Amazônia ditará o futuro o governo

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Foto: conhecimentocientifico.r7

 

Por certo, a calamidade que se abate hoje sobre a região amazônica, com queimadas monstruosas, com a derrubada sistemática de árvores raras e centenárias para formar pastos e com a ação criminosa de centenas de madeireiras clandestinas ali instaladas, agindo livremente em todo esse grande território, não pode ser debitada exclusivamente ao governo de Jair Bolsonaro que está no poder há pouco mais de oito meses.

Trata-se de um problema que vem num crescendo desde os anos 70, principalmente a partir da decisão tomada pelos militares para ocupar estrategicamente aquele enorme espaço. Anteriormente, nos anos 60, a construção da rodovia diagonal BR-364, que pretendeu unir a parte Norte do Brasil ao restante do país, foi seguida por povoamento escasso nos estados de Rondônia e Acre. Posteriormente, entre os anos de 1969 e 1974, foi construída, em parte, a rodovia BR-230, também conhecida como transamazônica, com uma extensão de 5.662 quilômetros.

Com a abertura parcial dessas duas importantes vias de ligação, a região amazônica foi sendo efetivamente ocupada por brasileiros vindos de todas as partes do país, em busca de oportunidades e de terras baratas. Como sempre, a falta de um planejamento sério, meticuloso e sistêmico, que obedecesse e respeitasse as características peculiares daquele delicado ecossistema, fez com o que seria uma ocupação necessária, dentro do velho espírito da uti possidetis, se transformasse numa invasão do tipo predatória. Pior, a essa ocupação desordenada, vieram se juntar, além de brasileiros movidos de boas intenções, forasteiros de todo o tipo, ONGs interesseiras, missões religiosas marotas, estrangeiros gananciosos e todo o tipo de piratas que passaram a agir no contrabando de espécies vegetais e animais nativos, além das madeireiras multinacionais, dos garimpeiros aventureiros daqui e d’além mar e de uma infinidade de outros criminosos que agiam livremente numa vasta região com vigilância e controle, ignorados pelas autoridades.

Durante décadas, o restante do país ignoraria aquela região. Mesmo os políticos locais, cuja parte significativa também lucrava com aqueles malfeitos, contribuíram, ao seu modo, para transformar as riquezas naturais daquela região em lucros da noite para o dia.

Programas como a Sudam e outros do gênero auxiliavam mais as lideranças locais do que a população propriamente dita. É nesse inferno verde de ilicitudes em que se transformou a Amazônia, e em que as populações de baixa renda permanecem ainda entregues à própria sorte, que o presidente Bolsonaro vê agora arder em chamas em seu próprio colo.

Embora não se possa culpar o atual governo por essa situação, mesmo após declarações desastradas, cabe exclusivamente ao presidente da República, Jair Bolsonaro, encontrar uma solução racional, viável ambientalmente, para esse que é hoje o maior problema nacional do momento.

Pudesse o presidente Bolsonaro empenhar todos os seus esforços apenas na resolução dessa questão, já teria valido todo o seu governo. O país e o mundo inteiro estão de olho nesse problema, o que equivale a dizer que estão de olho na capacidade administrativa do atual governo e em como serão protegidas nossas riquezas. Isso pode significar um futuro, não apenas para o governo, mas, principalmente, para o Brasil e para as futuras gerações do planeta.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Como é possível que o sofrimento que não é meu nem da minha preocupação me afete imediatamente como se fosse meu, e com tanta força que me leve à ação? ”

Arthur Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX.

Arthur Schopenhauer. Pintura de Jules Lunteschütz, 1855.

 

 

Venha!

Pelo presidente Bolsonaro, a Ancine deveria estar em Brasília. Wilson Witzel pediu que relevasse. Mas o volume de denúncias parece estimular um novo começo. Além disso, Brasília tenta ter um Polo de Cinema que até hoje não aconteceu com a intensidade esperada pela população.

Foto: Jose Lucena / Futura Press

 

 

Abre

Por falar no governador Wilson Witzel, um dos maiores problemas enfrentados no Rio de Janeiro é a repressão às milícias. Em uma espécie de estado paralelo, cobram por proteção, ganham com as gambiarras, provém água e gás para a população. Como São Paulo e Rio vão na comissão de frente em relação à Brasília, é bom ficar de olho para cortar o mal pela raiz.

Charge: Nani Humor

 

 

Gestão urgente!

Um paciente foi encaminhado ao Posto de Saúde da 314 Norte. Buscava uma psicóloga. Meses depois da consulta marcada, acordou cedo e chegou pontualmente no horário estipulado, 8h. Apesar de marcarem a hora, o atendimento é por ordem de chegada. Certo de que iria falar com a psicóloga, viu que as 20 pessoas que estavam na frente iriam ser atendidas numa sala de reunião. Nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e assistente social atendem todos ao mesmo tempo. Questão gerencial totalmente descabida. Bonita nos livros, mas longe de uma solução, na prática. Leia a história de Brasília, registrada por Ari Cunha logo abaixo. Foi escrita há 58 anos, em relação à Saúde aqui na capital nada mudou.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Assistir socialmente a uma pessoa não é fazer caridade. É respeitar essa pessoa, é renovar a autoconfiança, é fazê-la crer em si, dando trabalho, dando oportunidade de produzir, de ser útil à sociedade. (Publicado em 29/11/1961)

Pós-verdade

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Foto: g1.globo.com

 

Quando um governo apela às emoções e às crenças pessoais da opinião pública, deixando de lado os fatos objetivos e a própria realidade em si, a verdade, obviamente, fica relegada a um plano secundário, como que escondida entre a fumaça e as cinzas que ninguém vê, ou dá a importância devida. Nesse caso, o que se tem é uma pós-verdade que, como mágica ou truque, oculta o que interessa. Os fatos deixam de ser um sujeito concreto e em seu lugar se elegem versões que melhor cabem na retórica dos governantes.

Esse tem sido, não só no Brasil, mas em grande parte das democracias ocidentais, o mecanismo usado pelos políticos para convencer a sociedade sobre as altas razões de Estado. Quando o presidente Jair Bolsonaro fala em pátria acima de todos, está, de antemão, justificando essas razões de Estado, a qual o cidadão, sequer, pode arguir.

No caso emblemático das queimadas na Região Amazônica, as primeiras versões do governo não foram, naturalmente, o que a população estava esperando, que seria o anúncio de um conjunto de providências emergenciais que seria adotado para resolver ou minorar o problema. Em seu lugar, o governo adotou um discurso raso do tipo nacionalista, afirmando que os cientistas do Inpe falsificavam e exageravam na divulgação dos incêndios que se alastravam. Em seguida, ainda sem tomar qualquer providência prática, resolveu, mais uma vez, recorrer a sua própria versão de que as ONGs estariam por detrás desses fatos, incendiando a região, já que teriam perdido recursos.

Quando a situação começou a chamar a atenção de todo mundo, dado o poder de divulgação de imagens de satélites e de outras tecnologias, novamente o presidente recorreu a pós-verdade, acusando os países europeus de planejarem uma ardilosa internacionalização da Amazônia. Até aquele momento, não havia, por parte do governo, nenhum anúncio sobre o tamanho do estrago, nem, tampouco, que medidas estavam sendo tomadas para o problema ser atacado de frente.

À medida em que a selva ardia, impulsionada pelo período de seca na região, as versões sobre a tragédia se sucediam por meio de bravatas do tipo “a Amazônia é dos brasileiros”. Somente quando a situação chegou ao seu auge, ameaçando o carro-chefe da economia nacional, representado pelo agronegócio que, por acaso, é também um dos pilares de apoio do próprio presidente, é que providências superficiais começaram a ser tomadas.

No cipoal de versões e bravatas desferidas, de modo impensadas pelo presidente, sobrou até para a primeira dama francesa, tratada de forma primitiva pelo governo e por seus apoiadores diretos. Durante todo o tempo do sinistro, o que prevaleceu foi a pós-verdade que deixava o incêndio de lado, enquanto apelava para a emoção da opinião pública, com incentivos a um nacionalismo e ufanismo fora de contexto.

De fato, não fosse a grande repercussão internacional com ameaças ao projeto do acordo Mercosul e União Europeia, possivelmente o problema e o fato em si passariam em brancas nuvens ou brancas cinzas.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Declarações de especialistas em Amazônia, como o general Heleno, demonstram que o formato definido na decisão do Supremo Tribunal Federal, no último dia 18 de março de 2009, em manter a demarcação em faixa contínua da reserva Raposa Serra do Sol, evidencia a vulnerabilidade do Brasil, diante de interesses externos, embora, tenho a absoluta certeza, o julgamento não tenha tido esse propósito.”

Zelite Andrade Carneiro, juíza

Foto: Vista aérea da Reserva Raposa Serra do Sol. Em 23/05/2008. (FAB/CCOM )

 

Burle Marx

Ministério da Cidadania, Iphan e Senado Federal apresentam A revolução do paisagismo, o legado de Burle Marx. O ciclo de palestras será no auditório do Interlegis, no Senado, no dia 29, quinta-feira, a partir das 13h30. Inscrições pelo e-mail senadoverde@senado.leg.br. Veja mais detalhes sobre o assunto no cartaz a seguir.

 

 

Simples assim

Ontem, no cafezinho da Câmara, o comentário era sobre a coincidência entre a sinceridade do general Figueiredo e Bolsonaro. Com um ponto favorável ao atual presidente. Bolsonaro sabe usar a mídia quando quem está por trás das câmeras são seus apoiadores. Portanto, se evitasse a mídia convencional e gravasse um programa sempre que precisasse esclarecer algum problema faria muito menos estrago como chefe da nação.

Foto: Marcos Corrêa/Planalto – 25.jul.2019

 

 

Retrato do NE

Na 5ª edição do ParlaNordeste houve a criação do Conselho dos idosos e a elaboração da Carta de Aracaju, que reuniu os problemas enfrentados pela região. O documento foi encaminhado aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Imediatamente o ônibus parou, o motorista e os passageiros socorreram os feridos, quando, a seguir, chega uma Rural da Polícia, chapa branca 2818, e seus ocupantes se negaram a transportar os feridos. (Publicado em 29/11/1961)

Governo arde nas chamas

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Foto: Global Fire Emissions Database, projeto de pesquisa que compila e analisa dados da Nasa

 

Há no ar um clima literalmente escuro e fumacento que, ao mesmo tempo em que fustiga todo o atual governo, não permite, à população em geral, visualizar e entender com precisão qual a extensão real das queimadas que consomem parte do Centro-Oeste e da região da Amazônia brasileira. Enquanto as versões, das mais diversas, vão sendo espalhadas pelo vento, colocando ambientalistas e parte da imprensa nacional e internacional contra o governo, a quem acusa não só de negligência, mas de incentivar a ocupação e exploração dessas áreas, o governo, na voz do próprio presidente, culpa as ONGs de provocarem os incêndios criminosos.

De fato, nunca houve uma peleja nesse nível, envolvendo, ao mesmo tempo, o Estado, as ONGs, a imprensa para saber em qual lado está, de fato, a justiça. Cada um atira com a arma que possui. O problema é que pela dimensão, como está sendo apresentado pela imprensa de todo o mundo, trata-se, na opinião de especialistas no assunto, de uma das maiores queimadas já ocorridas simultaneamente nessas áreas.

A favor do governo se põe, além do ministro do Meio Ambiente, tornada persona non grata entre os ambientalistas de viés de esquerda, meteorologistas que asseguram que o clima, extraordinariamente seco nessas regiões, está entre as principais causas das queimadas.

Lembram, esses estudiosos do clima, que a situação decorre ainda do chamado efeito estufa que tem provocado incêndios em outras partes do planeta, como os que ocorrem agora na Sibéria. O monitoramento dessa situação, em imensas áreas remotas, só pode ser acompanhado, em tempo real, através de sobrevoos de aviões ou de imagens de satélites, o que torna qualquer aferição do problema dependente desses instrumentos.

A questão ganha maior densidade quando se desconfia que ambos os lados dessa batalha de informações duvidosas, ou escondem parte da verdade, minimizando esses fatos ou supervalorizam esses incêndios, com vistas a “queimar” as políticas do atual governo na área de meio ambiente, dentro e fora do país. O fato é que, seja lá onde estiver a verdade sobre esses episódios, a imagem do governo está irremediavelmente chamuscada entre ambientalistas daqui e de além mar.

Capitais como Manaus, Cuiabá, Rio Branco, Corumbá, Pará, Tocantins, bem como muitas cidades circunvizinhas estão, a dias, com o céu coberto de fumaça e fuligem, sem ver o sol por semanas. Televisões de todo o mundo estão aproveitando a situação para divulgar, em tom alarmista, que todo o Brasil arde, diante da incúria do governo atual e que dias muitos mais cinzentos estão por vir.

Dados do próprio Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) confirma que 2019 tem sido o ano com mais focos de incêndios dos últimos sete anos. Segundo esse instituto são mais de 74 mil focos de incêndios em todo o país, ocorrendo de forma quase simultânea. Tendo a natureza, os ambientalistas e parte da imprensa interna e externa contra, o governo tem que se esforçar muito se quiser sair do fogo dessa batalha com poucas queimaduras em seu prestígio.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quem acredita no comunismo, ou é ingênuo ou é malandro.”

Conversa de bar solta no ambiente

 

 

Drones

Embrapa anuncia o uso de drones em cursos da Embrapa Cerrado. Um dos objetivos é o controle biológico de pragas. O curso começará no dia 27 de agosto, durará 3 dias. A participação será de até 50 produtores.

Foto: Fabiano Bastos (embrapa.br)

 

 

Invasão de privacidade

Por falar em drones, até a vizinha fofoqueira caiu nas garras da tecnologia. Volta e meia, em casas do lago Sul, Lago Norte e condomínios, é possível ver, sobrevoando no quintal, um drone curioso. Geralmente aos domingos. Caso a se observar.

Placa: iateclubedebrasilia.com

 

 

Requinte

A Requinte Imobiliária está cobrando duas semanas adiantadas do locatário apesar de o contrato prever justamente essa situação apontando para a manifestação voluntária e não obrigação. É uma judiação o que várias imobiliárias fazem com os jovens. Só não é pior porque a internet está aí, também para instruir sobre os direitos.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Em matéria de associação, vocês que tirem as conclusões. Acabamos de receber uma correspondência da “Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores de Turismo”. (Publicado em 28/11/1961)

Persona non grata

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Foto: cartacapital.com

 

Embora esteja entre os dez países que mais têm contribuído para o aquecimento global, numa posição que varia entre o 6º e 7º colocado, o Brasil pouco ou nada tem feito para melhorar esse desprestigiado ranking. O pior: segundo os cientistas e outros ambientalistas que trabalham na análise de dados colhidos, em tempo real e em todas as partes do planeta, caso o Brasil prossiga nessa marcha da insensatez, voltando-se contra a maioria das recomendações feitas pelos mais prestigiosos centros de pesquisa do mundo, inevitavelmente acabará em rota de colisão com os países desenvolvidos. Com isso, estará comprometendo não apenas sua própria economia, exportadora de produtos in natura, mas, sobretudo, manchando para sempre sua reputação diante de um mundo que clama por bom senso em relação ao meio ambiente. Dessa forma, é preciso que o atual governo comece, desde já, a rever seus compromissos políticos assumidos com a poderosa ala do agronegócio, principalmente sua dependência em relação a uma parcela desse setor que enxerga nas florestas naturais, no Cerrado e em outros biomas apenas um meio de incrementarem os lucros com um agrobusiness do tipo predatório.

Até mesmo a China que era considerada a grande vilã da poluição global vem, há alguns anos, implementando um enorme programa de regeneração ambiental, com a adoção de boas práticas nesse setor, de olho também na possibilidade de melhorar a saúde de sua população e principalmente sua reputação perante o mundo. É justamente essa característica ética, pouco avaliada entre nós que, hoje em dia, mais tem pesado na aceitação de parceiros comerciais. A chamada compliance ambiental está hoje em alta em todo o mundo e diz muito sobre a origem e as condições como determinada foram produzidas e postas à venda. Produtos impregnados de agrotóxicos, ou que derivam da derrubada de matas, ou que foram produzidos com mão-de-obra do tipo escrava ou infantil perdem mercados justamente nos países mais desenvolvidos, onde essas informações são fundamentais para sua aceitação.

As manifestações e protestos ocorridos hoje na sede da embaixada brasileira de Londres, quando centenas de pessoas lançaram tinta vermelha, simbolizando o sangue dos índios e pichando frases como “pare o ecocídio” e outras frases de forte conteúdo, têm se repetido em outras partes do mundo com cada vez mais frequência. O pouco caso que o governo brasileiro vem dando a esses fatos só faz aumentar os protestos e intensifica uma imagem de que o presidente Bolsonaro hoje vai se transformando numa espécie de vilão do meio ambiente.

Essa imagem prejudica não apenas os negócios do Brasil com o restante do mundo, mas, sobretudo, aumenta o descrédito do país como um parceiro confiável. A dedução é básica: quem não respeita seu próprio território da depredação e a sua população com o consumo de produtos contaminados ou produzidos com vistas apenas a enriquecer grandes latifundiários não pode ter, também, qualquer consideração com o restante do globo.

O desdém e a humilhação com que o presidente tem imposto a seu ministério do Exterior, que poderia ajudá-lo a melhorar sua imagem fora do Brasil, começa agora a apresentar seus frutos amargos. Bolsonaro vai a cada dia se tornando, por obra e vontade própria, numa persona non grata num mundo que mudou e que ele insiste em não enxergar.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A Terra é o que todos nós temos em comum.”

Wendell Berry, romanista e ativista ambiental norte americano

Foto: relevantmagazine.com

 

 

Urnas

Apenas para que fique registrado: nas urnas disponíveis nas últimas eleições, 73,7 milhões de pessoas, pouco mais de 50% do eleitorado, reclamavam da identificação biométrica. Geralmente os idosos, trabalhadores braçais e pessoas que suam muito nas mãos eram os que mais atrasavam a votação por problemas nas digitais.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

 

 

Novidades

Por falar em biometria, foi prometido pelo Conselho Nacional de Justiça que a Bahia e Alagoas adotariam um projeto piloto para implementar a biometria em presídios. A prática contribuiria para a identificação de todas as informações do interno e estimularia a criação do banco nacional digital para criminosos que sofrem processos de execução criminal.

Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

 

Suporte

É do senador Randolfe Rodrigues a ideia de criar um seguro para artesãos. Em caso de desemprego, receberiam um salário mínimo até conseguir se recolocar financeiramente.

Foto: senado.leg

 

 

Mistério

Estranhamente, o permanganato de potássio desapareceu das farmácias. Muitas fórmulas simples, eficientes e baratas não interessam mais aos laboratórios.

Foto: Reprodução da Internet

 

 

Nos detalhes

Em 10 dias, no dia 24, na Livraria Cultura do Casa Park, às 19h, será o lançamento do livro assinado por Bruno Ramalho “livra-me, poesia”. Sem maiúsculas, simplesmente porque é nas coisas simples, minúsculas, que a poesia nasce.

Print: explore.livrariacultura.com

 

 

Criação

Leda Watson celebra 50 Anos de Gravura, no espaço Cult PaulOOctavio, dia 17 às 10h30, entre a 208/209 Norte. Algumas de suas imagens parecem trazer o inconsciente veladamente.

Foto: facebook.com/paulooctavioconstrutora

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Tome o uísque nacional, que não dá dor de cabeça nem mal-estar. E mais: pedindo nacional, é mais barato. Pedindo estrangeiro, você paga mais caro, e toma mesmo é o nacional. (Publicado em 28/11/1961)

Aumento da pressão mundial pelo meio ambiente é um sinal dos tempos

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Foto: Luciano Lima/TG

 

Nesses últimos meses, tem sido pesada a carga de artilharia voltada contra o governo Bolsonaro, vinda praticamente de todos os ambientalistas, com destaque para os defensores do meio ambiente nos países desenvolvidos. Lá fora, essa carga tem sido maior devido à exposição contínua de denúncias em foros internacionais e na imprensa, talvez por conta do grande interesse que esse tema possui junto as populações desses países, assustadas com as visíveis consequências que as mudanças climáticas têm ocasionado em todo o planeta.

Os constantes alertas feitos por renomados cientistas, biólogos e todos aqueles que estudam essas mudanças no clima, alertando para um eminente e irreversível aquecimento em todo o globo terrestre, são, cada vez mais, levados a sério pela população, que, por sua vez, pressiona seus representantes políticos no sentido de adotarem medidas de proteção interna e externa.

Pressionados pelo peso da opinião pública, líderes de muitos países da Europa se veem obrigados a adotar medidas contra todos aqueles parceiros econômicos que não estão respeitando as novas regras de combate à poluição e de preservação do meio ambiente. Nesse rol de países que têm sido acusados diuturnamente de desrespeito, as boas práticas de conservação o Brasil têm sido o destaque, ocupando quase todas as manchetes nos noticiários diários sobre essa questão.

Tão intensas e sérias se tornaram essas campanhas no exterior que hoje já é possível afirmar que o governo Bolsonaro vem se transformando numa espécie de vilão ambiental em escala planetária. O pior é que aquelas pessoas e órgãos que deveriam cuidar para melhorar essa imagem, nada têm feito dentro e fora do país. Declarações desastradas do próprio presidente e de alguns de seus assessores diretos nessa questão, como o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não só não têm ajudado a esclarecer esse assunto, como têm jogado mais lenha nessa fogueira.

Nesse sentido, de nada adianta o governo contestar metodologias de checagem de desmatamento de órgãos como o Inpe. Ao redor do planeta, circulam, constantemente, dezenas de satélites com as mais avançadas tecnologias de monitoramento ótico, oferecendo, em tempo real, a situação da derrubada de matas na Amazônia e em outros pontos do mundo. Deixando se levar pelo discurso soberbo do agronegócio nacional, o governo Bolsonaro vai vendo sua imagem se diluindo e com ela a credibilidade do Brasil, quanto a importantíssima questão ambiental. Os assassinatos recentes de lideranças Wajãpi e o périplo mundial feito por caciques como Raoní têm elevado o tom de críticas contra a política excessivamente leniente do Brasil na questão da preservação do meio ambiente.

Estudiosos do clima reunidos agora em Genebra, no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, prometem arregimentar forças contra o descaso das autoridades brasileiras nessa questão, apresentando nosso modelo de agronegócio como um sistema suicida e insustentável. Com isso, crescem, num ritmo geométrico, as pressões internacionais para que todos os países adotem medidas que impeçam, a tempo, a inviabilização de nosso planeta. Nessa questão crucial, o atual governo, por mais que ofereça evasivas ao problema, terá que adotar medidas concretas, sob pena de não poder, inclusive, circular livremente pelo mundo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Eles destruíram as suas terras e agora querem controlar as nossas? Nós temos diamantes, temos ouro, pedras preciosas saindo de forma ilegal (…)”

Governador Coronel Marcos Rocha, no Rondônia ao Vivo

Foto: Divulgação

 

 

Governo Federal

Estudos quase no final em relação ao Bolsa Família. A ideia é evoluir e bancar um programa de treinamento técnico para os beneficiários do programa. Pela pesquisa, seriam 13 milhões de famílias beneficiadas. Até dezembro, a novidade será divulgada.

Foto: facebook.com/bolsafamilia

 

 

SXSW

Em março de 2020, artistas de Brasília poderão participar do festival norte-americano South by Southwest. Tracy Mann foi convidada a orientar músicos, cineastas e projetos de economia criativa para participar do evento ano que vem.

O artista Eduardo Kobra pintou um painel em Austin para chamar a atenção dos estrangeiros para o Brasil no SXSW — Foto: Karina Trevizan/G1 (g1.globo.com)

 

 

Só resta torcer

Circula pela cidade a informação de que já está aprovada a privatização do Estádio Mané Garrincha, do Ginásio Nilson Nelson e do Complexo Aquático Cláudio Coutinho. Pelos próximos 35 anos, o consórcio Arena BSB assumirá a gestão do complexo. Por enquanto, o GDF e o grupo administrarão em parceria por seis meses.

Foto: Hugo Gonçalves/CB/D.A. Press

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Como, no regime parlamentarista, é o parlamento que elege o presidente, concordamos com a eleição para deputado e senador. É um ponto de vista particular, sem nenhuma pretensão, que defendemos por amor a Brasília. (Publicado em 26/11/1961)

Independência dos órgãos científicos é fundamental ao país

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Foto: luoman/Getty Images

 

“Em ciência, os dados podem ser questionados, porém sempre com argumentos científicos sólidos, e não por motivações de caráter ideológico, político ou de qualquer outra natureza.” É o que afirma a nota, divulgada agora pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em resposta às críticas que vêm sendo feitas sistematicamente pelo presidente Jair Bolsonaro contra os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que mostram o aumento sensível e continuado do desmatamento na Região Amazônica.

Para a SBPC, é inadmissível que um presidente ataque o Inpe, uma instituição que há 60 anos realiza esse trabalho e possui, portanto, um amplo conhecimento no país e no exterior, sendo essas críticas lesivas ao conhecimento científico. Essa é a chamada “crise da hora”, detonada, mais uma vez, pela mania que possui o presidente da República de falar antes de pensar ou de dar declarações sem medir as consequências.

Aliás, desde que tomou posse, Jair Bolsonaro e seu grupo de entorno, com destaque para seus dois filhos, têm se portado como uma fonte contínua de geração de conflitos sempre por motivos que passam longe dos interesses da nação e sobretudo da República. Não tem sido diferente com os órgãos de pesquisa, análise de dados e de divulgação de estudos e estatísticas. Principalmente quando esses dados chocam com os números e as pretensões costumeiramente divulgados pelo governo.

O presidente, assim como antecessores, parece não ter entendido ainda que a divulgação de dados sobre o que realmente acontece no Brasil, além de conferir credibilidade ao conjunto do governo, interna e externamente, contribui, de forma direta, para o processo de transparência e isenção tão necessário à República. O respeito e acatamento aos dados divulgados pelo Inpe e por todos os institutos de pesquisas do país são necessários ao próprio governo, à medida que auxiliam na confecção e no encaminhamento de políticas públicas e devem se blindados pelos humores dos governos de plantão.

Ao lançar dúvidas sobre os números divulgados por esses centros de pesquisa, o presidente contribui de forma direta para desacreditar o próprio governo, uma vez que a população passa a ver nos dados superlativos apresentados pelo próprio presidente, em seus discursos, um método para esconder e maquiar a realidade do país.

O conjunto de dados que vão sendo produzidos por esses centros de pesquisa ajuda o país a entender o seu processo de desenvolvimento ao longo do tempo e não pode ser manipulado de forma alguma, sob pena de perdemos o contato com a realidade, construindo um país de faz de contas. A independência de órgãos científicos é, talvez, a mais importante bússola a orientar o país e deve ser seguida, quer desagrade ou não o governo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras.”

William Shakespeare, poeta, dramaturgo e ator inglês.

Imagem: reprodução da internet

 

 

Debate

Deu cheiro de fumaça na Comissão do Direito do Consumidor na Câmara dos Deputados. Alceu Moreira, do MDB, gaúcho, deixou claro que se tivesse que concordar com qualquer coisa que o deputado que o antecedeu dissesse a seu respeito, teria certeza absoluta de que estaria errado. Nada do que ele faça ou diga traria qualquer tipo de acordo. Logo depois, alfineta o deputado petista Jorge Solla, dizendo que tinha certeza que o nobre deputado defendia uma causa, mas não, estava só brincando.

Foto: camara.leg

 

 

Emprego

Processo seletivo aberto pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF). São 217 vagas para várias especialidades e cadastro de reserva em 20 cargos. Bioquímicos, Engenheiros, Enfermeiros, Médicos e Técnicos de Segurança no Trabalho, além de Assistentes Administrativos (apenas para portadores de deficiência física). Inscrições gratuitas até o próximo domingo.

Cartaz: agenciabrasilia.df.gov

 

 

Os sem paz

Foi-se o tempo em que autoridades enchiam o peito para destacar o broche na lapela indicando o alto cargo ocupado. Hoje, salas especiais em aeroportos e saídas secretas diminuem o confronto. Quem se arrisca a frequentar restaurantes deve estar preparado. Com as redes sociais, a notícia chega em segundos e grupos são organizados para o embate. O mais recente a perder as estribeiras foi o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que passa as férias no Pará. Universitários fizeram questão de aparecer no restaurante e registrar os protestos.

Foto: Reprodução

 

 

Nascimento

Começaram a divulgação do show de Milton Nascimento em Brasília. Com participação de Lô Borges, o evento está programado para o dia 7 de novembro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, às 21h.

Cartaz: bilheteriadigital

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As obras, dr. Laranja. O fichamento está bem feito. Falta, agora, emprego. Há muita coisa a atacar de pronto. (Publicado em 25/11/1961)

Cabral, o primeiro invasor

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Foto: NACHO DOCE / REUTERS

 

É fato demonstrado pela história que todo e qualquer governo que almeje ser respeitado e acatado, em seus atos e decisões, por toda a sociedade e mesmo pelas oposições, necessita conduzir suas decisões políticas pelo caminho do meio, onde o equilíbrio de seus projetos tem maiores possibilidades de atingir a todos indistintamente e onde possa estar numa posição de árbitro, capaz de enxergar a justiça em ambos os lados.

Não se trata de uma situação fácil e cômoda para muitos. Ainda mais quando se observa hoje os extremos e radicalismos adotados pelas oposições e por muitos que abertamente, e sem princípios éticos, atacam o governo, visando apenas angariar simpatias etéreas. Num país em que praticamente não tem existido, em tempo algum, uma política de consenso nacional ou uma espécie de “concertación” em nome da República, fica difícil para um presidente seguir um caminho que não seja aquele adotado por seu ego e seu faro político do momento. Tem sido assim, desde sempre, o nosso modelo de governo e com isso vamos, mais e mais, nos prendendo em ciclos fechados e sistêmicos de crises institucionais. Incapazes de enxergar outro método que não seja o de conduzir seguidos governos ao labirinto das crises, nossos políticos não se intimidam em pôr em risco o futuro da nação se isso for, de alguma forma, vantajoso para seus interesses. Com isso, já se pode perceber que na raiz de todas as nossas crises está o individualismo político e egoísta.

Levamos para a política a máxima de que é preciso levar vantagem em tudo. Mesmo à custa de muitos. É desse ciclo fechado de problemas que se repetem que o novo governo deve se libertar o quanto antes. A melhor, e talvez a única, rota seja a adoção do caminho do meio. É nesse sentido, por exemplo, que o governo Bolsonaro deve adotar uma política de conciliação no caso dos seculares e sensíveis problemas indígenas, assumindo uma posição baseada estritamente no que almejam esses povos, livres das amarras de grupos internos e mesmo de ONGs que possuem interesses escusos nesses casos. Trata-se de uma situação delicadíssima e que, mais uma vez, vem ganhando viés ideológico e de pressões de poderosos grupos do agronegócio nacional e estrangeiro. Afirmações como a feita recentemente pelo presidente do tipo “quem demarca terra indígena sou eu”, ou que os “índios têm terras demais”, ou ainda que os “índios são como nós, querem televisão, internet e cinema” e outras platitudes, em nada ajudam o governo e ainda contribuem para levar o tema para o terreno árido das discussões onde sempre acaba predominando o interesse do homem branco e indiferente à questão.

A teimosia em transferir a questão da demarcação das terras indígenas para a pasta da agricultura, levando a Funai para o ministério da Mulher, família e dos Direitos Humanos, contrariando os próprios povos indígenas, é um exemplo desse tipo de ação política que despreza o caminho do consenso e só ajuda na radicalização da questão, adiando um problema que não foi criado pelos índios, mas que surgiu quando, em 1500, Pedro Álvares Cabral, o primeiro invasor branco, ocupou suas terras.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.”

Abraham Lincoln

Foto: whitehouse.gov

 

 

GDF estacionado

Existe forma mais barata de ganhar dinheiro? Estacionamentos não têm rede de esgoto, ligações de água, não precisam de muitos funcionários, não cumprem papel social algum. Alguns estacionamentos estampam sem pudor que não se responsabilizam por objetos de valor deixados nos carros. Privatizar apenas para encher as burras de uns poucos?

Foto: agenciabrasilia.df.gov.br

 

 

Absurdo total

Começam a se estender as invasões entre as quadras e o comércio. Mas é óbvio! Sem fiscalização, tudo ficou mais fácil. Na 105 Sul, a invasão é escandalosa. E tudo continua mesmo que quem pague os impostos continue protestando.

Foto: g1.globo.com

 

 

Malemolência

E continua. Na capital federal, a área pública é tratada como particular até em prédios. Os que estão localizados perto de comércio com muito movimento já deram um jeitinho brasileiro. Inventaram uma lei que não existe e colocaram uma plaquinha justificando falsamente a razão da proibição de carros estranhos nas vagas do prédio.

Foto: df.olx.com.br

 

 

Na onda

Uma pílula francesa está deixando mulheres de todo o mundo em alerta. Trata-se de um medicamento que promete queimar a gordura abdominal mantendo o colesterol e a pressão sanguínea em níveis saudáveis. Na composição, não há produtos químicos, apenas ingredientes naturais e sem estimulantes. Trata-se do Oxi-Trim.

Foto: asresearchlabs.com

 

 

Sonhar

Por falar em medicamentos, em uma entrevista sobre o assunto, um consumidor contava que parou de tomar Rivotril. A razão foi peculiar: o produto não o deixava mais sonhar. Antes de administrar o produto, o pouco sono que tinha vinha com sonhos. Interrompeu aos poucos a prescrição, com o auxílio médico. Preferiu manter os sonhos que, dia a dia, foram estendidos.

Foto: jornalggn.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Será fácil, entretanto, moralizar, considerando-se que na telefônica fica registrado o número do aparelho para onde foi feita a ligação. (Publicado em 23/11/1961)

O cerrado devastado por titãs

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Foto: brasil.gov.br

 

Quando alguns brasileiros começaram a descobrir a vastidão e complexidade dessas áreas, os estrangeiros, com apoio imediato do governo, já estavam derrubando e queimando as árvores torcidas do bioma, expulsando e matando os animais para o estabelecimento de grandes latifúndios para o plantio de monoculturas como a soja.

Ao se posicionar hoje como o maior produtor mundial desse produto, exportado em sua grande parte para a China, com faturamento de mais de 25 bilhões de dólares anuais, o Brasil deixou de lado, definitivamente, sua preocupação com questões de biomas, meio ambiente e outros assuntos de preservação, consideradas pelo governo e pelo pessoal do agrobusiness como discussões menores e sem retorno econômico.

Dessa feita, a soja e a pecuária respondem hoje como os principais responsáveis pelo desmatamento nessa região, que ainda prossegue, sem limite, dentro da perspectiva de expansão contínua da chamada fronteira agrícola. Chega a ser penoso constatar que os maiores esforços contra essa destruição contínua do Cerrado vêm também por parte de pessoas e Organizações Não-Governamentais do exterior, acostumados com esse tipo de luta.

Internamente, parece que ainda não despertamos para essa calamidade que vai ocorrendo bem debaixo de nossos pés. Não se vê o assunto nas TVs ou jornais, não se vêm debates, nem movimentos populares contra essa destruição paulatina de nossas riquezas. Não é por outra razão que apenas 5% das multas referentes a desmatamento e outras contravenções ambientais são efetivamente pagas.

Também não chega a ser surpresa o fato de que não se conhece nenhum desses destruidores do meio ambiente presos ou cumprindo qualquer pena. Mesmo aqueles grandes produtores, que são flagrados desmatando ou mantendo trabalhadores em condições análogas à escravidão, são devidamente penalizados, o que faz supor um conluio de forças muito maior do que podemos imaginar.

Grandes empresas de alimentos do mundo como a Walmart, Unilever, Nestlé, Danone, Kellogg’s e outras 60 importantes marcas de nutrientes, reuniram-se para formar um conglomerado ainda mais gigantesco denominado Consumer Goods Forum (CGF) e exercem pressão sobre tudo e todos, com suspeitas de impor regras e, em muitos casos, com suposto descumprimento das legislações que vão contra seus interesses. Mesmo apelos e manifestos embasados, como feitos agora por um conjunto de mais de 600 cientistas de todo o mundo, para que a União Europeia não compre alimentos que não sejam devidamente certificados e com compromissos com o meio ambiente, têm sido respeitados ou levados à sério.

É preciso entender, de uma vez por todas, que o Cerrado, com seus 2 milhões de Km², ou 25% do território nacional, e onde nascem as três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), reclama maior interesse por parte das autoridades e dos legisladores. Outro fator de indiscutível importância é que nove em cada dez brasileiros consomem eletricidade gerada com as águas do cerrado, que geram metade da energia produzida no país.

Não se entende, pois, que, sendo um dos biomas mais ricos do planeta, o Cerrado continue a ser também um dos mais ameaçados e desprezados pelos seguidos governos, que só enxergam nessa região o fator lucro imediato, sem maiores esforços que não vão deixar à livre exploração. É uma pena e um crime.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nem tudo o que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado.”

Nicolas Behr, poeta da nossa terra

Foto: Ailton de Freitas

 

 

Reformas

Enfim, a W3 está passando por uma revisão. Calçadas que vão favorecer a mobilidade, limpeza e arrumação geral. Brasília precisa de pelo menos um lugar onde os cadeirantes e idosos possam circular com segurança. É uma homenagem singela a quem construiu a cidade.

 

 

Vida

Arte no metrô. Que notícia boa saber que entre a Estação Central e a Estação da 102 Sul, as paredes estão servindo para mostrar arte. Artistas do DF e de diversos estados mostram a arte em sintonia com a tecnologia. São as cidades inteligentes que já chegaram nos países mais ricos. Aos poucos, Brasília vai se rendendo. Sem discutir o mérito, a projeção áudio visual em 3D usada em edifícios já é realidade pelo mundo, enquanto na capital do país é novidade.

Foto: André Borges/Agência Brasília

 

 

Constatação

Domingo Pet Day. Um dia exclusivo dedicado aos Pets no Eixão. Há quem diga que a solidão dos seres humanos aumenta e os bichos de estimação, que não cobram, não têm maus dias, estão sempre solícitos, são a melhor companhia. O que sei, é que vi cair lágrimas dos olhos de uma maranhense recém-chegada em Brasília quando viu que animais têm plano de saúde.

Foto: oscabecasdanoticia.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não façam, entretanto, exceções. Cortem todos os telefones dos relapsos pagadores e, assim, os que pagam em dia terão maior número de linhas, e o DTUI, por sua vez, disporá de mais dinheiro para a aquisição de material. (Publicado em 23/11/1961)

A última fronteira agrícola será também nosso grande e árido deserto

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Foto: ecoa.org.br

 

Quem vive nas metrópoles do Centro Oeste brasileiro, cidades modernas, como Brasília, Goiânia, Palmas, Campo Grande e outras de igual importância, com milhões de habitantes e todo o tipo de progresso urbano, não possui a mínima ideia do que está ocorrendo ao redor, nos imensos campos destinados às atividades agroindustriais e que praticamente ilham essas comunidades

Cercadas por imensos latifúndios de monoculturas por todos os lados, cuja a produção é quase totalmente destinada ao mercado externo, essas dezenas de cidades, que nas últimas décadas têm experimentado um sensível crescimento ou inchaço demográfico, vão, aos poucos, sentido os efeitos diretos e nefastos dessas atividades econômicas realizadas, unicamente, objetivando lucros máximos e imediatos a seus proprietários.

Com isso, a cada período de estiagem nessas regiões, mais e mais seus habitantes vão sofrendo longos meses de racionamento de água, seguidos de fortes ondas de calor, o que é agravado ainda pelas seguidas queimadas, tornando o ar irrespirável e com prejuízos à saúde de todos.

Rios e outros cursos d’águas, que anteriormente corriam durante todo o ano, agora desaparecem durante a seca, deixando apenas um rastro de areia e pedras, apontando para um futuro de escassez e aridez para todos.

Incrivelmente, esse parece ser um assunto tabu nessas regiões. Ninguém discute as causas desses fenômenos, nenhuma escola ou universidade parece disposta a levar esse debate adiante. Fala-se em progresso econômico. Mas a que preço? O poder de pressão do agronegócio não se limita apenas ao Congresso, onde reúne uma bancada barulhenta e disposta a tudo. Também no campo os grandes latifúndios assustam os pequenos fazendeiros que já perceberam a força desses gigantes, muitos dos quais estrangeiros, que não medem esforços para impor suas vontades.

Os movimentos nacionais que se contrapõem ao poderio dessas multinacionais de alimentos ainda são muito incipientes entre nós e normalmente não são, sequer, ouvidos pelas autoridades. Os desmatamentos contínuos, a dizimação de espécies animais e vegetais, o envenenamento dos solos e a desidratação dos cursos de água não abala essa gente que age protegida por uma legislação claudicante e benéfica a quem produz, não importando como e a que custo.

Preocupante é saber que a própria Constituição de 88 em seu art. 225, parágrafo 4º, define como patrimônio nacional a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, O Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira, deixando de fora todo o importantíssimo Bioma Cerrado. Atentem senadores e deputados ao detalhe! Façam o que é preciso ser feito para proteger toda essa terra e essa gente. A Carta Magna deixou enormes brechas por onde penetram esses devastadores das riquezas naturais do país, travestidos de grandes produtores.

A menor proteção legal, juntamente com o poder de lobby dos produtores, tem provocado estragos irreversíveis nesse bioma e que só serão devidamente avaliados quando toda essa região entrar num processo de desertificação sem controle. Aí será tarde demais e possivelmente seus responsáveis já estarão fora do alcance de qualquer lei ou autoridade.

Cientistas já comprovaram que o Cerrado é a savana mais biodiversa do planeta, contendo 5% das plantas e animais da Terra, inclusive 4.800 espécies que só ocorrem nessa parte do mundo. O problema com esse bioma único é que ele, apesar da variedade e grandeza, é também um dos mais sensíveis e contrários à intervenção humana. Por não conhecer adequadamente ainda todo o funcionamento desse complexo sistema, a intromissão humana causa estragos de difícil recuperação.

Experimentos com plantas e animais demonstram a dificuldade de reproduzi-los em condições fora de seu meio ambiente natural. As poucas experiências feitas até agora, por pesquisadores isolados e com escassos recursos, demonstram que há ainda um imenso e variado campo desconhecido sobre esse sistema. Infelizmente, a descoberta dessa riqueza natural e delicada só começou a aparecer quando o boom das matérias-primas e das commodities já estavam atraindo grandes investimentos, principalmente do exterior.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Enquanto a esquerda esperneia deixando de votar inclusive no que defendia, enquanto a direita calcula cada passo, o Brasil aguarda para saber que destino tomar: de volta ao passado ou direto para o futuro. Unir para governar é o pensamento de quem age pelo país, e não por ideologias.”

Dona Dita, enquanto vê a banda passar.

Charge do Iotti

 

 

Pão e Circo

Nota do leitor Renato Prestes: “Nos dias dos jogos da seleção brasileira masculina na Copa do Mundo, servidores públicos são dispensados. Nos jogos da seleção feminina, essa benesse não ocorre. Situação que deixa bem explícita que não há tratamento igualitário entre homens e mulheres, conforme impôs a Constituição de 1988.” O ideal seria não ter dispensa do trabalho para assistir jogo de futebol, o que é um absurdo em si (nota da coluna).

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Uma solução para o DTUI: se falta dinheiro, que sejam cobradas todas as contas atrasadas. Para que os relapsos paguem, bastará que se desligue o telefone, e todos correrão ao guichê do Banco do Brasil. (Publicado em 23/11/1961)

O preço do progresso a qualquer preço

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Imagem: pinterest.com/lamatin

 

Conciliar o que chamam de desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente tem sido, desde sempre, uma grande dor de cabeça para muitos governos em muitos lugares do planeta. Anteriormente, quando os cuidados com o respeito ambiental ainda eram obra de ficção, principalmente no pós-guerra, quando se verificou a necessidade de implantação de um polo industrial no Brasil, a questão da conservação da flora e fauna simplesmente inexistia. A ordem era expandir e abrir fronteiras, para tanto, tudo justificava em nome do progresso.

Fôssemos obedecer hoje ao que rezam as cartilhas que defendem a conservação e respeito ao meio ambiente, Brasília não teria saído do papel, tamanhas foram as interferências impostas à geografia local e do entorno para o assentamento da capital. Apenas para o preparo necessário à acomodação do Plano Piloto, sobre tudo a área central, milhões de metros cúbicos de terras foram movimentados, rios soterrados, veredas extintas, animais expulsos, espécies raras e desconhecidas simplesmente descartadas. Não havia consciência científica sobre a importância dessa riqueza natural, tratada como “campos sujos”. Ainda hoje há quem diga em “limpar o terreno” quando se quer retirar as árvores.

Obviamente que o custo ambiental para a consolidação da capital não pode ser aferido com a régua e com o conhecimento que possuímos hoje. Aprendemos com erros e com os exageros nesses erros. O que não se pode mais tolerar é o cometimento dos mesmos erros, tendo como justificativa apenas o desenvolvimento econômico à qualquer preço. Bem sabemos que ainda existem indivíduos e poderosos grupos de pressão que enxergam no Meio Ambiente um obstáculo ao desenvolvimento. Estudos sérios, realizados por especialistas respeitados e sob a lupa da ética no ofício, conhecem o caminho do meio, entre a preservação e o progresso.

Esse conhecimento precioso, somado ao acolhimento das opiniões das comunidades locais, é capaz de dar uma cobertura justa e legal aos empreendimentos e ao avanço inevitável do que chamamos progresso. Assim, tendo em vista a ânsia demonstrada pelo atual governo, em dar andamento acelerado a muitas obras de infraestrutura pelo país afora, todo o cuidado é pouco, principalmente quando se verifica o poderio do lobby que se esconde por detrás de muitas propostas de flexibilização de regras e leis ambientais.

Nesse sentido chama a atenção o Projeto de Lei 3729/04 criando a Lei Geral de Licenciamento Ambiental, que vem sendo atualizada dentro do Congresso Nacional que, entre outras alterações, prevê isentar a necessidade de licenciamento de obras de melhoria, modernização e ampliação em obras pré-existentes. Para alguns especialistas, essa medida poderá representar um cheque em branco para todo o setor de infraestrutura, possibilitando não só reformas, mas obras completas.

No texto está previsto ainda a isenção de licenciamento ambiental para as atividades rurais, bem de acordo com o desejo da bancada ruralista. Outra preocupação muito séria é com a pretensão demonstrada agora pelo governo Bolsonaro em reduzir mais de 60 unidades de conservação ambiental do país, de modo a retirar o que chama de interferências com estruturas existentes, para, segundo diz, conferir segurança jurídica para os empreendimentos, sejam eles públicos ou concedidos à iniciativa privada.

O que se comenta é que o Ministério do Meio Ambiente, que na prática deveria lutar pela preservação do nosso patrimônio natural, prepara um documento para fazer uma “revisão” geral em todas as 334 unidades de conservação federais existentes em todo o país, de forma a integrá-los às novas propostas de desenvolvimento.

Nessa balança sensível em que o meio ambiente nacional é colocado ao lado das vantagens do progresso, o que parece pesar mais nesses atropelos burocráticos é o desejo político do governo em cumprir uma agenda que, mais e mais, vai se parecendo com um passado que acreditávamos ter deixado para trás.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A terra deve ser tratada com ternura, para não lhe causar feridas, para não arruinar a obra que saiu das mãos do Criador. Quando isso não acontece, a terra deixa de ser fonte de vida para a família humana. E isso é o que acontece em não poucas regiões do nosso planeta, onde a água está contaminada, o lixo se acumula, a deflorestação avança, o ar está viciado e o solo acidificado”.

Papa Francisco

Foto: Paul Haring/CNS.

 

 

Convite

Murilo Frade convida para mais uma exposição de seus trabalhos. Na “Construção do Abstrato”, ele traz as cores e equilíbrio da alma. É uma obra que atrai e, harmonicamente, mostra a estética com maestria. A partir do dia 26 de junho, às 19h30min, no Salão interno do Restaurante Fortunata. Veja os detalhes a seguir.

 

 

Trabalho

Tomarão posse, hoje, na Associação dos Magistrados do Trabalho: Terezinha Célia Kineipp Oliveira (Desembargadora Aposentada), no cargo de Coordenadora de Aposentados da Amatra 10, e Heloísa Pinto Marques (Desembargadora Aposentada), no cargo de Vice Coordenadora de Aposentados da Amatra 10. A Amatra 10 é presidida pela juíza Audrey Chocair Vaz, recém-empossada para o biênio 2019/2021.

–> A coordenação de aposentados da Amatra10 (Associação dos Magistrados do Trabalho da Décima Região – Distrito Federal e Tocantins) tem como objetivos principais a valorização, integração e defesa das prerrogativas e direitos dos magistrados aposentados da Região. Atualmente, são 22 magistrados do trabalho aposentados filiados à Amatra10. O grande desafio da Coordenação de Aposentados é promover a valorização destes aposentados e sua integração à vida associativa, além do trabalho constante na defesa dos seus direitos e prerrogativas estabelecidos na lei e na Constituição Federal.

Terezinha Kineipp e Heloísa Pinto Marques, desembargadoras aposentadas da Décima Região (DF e Tocantins) tomaram posse, hoje, respectivamente, nos cargos de Coordenadora de Aposentados e Subcoordenadora de Aposentados da Amatra 10, em sua sede.
O Ministro do Tribunal Superior do Trabalho aposentado, José Luciano de Castilho Pereira, e sua esposa Ângela; a presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal e Tocantins, desembargadora Maria Regina Machado Guimarães; a presidente da Amatra10, juíza Audrey Chocair Vaz; o vice-presidente da Amatra 10, juiz Márcio Roberto Andrade Brito; a Coordenadora Regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem (do CSJT), juíza Ana Beatriz do Amaral Cid Ornelas; a juíza aposentada, Solange Barbuscia; as juízas Adriana Zveiter e Patrícia Becattini; Terezinha Kineipp e Leonel Peleja Souza Oliveira.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ainda telefones: não há um aparelho em Brasília que dê, imediatamente, o sinal para discar. A demora é imensa e, muitas vezes, mesmo com o fone fora do gancho, entra uma chamada estranha. (Publicado em 23/11/1961)