de souvenirs e as portas abertas para estudos científicos são os passos dados. A diretora do Jardim Botânico quer que as pessoas percebam que ali não se trata de apenas um parque dentro da cidade, mas de um local onde a arte e a ciência convivem em harmonia.

Café da manhã no Jardim Botânico em tempos em que nem se pensava em pandemia. Foto: cantinhodena.com.br

 

De olho

Qualquer analista sabe muito bem que, se as Leis Anticorrupção fossem aplicadas conforme o desenho desejado pelos cidadãos, praticamente todos os partidos políticos seriam varridos do cenário nacional. O que poucos sabem é que a corrupção que, à primeira vista, parece favorecer alguns grupos políticos é, na verdade, uma ferrugem poderosa que irá corroer as bases nas quais se assenta, levando-os a derrocada, cedo ou tarde, de forma irreversível, transformando-os em zumbis a vagarem pelos corredores do poder.

Charge do Jota.A

Público

No dia 8 de abril, às 16 horas, pelo Youtube, a população da capital poderá acompanhar a 6ª edição do Café com Governança e Compliance. O foco da discussão será a transparência da gestão pública com o objetivo de fortalecer as políticas de compliance. A transmissão será ao vivo pela TV CGDF, no Youtube. Já confirmada a presença do advogado Daniel Lança e Rejane Vaz de Abreu, subcontroladora de Transparência e Controle Social da Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF). O controlador-geral do Distrito Federal, Paulo Martins, fará a abertura do encontro, que será conduzido pela subcontroladora de Governança e Compliance, Joyce de Oliveira.

 

História de Brasília

Se há um homem em imprensa que sempre agiu com o máximo de lisura, respeito e ética profissional tem sido Wilson Aguiar. À frente do “O Cruzeiro” internacional, na crônica parlamentar, na secretaria de imprensa do Brasil em Washington, ou no “O Povo”, do Ceará. Sempre um profissional equilibrado e honesto, sendo injusta, a adjetivação dos nossos confrades.(Publicada em 28/01/1962)

Brasileiros em segundo plano

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Charge do Jean Galvão

 

Estivéssemos em um conflito armado real, teríamos perdido a guerra logo nos primeiros combates, rendendo-nos ao inimigo quase sem luta. Humilhados, assinaríamos um tratado de rendição incondicional, com todos os prejuízos que dele decorrem, tornado-nos prisioneiros de nossa própria fraqueza. Substituindo os fuzis, as balas e a pólvora por vacinas, seringas, e oxigênio e trocando a guerra pela pandemia, de fato, capitulamos diante do mundo.

Diria o filósofo de Mondubim: “O Brasil não foi à guerra, mas também não se acovardou. Cobriram a capital com um pano e escreveram: o Brasil mudou.” Mudou o Brasil ou nós teríamos mudado? Eis a questão que se impõe, depois de termos sido considerados exemplo para o mundo no quesito vacinação em larga escala e em tempo recorde. Deu no que deu. Incrivelmente, a Organização Mundial da Saúde, a quem cabia alertar o mundo sobre o potencial desse vírus, demorou para ativar o alerta vermelho. Vermelho, repetimos propositadamente. É bom lembrar que o mesmo fez o governo chinês. Escondeu a disseminação do patógeno o quanto pode, por razões próprias das ditaduras do gênero.

Desde o início da pandemia, o presidente do Brasil pregava a prevenção. Logo foi chamado de louco. Inclusive, essa é uma questão que, cedo ou tarde, terá que ser respondida à nação e julgada no devido tempo. Aqui mesmo em Brasília, a coluna registrou o fato de uma doméstica ter ido ao posto de saúde com todos os sintomas da doença e ter sido orientada a voltar para casa no mesmo transporte coletivo que a levou. Erros por cima de erros, externos e internos, não possuem o poder de recompor o que foi ceifado e enterrado.

Embora digam que a busca por culpados não irá recompor o passado, ao menos servirá para que fatos como esse não tenham os mesmos responsáveis, ansiosos por voltarem em 2022. É necessário sim que se faça uma retrospectiva didática dessa pandemia, em toda a sua extensão e dor, para que avivemos a memória de um tempo em que centenas de cidadãos perderam a vida, por ação, omissão e inanição de nossos homens públicos. O Judiciário tomou para si um papel terrível de legislar, tirando o poder do Executivo, enquanto se preparava para condenar inocentes e livrar Lula que confessou: “Ainda bem que o monstro do coronavírus veio para demonstrar necessidade do Estado.”

Enquanto isso, médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde, na linha de frente, morriam como formigas. Essa era afinal uma guerra que, desde o início, já se podia crer perdida. Por tantas mentiras, altos interesses e larga desunião entre os Poderes.

Prevenção

Hoje vai ser um dia movimentado no metrô de Águas Claras. O Corpo de Bombeiros fará uma simulação em uma das composições do metrô. A partir das 13h30, no pátio do centro operacional do metrô, mais de 300 pessoas vão participar da simulação. O interessante é que o trabalho vai ser separado do local de trânsito para não interferir na circulação dos trens. Mesmo que as pessoas reclamem, a situação real parece mais propícia para servir de base à operação.

Leitores

Vídeo que corre pelas mídias sociais mostra a presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Bia Kicis, cortando as asinhas dos exaltados na Câmara dos Deputados. Em todos os anos do Governo Petista, não houve oposição. E o PT, como oposição, não argumenta. Só ataca. Tristeza…

 

Sugestão

A antiga Rodoferroviária está imensamente mal aproveitada. É um desperdício! Seria um bom lugar para cursos profissionalizantes.

Novidade

Juliana Seidl e Walter Alves, consultores e parceiros da Maturi, lançam o Guia de Diversidade Etária para Líderes. A seguir, as instruções para baixar o livro gratuitamente.

> A empresa para a qual você trabalha sabe qual a diferença entre diversidade e inclusão (D&I)? E vocês possuem indicadores claros para avaliar se estão promovendo a D&I? Ao ler o conteúdo deste e-book, vocês terão a oportunidade de começar a avaliar esses pontos.

Como vocês já sabem, a Longeva é parceira da empresa Maturi, com quem temos a oportunidade de oferecer cursos e consultorias, organizar eventos e escrever materiais de interesse ao nosso público. 🤓💜

Baixe gratuitamente o Guia de Diversidade Etária para Líderes e compartilhe conosco suas dúvidas e impressões: http://maturi.in/diversidadeetaria.

Cibernética

Dicionário ativado para completar sozinho a palavra é um perigo. Quando foi ver pela primeira vez um e-book, Ariano Suassuna não estava convencido a trocar o livro real pelo virtual. Daí, o vendedor tirou a carta da manga mostrando o dicionário online dentro do aparato. Ao escrever Ariano Vilar Suassuna, o danado do dicionário reconheceu Ariano Vilão Assassino. O paraibano morreu sem aproveitar as facilidades do e-book.

 

UnB

Sem aulas, o batalhão da manutenção da universidade continua com a mão na massa. Neste mês, as mulheres da conservação e limpeza receberam uma homenagem. Uma matéria feita pela Comunicação Social. Acesse em Mulheres dão suporte para continuidade de serviços essenciais à Universidade.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Efetivamente, as diárias foram pagas, no começo da transferência, para os funcionários que deveriam se adaptar em Brasília. E era merecido demais, porque as despesas com mudança sempre atingem o orçamento do funcionário pelo menos durante um ano. (Publicado em 27/01/1962)

Bolsonaro tenta evitar que Brasil seja levado à pobreza extrema

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Foto Aditya Aji/AFP

 

Chama a atenção o relatório anual intitulado “Panorama Social da América Latina 2020”, elaborado pelos técnicos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e publicado há pouco. Não apenas pelas previsões pessimistas que dão conta de que a pandemia de Covid-19 irá aprofundar, ainda mais, o quadro de pobreza generalizada em toda a América Latina, mas pela grandeza nos números que mostram que esse continente já abriga uma população superior a 209 milhões de pessoas vivendo em condições de extrema penúria.

Trata-se, segundo consta nesse documento, de um fenômeno que já vinha crescendo, mas que, nos últimos anos, experimentou um aumento sem precedentes. No espaço de um ano apenas, houve um aumento de 22 milhões de pessoas em condições de pobreza extrema, o que mostra que esses índices podem conduzir todo o continente para uma situação de calamidade, com reflexos negativos em todas as áreas.

Por extrema pobreza, entende-se como sendo a forma mais intensa de escassez de bens básicos, como alimentos, moradia, remédios, roupas e outras necessidades básicas. De acordo com a CEPAL, um em cada oito latino-americanos vive na pobreza, sendo que esse contingente tem aumentado significativamente desde o ano 2000, principalmente pelo recrudescimento de fatores que já existiam nessa região e que foram catalisados agora pela pandemia que corrói os índices de crescimento do continente há mais de um ano e sem perspectiva para terminar no médio prazo.

Trata-se de um cenário que agora ganhou uma complexidade nunca vista, envolvendo, ao mesmo tempo, aspectos sociais, políticos e econômicos numa mistura explosiva, cujas consequências dramáticas podem emergir na forma de convulsões e agitações sociais imprevisíveis. Além disso, diz o relatório, “essa situação expõe as desigualdades estruturais que caracterizam as sociedades latino-americanas e os altos níveis de informalidade e desproteção social, bem como a injusta divisão sexual do trabalho e a organização social do cuidado, que comprometem o pleno exercício dos direitos e a autonomia das mulheres.”

Nesse contexto, o documento aponta a possibilidade de uma queda de -7,7% no Produto Interno Bruto da região, com uma taxa de extrema pobreza em torno de 12,5% e de pobreza em 33,7%, o que resulta num contingente de mais de 78 milhões de sul-americanos vivendo em penúria total.

É preciso destacar que, não fossem os programas de transferência emergencial de renda, que atenderam cerca de 49,4% da população do continente, essa situação seria ainda mais alarmante, elevando o percentual dos que vivem em extrema pobreza para quase 16% da população. “A pandemia, salienta a técnica da CEPAL, Alícia Bárcena, evidenciou e exacerbou as grandes lacunas estruturais da região e, atualmente, vive-se um momento de elevada incerteza em que ainda não estão delineadas nem a forma nem a velocidade da saída da crise. Não há dúvida de que os custos da desigualdade se tornaram insustentáveis e que é necessário reconstruir com igualdade e sustentabilidade, apontando para a criação de um verdadeiro Estado de bem-estar, tarefa há muito adiada na região”.

Se os brasileiros não se unirem agora, enquanto há tempo, o destino do país será um túnel onde a única luz no final será se curvar a países que nos tirarão dos trilhos.

 

A frase que foi pronunciada:

Tudo o que é preciso para o triunfo do mal é que nada façam os homens de bem.”

 Edmund Burke,1729-1797. Filósofo, teórico político e orador irlandês, membro do parlamento londrino pelo Partido Whig.

Foto: Studio of Joshua Reynolds – National Portrait Gallery (wikipedia.org)

Positiva

Em todos os Shoppings de Brasília, a Claro disponibilizou serviço com atendimento em drive thru. O cliente liga primeiro e, quando passar pelo local escolhido, pode pegar o produto ou desembaraçar o serviço. A intenção é resguardar os clientes. Quem conseguir um atendente proativo, com certeza, vai gostar da iniciativa. Veja a lista de telefones para solicitar esse serviço a seguir.

 

Trágico

Veja, também, as fotos da situação do conjunto 5, na Qi 1, quando chove, divulgadas pelo morador Doralvino. Sem planejamento nos assentamentos e eliminação do cerrado, é isso o que ocorre.

Divulgação

Atenção Brasília! Operação tapa buracos e outras solicitações de serviços em sua região devem ser feitas pelo número 156 ou no portal da ouvidoria do GDF.

Foto: ouvidoria.df.gov

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E foi precisamente este esgoto quem causou o desastre. Foi feito uma canalização por baixo do asfalto, mas as enxurradas, ultimamente, minaram o terreno e aconteceu o esperado. Arreou a pista. (Publicado em 27/01/1962)

Brasil dividido

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Foto: Amanda Perobelli/Reuters

 

De todas as inúmeras tarefas que cabem a um governo administrar, nenhuma outra é tão importante para a integridade de uma nação como a capacidade de se antecipar aos acontecimentos e aos fatos. Somente através de estudos e análises sérias, feitas previamente, contendo todas as variáveis possíveis, é que se prepara o país para a iminência de adventos extraordinários.

Essa é, pelo menos, dentro da concepção militar, uma das maiores estratégias a garantir e dar vantagens em caso de uma guerra. No livro básico de todos os estrategistas, num livro de bambu, por Sun Tzu, no século IV A.C., está escrito: “aquele que se empenha a resolver as dificuldades, resolve-as antes que elas surjam, vencendo antes que suas ameaças se concretizem.” Com isso, ensina, Sun Tzu, é preciso ver o que não está visível.

Nas escolas superiores de guerra, os oficiais se dedicam, quase que integralmente, a estudar e a planejar estratégias e cenários futuros dentro do seu país e com relação as demais nações, para melhor antecipar medidas. Também no antigo ministério do planejamento, quando essa pasta era também ocupada por economistas de renome e de expertise comprovada, essa era a tarefa primordial a ser desempenhada no dia a dia. Planejamento, estratégias e táticas de prevenção funcionam tanto em ambientes de conflito armado, quanto na paz, e são fundamentais para todos aqueles que se propõem governar sem maiores tropeços.

Tomando a pandemia do Covid-19, como inimigo que tomou de assalto o mundo inteiro, o que se pode comprovar, depois de um ano de batalhas intensas contra essa doença, é que os países que vão se saindo melhor dessa guerra são justamente aqueles que adotaram estratégias corretas, tanto de defesa, como de ataque à propagação da virose.

O caso simbólico dessa pandemia pode ser conferido na obtenção, em tempo recorde, de uma vacina ou mais vacinas, que apontam na direção certa de contenção dessa doença. Esse empenho diuturno dos cientistas e pesquisadores, dos diversos laboratórios espalhados pelo mundo, tornou possível antecipar o surgimento desse medicamento em pelo menos quatro anos, que é o tempo mínimo para o lançamento de uma vacina eficaz. Esse é também um exemplo de estratégia e planejamento prévios que vão possibilitar salvar milhões de vidas.

Estamos, segundo a imprensa, nesse momento, ostentando recordes mundiais em mortes diárias. A falta de liderança no trato com essa doença tem deixado a população perdida. Para o Brasil, que já foi exemplo para o mundo em eficácia de vacinações em larga escala e em tempo recorde, essa crise mostra o tanto que recuamos no tempo. De fato, voltamos a ser o país que, por sua sequência catastrófica e infinita de governantes, ineptos e sem planos de voo, permanece na rabeira do mundo, como um exemplo a não ser seguido.

 

A frase que não foi pronunciada:

Democracia é imposição para todos os lados. Imposto de Renda e Lockdown imposto.”

Dona Dita pensando enquanto espera a banda que nunca mais vai passar pela janela

Manifestação em frente à casa do governador. Foto: Carlos Vieira/CB/DAPress

Descomplicar

No sai não sai da CPI da Covid-19, o senador Eduardo Girão deixou claro que os estados e municípios também serão investigados sobre os recursos que receberam e onde foram aplicados. Em plena era digital, seria o mínimo de transparência divulgar todas essas informações para acesso dos contribuintes, que são os que enchem o cofre. Recebeu quanto da União e gastou como. Duas colunas numa tabela.

Charge do Cazo

Espaço

Leitor do Lago Norte sugere o aproveitamento das dependências do Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek, naquela região, para o atendimento emergencial aos pacientes que contraíram o vírus Covid-19.

Foto: nelsonkon.com

Ideal vs Real

Pela Amazon, gratuitamente, é possível baixar o livro do indígena de Ailton Krenak. As palavras são de alguém conectado com a natureza. Trata do cuidado com o ecossistema, da vida, da coragem, dos valores humanos. Chega a ser uma utopia, até ingênuo, em um mundo dominado atualmente por um país tão distante e tão poderoso. O amanhã já está comprado.

Foto: amazon.com

Cuidado

Telefones clonados geram aborrecimentos enormes. Jornalistas da cidade amargam a experiência.

Charge do Fernandes

 

Obesidade

Ontem a noite, as mulheres da EBC organizaram uma live no YouTube sobre gordofobia. O assunto que parece interessante é sério e preocupante. Veja a seguir.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Arreou o asfalto no caminho do Iate Clube. Há mais de um ano vimos chamando a atenção pelo fato de desembocar no Lago, diretamente, sem tratamento, o esgoto da Asa Norte. (Publicado em 27/01/1962)

O comércio de morte em alta

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Charge do Duke

 

No descompasso de uma pandemia que recrudesce a cada dia, fatos paralelos e outras bizarrices, de um país que insiste em mostrar o quanto permanece anacrônico, vão acontecendo, mostrando ao mundo que, apesar da montanha de mortos que vamos erguendo, permanecemos fiéis ao nosso descompromisso com tudo e qualquer coisa que beire a seriedade.

Uma leitura dos principais jornais em circulação reafirma nossa incapacidade de nos concentrarmos, ao menos, no que interessa a todos nesse momento: o combate à pandemia. O Supremo, a quem a população já reconheceu como parte atuante do conjunto de problemas sem soluções à vista, continua na sua cruzada de combate à Lava Jato, comendo pelas beiradas todo o time de procuradores que atuou nessa causa cidadã, principalmente seu mais notório representante: Sérgio Moro.

É preciso, acreditam esses ministros, desconstruir a figura desse herói e antípoda de tudo o que naquela corte é decidido. Enquanto mais de 233 milhões de brasileiros têm seus dados violados de forma criminosa, o STF, a quem caberia comandar uma investigação sobre o caso, prefere se debruçar sobre assuntos prosaicos como a prisão de um deputado do PSL do Rio de Janeiro e a liberação de outro para que volte ao parlamento, mesmo tendo desviado preciosos recursos para o combate ao Covid-19.

São ambas decisões anacrônicas e que nada de proveitoso trazem para o país. Um deputado em causa é caso para a psiquiatria e para a direção de seu partido e ponto. O outro, apanhado de calças na mão, é caso para a delegacia mais próxima e ponto. Seus pares, cujo as capivaras estão em posse da justiça, correm para referendar a prisão, para não melindrar os juízes.

A intolerância e a indiferença têm sido a estranha marca do chefe do Executivo que, em pleno aumento de casos em todo o país, visitas ao front de guerra, representado pelos hospitais públicos superlotados e sem equipamentos, nem pensar!

Nesse momento, informam assessores da Câmara dos Deputados, parlamentares apresentaram mais de 30 projetos para anular decretos de Bolsonaro sobre armas. Parece que as funerárias estão de olho nas ações do Congresso, pois a venda de caixões não para de subir.

A frase que foi pronunciada:

Esses cidadãos negacionistas, além de insuportáveis, são perigosos. Negaram 57,8 milhões de votos para presidente e tentaram matá-lo com uma facada.”

Dona Dita, enquanto tricota para a netinha mais nova.

Charge do Erasmo

Durma com essa

Um pão francês e um tijolo custam por volta de R$ 1,00.

 

Atleta sofre

Durou pouco a alegria dos ciclistas com a pista do autódromo aberta para treino. O asfalto está tão ruim que, para treino, não serve. Veja o vídeo, no link Ciclistas encontram autódromo em estado deplorável.

Reprodução: perfil oficial @bikerreporter no Instagram

 

É de lascar

Um contrato de Plano de Saúde foi cancelado no dia 10 de dezembro de 2020. A ANS suspendeu o reajuste em abril de 2020. Mesmo quem cancelou o contrato está recebendo cobrança referente ao reajuste que deveria ter sido aplicado pelo período em que o plano ainda estava ativo. Pergunta que não quer calar: por que a ANS não proibiu o reajuste durante a pandemia e sim suspendeu? Quem deveria receber apoio durante uma pandemia: os Planos de Saúde ou os que precisam ter planos de saúde, já que a Constituição não é cumprida?

Foto: jornaldebrasilia.com

Registro de ouro

Geraldo Vasconcelos é inigualável pioneiro da cidade no carinho em datas natalícias. Não esquece o cumprimento a nenhum amigo. E a agenda é na caneta e papel.

 

Perigo

Chegaram, pelas mãos do jornalista Roberto De Martin, imagens chocantes de uma árvore enorme que despencou na 316 Norte. Próximo ao Banco do Brasil e ao Marietta. Sorte não ter atingido ninguém. Veja o tamanho da árvore, a seguir.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A Justiça de Brasília está constrangida com os últimos acontecimentos. O que houve no Tribunal foi isto: situação vexatória para o desembargador Sousa Neves em prejuízo o gabarito da justiça. (Publicado em 27/01/1962)

Quo vadis Brasil?

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Andre Penner / AP

 

Um olhar, mesmo que superficial, sobre as manchetes que estampam os principais jornais do país e mesmo aqueles disponíveis em português, pode fornecer uma dimensão ampla e resumida dos problemas atuais vividos pela população brasileira e a visão que o mundo exterior vai fazendo de nós, e da nossa capacidade de resiliência, diante de uma pandemia que parece recrudescer através de uma variante ainda mais mortífera.

Obviamente que o que ocorre conosco, é fruto de um conjunto formado por ações e inércias tanto do governo quanto por parte da sociedade. O pouco empenho das autoridades, desmotivadas pelo insistente negacionismo das ciências médicas, feitas pelo próprio chefe do Executivo e por tabela da população, que parece ter relaxado demasiadamente nas medidas protetivas e nos protocolos que orientam o distanciamento físico entre as pessoas, vão mostrando seus resultados macabros de curto prazo.

Ainda assim, em meio ao pânico instalado há mais de um ano, e que já ceifou mais de 200 mil cidadãos internamente e 10 vezes mais em todo o mundo, o que se vê, por parte das principais lideranças do país, é uma total e cínica indiferença com as agruras experimentadas pelos brasileiros. O que se vê, lê e é ouvido, na maioria das reportagens publicadas nesses dias recentes, mostra nossos homens públicos imersos e devotados, exclusivamente, aos assuntos que lhes dizem respeito direto e que podem render dividendos imediatos.

Discutem, suas excelências, em debates acalorados e com mútuas acusações e impropérios diversos, assuntos “urgentes” como as próximas eleições para a Mesa das duas Casas Legislativas e outros temas correlatos e distantes da dura realidade enfrentada pela nação.

O presidente da República, que em momento algum se mostrou presente fisicamente nos hospitais do país,  como recomenda o cargo e a ética pública, para oferecer seu apoio moral aos combalidos pela Covid, resume e gasta seu curto expediente diário com discussões vazias, com  temas impróprios, como é caso de sua rusga pessoal contra adversários políticos e a imprensa em geral.

Só para colocar em termos comparativos, o que trouxe grande prestígio junto aos britânicos, e que perdura até hoje, foi a demonstração de coragem da realeza ao permanecer numa Londres, assolada por um intenso bombardeio e consumida pelas chamas. Pessoalmente, a própria rainha Elizabeth II conduzia uma ambulância do Exército no socorro às vítimas, numa demonstração de desprendimento, patriotismo e coragem, mostrando-se sempre atuante durante o sofrimento de seus súditos. Igual denoto jamais foi visto por essas bandas. Ao invés disso, o que se observa por essas bandas são as férias fora de contexto, desfrutadas em praias badaladas e outras atividades lúdicas, e mesmo afrontosas, diante do morticínio de muitos compatriotas, esquecidos em hospitais mal equipados e enterrados em covas rasas às centenas, diariamente.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:
“A boa escrita imita a arte das lavadeiras de roupa acocoradas à beira dos rios e açudes de Alagoas. Carece de bater na pedra e enxugar o pano, uma, duas, três vezes, até levá-lo ao varal quase sem água. Escrever é secar ao sol.”
Graciliano Ramos

Foto: Kurt Klagsbrunn/Acervo Projeto Portinari

 

Muito nojento
Apesar de preços acima do justo, os produtos oferecidos em supermercados continuam abaixo da qualidade. Como ocorreu no Big Box do Lago Norte. Um salmão que se desmanchava ao toque! Não se vê mais a fiscalização de agentes sanitários. Principalmente depois da pandemia.

 

CIVEBRA
No Paraná, foram mais de 2 mil alunos inscritos na Oficina de Música, que reuniu 10 países e um público de 60 mil pessoas. Neste ano, 80 concertos e 73 cursos estão no programa em ambiente virtual. Já sobre a Escola de Música de Brasília e sobre o Curso Internacional de Verão, não há notícias.

Foto: Andre Borges/Agência Brasília

 

Transparência
Todos os comprovantes de pagamentos emitidos pelo governo federal ou distrital aos contribuintes deveriam ter a descrição da referência. Que taxa ou imposto está sendo recebido, referente a que mês, e detalhes de identificação, normais em notas fiscais.

 

Caesb
Com escritórios abertos, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, Caesb, voltou ao atendimento público. Mas é preciso agendar.

Foto: revistaaguasclaras.com

 

Seu voto
A última ata de sessão plenária da Câmara Legislativa é de novembro de 2020. Com a pandemia e a transparência da Casa, é possível acompanhar o vazio.

 

História de Brasília
Novas adesões à campanha de apadrinhamentos das árvores. O dr. Araújo Cavalcante, diretor do Senam, em telegrama declara que cuidará de todas as árvores em frente à Casa do Município. (Publicado em 24/01/1962)

Estamos sós

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Charge do Fred

 

Lições vindas de todo o tempo e lugar na história humana demonstram que, em tempos de guerra contra um inimigo comum, como é o caso da atual pandemia, foi contando com a união comandada de esforços que nações, das mais diversas culturas, lograram sair-se vencedoras. É em períodos assim que despontam aqueles que possuem liderança capaz de reunir, em torno de si, populações ordeiramente encorajadas para enfrentar momentos de grande agonia.
Não há outro caminho possível, exceto a rendição. No caso específico do Brasil, esses exemplos e ensinamentos de nada serviram, uma vez que nossas lideranças, momentâneas, todas elas, mostraram, na prática, o quão incapazes são para, ao menos, coordenar um esforço conjunto em defesa da nação. Falharam as lideranças e falhou, também, boa parte da população, ao se mostrar arredia às mínimas recomendações de saúde pública.
Temos um longo caminho pela frente para preparar os indivíduos, transformando-os em cidadãos cônscios de seus direitos e deveres e, dessa massa formada, retirar verdadeiras lideranças, capazes de se mostrarem eficazes e éticas na paz e na guerra. O que temos visto até aqui, em torno dessa virose até então desconhecida e traiçoeira, que oscila em ondas cada vez mais mortais, é um suceder de disputas e rinhas políticas, mesquinhas e pessoais, que nada trazem de benefício à população.
Mesmo aqueles que se mostram insistentes para que a população seja o mais rapidamente possível vacinada, o fazem para forçar o retorno a uma normalidade utópica, de modo a facilitar a retomada de seus intentos pessoais. Uma leitura atenta ao que ocorre neste momento em todos os noticiários do país, e mesmo do exterior, mostra que o Brasil está sem lideranças à altura dos acontecimentos atuais.
A população, que a tudo assiste espantada e perplexa, não sabe como proceder, encontrando-se entre a clausura extrema e o relaxamento total das medidas de segurança. Ruas comerciais, shoppings, aeroportos e feiras lotados dão uma mostra de quanto estamos perdidos em meio ao tiroteio geral.
Incrivelmente, temos, à frente do Ministério da Saúde, um general intendente, mas que, por ordens superiores, não pode exercer e pôr em prática seus conhecimentos de logística. A essa altura da batalha, todos os hospitais do país, inclusive os particulares e especializados que, em tese, não cuidam desse tipo de enfermidade, estão todos reunidos no combate à pandemia.
Não vale aqui citar esses centros de excelência médica que, nessas horas, fingem-se de mortos para não participarem do esforço coletivo. Na ausência de lideranças com voz e razão, seguimos na base do improviso, entregando todo o grosso do problema nas mãos de médicos e enfermeiros já sobrecarregados, exaustos e sem recursos.
Os planos de saúde que, neste momento extraordinário, deveriam relevar questões de lucros, só estão agindo por força de medidas judiciais, por meio de processos de Ação Civil Pública (ACP) que obrigam os planos a prestarem atendimento de emergência e urgência a todos os filiados, mesmo fora do período de carência contratual.
A logística de guerra que outros países puseram em prática para fazer a máquina do Estado dar uma resposta forte à pandemia, por aqui, não foi sequer ensaiada. A coordenação desse gigantesco esforço de guerra, que deveria vir de cima, das altas esferas, não veio.
Em lugar algum se viu, até aqui, qualquer desses políticos e outras falsas lideranças em visita aos hospitais, à frente dos pelotões, comandando o esforço de guerra pessoalmente. Estamos sós, entregues ao acaso, ao sabor das correntes e à deriva, em meio à tempestade em alto mar.

 

Imperdível

Quem não foi ainda há tempo. A partir das 19h30, na Torre de TV, um espetáculo de luz, imagem e som.

 

Ao contribuinte

Cada recibo impresso de impostos e taxas pagos à Secretaria da Fazenda do DF não há discriminado a que imposto ou taxa se refere: IPTU, IPVA, ITCD, ou qualquer outra taxa. A única relação com a cobrança é o código de barras. Seria pensar na segurança e organização do contribuinte detalhar no recibo pago a referência completa.

 

Online

Uma das melhores páginas do Governo Federal para se navegar é a do Ministério da Infraestrutura. Simples e amigável, além do conteúdo que aponta uma excelente gestão, a forma facilita o acesso às informações. Ministro Tarcísio Gomes e equipe acertaram.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Tente

Por falar em gestão, seria uma surpresa, no comércio, que os donos da loja aparecessem para verificar o atendimento. Ou nas grandes empresas, que os donos telefonem para pedir informações. Veriam com os próprios olhos e ouviriam com os próprios ouvidos o que passam os contribuintes.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quando falo em política, não cito nenhum dos nomes acima. Cito Carvalho Pinto, como exemplo de equilíbrio, de hombridade e de decência. (Publicado em 21/01/1962)

Pandemia é assunto para médicos sanitaristas

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Foto: Wolfgang Rattay/Reuters

 

Um dos muitos males trazidos ao país pelo modelo de reeleição para os diversos cargos, tanto no Poder Executivo quanto no Legislativo, pode ser conferido, mais uma vez, agora, com a denúncia publicada em vários jornais, dando conta de que nada menos do que 7 milhões de testes para o diagnóstico do coronavírus, adquiridos ao preço de R$ 290 milhões, estão mofando há meses nos galpões do governo em Guarulhos, São Paulo, onde correm o risco de perderem a validade e se tornarem inócuos.

A relação perversa entre esses dois fatos está em que, por motivos puramente políticos, nessa pendenga envolvendo governadores e o presidente Bolsonaro, que cuida de sua reeleição desde o primeiro dia do primeiro mandato, fez com que o governo federal não repassasse, aos estados da União, os lotes para os testes. Esse jogo político mesquinho, em que o chefe do Executivo tenta desestabilizar todos aqueles governantes que não se alinham prontamente com ele, pode custar mais alguns milhares de vidas.

A tentativa de empurrar a culpa para os governadores não colou, já que cabe ao Ministério da Saúde cuidar para que esses milhões de kits, considerados como de alto padrão de eficácia, sejam distribuídos para cada membro da federação. Com essa atitude irresponsável, e que pode custar ao presidente acusações de crime de responsabilidade, fica novamente demonstrado o altíssimo grau de danos que o instituto da reeleição tem causado aos brasileiros, colocados nessas disputas como meros chanceladores de um tipo de jogo que só beneficia os próprios jogadores. Nesse tabuleiro sinistro, a população é sempre colocada como o peão a ser sacrificado para a vitória daqueles que se lixam para os altos custos de suas ambições políticas.

O Ministério da Saúde, que numa situação dessa gravidade poderia ser confiado, mesmo que extraordinariamente, a um sanitarista de renome, com experiência em casos de epidemia, foi empurrado, literalmente, para um general, especialista, segundo dizem, em logística e cuja a vivência no setor de saúde é absolutamente nenhuma. Mesmo assim, nessa questão de distribuição de kits de testes, o que se requeria, primeiramente, era o trabalho de um entendido em problemas de logística. Era preciso fazer chegar, onde seriam necessários, esses exames precisos, para que, ao menos, as autoridades tivessem um quadro mais exato do tamanho do estrago que essa pandemia vem causando aos cidadãos.

Nessa missão, também o general falhou e foi derrotado por forças que, talvez, nem suspeitasse que existissem, mas que estão acima de seu poder de mando, já por demais desgastado pelo próprio presidente, seu comandante. Mais uma vez, a questão da pandemia é colocada sob a redoma das disputas políticas, mesmo com um placar de 170 mil mortes, apenas decorrentes da primeira onda da doença.

Depois das disputas políticas em torno das vacinas, o que se espera é que as autoridades federais deixem de lado a questão da pandemia, que é um assunto sério demais para políticos.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A guerra vai continuar até que a natureza nos chame e torne inevitável a nossa civilização.”

Pepe Mujica, ex-presidente e senador uruguaio.

Foto: oglobo.globo.com

 

Registro

Não é propaganda, é um fato que precisa ficar registrado na história desta cidade. O restaurante Dom Filé, além da comida maravilhosa, na entrega em casa, deixa um bilhetinho assinado pelo dono dizendo que é bom ter você como cliente. Criticamos quando precisamos criticar. Mas, por favor, deem licença para o elogio!

Print: domfile.com

 

Insegurança

Volta às aulas. A criançada volta para a escola usando máscara durante 4h seguidas ou mais, com 3 pausas para a troca do aparato. Se os casos de Covid aumentam, se há uma segunda onda, ou não há mais tanto perigo de contaminação ou não há como compreender os movimentos de volta ao normal. Verdade é que a negação do presidente Bolsonaro à gravidade da doença parece fazer sentido agora, já que as informações são desencontradas e a causadora de tudo permanece intocável.

Charge do Cazo

 

Pesquisa

DataSenado ouve brasileiros sobre o 14º salário emergencial para aposentados. O advogado Sandro Gonçalves entregou, nas mãos do senador Paulo Paim, a Sugestão Legislativa. 87% dos entrevistados foram favoráveis. Vejam a pesquisa no link Enquete DataSenado.

 

Coragem

Ninguém pode negar que o ministro das comunicações, Fábio Faria, tem coragem. Não deve ser fácil ver o país comprado e afirmar que um dos produtos impostos tenha a característica de tocar na soberania nacional. Vamos acompanhar esse importante passo do governo federal. O relator do edital do 5G na Anatel é o conselheiro Carlos Baigorri.

Fábio Faria. Foto: economia.ig.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Novas unidades escolares estarão funcionando. São escolas com 10 salas, com a diferença de que a administração não é separada como a superquadras. As primeiras oito serão iniciadas nestes próximos dias, e se cabe reivindicar alguma para alguém, que vá uma para a Coréia e outra para os JK. (Publicado em 19/01/1962)