Salve a mandioca

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960 Com Circe Cunha  e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: radios.ebc.com.br

 

Lembrada como a figura mais desastrada que já ocupou a chefia do Executivo desde a fundação da República em 1889, Dilma Rousseff, quem diria, ainda por muito tempo será lembrada, não por sua gestão, considerada pífia, mas por suas falas e improvisações, estas sim, inseridas definitivamente no panteão do anedotário nacional.

Durante os Jogos Indígenas de 2015, nossa “primeira presidenta mulher”, lançou diretamente, na orelha dos ouvintes distraídos, sua mais preciosa pérola da coleção dos discursos nonsense. Disse naquela ocasião: “Nenhuma civilização nasceu sem ter acesso a uma forma básica de alimentação… Temos a mandioca e produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana… Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil.”

Desde então, a fala de improviso tem sido citada nos sites de humor e outros, como um dos mais bizarros discursos já proferidos por um chefe de estado. O fato é que, um ano após esse discurso no típico dialeto dilmês, a Organização das Nações Unidas (ONU) apontaria a mandioca ou macaxeira como o alimento do século 21. Conhecida no Brasil muito antes da chegada dos navegantes europeus, essa raiz, juntamente com o milho foi e ainda é a base da alimentação de todos os povos que habitaram o continente sul americano.

Graças ao seu potencial nutritivo, com destaque para os carboidratos amilopectina e amilose, a mandioca é uma excelente fonte de fibras e de energia, sendo consumida hoje por mais de 600 milhões de pessoas em todo o mundo. De tão nobre na alimentação, o alimento mereceu, por parte dos deputados, um projeto de lei instituindo o dia 22 de abril como o Dia Nacional da Mandioca.

Atualmente, essa raiz está presente na alimentação em mais de 80 países em todo o mundo. O Brasil produz hoje algo em torno de 30 milhões de toneladas desse produto, grande parte por pequenos e médios agricultores familiares. Apesar da grande produção nacional, Nigéria e Tailândia são hoje os maiores produtores mundiais desse alimento.

Aqui na capital, o professor Nagib Nassar da Universidade de Brasília, PhD em Genética pela Alexandria University e pesquisador emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tem dedicado toda a vida ao melhoramento genético da mandioca, obtendo, com as pesquisas, um híbrido dessa espécie com a maior concentração de proteínas, uma variedade de mandioca que rende 8 vezes mais do que as espécies comuns, com cada planta chegando a pesar, isoladamente, de 20 a 24 Kg.

Graças a essas pesquisas, o professor Nagib tem sido laureado por diversos instituições mundo afora, por sua contribuição ao combate à fome. No livro “A História da Alimentação do Brasil”, do pesquisador Luís da Câmara Cascudo, a mandioca ocupa um capítulo especial denominado de “Rainha do Brasil”. O padre José de Anchieta, reconhecendo a importância dessa raiz na alimentação da população local, chamava essa raiz de “pão da terra”. Torna-se possível extrair uma essência verdadeira do discurso da interessante ex-presidenta. Dilma Rousseff tinha razão quando exclamou: “salve a mandioca”.

 

A frase que foi pronunciada:

“Não, os jovens não estão preparados para fazer um mundo melhor. Nenhum jovem nunca esteve. Essa ideia é um fetiche vagabundo de alguns poucos jovens dos anos 60 e adjacências. Ou de artistas que fazem desse fetiche seu mercado de consumo.”

Luiz Felipe Pondé, escritor e filósofo brasileiro.

Mafalda, tirinha do cartunista Quino

 

Perda

A morte é sorrateira e, quando chega, nada a detém. Um início de ano com tantas tragédias. Para o jornalismo brasileiro, mais uma: a morte de Ricardo Boechat. Jornalista muitas vezes apaixonado, agressivo, debochado. Sempre intenso! No momento do diálogo com o Simão, no programa do comecinho da manhã, sua gargalhada era única. Denúncias, opiniões, entrevistas. Não teve tempo de argumentar com a morte. Foi levado violentamente.

O jornalista Ricardo Boechat na TV Band. Ganhou em 2016 o Troféu Imprensa de melhor apresentador de telejornal Foto: Divulgação/Band

 

Caridade

Em todos os meses, na Paróquia São Francisco, na 915 Norte, há o Brechó Franciscano. Os objetos doados são aproveitados por várias paróquias da cidade e por algumas cidades africanas, onde há missionários franciscanos. O mote é’: “Desapegue-se. Doe você também!”

 

Opinião

Cientista de Brasília, Reginaldo Marinho, também apaixonado pela natureza, ganhou uma coluna na Folha do Meio Ambiente, a Coluna do Meio.

 

Foto: folhadomeio.com.br

 

Coluna do Meio

04 de Fevereiro de 2019

TECNOLOGIA COMO ELA É

Por Reginaldo Marinho – r.inventor@gmail.com

 

AGRICULTURA X TECNOLOGIA

 

O preço de um Boeing 787 equivale 1.000.000 de toneladas de soja, que consumiu 1.500.000m³ de água e ocupou área equivalente a 300.000 campos de futebol na sua produção.

Essa carga pesaria aproximadamente 8.000 aeronaves e seria distribuída em um comboio de 25.000 carretas carregadas de soja, que ocuparia integralmente a estrada entre Brasília e Belo Horizonte. 

Um Boeing 787 pesa 126 toneladas e é composto de insumos minerais e tecnologia. Conclui-se que a agregação de valor é atribuída à tecnologia. 

O governo precisa encontrar um meio de fomentar o desenvolvimento de tecnologias nacionais para gerar riqueza, novos postos de trabalho e fortalecer a estima nacional. 

Sem querer demonizar o agronegócio, fica claro que as fontes de riqueza que dinamizam as economias modernas são consequência das atividades ancoradas no desenvolvimento tecnológico, que não exclui as atividades agrícolas. 

Mas os recursos naturais são mais pressionados pelo agronegócio: consumo de água, redução de cobertura florestal e uso de defensivos. Mais grave é que o valor agregado às mercadorias é muito inferior.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Está empossado, o novo Secretário da Saúde da prefeitura. O dr. Fábio Rabelo é uma segurança para o Plano Hospitalar. Resta, agora, que consiga verba para a construção dos hospitais das cidades satélites, para que moradores pobres não tenham que gastar às vezes mil cruzeiros por um táxi para uma consulta no Distrital. (Publicado em 10.11.1961)