Mea Culpa

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Cazo

 

           Até que ponto o fenômeno da violência em nosso país, uma das mais altas em todo o mundo, pode ser considerado uma questão social, ligada, sobretudo, a fatores como desigualdade econômica existente em nossa sociedade? Essa é, entre muitas outras questões, o ponto de partida para que se compreenda essa que é uma das maiores preocupações de nossa população nos dias de hoje.

          Um outro problema inserido nesse debate, que já se estende sem conclusões por décadas, é o de saber que, tomado sob o ponto de vista eminentemente político, com todos os vieses ideológicos que isso comporta, a violência se multiplica, chegando mesmo a ganhar um preocupante crescimento exponencial, à medida em que decrescem as respostas efetivas ao seu combate. Isso significa que, mais importante até do que entender esse fenômeno de forma acadêmica e sonolenta, é pôr em prática, logo de início, as medidas previstas nos códigos legais, de forma ágil e sem hesitações.

         É da hesitação da justiça, em cumprir seu papel, que se aproveitam os malfeitores para persistirem na criminalidade. A reincidência no cometimento de crimes é, entre nós, o fator que mais tem contribuído para a escalada da violência. Não é por outro motivo que os operadores de justiça, principalmente aqueles que trabalham na ponta, como os policiais, já chegaram a uma conclusão assustadora: os marginais perderam o medo ou respeito pelos agentes da lei. Debocham dos policiais, e até zombam de juízes, sem receio algum de que isso vá resultar em mais penalidades.

         Um outro problema de grande importância, também já constatado, é que o interior das cadeias e presídios nacionais, seu dia a dia, é hoje controlado pelo próprio crime organizado. Isso significa que quem dá as cartas dentro desses estabelecimentos correcionais são os mesmos que cometeram crimes. Dentro desses recintos, existe até mesmo regras e leis próprias, redigidas e cobradas pelos detentos. É nessas prisões que se encontram as mais organizadas, profícuas e bem montadas universidades do crime. É um mundo paralelo que as autoridades fingem desconhecer.

         Há quem afirme inclusive que os presídios ajudam a multiplicar o número de criminosos. Fosse esse um mundo totalmente fechado e blindado do exterior isso não teria maiores problemas. A questão aqui é que de dentro dos presídios, mesmo os de maior segurança, partem, diariamente, ordens e serviços que devem ser cumpridos por aqueles que estão fora de seus muros. Essa intermediação é feita ou por familiares ou mesmo por uma legião de advogados de defesa, que levam e trazem mensagens, tanto de dentro para fora como de fora para dentro. Há uma espécie de status quo antigo que ninguém ousa alterar ou pôr fim. Somente por essa realidade visível, é possível intuir que mais do que um problema social, o crescimento da criminalidade e da violência dela decorrente é sistêmica e estrutural, e está incrustado e enraizado dentro do próprio sistema. Só não vê quem não quer.

         Mais importante até do que identificar o fator social, como causa primeira da criminalidade, é reconhecer que o nutriente dessa máquina infernal, que infelicita hoje os brasileiros, é dado por um elemento que não aparece nos estudos acadêmicos e científicos: a corrupção. É ela que nutre e perpetua o crime. Observem que, em países onde a corrupção é um traço insignificante, os índices de criminalidade praticamente inexistem ou são também insignificantes. Descontadas as proporções, dentro dos presídios, são replicadas e espelhadas as mesmas práticas corruptas que se observam para além de seus muros. É disso que estamos falando. Muito antes de ser um problema social e até político, a violência decorre de um ato de mea culpa, vindo daqueles que possuem responsabilidade sobre essa calamidade.

A frase que foi pronunciada:

“Você está na prisão. Se você deseja sair da prisão, a primeira coisa que deve fazer é perceber que está na prisão. Se você pensa que é livre, não pode escapar.”

G.I. Gurdjieff

G.I. Gurdjieff. Foto: ggurdjieff.com

 

Cuidados

Mais de 7 milhões de brasileiros foram ludibriados por golpes em 2023. As informações foram divulgadas na pesquisa realizada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), em parceria com a Offerwise Pesquisas. clonagem do cartão de crédito e/ou débito (6%); compra de produtos em anúncios falsos postados em redes sociais clonadas de amigos e/ou conhecidos (4%); transações financeiras na conta bancária sem autorização (3%); emissão de cartões de crédito sem autorização usando documentos falsos, perdidos ou roubados (3%); empréstimo do nome sem autorização usando documentos falsos, perdidos ou roubados (3%).

Foto: Mohamed Hassan / Pixabay

 

História de Brasília

Na pista da última corrida, próximo à chegada, havia um barraco onde estava escrita a cal a palavra ‘perigo’. O dr. Comparator da Consispa, atualmente em São Paulo, contando isso a amigos, foi em todos os buracos de São Paulo, precisaria de uma turma de duzentos homens trabalhando durante cinco anos para consertar. (Publicada 01.04.1962)

Novos colarinhos

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Charge do Nani

         Não é de hoje que parte da imprensa e alguns operadores da Justiça têm chamado a atenção para o lento e progressivo movimento do crime organizado em direção à máquina do Estado, não só em instâncias como o legislativo municipal, estadual e federal, mas nas esferas do Judiciário e no próprio Poder Executivo. Trata-se de um processo que não começou agora, mas que vem ganhando intensidade à medida em que essas organizações crescem em poderio e em eficiência como qualquer grande empresa.

          A sofisticação e os métodos de ação vão se aprimorando a cada mudança no comando desses grupos. As novas gerações de criminosos, alguns com formação universitária, enxergam esses negócios com olhos de empresários e sabem que o melhor a fazer, nesses tempos de tecnologia avançada, é organizar-se com métodos e critérios, criando ramificações no lado sadio da sociedade, sem que ninguém perceba.

          Obviamente que, para essa empreitada, o primeiro passo é qualificar seus integrantes, financiando seus estudos, contratando gente especializada nos diversos ramos de atividade empresarial e tudo mais. O passo seguinte é adentrar a máquina do Estado, instalando-se no coração do poder. Para isso, financiam candidatos a diversos cargos públicos. Em seguida, partem para cima da atividade política, financiando candidatos comprometidos com essas atividades ilícitas ao mesmo tempo em que impedem outros candidatos de concorrer na vasta área dominada pelo crime organizado.

          Como o próprio nome diz, o crime organizado vai, a exemplo dos bicheiros, abandonando as antigas atividades ilícitas e buscando novos negócios mais lucrativos e mais diversificados. Noutra ponta, os criminosos partem diretamente para o suborno de autoridades e mesmo de juízes, comprando a liberdade entre outros benefícios. Para os que não aceitam suas ofertas, os criminosos ameaçam e matam.

         Não são poucos os juízes do nosso país que necessitam de segurança armada 24 horas por dia, dormindo cada noite num local e vivendo uma vida de prisioneiro de fato. Também a imprensa tem mostrado que não são poucos os casos de juízes apanhados vendendo sentenças. A transformação do Brasil em corredor internacional do tráfico de drogas e armas, facilitado pela imensidão de milhares de quilômetros de fronteiras secas e pouco vigiadas, deu aos integrantes das diversas quadrilhas do crime organizado, insumos fartos para suas atividades ilegais.

         O crescimento e a lucratividade desse tipo de negócio são facilitados e até insuflados pela leniência com que o poder público lida com a questão. Leis de progressão de regime, saidinhas, visitas íntimas, bolsas concedidas aos familiares de presos, liberalização das drogas, advogados não revistados e muitas outras aberturas e facilidades são postas à serviço da bandidagem, em nome de uma falsa humanização dos condenados.

         Mas é, na política nacional, principalmente aquela parte que vive à base do toma lá, dá cá, dos orçamentos secretos e dos escândalos rotineiros, que os neófitos oriundos do mundo do crime, também chamados de colarinhos novos, encontrarão os adversários à altura de suas ousadias.

          Aí, nesse Olimpo, terão muito o que aprender para chegar ao status de um autêntico colarinho branco, intocável, impávido e impoluto. O problema com essa infiltração do crime organizado no mundo da política é que, nesse novo ambiente, nem os maiores especialistas do planeta em criminologia saberão quem é quem.

 

A frase que foi pronunciada:

“Temos de colocar esse problema no radar: violência, criminalidade organizada, como impedir a sua infiltração nas instituições e como o Estado reocupar espaços que estão perdidos para o crime organizado. E isso ocorre no Rio de Janeiro e na Amazônia. Portanto, é um fenômeno nacional, continental”.

Ministro Luís Roberto Barroso

Foto: Nelson Jr./STF/Divulgação

 

Barbaridade

A manchete que nunca saiu: “Ministro de Bolsonaro recebe a dama do tráfico em seu gabinete.” Imaginem! Dois pesos e duas medidas. Isso não é democracia.

Ex-presidente Jair Bolsonaro, em 12 de maio de 2021. Foto: Joédson Alves / EFE

 

Debate

Interessante a discussão na audiência pública que discutiu o papel do hidrogênio verde no Brasil e no mundo, em Brasília. O evento, promovido pela Subcomissão Especial de Hidrogênio Verde e Concessões da Câmara dos Deputados, conduzido pelo deputado Leônidas Cristino (PDT/CE), contou com a presença do presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região, Alexandre Vaz Castro. Na Europa, as plantas de hidrogênio não são mais feitas onshore, em terra, e sim no mar, por questão de segurança.

 

História de Brasília

A ressalva em tôrno dos frangos foi feita a propósito, porque as autoridades deviam saber que a granja do Torto, onde reside o presidente da República, tem uma excelente criação de frangos, e era quem fornecia para todos os banquetes realizados em Brasília. (Publicada em 27.03.1962)

Na corda bamba

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Charge: Nani Humor

 

No Brasil, já se sabe, a justiça é uma corda esticada, na qual se equilibram a lei, de um lado, e, de outro, as infinitas variações da mesma, oriundas da interpretação pessoal que pode ser dada por juízes. Trata-se da hermenêutica, princípio transformador das letras, que tudo pode, lançando causas e leis para o fundo do precipício. Tudo para o gaudio de egos imensos. Vista dessa forma, a lei é, em nosso país, uma personagem secundária em toda a trama da justiça. De modo sucinto, o que temos, portanto, mesmo a despeito do desejado equilíbrio e harmonia das partes, são juízes e não as leis, apesar de todo o processo.

Desse modo, nada surpreende que uma mesma corte possa sentenciar à prisão, em regime fechado, por anos a fio, um miserável que furtou um tubo de pasta de dente num supermercado e, em ato contínuo, livrar, de qualquer condenação, um flagrante ladrão do dinheiro público, acusado de desviar milhões de reais do erário, emprestando, a esse malfeitor, todo o amparo legal e simpatia da justiça.

A repetição, até monótona, entre nós, de casos dessa natureza, acabou por retirar, dessas decisões, todo o surrealismo que elas encerram. Trata-se aqui de uma aberração que fomos acostumados a assistir a cada sentença. Réus confessos, aqueles cujos crimes não pesam quaisquer dúvidas, são orientados pela própria justiça a voltar atrás em seus relatos e dar o malfeito por ficção ou sonho.

Nossas masmorras, lotadas com centenas de milhares de indivíduos, nascidos na mais abjeta miséria, permanecem com presos sem quaisquer condenações definitivas. Por outro lado, não se nota, nessas prisões, um espécime sequer desses emplumados corruptos e surrupiadores do dinheiro público, todos eles mantidos longe do alcance das leis e das punições.

Com isso, eleição após eleição, esses intocáveis encontram nova guarida e nova ficha limpa para se achegarem ao poder e, obviamente, para as proximidades dos cofres da União, de onde voltam a delinquir, seguros de que esses crimes repetidos permanecerão impunes para sempre.

A frase que foi pronunciada:

A liberdade de eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado.”

Eduardo Galeano

Eduardo Galeano. Foto: Samuel Sánchez.

Nota dez

Iniciando uma frota de aviões próprios, os Correios vão atingindo os objetivos traçados. Recursos logísticos com mais rapidez, otimização no prazo de entrega e ampliação dos serviços expressos.

Paralelo

Movimento estranho no laboratório Sabin. Mesmo com um WhatsApp disponível para a transmissão de documentos a quem interessa atendimento domiciliar, a comunicação trava e um funcionário liga dizendo que uma pessoa irá à residência para fotografar os documentos. Protocolo sem sentido!

Leitura Longeva

No Blog do Ari Cunha, o link para inscrição no Leitura Longeva. O primeiro encontro já aconteceu, mas haverá um evento por mês para debates sobre assuntos importantes aos mais vividos. Veja com a idealizadora Juliana Seidl se ainda é possível participar.

Cartaz postado no perfil oficial @longevapsi no Instagram

–> LEITURA LONGEVA
Nosso primeiro encontro do Grupo de Estudos da Longeva será nesta sexta-feira, dia 28 de janeiro, das 17 às 19h e vamos discutir este artigo publicado por Cristineide Leandro-França e Sheila Giardini Murta. 💜
.
Se você ainda quiser se escrever, você tem até amanhã, quinta (27/01) ao meio-dia:
1. Preencha o formulário de inscrição: https://bit.ly/3AHjmkA
2. Transfira o valor de 60 reais para o PIX: 006.035.101-24
3. Envie o comprovante para juliana@longevapsi.com.br
.
Em seguida, enviaremos o link com o texto principal e os complementares. Já somos 18 participantes. 💜 Até sexta-feira. 🙂😘

Arte

Que diferença faz a música! Mais uma edição do Favelagrafia, projeto lançado com fotógrafos de várias favelas cariocas, que chama a atenção pela criatividade da foto publicitária. Homens nos degraus do morro, com o rosto coberto e, no lugar do fuzil, um saxofone, um trombone e um trompete. Veja no Blog do Ari Cunha.

Manutenção

Na 907 Norte, bueiros abertos são perigo constante!

Candanguice

Na 202 Norte, um espírito de porco transformou o G em C e, até hoje, nenhuma autoridade se deu conta. Veja a foto no Blog do Ari Cunha.

Lupa

Hoje a Câmara Legislativa volta aos trabalhos. As metas desse ano exigem, da população da cidade, um olhar mais atento. Os assuntos tratados, em futuro próximo, passam pela Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), pelo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) e pelo Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB).

Foto: Carlos Gandra/CLDF

História de Brasília

Hoje comecemos por Taguatinga. Quando se resolveu a transferência das oficinas da Cidade Livre para Taguatinga, os que queriam colaborar com a Prefeitura aderiram logo ao movimento e enfrentaram as dificuldades, que eram muitas. (Publicada em 17.02.1962)

       Thêmis, a deusa protetora dos poderosos

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Notório saber é tudo o que não é preciso para um candidato ocupar uma vaga no mais alto tribunal do país. Essa deficiência, vista em muitos titulares do presente, é facilmente contornada com a possibilidade de contratação ilimitada, feita pelo gabinete do escolhido, dos mais ilustres profissionais do Direito, o que torna a tarefa de envergar a toga e caminhar pelos labirintos da justiça, com toda a pompa e circunstância, uma tarefa mais fácil do que tirar pirulito de criança.

Com isso fica claro que o verdadeiro ministro está oculto, na equipe montada dentro do gabinete, ficando à cargo do titular, apenas a leitura do parecer, previamente elaborado. Essa realidade ficaria ainda mais exposta ao público em geral, caso o candidato fosse sabatinado nos moldes como ocorre nos Estados Unidos, onde não é possível ascender à Suprema Corte em caso de carências e lacunas no saber jurídico.

Entre nós, a indicação do candidato, pelo Chefe do Executivo e sua posterior sabatina, feita de maneira superficial e vaga, está na raiz dos problemas e contramarchas que a sociedade hoje assiste nas decisões tomadas pela Corte. Há , de fato, uma contaminação, do tipo ideológica e partidária, visível no modelo de aprovação para esse tão elevado cargo e de vital importância para o país.

A “descondenação” do ex-presidente e ex-presidiário Lula da Silva, bem como o desmanche de toda a Operação Lava Jato, são apenas alguns exemplos desse descompasso gerado ainda na escolha do candidato, e que produzem decisões e sentenças finais, que têm deixado a população de cabelo em pé.

A reversão da prisão em segunda instância e todo o chamado garantismo jurídico que parece guiar a atual formação da corte, esconde, entre suas causas primeiras, a pouca ou nenhuma seleção feita para o assento na suprema corte. A não criminalização da política, como deixou claro em sua sabatina o último escolhido para esse Olimpo, ao soar como o cântico das sereias aos ouvidos dos políticos, abre como um mantra as portas desse novo paraíso, almejado por muitos.

Dizer também que pode detrás de todo o criminoso e político se abriga um ser humano que deve ser respeitado em sua integridade pessoal, mesmo que não colabore para a efetivação da lei, como deve ser, ainda abre brechas para o continuísmo dos casos escabrosos de corrupção que rói o país pelas beiradas.

Também a caracterização do indicado como sendo um indivíduo terrivelmente evangélico, apoiado inclusive, pelos mais controversos e espertos pastores dessas congregações, pode ajudar o chefe do Executivo a angariar votos entre os devotos dessa religião, mas deixa de lado, não só a laicidade do Estado, como abre caminho para tornar essa alta corte numa espécie de puxadinho do templo religioso.

Notório mesmo pode não ser o saber o saber jurídico desses novos membros da suprema corte, mas um fato o é por demais confirmado: quase todos os ministros que compõem a atual formação do Supremo, jamais votaram contra os interesses de seus padrinhos e daqueles que formam o grupo político deste. O aparelhamento político da corte, tem peso maior do que qualquer notório saber jurídico.

É o que está à vista de todos e não há como esconder esses fatos do cidadão comum. Thêmis, a deusa da justiça, deveria, para atualização dos caminhos tomados por nosso Direito atual, deslocar a venda que cobre seus dois olhos, deixando apenas um deles em coberto. Faria todo o sentido.

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando se tira o voto ao povo, o povo é expelido do centro para a periferia da história, perde o pão e a liberdade, o protesto passa a ser agitação e a greve rotulada de subversão.”  Ulysses Guimarães

 

Abuso

Há cartórios na cidade que são campeões em erros, trazendo prejuízo financeiro aos cidadãos. Além da demora para a emissão do documento, o contribuinte é obrigado a cobrir os custos se atrasar em qualquer quesito. O interessante é que o cartório erra diversas vezes, declara que foi erro próprio e sem cerimônia. Fica a dica para os distritais que se interessarem em estudar o caso.

 

Perigo e Prevenção

Está na hora de a Defesa Civil e Bombeiros verificarem a situação de segurança nas salas comerciais nas entrequadras. Na 213 Norte, bloco D, por exemplo, um supermercado instalou várias caixas d’água na laje que não foi construída para esse fim.

 

Violência consentida

Mais uma vez o desequilíbrio entre o poder policial e o poder judicial atinge vítimas. Quando o criminoso recebe a liberdade pela justiça, todos os inocentes correm risco. A vítima da policial ciumenta é mais uma prova disso. Assistimos ao segundo ataque. Vamos aguardar pelo terceiro?

 

História de Brasília

Quando o engenheiro esperava sua visita, foi informado de que voltara ao Rio, e “só depois êle vai ver os esqueletos dos prédios”. (Publicada em 15/02/1962)

 

A ilha do Tesouro

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Um dos entraves à roubalheira daqueles que obtêm recursos públicos por meios ilícitos, seja por peculato, seja por corrupção passiva e ativa ou outras modalidades criminosas, é que não existe ainda no mercado um saponáceo totalmente eficiente para lavar e branquear eficazmente o dinheiro sujo. Para tanto, os finórios recorrem à compra de bois, cavalos, imóveis, joias, obras de artes e outros bens em nomes de terceiros e laranjas para, posteriormente, tentar conferir certa cor de legalidade ao que foi tungado inapropriadamente.
Ocorre, como sabem muito bem aqueles que investigam de perto esses casos tão comuns no país, que, ao primeiro sinal de que o pó do esquecimento começa a cobrir esses casos, os larápios buscam uma maneira de fazer com que esses recursos camuflados se transformem em bens de luxo, que lhes tragam satisfação material e status. E é aí que podem ser pegos, dependendo da pronta ação da Justiça e, obviamente, de quem está por trás desse feito delituoso. Tem sido assim por décadas. Por décadas, também, esses fatos têm tido como sujeito principal agentes políticos, eleitos justamente para que os recursos públicos tenham como destino certo as necessidades básicas da população.
São, como repetia o filósofo de Mondubim, raposas cuidando da integridade do galinheiro. Para cometer crimes, os larápios se valem, muitas vezes, da morosidade da Justiça e, ainda, da blindagem proporcionada pelo mandato contra incômodos legais. Situações desse tipo, em que agentes públicos dotados da mais alta missão dada pelo voto direto se envolvem em desvios de recursos que, ao fim e ao cabo, pertencem aos próprios eleitores, tornaram-se não apenas corriqueiras e sem solução justa, mas, nestes tempos de inversão de valores, há casos em que quem termina condenado são aqueles que ousam denunciar ou condenar essas más práticas.
Esse avesso do avesso da ética permite a esses ladravazes desfilarem livremente sua empáfia em público, ocasião em que passam a culpar a imprensa, a injustiça e a perseguição política, num enredo por demais conhecido de todos. Do alto de suas mansões milionárias, contemplam, ao longe, a Praça dos Três Poderes, como piratas a espreitar, do mar, a ilha do tesouro. Nesse caso, do tesouro público.
A frase que foi pronunciada:
“O bom político veio para servir. O mau veio para ser servido.”
Dona Dita, pensando enquanto faz crochê
Sempre alerta
Tayd e Taym Alnassan são aplicados escoteiros de Brasília. A Abertura Regional Escoteira 2021 está totalmente repaginada, completamente adaptada à pandemia. Com atividades desafiantes on-line, fomos provocados pelos irmãos sírios para uma delas: fotos intrigantes do início de Brasília. Postamos, a seguir, todas as fotos que enviamos como colaboração à gincana.
Fila do leite?
Que palavras teriam sido ditas?
A torre de TV ainda sem a torre de TV
Turbina da barragem
Procura-se catalisador
O que não dá para repensar é a vida dos empresários. O número de gente desesperada aumenta. E é justamente essa gente que engendra a roda da economia. Política pública emergencial, gestão de crise, falta um programa catalisador, que converta essa temporada nociva para a economia em projetos criativos que enriqueçam a atmosfera nacional.
Manifestação em frente à casa do governador. Foto: Carlos Vieira/CB/DAPress
Haja meditação
NET e Claro, no Setor de Mansões do Lago Norte, acumularam nova função. No lugar de informar a velocidade da rede, passaram a testar o nível de paciência dos clientes. Em tempos de home office, o investimento deveria ser mais efetivo.
Foto: divulgação
Fica a dica
Para um nada consta na CEB, bastava o número do cliente. Hoje, é uma burocracia fenomenal. Fica a dica para os novos gestores que começaram a trabalhar na CEB, privatizada ontem: melhorar o relacionamento com os usuários, descomplicando o acesso a informações pelo site.
Foto: portalvarada.com
Atualizado
Está quente o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Decretos atentam contra a democracia, gasto recorde dos recursos do FNSP, violência contra a mulher, reconhecimento fotográfico e erros judiciais, fake news e racismo, debate sobre armas no mundo. Veja a seguir.
História de Brasília
Para os que sabem que eu sirvo à prefeitura, tenho a informar que não sou funcionário. Sirvo através de um contrato, não serei atingido pela “dobradinha”, mas a defendo, porque vejo um motorista na prefeitura ganhar 15 mil cruzeiros, enquanto um do Supremo Tribunal Federal ganha mais de cem mil cruzeiros. E ambos têm a mesma profissão. (Publicado em 27/01/1962)

Parcialidade sem parcimônias

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Foto: Agência Brasil

 

No Brasil surreal em que vivemos, vira e mexe, a porta da sensatez é arrombada a cada nova pauta-bomba gestada pelos poderes da República, sempre de acordo com os interesses momentâneos de grupos situados no topo da pirâmide. Dessa forma, decisões emanadas de cima para baixo, por sua própria origem, tendem a favorecer, justamente, aqueles mesmos indivíduos e seus aliados ali encastelados. Um verniz de legalidade marota é aplicado na superfície dessas novas resoluções, blindando decisões de quaisquer críticas ou contestações.

Trata-se, como tem sido apontado diversas vezes, por despertos de toda a natureza, de uma nova modalidade de autocracia, coberta por uma rara e tênue camada de leis constitucionais que conferem a essas medidas um certo ar de democráticas. O que se verifica, no entanto, é que, por debaixo da pele de cada uma dessas decisões, exala o odor autoritário e vencido, emanado por Brasil velhaco, que se recusa a sair de cena.

O fim da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, o fundão eleitoral de R$ 2 bilhões, a proibição de repasses de dados da Receita Federal e do Banco Central ao Ministério Público e à Polícia Federal e o esfacelamento da Lei da Ficha Limpa e do pacote anticrime são apenas alguns exemplos, pinçados ao acaso, que reforçam a sensação de que, de fato, os brasileiros vivem um arremedo de democracia.

A total falta de parcimônia com que os poderes do Estado usam os recursos do Tesouro Nacional para bancar uma vida de luxo e distante léguas da realidade nacional só reforça a ideia de que nossa democracia vai sendo desenhada e adaptada, cada vez mais, aos interesses de uma aristocracia republicana, que pouco se importa com a população.

Não são poucos os brasileiros de bem que têm apontado a desvirtuação de nossa democracia, que vai sendo costurada, pouco a pouco, por acordos e conchavos de bastidores entre os altos escalões dos Três Poderes, repartindo e reforçando entre eles nacos de poder, desmanchando a própria natureza e a eficácia original da tripartição dos poderes.

As constantes e pouco divulgadas reuniões entre os chefes desses poderes, normalmente feitas com banquetes e outras festividades regadas com os mais finos acepipes bancados pela população, demonstram que tais afinidade e sintonia fina são feitas em nome de arranjos e outras estratégias, que, evidentemente, não podem ser divulgadas para o conhecimento do grande público, mas que, pelos seus resultados, sejam em aprovação de leis, sejam em decisões supremas ou ratificação de decisões, falam por si só.

Como repetia o filósofo de Mondubim: toda vez que áulicos se fecham em secreta reunião, ao povo e à sua vontade é dada a extrema unção”. Um dos últimos desses arrombamentos desferidos contra as portas da sensatez foi dado justamente por um amplo acordo de bastidores, em que os Três Poderes concordaram em trazer à tona o esdrúxulo instituto do juiz de garantias, uma verdadeira pauta-bomba, jogada no colo da população e que tem como objetivo apenas conferir maiores empecilhos à condenação de corruptos do colarinho branco. É a tal da parcialidade sem parcimônia.

 

 


A frase que foi pronunciada

“Ninguém pode alegar desconhecimento da lei por ter descumprido alguma regra. O problema é que os que bem conhecem as leis são os que conseguem burlá-las por interpretações (in)convenientes. Quanto a isso, não há norma. Apenas mais e mais artigos para facilitar as fendas.”
Observação que não quer calar

Charge do Mandrade

 

Sem taxa

População de Brasília une forças para impedir que as concessionárias de energia elétrica ajam para taxar a energia fotovoltaica em 60%. Veja a seguir um vídeo sobre o assunto.

 

Novos

Escolas públicas do Distrito Federal têm os nomes dos gestores divulgados no Diário Oficial. Os novos diretores e vice-diretores foram eleitos pela comunidade escolar, que fez questão de comparecer em peso para firmar o voto nesse processo eleitoral. Os votos válidos obedecem à seguinte porcentagem: 50% professores e servidores, 10% pais e estudantes. Os candidatos eleitos ocuparão o posto até dezembro de 2021.

Foto: jovempan.com

 

 

Mais tranquila

Muito importante a presença de uma doula durante o parto. É a parte humanizada que as mães vão se lembrar para sempre. A Secretaria da Saúde está decidida a normatizar a presença das doulas nos hospitais do DF. Há um Grupo de Trabalho criado nesse sentido. Uma nota técnica fará as adequações necessárias. Gabrielle Medeiros, coordenadora do grupo, divulga a razão da iniciativa: “A entrada das doulas na rede é uma oferta de suporte emocional, físico e de informação. As doulas cumprem um papel importante ao proporcionar confiança e utilizar técnicas de alívio da dor, bem como oferecer recursos facilitadores para o parto”.

Foto: saude.df.gov

 

 

História de Brasília

Aliás, quem ficou tremendamente mal-satisfeito com esse manifesto foi o sr. Selmi Dei, por causa daquela referência de “inépcia, desonestidade e apetites criminosos de grupos…” (Publicado em 13/12/1961)

Caixinha, obrigado

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Foto: linkjur.com.br
Foto: linkjur.com.br

           Um volumoso capítulo, neste triste enredo da Lava Jato, ainda está por ser escrito revelando os bastidores e as atuações de dezenas de bancas de advogados criminalistas colocados, à peso de ouro, à disposição da maioria dos implicados nessa rumorosa Operação da Polícia Federal e do Ministério Público.

          De fato, a Lava Jato acabou expondo, até pelo montante impressionante de dinheiro envolvido nesses crimes, como é possível à uma categoria profissional, que tem no seu mister a obediência à justiça e à ética, enriquecer da noite para o dia, apenas costurando ações judiciais que livrem seus clientes das grades.

        Nessa altura dos acontecimentos, já ficou claro para todos que o grosso dos honorários recebidos por esses novos milionários veio da mesma fonte onde brotaram os bilhões de reais extraídos em contratos fajutos dessa e de outras estatais. Formam, portanto, um mesmo conjunto de dinheiro sujo, tungado, por meliantes da política, do contribuinte brasileiro. Não se tem, por enquanto, o montante dessa fortuna que acabou recheando as contas bancárias desses agentes da lei. O que se sabe, é que caberiam em muitas grandes malas de grifes famosas. Vale reforçar com letras garrafais que, obviamente, tudo dentro da maior legalidade, para nossos frouxos parâmetros éticos.

         A questão aqui é justamente a legitimidade desses altíssimos honorários, pagos por gente tão famosa, como ousada, e que nunca imaginariam conhecer o catre por dentro. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), tão ciosa de sua existência, jamais ousou inquerir sobre a origem dessa montanha de dinheiro, transferida dos acusados para seus defensores.

          Houvesse um pingo de interesse dessa instituição em esclarecer e criar regras impeditivas para o recebimento de dinheiro suspeito, outro rumo tomaria esse descalabro que afronta os brasileiros de bem. Caberia, antes de tudo, à Justiça, em nome da sociedade, impor condições para deter essa transferência de dinheiro de uma mão para outra, obrigando que envolvidos em casos de desvios do erário fossem representados pelos defensores públicos.

          Não é por outra razão que milhares de advogados desse país estão hoje à serviço da defesa desses corruptos, numa movimentação agitada, impetrando mandatos sobre mandatos, colocando o que ainda resta da boa justiça contra a parede. Até mesmo a transparência que se exige hoje sobre a movimentação do dinheiro público deveria ser usada para revelar os valores pagos em forma de honorários.

          Essa situação surreal faz com que o dinheiro surrupiado da população acabe sendo consumido na defesa desses criminosos, indo parar no fundo da algibeira dos profissionais que têm toda a liberdade de trabalhar no Brasil.

            O pior é que, para muita gente, o que está havendo é uma espécie de lavagem de capitais, utilizando-se desses famosos escritórios para branquear esses recursos. Ou a OAB se pronuncia sobre essas suspeitas e esse acinte a ética profissional, ou se cala, sabendo que a verdade foi revelada. De toda a forma, o que se tem, é que essas bancas, famosas ao defender os predadores do patrimônio público, estão, na verdade, se transformando em promotores contra a sociedade, e contra os pagadores de impostos, que são obrigados a aceitar o fato de que seu próprio dinheiro é usado de quatro modos para lhe afrontar a dignidade: para enriquecer esses corruptos e seus familiares, para a defesa dos mesmos em caso de serem apanhados, para engordar contas bancárias de famosas bancas de advogados criminalistas e, finalmente, para ser obrigado a pagar os rombos deixados pelo rastro da falta de ordem e progresso. Criamos, por nossa leniência, esses absurdos.

A frase que foi pronunciada:

“Não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento da justiça.”

Rui Barbosa

Charge: vanessadesouza.files.wordpress.com
Charge: Erasmo (vanessadesouza.files.wordpress.com)

Facilidade

Quem sabe o secretário da Segurança Pública da Paz Social, Cristiano Barbosa Sampaio, venha encampar a responsabilidade de colocar equipes pelas regiões administrativas durante a madrugada. São muitas festas que começam na sexta-feira e só terminam na madrugada da segunda-feira. É uma forma simples de encontrar drogas e traficantes.

Um dia

Dia Distrital do Gari. No dia 16 de maio será ponto facultativo para os profissionais que limpam a cidade. Um projeto do deputado Chico Vigilante instituiu a data no calendário oficial do DF. Infelizmente, até agora os lixeiros continuam pendurados nos caminhões madrugada a dentro, correndo risco e cheirando lixo. Até agora, não há regras contra. Nem o Código Nacional de Trânsito vale para impedir esse absurdo.

Charge: tourosemfoco.blogspot.com
Charge: tourosemfoco.blogspot.com

Novidade

No WhatsApp corria o vídeo de uma quadrilha dançando em uma festa de São João. Comandada pelo sanfoneiro que gritava: Anarriê! Olha chuva! Olha o Neymar! Nesse momento todos caiam.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Enquanto os ministérios das Minas e Energia, e Fazenda, são obrigados a abandonarem a Esplanada, por falta de espaço, os blocos dos ministérios ficam sendo ocupados por repartições alheias, como é o caso do Iapfesp, que deveria estar na administração da sua superquadra, para ver as mazelas, e procurar corrigir os defeitos. (Publicado em 24.10.1961)

ARI CUNHA – Visto, Lido e Ouvido

Publicado em Íntegra

Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

 

Asas da liberdade

Com a reabertura democrática,os movimentos sociais sufocados por duas décadas de opressão vieram à tona com toda a força, deflagrando pelo país as mais variadas reivindicações. Primeiro pela liberdade de organização e de sindicalização.

Realizada esta etapa, seguiram-se agitações por reposições salariais, planos de carreiras e outros auxílios diversos. Desse tempo ficou a esperança de que, para o funcionalismo público, se abririam dias de bonança. Passada esta fase “juvenil” de nossa democracia, depois de igual período experimentando o regime de liberdades plenas, outras e novas questões surgiram no rol reivindicações da categoria.

Para os professores, em especial, a realização de uma ou duas greves anualmente, deixou claro que algo errado persistia com a classe. A almejada liberdade, onde tudo seria conquistado pela pressão desses profissionais, não trouxe as melhorias sonhadas. As escolas continuaram no seu lento processo de sucateamento, os ganhos salariais obtidos numa ponta, foram facilmente corroídos no outro extremo pelos efeitos da inflação em cadeia. As vitórias do dia anterior eram facilmente ultrapassadas pela realidade do dia seguinte.

A mesmice das greves, entronizadas no cotidiano de alunos e pais, só fez crescer o processo de decadência acentuada do setor educacional.

Desmotivação e professores cada vez menos preparados para a função foi o que restou de anos de paralisações.

Sem outra razão para existir do que fomentar greves relâmpagos, restou aos sindicatos o papel de piromaníaco das relações trabalhistas.

Rapidamente alguns professores mais lúcidos começaram a perceber que neste labirinto não  havia saída  nem solução possíveis .

O problema da educação pública de qualidade é muito superior às questiúnculas sindicais imediatistas e de cunho ideológico partidário.

Definitivamente não há solução possível via greves e interrupções sistemáticas de aulas. Passou da hora de o governo Rollemberg tomar a dianteira em relação ao restante do país e buscar conjuntamente a solução definitiva ou de longo prazo para os muitos problemas do ensino público.

Propostas, como a mudança no método de custeio do ensino, através da adoção do financiamento do sistema com base em valores per capita  de cada aluno efetivamente matriculado e frequente, poderiam ser discutidas.  Em outras palavras, os recursos para bancar escolas e professores viriam de cada aluno financiado pelo governo. Os recursos ficariam sob a administração de cada regional que aplicaria diretamente em suas escolas.

A Secretaria de Educação precisa cortar as gorduras, assim como o restante da burocracia perdulária e inoperante. A autonomia das escolas daria sentido ao sistema da meritocracia, premiando as boas escolas e reorientando aqueles estabelecimentos menos capazes. Enfim, livrando as escolas da intromissão política dos governos e de quebra libertando os professores da opressão dos sindicatos.

A frase que não foi pronunciada

“A gratidão tem memória curta.”

Benjamin Constant

Posse

Com 37 anos, o oncologista Gustavo Fernandes vai dividir a tarefa de dirigir o Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês(Unidade Brasília), e a presidência da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. No discurso da posse na SBOC, o especialista em tumores gastrointestinais declarou que está pronto para trabalhar para que a entidade seja um modelo para o país.

Verdade

Quem sempre teve ojeriza de imitar americanos agora compra a briga pela legalização do aborto agradando a multinacionais que gargalham frente às facilidades da corrupção no Brasil. O juiz que autorizou o primeiro aborto nos EUA, no caso Roe contra Wade, carrega o arrependimento por toda a vida. Ele disse que, se naquela época os aparelhos de imagem fossem tão avançados como os de hoje, jamais permitiria o assassinato intrauterino. Não faltam vídeos no YouTube mostrando o esforço dos bebês para sobreviver aos ataques patrocinados pela própria mãe.

Em nada

Com a timidez de sempre, os tucanos criticam a pizzada da CPI do BNDES. Deputados do PSDB comentaram sobre a falta de acesso aos documentos e ingerências políticas no processo. De acordo com o Coaf, as operações suspeitas somam R$ 500 milhões.

Memória

Foi só chegar às empresas telefônicas, pagar R$ 600 pelo extrato de ligações de quem quer que seja. Senadores já compraram o próprio sigilo telefônico. O senador Álvaro Dias conferiu a lista das próprias ligações. Estava certa. O deputado Gustavo Fruet também checou. Só o então senador Aloisio Mercadante disse que as informações eram falsas. O fato ocorreu em 2008.

Perigo

Que rigor é esse? 520 mil toneladas de agrotóxicos consumidos em 2014 no Brasil. Enquanto o mundo inteiro proíbe vários tipos desse do produto, o nosso país recebe sem burocracia. Os rios vão sentindo o impacto.

História de Brasília

O   Ministro Pedroso Horta foi o primeiro a tomar conhecimento da decisão do sr. Jânio Quadros, mantendo, entretanto, segredo absoluto. (Publicado em 26/8/1961)