Mercosul ou projeto assistencialista

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Edifício sede do Mercosul (Foto: mercosur.int)

          Criado em março de 1991, a partir do Tratado de Assunção, no Paraguai, o bloco econômico regional, intitulado Mercosul, visava, segundo seus idealizadores, levar adiante um antigo sonho do continente de um projeto de construção de um mercado comum de livre comércio na América do Sul, à semelhança do que já existia na Europa, com o Mercado Comum Europeu.

         No papel e na cabeça de alguns de seus criadores, a ideia era boa e poderia resolver antigos problemas do continente, que eram, pela ordem, a desigualdade regional e o subdesenvolvimento crônico de muitos países latino-americanos. O mote de que a união faz a força poderia servir como potência motriz e básica, caso os países que integravam o bloco seguissem, ao menos, diretrizes econômicas parecidas ou mesmo objetivos de desenvolvimento comuns.

         O fato de o maior país do continente, o Brasil, ter seguido, durante todo o seu longo processo histórico, numa trajetória econômica e social, quase que oposta aos países da região, mostrou, logo de início, que a formação desse bloco não seria uma tarefa fácil. Pelo contrário. Era preciso, ao menos, que houvesse a priori, tanto uma reaproximação histórica, como um certo nivelamento econômico entre os integrantes do Mercosul, de forma que todos tivessem, na largada da empreitada, um mínimo de equilíbrio de desenvolvimento.

         Pretender, como fizeram alguns países, sua integração ao bloco, de olho apenas nas vantagens e direitos, de modo a alavancar suas economias internas, arrasadas por décadas de governos populistas, corruptos, ou sob o disfarce de socialistas, ou coisa do gênero, não poderia dar certo, como não deu até hoje.

         Sem qualquer viés soberbo, o que o Brasil, com essa associação a países, – que não conseguem, sequer, encontrar uma harmonia institucional interna -, tem conseguido, é arrastar um peso sob as costas, transformando o que seria uma colaboração conjunta numa espécie de associação aduaneira assistencialista, com o mais rico acudindo os mais necessitados. Tal forma não funciona, quando o que está em jogo são interesses comerciais e não humanitários. Mea culpa deve ser feito também com relação ao Brasil que, desde 2003, vem num esforço contínuo de tentar ideologizar politicamente e com os matizes da antiga esquerda sul-americana, um mercado que se pretendia ser apenas uma associação para livre comércio, ou seja, livre de amarras partidárias.

         A aceitação da Venezuela e de outros países completamente arruinados por ditadores, dentro do Mercosul, além de ir contra os estatutos da organização, provou que o bloco ainda está longe de atingir seus objetivos, que é o desenvolvimento do livre mercado, atividade essa impulsionada, sobretudo, pela livre iniciativa e pelo capital privado.

          Sem liberdades políticas, não se pode falar em livre comércio. No máximo, o que se tem são atividades primárias de escambo ou a troca direta de produto por produto. Dizer, com todas as letras, que o Mercosul não pode pretender ser uma casa de caridade, pode soar mal, egoísta ou até prepotente, mas é isso que ocorre. Fosse entregue à gestão de empreendedores privados, vedando que ideias e ideologias políticas entrassem nesse negócio, o Mercosul já teria alavancado economicamente a região há muito tempo, e não estaríamos nesse eterno ensaio de vir a ser um bloco regional.

         Ao transformar o bloco numa espécie de clube de caciques políticos, resta ao Mercosul continuar sendo o que é: um projeto. Para o Brasil, o melhor a fazer, quando tomar juízo e enquanto for outro o governo, é buscar se desvencilhar do bloco, sacudir a poeira e partir para outros mercados.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Por que toda a vez que olho para o presidente da Argentina, Alberto Fernadez, logo me vem à mente o personagem de Péricles, o amigo da onça?”

Manuel Madureira

Mamfil. Foto: Arquivo Pessoal / Blog do Ari Cunha

 

Longeva

Mais uma profissional competente para fazer parte do Programa para Criadores de Conteúdo do Linkedin. Está no forno o texto de Juliana Seidl sobre as tendências nas carreiras. Escolher Juliana é um sinal de que a plataforma Linkedin respeita a competência de uma jovem que está envolvida em dar oportunidade de trabalho para quem se aposentou e continua em busca de produzir.

Foto do perfil oficial da Dra. Juliana Seidl no Linkedin

 

Boston Scientific

A Agencia Nacional de Saúde aprovou a radioembolização, que trata o câncer no fígado com doses personalizadas. Edouard Zurstrassen, médico especialista em Radiologia Intervencionista, está animado com o procedimento, que é eficaz no controle do câncer hepático.

 

História de Brasília

Se o saco de arroz da Novacap levasse um distintivo pelo qual cada pessoa levaria apenas um, desestimularia, certamente, os que vão ao supermercado para restabelecer seus estabelecimentos comerciais. (Publicada em 18.03.1962)

O vale dos escombros

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Fernando Haddad. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasília

 

Seria possível, em alguma parte do universo, emitir-se uma moeda digital comum, como o SUR, proposto pelo futuro ministro da Economia, Fernando Haddad, válida para toda a região sul-americana, tendo como objetivo central e estratégico, acelerar o processo de integração político e ideológico de todo o continente?

Essa e outras interrogações estarão em pauta nos próximos dias. Conhecendo-se mais detidamente o universo da América do Sul e, principalmente, a que países essa ideia se liga, a resposta mais sensata à essa questão, seria um não. É impossível lastrear toda e qualquer moeda, digital ou não, a princípios ideológicos. Moedas, por suas características, ligam-se a modelos econômicos específicos e devem, para sua sobrevivência, ser atreladas às regras de mercado e às atividades do livre comércio, o que quer dizer, à iniciativa privada e toda à inércia que a demanda e a oferta proporcionam.

O Brasil que, a duras penas, vem tentando restabelecer um mínimo de respeito, seriedade e aceitação de sua moeda, desde a criação do Real, poderá embarcar nessa doidivana aventura, apenas para assistir, num curto espaço de tempo, o esfarelar da moeda nacional. Mas o que é esse desastre em face do que se pretende? Nas palavras do idealizador da proposta, “A criação de uma moeda sul-americana é a estratégia para acelerar o processo de integração regional, constituindo um poderoso instrumento de coordenação política e econômica para os povos sul-americanos. É um passo fundamental rumo ao fortalecimento da soberania e da governança regional, que certamente se mostrará decisivo em um novo mundo”. Esse novo mundo, não passa de restos dos escombros deixados pela Europa Oriental, após o colapso do Muro de Berlim.

Uma herança amaldiçoada que, por falta de espaço no velho continente, veio buscar novas raízes na América do Sul. Alguns economistas, menos enfeitiçados já se perguntam, como pode uma moeda comum, para todo o continente, dar certo, numa região onde sequer tem sido possível a formação de uma zona de livre comércio.

O Mercosul é ainda uma ideia que, pelos desdobramentos políticos sofridos em muitos países, sequer deslanchou de maneira aceitável. O que tem atrapalhado o Mercosul ou o livre comércio é justamente o domínio ideológico em muitos países, avesso à livre iniciativa e a tudo que diz respeito ao livre fluxo de bens serviços.

Economias centralizadas ou estatizadas com o dinamômetro apontando força de ideologias políticas são contrárias ao livre comércio. No máximo, poderíamos restabelecer, entre esses países, o antigo modelo de escambo ou a troca de produtos por produtos in natura. Tudo isso dentro de uma precária união aduaneira burocrática e comandada por sindicatos dos portos, aeroportos e rodovias.

Para se ter uma ideia da paridade ou da disparidade entre as moedas do continente, a moeda venezuelana, depois de seguidas ondas de hiperinflação, foi cortada em nada menos do que 14 zeros para ter algum significado concreto no mundo das moedas. Para que o venezuelano possa comprar o que seria uma cesta básica, seria necessário hoje, um carrinho de mão cheio de dinheiro, pesando aí uns 50 quilos para essa operação. Igualar um Bolívar digital com o Real ou mesmo com o dólar é hoje uma tarefa surreal, tudo por conta do chamado “Socialismo do Século XXI”. É esse o novo caminho proposto. Um atalho pela velha estrada que leva a todos para um vale de escombros.

 

A frase que foi pronunciada:

“Eu não sou pobre, eu sou sóbrio, de bagagem leve. Vivo apenas com o suficiente para que as coisas não roubem minha liberdade.”

José Mujica

Foto: oglobo.globo.com

 

Reconhecimento

Glen Valente, da EBC, comemora mais um ano de premiação nível 1 na Certificação do Indicador de Governança IG-Sest, em indicador de governança corporativa.

Glen Valente. Foto, Alan Santos

 

Tecnologia

Continuam os estudos do Banco de Amostras, construído em parceria entre o Ministério da Saúde e a Fiocruz. Com condições de estudarem vírus potenciais que podem causar pandemias, o Biobanco recebeu o investimento de 40 milhões de reais. Mais de um milhão e meio de amostras são mantidas em baixa temperatura para os estudos. Essa era uma necessidade antiga do país.

Foto: Bio-Manguinhos/Fiocruz

 

Missão quase impossível

Deputado distrital José Gomes criou o selo Empresa Boa Pagadora no Distrito Federal, pela lei 6.298/2019. Estar em dia com as obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias e não ter execuções cíveis e fiscais em tramitação. Imagine um selo desses conquistado pelo governo federal ou DF.

José Gomes. Foto: Carlos Gandra/CLDF

 

História de Brasília

Outro, construiu, dentro do próprio lote, um barraco de madeira, onde há residência e um bar para candangos. Essas irregularidades criam uma situação de descrédito para as repartições que são encarregadas de aprovar as plantas, e para as que dão “habite-se”. (Publicada em 14.03.1962)

Pós-verdade

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Foto: g1.globo.com

 

Quando um governo apela às emoções e às crenças pessoais da opinião pública, deixando de lado os fatos objetivos e a própria realidade em si, a verdade, obviamente, fica relegada a um plano secundário, como que escondida entre a fumaça e as cinzas que ninguém vê, ou dá a importância devida. Nesse caso, o que se tem é uma pós-verdade que, como mágica ou truque, oculta o que interessa. Os fatos deixam de ser um sujeito concreto e em seu lugar se elegem versões que melhor cabem na retórica dos governantes.

Esse tem sido, não só no Brasil, mas em grande parte das democracias ocidentais, o mecanismo usado pelos políticos para convencer a sociedade sobre as altas razões de Estado. Quando o presidente Jair Bolsonaro fala em pátria acima de todos, está, de antemão, justificando essas razões de Estado, a qual o cidadão, sequer, pode arguir.

No caso emblemático das queimadas na Região Amazônica, as primeiras versões do governo não foram, naturalmente, o que a população estava esperando, que seria o anúncio de um conjunto de providências emergenciais que seria adotado para resolver ou minorar o problema. Em seu lugar, o governo adotou um discurso raso do tipo nacionalista, afirmando que os cientistas do Inpe falsificavam e exageravam na divulgação dos incêndios que se alastravam. Em seguida, ainda sem tomar qualquer providência prática, resolveu, mais uma vez, recorrer a sua própria versão de que as ONGs estariam por detrás desses fatos, incendiando a região, já que teriam perdido recursos.

Quando a situação começou a chamar a atenção de todo mundo, dado o poder de divulgação de imagens de satélites e de outras tecnologias, novamente o presidente recorreu a pós-verdade, acusando os países europeus de planejarem uma ardilosa internacionalização da Amazônia. Até aquele momento, não havia, por parte do governo, nenhum anúncio sobre o tamanho do estrago, nem, tampouco, que medidas estavam sendo tomadas para o problema ser atacado de frente.

À medida em que a selva ardia, impulsionada pelo período de seca na região, as versões sobre a tragédia se sucediam por meio de bravatas do tipo “a Amazônia é dos brasileiros”. Somente quando a situação chegou ao seu auge, ameaçando o carro-chefe da economia nacional, representado pelo agronegócio que, por acaso, é também um dos pilares de apoio do próprio presidente, é que providências superficiais começaram a ser tomadas.

No cipoal de versões e bravatas desferidas, de modo impensadas pelo presidente, sobrou até para a primeira dama francesa, tratada de forma primitiva pelo governo e por seus apoiadores diretos. Durante todo o tempo do sinistro, o que prevaleceu foi a pós-verdade que deixava o incêndio de lado, enquanto apelava para a emoção da opinião pública, com incentivos a um nacionalismo e ufanismo fora de contexto.

De fato, não fosse a grande repercussão internacional com ameaças ao projeto do acordo Mercosul e União Europeia, possivelmente o problema e o fato em si passariam em brancas nuvens ou brancas cinzas.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Declarações de especialistas em Amazônia, como o general Heleno, demonstram que o formato definido na decisão do Supremo Tribunal Federal, no último dia 18 de março de 2009, em manter a demarcação em faixa contínua da reserva Raposa Serra do Sol, evidencia a vulnerabilidade do Brasil, diante de interesses externos, embora, tenho a absoluta certeza, o julgamento não tenha tido esse propósito.”

Zelite Andrade Carneiro, juíza

Foto: Vista aérea da Reserva Raposa Serra do Sol. Em 23/05/2008. (FAB/CCOM )

 

Burle Marx

Ministério da Cidadania, Iphan e Senado Federal apresentam A revolução do paisagismo, o legado de Burle Marx. O ciclo de palestras será no auditório do Interlegis, no Senado, no dia 29, quinta-feira, a partir das 13h30. Inscrições pelo e-mail senadoverde@senado.leg.br. Veja mais detalhes sobre o assunto no cartaz a seguir.

 

 

Simples assim

Ontem, no cafezinho da Câmara, o comentário era sobre a coincidência entre a sinceridade do general Figueiredo e Bolsonaro. Com um ponto favorável ao atual presidente. Bolsonaro sabe usar a mídia quando quem está por trás das câmeras são seus apoiadores. Portanto, se evitasse a mídia convencional e gravasse um programa sempre que precisasse esclarecer algum problema faria muito menos estrago como chefe da nação.

Foto: Marcos Corrêa/Planalto – 25.jul.2019

 

 

Retrato do NE

Na 5ª edição do ParlaNordeste houve a criação do Conselho dos idosos e a elaboração da Carta de Aracaju, que reuniu os problemas enfrentados pela região. O documento foi encaminhado aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Imediatamente o ônibus parou, o motorista e os passageiros socorreram os feridos, quando, a seguir, chega uma Rural da Polícia, chapa branca 2818, e seus ocupantes se negaram a transportar os feridos. (Publicado em 29/11/1961)

Reparando os danos

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Edifício sede do Mercosul (Foto: mercosur.int)

Com as prioridades impostas pelo petismo nas relações internacionais do Brasil, voltadas para o eixo Sul-Sul, com atenção especial para nosso continente e a seguir para os países africanos e do Oriente Médio, surgiram novos blocos como Brics, Unasul, Celac e outros de importância mais ideológicos do que práticos e econômicos.

A reanimação de um bloco como o Mercosul, uma entidade até então natimorta, entrou também na mira do governo, apenas sob o ângulo de afinidade ideológica. Com o desmanche no ar do petismo, transmutado em lulismo, o que ainda era sólido naquele governo foi se juntar no transatlântico à deriva, que se tornaram as esquerdas mundo afora, principalmente aquelas que ficaram presas nos anos sessenta, quando o tempo era outro e o mundo, obviamente, era outro também.

Desfazer mais de uma década de equívocos nos mecanismos complexos das relações internacionais não será tarefa das mais fáceis. Nesse sentido, e abrindo aqui um parêntese, a pretensa nomeação de um consanguíneo do atual presidente para o mais importante posto das relações internacionais, conforme tem sido anunciado, atrapalha muito esse processo de reparo nos estragos feitos e não ajuda, absolutamente, no processo do chamado concerto das nações em que o Brasil, num passado recente, ocupou lugar de destaque. Ainda é cedo para avaliar, com mais acuidade, a nova orientação que vem sendo dada às relações do Brasil com as outras nações.

Mas uma questão, nesse momento, também se impõe: é preciso aprender com o passado recente e não repetir os mesmos erros que levaram essas relações a trilhar um caminho de fundo ideológico com o sinal trocado, obrigando esse ministério a seguir numa direção com viés de direita. Antes de tudo é preciso retirar esse ministério de orientações político-partidárias do momento, livrando esse importante serviço para o País as amarras da pequena política. Pelo o que se tem visto, não será tarefa fácil. Para tanto, a ideologia deverá ser substituída pela razão. Uma razão de Estado, conforme é visto em todo o mundo desenvolvido do Ocidente. Claro que não baseada apenas em aspectos materiais e quantitativos e na busca cega pelo lucro a qualquer preço, o que nos forçaria a retornar ao período do mercantilismo do século XVI, dos superávits e do protecionismo. Pelo o que se tem visto, lido e ouvido do atual ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, não se pode mais estabelecer uma política externa num terreno cercado de grades (ideológicas) onde a razão e pensamento livres não penetrem. Para tanto, em sua opinião, é preciso, antes de tudo, não limitar o raciocínio a definições de ideologias e aprender a escutar a Nação brasileira para se fazer uma política externa em consonância com o que necessita e deseja sua população. Para ele, é necessário, antes de tudo, entender nossos paradigmas e nossa identidade para depois nos relacionarmos com o mundo.

Ao retomar a sua identidade, o Brasil pode, na visão desse ministro, trazer, para as suas relações externas, um novo enfoque num mundo globalizado que não é construído a partir das nações, onde não há fronteiras e onde todos parecem ter perdido sua própria personalidade.

Nesse contexto de globalização, desenfreada e irracional, é preciso, em seu entender, que o Brasil reafirme sua posição em prol de um mundo composto de povos com pretensões e desejos nacionais, com liberdade de ideias dentro da política externa, com soberania e contra essa “geleia geral” onde não há fronteiras e identidades de seus povos. “A independência nacional, evidentemente, foi conquistada em 1822 e não parece estar diretamente ameaçada. Então, às vezes, a gente se pergunta por que esse princípio continua figurando na Constituição, mas acho que o Constituinte de 1988 foi muito sábio nesse sentido, porque a independência não se trata apenas da independência jurídica, mas precisa ser uma atitude, tem que ser uma independência, por exemplo, em frente aos dogmas politicamente corretos que em muitos setores tendem a presidir o relacionamento internacional; tem que ser uma independência frente a essa ideologia de apagamento das fronteiras e de encerramento das nações; tem que ser também uma independência no sentido de capacitar a nossa economia com mais tecnologia, mais investimento, investimento privado gerando abertura econômica, mais competitividade, mais eficiência e inovação”, afirmou o ministro.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Em todas as eras, a humanidade produz indivíduos demoníacos e ideias sedutoras de repressão. A tarefa do estadismo é impedir sua ascensão ao poder e sustentar uma ordem internacional capaz de dissuadi-los, se conseguirem alcançá-lo ”.

Henry Kissinger, diplomata dos Estados Unidos

Foto: rocco.com

 

 

Ari Cunha

Será na quarta-feira a missa de um ano sem nosso titular nessa coluna. Na Paróquia São Francisco de Assis, SGAN 915, às 19h.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Brasília está ameaçada pela eleição para vereadores. No regime presidencialista, defendíamos a tese do voto, pelo cidadão brasiliense, apenas para presidente e vice-presidente. (Publicado em 26/11/1961)

Tratado de livre comércio sob a lupa dos verdes

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Foto: istoe.com.br

 

É bom o governo ir colocando em prática logo todas as providências acertadas com os negociadores europeus durante os acordos de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. A esperança de que esses tratados possam agregar mais US$ 10 bilhões às exportações do Brasil para a União Europeia, e outros bilhões num futuro próximo, não serão tão fáceis de serem implementados como acreditam e propagam alguns otimistas dentro do governo. Obviamente que se trata de um acordo que pode fazer o Mercosul renascer das cinzas, dando fôlego também à economia estagnada de nosso país.

É preciso lembrar que a maioria das cláusulas contidas nesses acordos precisam ser aprovadas, primeiramente, pelo parlamento de cada país e é aí que mora o perigo. O que resultará das negociações políticas dentro de cada um dos parlamentos na Europa é ainda uma incógnita e dependerá não só das eleições que ocorrerão nesses países, com a formação de maiorias dentro desses parlamentos, como da pressão de grupos de interesse interno, formado por agricultores, ONGs e defensores do meio ambiente e outros de cunho nacionalista.

Ambientalistas europeus, que não veem esses acordos com bons olhos, formam um grupo coeso e forte politicamente e costumam ter suas decisões acatadas pelos governos de muitos desses países signatários. A preocupação com os efeitos do aquecimento global e outras questões ligadas ao ambiente do planeta nesses países possuem um peso político considerável e são capazes de derrotar ou eleger candidatos, dando novo rumo a esses tratados.

A bancada verde, tanto do Reino Unido, como da Alemanha e da França, já vem se mobilizando para dificultar a aprovação desses acordos na sua totalidade por desconfiar de ações, por parte do Brasil, principalmente, em combater e punir os casos de desmatamento, do uso de agrotóxicos perigosos, a invasão de terras indígenas, a poluição de rios e outros temas ligados ao meio ambiente. Para piorar essa situação, as esquerdas europeias, municiadas ou açuladas pelos seus correligionários da América do Sul e do Brasil, estão realizando uma verdadeira maratona para melar esses acordos, com base em vieses ideológicos.

Outra barreira considerável para o deslanche desse tratado, como pretende o Mercosul e o Brasil, vem de setores da economia daquele continente, temerosos de perderem seus incentivos e terem ainda que concorrer com produtos de origem e qualidade duvidosas. Ambientalistas dos dois continentes temem que esses acordos acelerem, ainda mais, o processo de desmatamento no Brasil para o alargamento das fronteiras agropecuárias. Nesse sentido, pouco podem fazer as campanhas de publicidade do governo mostrando que o Brasil respeita o meio ambiente, uma vez que o monitoramento hoje desse processo é feito por sofisticados satélites e por alta tecnologia que pode, em tempo real, mostrar a derrubada de matas virgens, queimadas e outros ataques à natureza.

Diante de um quadro de dificuldades dessa magnitude, ou o governo muda seu discurso e prática com relação ao meio ambiente ou perde a oportunidade de fazer valer um grande tratado, vantajoso não só para a economia, mas que pode dar novo e definitivo rumo à questão da preservação do meio ambiente, que já é hoje considerada em todo o mundo o maior patrimônio de um país.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Denúncias cheias de nada.”

Ministro Sergio Moro sobre a lenga-lenga da oposição.

Foto: Jorge William / Agência O Globo

 

 

Novidade

Importantes projetos em votação no Senado. Um deles, o PLS 392/2016, autoriza o saque do FGTS nos casos em que a demissão for pedida pelo empregado. O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço é direito do trabalhador, não do patrão.

Charge do Gilberto, reprodução da Gazeta do Povo

 

 

Invasões

Sobre a decisão da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor, que está analisando um projeto sobre o “marketing invasivo”, há o aplicativo TrueCaller, que forma uma rede de consumidores que informam quando se trata de ligações por spam. O aplicativo é bastante simples. Os parlamentares discutem providências para bloquear essas ligações. Tudo o que se puder somar para frear essa forma irritante de marketing é valido.

Imagem: thehackernews.com

 

 

Divulgação

A Fundação Estudar está com as inscrições abertas e gratuitas para LIDERA, evento anual da organização sem fins lucrativos e que reúne alguns dos principais nomes da transformação no Brasil. Já estão confirmados o professor da Universidade de Harvard, palestrante internacional e autor dos livros “Pipeline da Liderança” e “Execução”, Ram Charan, além de Angela Duckworth, autora de “Garra” e professora da Universidade da Pensilvânia, e do técnico Bernardinho. Mais detalhes a seguir.

–> O evento, que acontece no dia 5 de agosto, será transmitido pela internet. Na oportunidade, a Fundação Estudar também apresenta os bolsistas aprovados no Programa de Líderes 2019. Os interessados em participar devem se inscrever até o dia 15 de julho pelo link: LIDERA ESTUDAR.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Outra da festa: os que trataram do elefante que divertia a gurizada, maltrataram demais o animal, que ficou ensanguentado. (Publicado em 24/11/1961)