Mestres são modelos de exemplo. Ou deveriam ser

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Imagem publicada no perfil oficial do Estadão no Instagram

 

Em imagens publicadas na capa do Jornal Estado de S. Paulo, na edição dessa sexta-feira, 15 de outubro, professores da rede pública local exibem o corpo completamente pichado, inclusive o rosto, com mensagens pedindo mais valorização, respeito e amor pela categoria, num apelo desesperado pelo reconhecimento de uma profissão que, nos últimos anos, passou a ser incluída como um trabalho em que o risco de agressões e morte é cada vez mais presente.

Aparentemente, as fotos mostrando profissionais da educação teriam alcançado o objetivo de chamar a atenção para o desprestígio com que o magistério sempre foi tratado pelo estado e pelas autoridades políticas. A prova desse desprezo é que, entra ano e sai ano, as manifestações contra os salários e as condições de trabalho aos quais os professores são submetidos em todo o país persistem sem solução à vista.

Ocorre que, numa análise mais detida e sem o falso sentimentalismo, que muitas manifestações suscitam, o que as imagens mostram, com pessoas com o corpo coberto de rabiscos e de pichações, inclusive os rostos, passa uma ideia de total desrespeito pela figura humana, submetendo o corpo e a própria imagem às agressões que muitas vezes enxergamos nas garatujas espalhadas por toda as cidades brasileiras e que denotam desejos niilistas de destruição e de desprezo urbano.

Pichações são agressões urbanas, que devem ser combatidas tanto pela justiça como por processos educativos. A violência urbana, em todas as suas formas, físicas ou não, podem ser confirmadas e estampadas em prédios e muros nos territórios dominados por gangues de delinquentes. O que os professores não perceberam de imediato, talvez incentivados por marqueteiros e propagandistas de estúdio, no afã de mostrar o produto apelativo para algum veículo da mídia, é que, ao exibirem seus corpos cobertos de garatujas, no melhor estilo pichação, e que, afinal, retratam o próprio submundo do crime, serviram como modelo para uma atividade ilegal, promotora da poluição e do stress urbano e que faz de nossas cidades um lugar a ser evitado.

O respeito aos professores pode ser reclamado usando-se daquilo que lhes é sua principal ferramenta de trabalho, a saber, a educação. Ao se permitirem ser pichados, em nome do que quer que seja, esses professores se colocaram em segundo plano, desrespeitando-se a si próprio e, portanto, perderam as condições mínimas de reclamarem das péssimas condições de trabalho atuais. Quem a si não respeita, não pode exigir tratamento respeitoso.

O que as imagens mostram, de forma ostensiva e sem qualquer reflexão das consequências, é a repetição do abominável modelo de bullyng, presente em toda a parte, nas escolas e que está por detrás, inclusive, de crimes de morte. Ao se permitirem ser enxovalhados dessa forma, submetendo a própria face à desonra dos rabiscos, como que marcados a fogo e ferro, o que esses professores podem, até subliminarmente, ter alcançado, na mente de muitos, é que vale a pena prosseguir nesse desprezo contra uma categoria que não usa da imagem e da força da educação para ensinar o que, pelo menos, não se deve fazer. É uma pena e fica aqui a lição no Dia dos Professores de 2021.

A frase que foi pronunciada:

O verdadeiro professor defende os seus alunos contra a sua própria influência.”

Amos Alcott

Amos Alcott. Foto: wikipedia.org

Editora Telha

Por sugestão do amigo Silvestre Gorgulho, anunciamos o lançamento do livro de Márcia Turcato, “Reportagem – da ditadura à pandemia”. Histórias desde 1964 aos segredos dos bastidores da política candanga, enriquecidas com o jogo de cintura exigido do bom jornalista em momentos surpresas. São 112 páginas e custa apenas R$ 35,00.

Foto: Divulgação

De olho

Viviane Becker, 2ª vice-presidente do Conselho Comunitário do Lago Sul (CCLS), compõe a liderança da União dos Conselhos Comunitários do DF: Luiz Guilherme Jaganu, presidente do CCLS; Natanry Osório, 1ª vice-presidente do CCLS e ex-administradora do Lago Sul; Antônio Matoso Filho, prefeito da Prefeitura Comunitária da Península Norte; Francisco Sant’Anna, presidente da Associação dos Moradores e Amigos da Região do Parque Ecológico do Córrego do Mato Seco – AMAC/Park Way; e José Jofre Nascimento, presidente da Associação Comunitária do Setor de Mansões Park Way. A discussão da LUOS está crescendo. Acompanhe os líderes da sua região.

Imagem: lagosul.com.br

Antonio Veneri

Excelente programação de terça a domingo. Exposição sobre refugiados venezuelanos terá visita guiada com o fotógrafo Antonello Veneri, aos finais de semana, no CCBB. A Exposição Fotográfica “Acolhidos: O Percurso Da Venezuela À Integração No Brasil” vai até o final do mês, de 9 h as 21 h, entrada franca e livre. Dê uma espiada nas fotos a seguir.

–> Exposição sobre refugiados venezuelanos terá visita guiada com o fotógrafo Antonello Veneri, aos finais de semana, no CCBB

A mostra ACOLHIDOS retrata o percurso migrantes que estavam abrigados em Roraima e conquistaram a autonomia financeira, a partir de oportunidades de trabalho no Brasil.

Veneri fala sobre suas experiências fotográficas na exposição ACOLHIDOS, em Brasília (Foto: Divulgação/AVSIBrasil)

BRASÍLIA (DF) – Nos próximos dois finais de semana, a exposição fotográfica Acolhidos: o percurso da Venezuela à integração no Brasil, em cartaz no CCBB Brasília, disponibilizará visitas guiadas exclusivas com o fotógrafo Antonello Veneri, para falar sobre o trabalho realizado durante a sessão fotográfica com refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil.

O tour guiado será realizado aos sábados e domingos, nos dias 16, 17, 23 e 24/10, com grupos formados por ordem de chegada, no período da manhã, das 10h às 11h, e à tarde, das 15h às 16h. A duração de cada percurso é de 30 minutos. Não havendo grupos na sequência, esse tempo pode ser estendido.

Todos os protocolos preventivos contra a Covid-19 estão previstos. O uso de máscara é obrigatório durante todo o trajeto e os grupos serão organizados com limite de participantes para prever o distanciamento adequado e conforto para todos os visitantes.

SOBRE A EXPOSIÇÃO

A exposição Acolhidos: o percurso da Venezuela à integração no Brasil, é uma realização da AVSI Brasil, que implementa o projeto Acolhidos por meio do trabalho. As fotos ilustram o trajeto realizado por centenas de famílias venezuelanas desde que chegam ao Brasil e são recebidas nos abrigos da Operação Acolhida, em Roraima. A jornada segue rumo a diversas cidades no Brasil onde, amparados pelo projeto, conseguem oportunidades de emprego junto à iniciativa privada. Estima-se que cerca de 8 mil migrantes venezuelanos estejam vivendo em abrigos temporários em Roraima.

Na exposição, o visitante irá contemplar cerca de 120 fotografias e retratos; ler depoimentos de pessoas entrevistadas, além de contar com recursos audiovisuais que proporcionam uma reflexão sobre refúgio, migração e acolhimento no Brasil. A mostra também conta com uma sala educativa, onde são realizadas atividades para jovens e crianças e apresentação de vídeos com depoimentos sobre os bastidores desta experiência, além de depoimentos de colaboradores da AVSI Brasil, acerca do trabalho humanitário realizado nos centros de acolhida.

O PROJETO

O projeto Acolhidos por meio do trabalho é implementado pela AVSI Brasil e Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e conta com recursos financiados pelo Bureau de População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM) para fortalecer as ações da Operação Acolhida no Brasil. Durante os primeiros dois anos de atividades, o projeto já intermediou a interiorização de 1.143 venezuelanos, de Roraima para nove estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, sendo que 543 foram contratados por empresas parceiras. Cada pessoa contratada pode levar seus familiares para um novo recomeço na cidade de acolhida e contam com acompanhamento social e moradia nos três primeiros meses após a contratação. O projeto também atua com a população brasileira em situação de vulnerabilidade, com capacitações profissionais e a inserção no mercado de trabalho. Para mais informações acesse: www.avsibrasil.org.br

O FOTÓGRAFO 

Fotógrafo e jornalista, nascido em 1973 na Itália, Antonello Veneri mora e trabalha no Brasil desde 2009.  Colabora com a agência internacional de notícias AFP (Agence France Press) e com o coletivo EverydayBrasil.  Suas fotos estão em jornais e revistas internacionais, livros, exposições, museus e galerias. Realizou 13 exposições individuais: Galleria Civica/MART (Itália), Brown University e Virginia Tech (EUA), Instituto Italiano di Cultura de São Paulo, entre outros, e exposições coletivas. Em 2015 iniciou a colaboração com a AVSI Brasil, documentando projetos como as APACs, cuja exposição “Do amor ninguém foge” circulou em várias cidades do mundo.

SERVIÇO:

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA ACOLHIDOS: O PERCURSO DA VENEZUELA À INTEGRAÇÃO NO BRASIL

Local: Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB Brasília (SCES Trecho 2 – vão central da Torre 4, térreo)

Data: até 31 de outubro de 2021, de terça à domingo

Horário: 9h às 21h

Entrada: Gratuita Classificação etária: Livre

 

VISITAS GUIADAS EXCLUSIVAS AOS FINAIS DE SEMANA:

Data: 16, 17, 23 e 24 de outubro

Horário: 10h às 11h e 15h às 16h

OBS: A organização dos grupos será por ordem de chegada e não é preciso retirar ingressos antecipados

 

Assessoria de imprensa:

Michelle Souza (Ela Fala Comunicação) – 61  9387.1010 elafala.assessoria@gmail.com

Fabiana A. Vieira (AVSI Brasil): 61 99874.9730 – acolhidos@avsi.org.br

História de Brasília

Com esta numeração, a pessoa, de posse do endêreço, conceberia a localização da quadra procurada, pela numeração da superquadra, que seria equivalente. (Publicada em 10/02/1962).

Quem quer dinheiro?

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Foto: Kay/Unsplash

 

Não se enganem: nenhum cidadão brasileiro de bem preocupado com o futuro do país e com as novas gerações apoia a liberação dos jogos de azar e a volta dos cassinos ao Brasil. A regulamentação dos cassinos, dos caça-níqueis, dos bingos e mesmo o jogo do bicho, ativamente tramado dentro do Congresso Nacional por grupos de parlamentares que enxergam benefícios nessas contravenções, interessa, sobremaneira, a contabilidade e a receita de diversas organizações criminosas, que terão nessa atividade um alvará e uma licença para a lavagem de dinheiro sem maiores esforços, sem medo da polícia e da Receita Federal.
A liberação dos jogos e a volta dos cassinos não interessam ao professor, ao médico, ao pesquisador, ao trabalhador braçal, ao motorista, ao balconista e uma infinidade de outros profissionais sérios que labutam arduamente no dia a dia para garantir sustento e segurança alimentar a sua família. Essa é uma proposta que interessa apenas àqueles que lucrarão com a miséria alheia.
Na mecânica de corporações como os cassinos, para cada sortudo que sai no lucro, corresponde a outros mil que sofreram prejuízos e perdas. Não há mágicas. Tudo é montado para ludibriar o jogador e a fiscalização, quando existe. Eis aqui um típico projeto que agradará às máfias dos caças-níqueis, aos contraventores, aos contrabandistas, aos corruptos, que podem usar a jogatina para justificar desvios de recursos públicos, aos traficantes e a toda uma cadeia de criminosos, para quem os cassinos representam uma bênção e uma liberdade para delinquir.
Num momento em que o Brasil vive uma de suas maiores crises humanitárias, com centenas de milhares de mortos, desemprego, inflação, insegurança, crise hídrica histórica e uma das piores imagens no exterior, nossos representantes ainda encontram tempo, disposição e indiferença com o que acontece a sua volta e se debruçam em propostas que, mais uma vez, poderão beneficiá-los, em detrimento da nação.
Estivéssemos em um país sério, os representantes da população estariam cuidando de aprovar as reformas políticas, fiscais e tributárias que a população aguarda. Estariam resolvendo questões como a prisão em segunda instância e não tirando poder do MP. O fim do foro privilegiado, como luta o Podemos. Estariam preocupados com os gastos públicos, com as emendas individuais, de bancada e de relatores, que são inócuas e um acinte para os cidadãos.
Essa história, como dizia o filósofo de Mondubim, é “conversa para levar gato para nadar”. Dizer que a liberação dos jogos e dos cassinos gerará empregos e renda para os estados e que só existirão em resort, é uma falácia. Os próprios auditores fiscais, que conhecem a dificuldade que existe para cobrar dívidas dos caloteiros profissionais, sabem muito bem que os efeitos negativos que virão com essas liberações superam infinitamente quaisquer possíveis ganhos econômicos.
Atividades paralelas à jogatina, como o tráfico de drogas, a corrupção, a prostituição, a lavagem de dinheiro e outros crimes, ganham mais espaço e mais poder de atuação à sombra dos cassinos e em torno das mesas de bacará. O que está sendo arquitetado na surdina, dentro do Legislativo e a toque de caixa, é a derrota das leis, do combate ao crime e a ascensão e o fortalecimento do crime organizado e de seus padrinhos do colarinho engomado.
A frase que foi pronunciada:
“Jogos de azar. A maneira segura de conseguir algo por nada. ”
Wilson Mizner, dramaturgo
Wilson Mizner. Foto: amazon.com
Câmara
Deve ser votado no plenário do Senado importante projeto aprovado pela Câmara dos Deputados sobre a semana de conscientização sobre o TDAH. Trata-se do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, que merece atenção, principalmente, dos pais e mestres. Muitos lidam com crianças com TDAH sem conhecer o diagnóstico.
Foto: colegiodosjesuitas.com
Livros
Duas ótimas notícias. Aberta, a Biblioteca Nacional está com a frequência cada vez maior. Com livros, internet e salas de estudo à disposição dos interessados. Os 1.500 livros doados pelo Boulevard Shopping para crianças carentes estão sendo devorados pela criançada. Sem oportunidade de manusear livros, as crianças agraciadas com a doação estão descobrindo um mundo novo.
Foto: agenciabrasilia.df.gov
Filósofo
Muito interessante o registro de Ari Cunha na história de Brasília, que pode ser lida abaixo. Ele sugere a numeração das áreas da cidade, exatamente como são hoje. Essa é a nossa responsabilidade. Ter cuidado com a capital, desde o primeiro dia de vida.
História de Brasília
Assim, as quadras da W-3 teriam a numeração das superquadras, correspondentes em centenas. Seria assim: superquadra 105, superquadra 305, na W-1 e Quadra 505 e 705, na W-3. (Publicada em 10/02/1962)

A bruxaria dos marqueteiros políticos

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Ciro Gomes e João Santana: o marqueteiro fará a campanha do pedetista em 2022.                      (Twitter/Ciro Gomes/Reprodução)

 

Capazes de transformar água em óleo e de fazer um jumento subir a rampa do palácio com faixa verde amarela, os grandes marqueteiros do país ganharam fama internacional depois da redemocratização do Brasil, tanto por sua expertise nas artes ilusórias das campanhas como por suas capacidades de contornarem quaisquer fronteiras da ética profissional, sendo, por isso, requisitados por nove em cada dez mandatários da América Latina.

Lá, como aqui, o vale tudo e as práticas desonestas são permitidas, quando o que está em jogo é a eleição ou reeleição desses típicos governos. O nosso país passou então a exportar o jeitinho brasileiro de fazer campanha política, ensinando, lá fora, as melhores e mais ardilosas maneiras de esticar a corda e vender gato por lebre. Com isso, não tardaram também, o aparecimento de grandes escândalos políticos, tal como ocorria no Brasil, envolvendo esses profissionais da mídia, seguindo os mesmos esquemas montados aqui e que rendiam uma enxurrada de votos a seus clientes.

A receita era simples: grandes empresas, cooptadas pelos governos, em troca de obras públicas superfaturadas, bancavam tudo, até mesmo os gastos mais inusitados, em troca de outros bilhões que viriam, indiretamente, dos próprios eleitores contribuintes ludibriados. Eram tão parecidas as práticas criminosas que até uma grande empresa brasileira, que recentemente tratou de mudar de nome, para não prejudicar seus negócios, e que esteve envolvida, até ao pescoço, com a Operação Lava Jato, era usada para entrar de sócia no estelionato eleitoral.

Dinheiro sujo, por inércia, só pode eleger candidatos também sujos, dispostos a vender a mãe para galgar o poder. Não surpreende que, nesses últimos anos, tanto o Brasil como muitos países vizinhos tiveram a má sorte de eleger presidentes que, para dizer o mínimo, deveriam exercer o cargo diretamente dos presídios.

O mal que esses profissionais da propaganda política fizeram ao país e ao continente, enganando eleitores, enfraquecendo as democracias e levando muitas nações vizinhas ao colapso político, social e econômico, por certo, não poderá ser esquecido, compondo hoje uma das páginas mais sombrias e desonrosas da história dos nossos tristes trópicos.

Ao contrário do que se sucedeu no Brasil, onde nossa jabuticaba, representado pela Justiça Eleitoral, criada para aliviar e vetar quaisquer penalidades aos políticos locais, em parte da América Latina, alguns tribunais cuidaram de processar e punir os candidatos fabricados pelos mágicos da propaganda, bem como seus financiadores, inclusive a grande empresa brasileira onipresente em boa parte dessas tramoias.

Por essas bandas, os mesmos candidatos, useiros e vezeiros dessas práticas bandidas estão aí de volta, leves e soltos. Com a ficha corrida ou, como se diz no jargão policial, com a “capivara” limpa. Surpreende que, com toda essa engenhosidade, esses marqueteiros milagrosos não lograram alcançar o que seria mais simples, que é devolver, aos partidos e a seus candidatos, a tão necessária credibilidade. Pelo contrário, o uso desmedido de propaganda enganosa nas campanhas, difamando e injuriando adversários, obteve como resultado apenas um maior afastamento dos eleitores e um descrédito total com relação aos políticos.

Essa crise de identidade entre os partidos e os eleitores persiste, apesar dos bilhões de reais gastos em propaganda. O que parece é que quanto mais os partidos gastam em propagandas, mais os eleitores se mostram ressabiados e ariscos. Não se pode iludir por muito tempo toda a opinião pública. Um dia, os fatos podem vir à tona e tudo desmoronar para sempre.

É sabido que políticos assim como todo o homem público, uma vez caído em desgraça perante a população, apanhando em falcatruas e outras travessuras, dificilmente volta a recuperar a antiga credibilidade. Para a maioria das mais de três dezenas de legendas políticas, que hoje orbitam de modo parasita o Poder Legislativo, não houve, até hoje, mandingas e outros feitiços, elaborados por esses bruxos do marketing, capazes de aproximar, de novo, a população dessas agremiações e, principalmente, desses políticos, que fazem, da representação popular junto ao Estado, um negócio polpudo para si e para os seus.

A situação chegou a um tal paroxismo que, quanto mais dinheiro entra nos partidos e nos bolsos dos seus caciques, mais a população toma distância dessa gente. A verdade é que, para muitos desses atuais caciques políticos, pouco importa o que a população e os eleitores pensam e sentem com relação a eles. Desde que consintam que os partidos aumentem, a cada eleição, os recursos para fundos partidários e eleitorais e para as emendas de bancada, individuais e de relatores e outros benefícios, pouco importa o que a justiça eleitoral denomina de eleitores.

Ocorre que esse toque de Midas, capaz de transformar tudo em ouro, inclusive a dignidade, nas mãos dos políticos, vai se transformando numa espécie de maldição, fazendo com que tudo o que eles ponham a mão, transforme-se em ouro de tolo, cheio de ferrugem e veneno, afastando, imediatamente, todos os cidadãos de bem.

A frase que foi pronunciada:

“Pelo andar da carruagem, o isolamento político de Guedes é um excelente sinal.”

Dona Dita

Charge do Kleber

Elas

Sobre os absorventes higiênicos, agora é a hora certa de Bolsonaro ouvir as feministas. Nada de objeto que faz mal ao meio ambiente. Para as feministas, e isso será uma boa economia, as toalhinhas devem voltar.

Foto: Reprodução/Instagram

História de Brasília

Há um ano, aproximadamente, falamos na numeração das quadras da W-3, e houve a promessa de que isto seria feito. Chegou-se a fazer um estudo procurando corrigir anormalidades, que tiveram resultados excelentes. (Publicada em 10/02/1962)

Criando corvos

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Charge do Cícero

 

Não fosse o dinheiro suado dos pagadores de impostos, subtraídos de forma compulsória, por um Estado perdulário e um dos campeões do planeta no quesito alta carga tributária, as mais de 30 legendas partidárias que hoje parasitam o Poder Legislativo, tornando a nossa democracia uma das mais caras e ineficientes do mundo moderno, teriam vida curta ou nem mesmo nos dariam o desprazer de existir. Em outras palavras, os nossos partidos existem, simplesmente, porque lhes são franqueados boa parcela de recursos públicos. Sem essa dinheirama, contabilizada em bilhões de reais, não teríamos essa baciada de agremiações políticas que agem exatamente como clubes de argentários, no mais estrito modelo de empresa privada.

Apenas por esse aspecto sui generis, podemos inferir que a representação política, tão necessária para a manutenção do chamado Estado Democrático de Direito, realizada por meio de partidos sustentados, exclusivamente, com verbas públicas, resultam, na verdade, numa espécie de democracia do tipo estatal, tutelada pelo Estado, graças aos cofres públicos. Em outro sentido, pode-se entender que, por essa fórmula, o que os brasileiros têm em mãos para representá-los no parlamento, em todos os níveis, municipal, estadual e federal, são empresas típicas do Estado, que, ao contrário de muitas, não necessitam adotar regras de compliance ou mesmo prestar contas, aos contribuintes, dos recursos que arrecadam e dos gastos que empreendem.

A questão, nesse caso, é como alcançar uma verdadeira democracia, com igualdade de oportunidade, sabendo-se que a ponte que liga o cidadão ao Estado é inteiramente construída e alicerçada com os recursos retirados à fórceps do cidadão. Pior ainda do que ter partidos que muito se assemelham a típicas estatais, sempre bancadas pela viúva, é verificar que toda essa fortuna, carreada para as legendas, é administrada por grupos instalados dentro da máquina partidária, cuja a única função é praticar a matemática engenhosa da prestação de contas. Esse, inclusive é um outro capítulo vergonhoso do nosso sistema partidário, que por omissão e pouco zelo dos tribunais eleitorais, tornam as contas partidárias uma ficção que é submetida a infinitas manobras contábeis para fazer o dinheiro desaparecer no sumidouro da burocracia. Com isso, vale a expressão espanhola: %u201Ccriamos corvos para que eles nos arranquem os olhos.

Quando surgiu como uma força nova dentro do cenário político do final dos anos 1970, o Partido dos Trabalhadores empolgava a oposição ao regime pelo fato de obter seus recursos diretamente da população, por meio de vaquinhas, venda de camisetas e churrascos e outros meios originais e absolutamente transparentes. Essa era a força que mantinha esse partido bem ao gosto popular. Esse tempo amador, mas autêntico, vai longe, bem longe. Hoje o PT, como de resto todas as demais legendas, vive à sombra do Estado, devidamente azeitado com verbas bilionárias, fechados em si mesmos, distantes da população, hoje, chamada apenas pelo nome genérico de %u201Cbase%u201D. Fenômeno semelhante parece ter ocorrido também com os clubes de futebol.

Antigamente, era comum falar-se em amor à camisa. Eram tempos de inocência no futebol. Os times viviam praticamente dos recursos obtidos das bilheterias dos jogos. Por esse critério, o desempenho no campeonato e a boa performance contavam muito para atrair o público. Só os bons times, bem armados e treinados sobreviviam aos torneios. Esse também são tempos que já vão bem longe. Seguidas pesquisas mostram que dentre as instituições do país, aquelas que menos gozam da simpatia e da confiança dos brasileiros são justamente os partidos e seus respectivos políticos. Por aí, pode-se ver que não é o dinheiro que torna pessoas, empresas e instituições em algo respeitável e aceita pela população. Entre as coisas que o dinheiro não é capaz de franquear, uma das mais importantes, é a respeitabilidade e sua consequência direta representada pela credibilidade. Se o financiamento público, como afirmam muitos, é necessário para afastar a influência interesseira das empresas privadas, por outro lado a abundância de recursos e a sede como os políticos se atiram ao pote dos financiamentos públicos tem trazido mais prejuízos do que benefícios para o aprimoramento da democracia brasileira.

A perda paulatina e ininterrupta da confiança popular, como bem demonstram pesquisas recentes de opinião pública, jamais poderão ser contornadas com a entrada de bilhões nos cofres das legendas. Nem todo o dinheiro do mundo em propaganda seria capaz de reverter a perda de credibilidade que parece ter tomado conta dos partidos e de seus respectivos membros. Um sinal de que o dinheiro não pode tudo, é que a cada eleição aumenta o número de eleitores que simplesmente deixam de comparecer ao pleito, desencantados com nosso modelo artificial de fazer política representativa. Há inclusive estudos que mostram que, não fosse a obrigatoriedade do voto, inscrito na lei, muitos eleitores só saberiam que é eleição por se tratar de um feriado. Ao deixar de sobreviver com as contribuições diretas dos filiados e simpatizantes, os partidos políticos começaram a cortar o cordão umbilical com a sociedade que afirmavam representar.

Ao adquirirem a independência econômica, muito acima das necessidades, essas mesmas legendas se apartaram de vez da população, de quem só dependem efetivamente a cada quatro anos. Apoio efetivo só mesmo daqueles que trabalham diretamente nas campanhas e esperam recompensas. Há uma crise dos partidos que parece só ser vista por aqueles que estão do lado de fora e que é formada pelo grosso da população. Nem mesmo os mais caros e criativos marqueteiros de campanhas políticas de todo o país chamaram a atenção para esse importante fato, dando novo rumo às campanhas.

Falta menos de um ano para as eleições de 22

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Foto: EVARISTO SA/ AFP

 

Faltam pouco menos de 12 meses para as eleições gerais que irão escolher, em 2022, os nomes do presidente da República, dos governadores, das assembleias legislativas dos estados, dos 513 deputados federais, além de um terço dos 81 membros para o Senado. Trata-se de um evento da maior importância para o Brasil e que poderá, dependendo da seriedade dos eleitores, mudar os rumos do país, livrando-o, quem sabe, de uma queda iminente num abismo.

Por certo, o atual governo não fará nenhuma mudança de rumo, nem uma revolução na esfera do Executivo, confiando, talvez, que seus apoiadores irão não só entender os motivos, como irão apoiá-lo até o fim. Diante das circunstâncias, acredita-se que o que o atual chefe do Executivo fará é repetir o modelo de gestão de governos passados, que na reta final das eleições, gastando até o último centavo dos recursos públicos, com políticas populistas, que agradem dos eleitores mais carentes e, com isso, obtendo adesões interesseiras de última hora.

Convenhamos que essa é uma estratégia ao mesmo tempo irresponsável e suicida, uma vez que, na hipótese de vir a ser reeleito, terá que governar com os cofres esvaziados e sob a mira daqueles a quem prometeu mundos e fundos. Até o próximo 2 de outubro de 2022, o governo terá que encontrar um projeto consistente que detenha a escalada da inflação, já posicionada em dois dígitos e considerada uma das mais altas desde o Plano Real.

Sobre o que interessaria de fato a nação que são as reformas, não existem perspectivas à vista. Aliás, essas reformas, tão necessárias e tantas vezes negligenciadas, tanto pelo Executivo como pelo Legislativo, não ocorrerão em ano eleitoral, quando os políticos estão mais preocupados em voltar ao poder e não em discutir mudanças que, em última análise, retirarão direitos já conquistados dos próprios eleitores. Por outro lado, as negociações para a formação de frentes políticas que venham a se estabelecer numa possível terceira via já estão em andamento, o mesmo acontecendo com as costuras, feitas pelo ex-presidente e ex-penitenciário Lula da Silva, que seguem fortes nos bastidores, principalmente na construção de armadilhas e outras tramoias sujas para afastar quaisquer candidatos que venham se colocar no caminho do Partido dos Trabalhadores. Mais do que nunca essa será uma campanha em que o PT emprenhará todas as suas forças, a fim de tentar apagar os muitos crimes cometidos por essa legenda e por seus filiados a partir de 2003.

Eles virão com sangue nos olhos, sabendo que essa pode ser a última oportunidade para voltar ao Planalto, de onde sonham em vingar-se daqueles que descobriram seus malfeitos e crimes. Essa não será uma eleição como as outras porque há muitas explicações a serem feitas aos cidadãos que, na sua grande maioria, já perderam, há muito tempo, a crença nos políticos nacionais.

Com a aproximação das eleições, aumenta também a dança das cadeiras dos candidatos, todos afoitos em apresentar propostas que, sabem, não poderão, nem de longe, cumprir. Criados partidos gigantes que, com o otimismo exagerado, alinham-se ao jogo eleitoral e ajudam a ganhar votos, melhor mesmo é se mostrar positivo e proponente.

Soubessem eles o tamanho do desafio que têm pela frente, com certeza se apresentariam diante dos eleitores com maior parcimônia e mais comedimento na arte de prometer. De todos os desafios que se apresentam na atualidade, nenhum é mais premente do que o fator ambiental. Nesse setor, já repleto de adversidades, o maior e mais urgente problema é justamente o alastramento contínuo do fenômeno da seca por todo o território nacional. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a seca é hoje o maior desastre ambiental em processo no país, já afetando praticamente todo o país de Norte a Sul. A falta de chuvas e a estiagem constantes não estão mais restritas, como anteriormente, às regiões Nordeste e ao tradicional Polígono da Seca. Estudo Elaborado agora pelo IBGE, intitulado Perfil dos Municípios Brasileiros (Munic) e Perfil dos Estados Brasileiros (Estadic) 2017, mostra que, entre 2013 e 2017, praticamente metade dos 5.570 municípios (48,6%) vem registrando episódios de seca. Embora a maior parte deles esteja concentrada no Nordeste, a estiagem, ocasionada pela escassez severa de chuvas, já atinge, inclusive, o Sul do Brasil. Trata-se, obviamente, de um problema que, por suas dimensões, nenhum candidato terá condições de resolver, quer por sua abrangência ou mesmo pela exiguidade na duração do mandato em relação à extensão de tempos necessários para empreender um amplo e eficaz programa de combate à seca.

Os avisos sobre a intensificação da seca em todo o país vêm sendo feitos na forma de constantes e repetidas crises hídricas, que ainda hoje têm reflexos no dia a dia da população. Rio de Janeiro e São Paulo, na região Sudeste, também experimentaram prologados e preocupantes períodos de estiagem, que resultaram em penosos racionamentos de água para seus habitantes. Além da seca inclemente, a pesquisa do IBGE listou ainda outros desastres ambientais como deslizamentos, erosão e enchentes, que vêm atingindo diferentes regiões do país, deixando um rastro de prejuízos e de preocupações.

O pior, segundo o IBGE, é que 60% dos municípios brasileiros não possuem nenhum mecanismo especializado e direcionado à prevenção desses desastres naturais.

A frase que foi pronunciada:

Uma das primeiras condições para a felicidade é que o elo entre o homem e a natureza não seja quebrado.”

Leo Tolstoy

Leo Tolstoy. Foto: Reprodução da Internet

História de Brasília

Não sei porque, também, qualquer pessoa paga telegrama, e deputado não paga. O resultado é o abuso que tem sido denunciado seguidas vêzes, de deputados que utilizam o DCT como serviço particular. (Publicada em 10/02/1962)

A fome no paraíso da produção de alimentos

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Foto: Paula Paiva Paulo/G1

 

Difícil é explicar, para qualquer pessoa sensata, a situação paradoxal que faz com que o Brasil, mesmo com o maior rebanho bovino do planeta, com 217 milhões de cabeças, tenha que exibir, ao mundo, cenas tão dramáticas, mostrando famílias buscando ossos em contêineres de descarte nos centros de abastecimento de alimentos, à vista de todos, como quem vai às compras no mercado.

São imagens que mostram a distância estelar existente entre o portento de um país exportador de produtos agropastoris e seus habitantes, impedidos de acessar esses bens, enviados para portos de todo o mundo. Com isso, fica a patente a expressão que diz que o agronegócio não produz alimentos, mas lucros, altos e concentrados em poucas mãos, apesar de figurar como protagonista quando o assunto é balança comercial. O problema é que essa balança parece nunca pender a favor da população de baixa renda nem de nenhum brasileiro mediano. Trata-se de uma situação que, mais do paradoxal, expõe para todo o mundo uma inegável realidade que faz dos cidadãos de baixa e média renda categorias sociais de segunda classe, alijadas das mínimas condições de sobrevivência com dignidade.

A transformação desses alimentos e sua inserção na classificação estrangeira de commodities, tabelando seus preços pela variação da oferta e da procura no mercado internacional, movido ao peso do dólar, deu a esses alimentos básicos, que no passado integravam o cardápio popular, um rótulo chique, que, em última análise, estabelece uma proibição tácita para que seja consumido por grande parte dos brasileiros.

Uma visita aos supermercados do país mostra que até mesmo a classe média, que anteriormente consumia esse alimento com certa frequência, hoje passa longe dos açougues e mais distante da chamada carne de primeira. Qualquer desses argumentos apresentados pelos defensores desse tipo especial de produção de alimentos, dentro do exclusivíssimo clube dos senhores do agrobusiness, cai por terra diante das imagens mostrando populações se lançando aos ossos, em meio às moscas, como cães famintos à procura da proteína.

A mesma situação se repete na produção de carne de frango, na qual o Brasil ocupa o segundo posto de produtor mundial, com 14.350 milhões de toneladas por ano. Mesmo esse alimento vem se tornando inacessível para os consumidores de baixa renda, com parte da população comprando o que seriam miúdos dessa ave, como pés, pescoço e outras partes menos nobres. Com a atividade da piscicultura, a questão proibitiva dos preços desses alimentos para as populações mais carentes se repete também. Apesar de possuir uma costa marítima de 10.959 quilômetros de extensão e contar com uma frota pesqueira que cresce a cada ano, e com uma produção anual girando em torno de 803 mil toneladas, o consumo desse alimento nos supermercados é limitado às classes de renda alta e média alta, ou seja, totalmente fora do cardápio das famílias brasileiras.

Para a manutenção desse verdadeiro estado de segregação da população de baixa renda e seu acesso a alimentos de qualidade, tem sido eficaz o trabalho desempenhado pela chamada bancada do agrobusiness com assento no Congresso. Ao representar apenas os interesses comerciais dos grandes produtores de proteínas, a bancada cumpre o que espera dela o mercado internacional, mesmo que isso custe a fome de seus patrícios, que, por um acaso, são também seus eleitores.

Enquanto o Brasil encanta o mundo como celeiro da humanidade, triplica internamente a pobreza no país, com o número de pobres saltando de 9,5 milhões de em agosto de 2020 para mais de 27 milhões em fevereiro de 2021, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Surpreende que os mercados nas principais cidades do mundo ainda tenham sido, até agora, alvo de saques das famílias em estado famélico grave. É uma situação que aguarda acontecer, caso tardem medidas efetivas que acabem com esse banquete bilionário de alimentos a excluir o grosso da população.

 

A frase que foi pronunciada
“Há pessoas no mundo com tanta fome que Deus não pode aparecer a elas, exceto na forma de pão.”
Mahatma Gandhi

Foto: Rühe/ullstein bild/Getty Images

 

Novo ensino médio
Uma ideia, um projeto e uma escola acolhedora. Ingredientes necessários para que Giulia Bicalho colocasse as mãos na massa e inaugurasse a primeira rádio interna escolar. Nos 20 minutos de intervalo, música e informação. Uma bela maneira de arrefecer os danos da pandemia.

Foto: jornaldebrasilia.com

Pelo Brasil
Vale a pena visitar, no Facebook, o perfil do Instituto General Vilas Boas. São muitas notícias importantes e sérias. Acesse o link a seguir: https://www.facebook.com/InstitutoGVB.

História de Brasília
Há um técnico que dorme num quarto onde guardam a sucata de material. Deste jeito, não é de se admirar que o serviço seja moroso, ruim e de pouca rentabilidade. (Publicada em 10/2/1962)

Escândalo na Casa de Deus

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Foto: vaticannews.va

 

Dizia, com muita propriedade, o filósofo de Mondubim que, com homens de saias, não se briga, incluindo nessa lista padres, médicos e juízes. Mas quando o assunto é cometimento de crime por esses indivíduos, a razão é justa e vale arriscar.

É sabido que as instituições humanas estão, todas elas, fadadas ao erro. E por uma razão básica: os homens, seus criadores, são falíveis e passíveis de enganos. É da espécie, ao equilibrar-se no fio tênue que divide razão e emoção. Da mesma forma, a Igreja Católica, por sua condução humana, não está livre de erros e enganos. Por certo, essa é uma questão delicada e que, direta ou indiretamente, acaba envolvendo seu enorme rebanho, formado por um contingente de mais de 1,33 bilhão, que se vê na situação embaraçosa de ter que admitir falhas e contrassensos ocorridos dentro do que seria a própria Casa de Deus e seu templo de adoração.

Nessa quarta-feira, durante audiência pública, o papa Francisco, visivelmente envergonhado e pesaroso, reconheceu o que parece ser o mais vexaminoso capítulo da história da igreja, desde a sua fundação no século IV. Em relatório de milhares de páginas, elaborado pela Comissão Independente sobre Abusos Sexuais na Igreja Católica Francesa (Ciase), chegou à conclusão assustadora de que, entre os anos 1950 e 2020, ao menos 216 mil crianças foram abusadas sexualmente por uma multidão de padres pedófilos que juntos somam a quantia de aproximadamente 3,2 mil clérigos só na França.

Trata-se aqui de uma ferida aberta e purulenta, exibida apenas pela igreja na França e que pode ser muito maior em realidade, se adicionados outros casos ocorridos pelo mundo afora. Ferida essa que precisa ser extirpada o quanto antes, para a salvação da imagem da própria Igreja. Antes de tudo é preciso entender que nem todo pecado é crime, mas todo crime é necessariamente um pecado.

Nesse caso, trata-se de um crime, encarado, pelo menos na maior parte do mundo ocidental e parte do Oriente, como um crime hediondo, passível das mais pesadas penas, inclusive como ocorre em alguns países, punida com prisão perpétua e, em alguns, enquadrado como pena capital. “Desejo expressar às vítimas a minha tristeza e minha dor pelos traumas sofridos, e também minha vergonha, nossa vergonha, pela incapacidade da Igreja, durante muito tempo, de colocá-las no centro de suas preocupações. Rezo e rezamos todos juntos. Tua é a glória, Senhor, e nossa a vergonha. É o momento da vergonha”, afirmou o papa Francisco, para quem, do alto de seus 84 anos, essa é uma chaga que o faz sentir dor e sofrimento, mas que parece ir muito além de sua capacidade física e diretiva para abolir esse mal que parece ter raízes mais profundas e antigas.

Para aqueles que estão diretamente envolvidos nessa luta para punir os pedófilos de batina, essa é uma oportunidade para que o papa convoque um concílio mundial para empreender uma profunda reforma na Igreja, em suas leis, teologia e governança, a fim de que essa instituição passe a considerar a infância como um momento sagrado para a humanidade, conforme ensina o próprio evangelho. Entendem esses movimentos que combatem a pedofilia na Igreja que essa é uma questão a ser levada para a justiça dos homens, aqui e agora, deixando a punição divina para o momento apropriado. Parece que Deus colocou o papa Francisco onde está para a hercúlea missão de separar o joio do trigo.

Não é de hoje que esse assunto sempre volta ao noticiário, sendo que os culpados, pela morosidade dos processos dentro da Igreja, vão sendo deixados de lado, afastados para outras paróquias ou silenciados, e, raramente, são levados às cortes de Justiça para sofrerem as penalidades cabíveis. Teólogos respeitados em todo mundo, consideram que esse assunto está não só na razão do afastamento de muitos fiéis da igreja, como se trata de uma questão muito mais grave do que a própria reforma protestante no século XVI que cindiu a Igreja, levando consigo boa parte dos fiéis.

O papa e todos aqueles que professam o catolicismo estão diante de um problema que não pode mais ser relegado à censura de falta e de pecado, sendo que sua prática é um crime, e dos mais abjetos a requerer punições exemplares e duras, enviando esses abusadores para o fogo do inferno, representado aqui pelos presídios e cadeias de todo o mundo.

A frase que foi pronunciada:

São questões complexas. “Eu não tenho nenhuma intenção de dar a você uma frase de efeito.”

Padre Lombardi, porta-voz do Vaticano

Padre Federico Lombardi . Foto: vaticannews.va

Mãos à obra

Veja, no Blog do Ari Cunha, a estrada de ferro que interligará a região de Lucas do Rio Verde ao Maranhão. Desenvolvimento chegando para dar independência e progresso na vida dos moradores.

> Olha o maquinário que está sendo usado para fazer a estrada de ferro que vai interligar a região de Lucas do Rio Verde ao Maranhão… já estão em Marabá, no Pará. Golaço do Governo Federal. Se você não compartilhar ninguém ficará sabendo, pois isso não é mostrado na TV😳

 

Boletim do TCU

Mais de 1 milhão de economia aos cofres públicos com apenas um manejo na rotina do INSS. O caso se refere à concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O mais inteligente seria que a Perícia Médica acontecesse antes da avaliação social. Simples assim.

Charge: seebbauru.org.br

História de Brasília

Há funcionários do DCT morando na Cidade Livre, em Taguatinga e em invasões. Vieram transferidos compulsoriamente, e até hoje não receberam apartamentos. (Publicada em 10/02/1962)

A hora e a vez da bola de cristal

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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Nos capítulos finais da CPI do Covid, o relator, senador Renan Calheiros, está prometendo, ao público que vem acompanhando os trabalhos da comissão desde o primeiro dia, o indiciamento de mais de meia centena de indivíduos, pelos mais variados tipos de crime. Para tanto, afirma que enviará cópias do volumoso relatório final a diversas cortes e instâncias da justiça, dentro e fora do país. Se uma não der andamento, outra poderá dar. Não há grandes expectativas de que a Procuradoria Geral da República, na figura do Augusto Aras, dará muita atenção ao calhamaço de denúncias. No máximo irá ensaiar alguns movimentos, processando, quem sabe, os peixinhos miúdos, deixando os tubarões de lado. Passados os primeiros dias, a repercussão definhará, como tudo neste país. Se nem mesmo os escândalos do mensalão e do petrolão, que o seguiu, tiveram o condão de levar, até as últimas consequências, as denúncias contra o magote de réus, sendo que a maioria hoje goza da mais ampla liberdade, deixando o dito por não dito.

Por isso mesmo, a população, já escaldada com as consequências pífias dessas investigações, pouco ou quase nada, espera de concreto com relação às condenações tanto daqueles que vendiam vacinas que não possuíam, como contra aqueles que por dever do ofício tinham obrigação de comandar o combate à virose mortal. Os seiscentos mil mortos entram nesse relatório como detalhe estatístico, uma vez que ninguém responderá por esse morticínio ao não ser o próprio vírus.

Passadas as eleições, tudo voltará ser como antes e a história toda cairá no mais nebuloso esquecimento. Nem mesmo restará aos falecidos o estabelecimento de uma data nacional a lembrar o trágico acontecimento. A apuração das eleições de 2022 lançará uma pá de cal sobre o assunto e cuidará apenas de encaminhar os vencidos a seus devidos postos. Alguns poucos políticos auferirão ganhos graças aos holofotes da CPI. Outros irão cuidar da vida. A própria população, a quem caberia cuidar para que personagens nefastos de nossa história política recente tivessem a merecida condenação da justiça, não irá se manifestar, porque, talvez, já nem se lembre do ocorrido.

Para o povo em geral, ficará apenas o vazio aberto com o fim dos capítulos da CPI e o enceramento de mais esse folhetim das nossas mazelas reais. Como ocorre a cada ano legislativo, é preciso providenciar, o mais ligeiro possível, uma outra CPI para agitar as massas, exibindo o mal cheiroso bastidor de nossa vida política. Caso aconteça mesmo do país ter que assistir, assombrado, a volta do lulopetismo ao poder, numa espécie de Vale a Pena Ver de Novo, vai aqui uma sugestão aos nossos digníssimos parlamentares: cuidem de instalar, no próximo ano legislativo, a CPI da Lava Jato e do Petrolão, para investigar a razão de a mais exitosa operação de toda a nossa história, capaz de reerguer o país ao primeiro mundo da ética, ter sido levada às cordas. É preciso que se investigue absolutamente todos aqueles que contribuíram para dar um fim a Lava Jato. Do mordomo ao dono do palácio. O país necessita dessa investigação para continuar existindo.

A frase que foi pronunciada:

A política é a habilidade de prever o que vai acontecer amanhã, na semana que vem, no mês que vem e no ano que vem. E ter a habilidade de explicar depois por que nada daquilo aconteceu.”

Winston Churchill

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

Fé e esperança

Esse é o pior serviço que já existiu na capital federal. Um completo desrespeito ao cliente. São horas aguardando atendimento enquanto se ouve um barulho insuportável que talvez chamem de música. O presidente Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa precisa reservar um tempo de seu dia para ligar no número do BRB Card, para o 08008804001 ou 40034004. Se isso acontecer, esse serviço vai melhorar, com certeza.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

É notícia

Gustavo Dourado, escritor e poeta cordelista, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), no Rio de Janeiro, cadeira 35, patrono Expedito Sebastião da Silva, antes ocupada pelo poeta Pedro Bandeira. Ele é o primeiro escritor do Centro-Oeste e do Distrito Federal a se tornar acadêmico titular da entidade, festejada e reconhecida no Brasil e no exterior. A solenidade foi conduzida pela presidente da entidade, escritora Paola Tôrres, e pelo presidente emérito, poeta Gonçalo Ferreira da Silva, fundador da instituição. Sua obra literária foi recomendada pelo World Poetry Day e World Portal Libraries, ambos da Unesco.

Imagem: antoniomiranda.com

Preto no branco

Quando a população se propõe a pensar, a solução sai a seu favor. Veja, no Blog do Ari Cunha, o quadro comprobatório desenhado por Marco Guskuma sobre a vantagem de contratar um caminhão pipa, dependendo do consumo. Ele relaciona o consumo, a cobrança oficial da água e esgoto e a alternativa de preço mais baixo com a contratação de um caminhão pipa legalizado.

–> Estava me questionando se vale a pena chamar um caminhão pipa ou colocar água da CAESB.

Cheguei a seguinte conclusão:
Depende do consumo de água da sua casa e do % de incidência do esgoto.

De 36 m3 para mais de consumo mensal da residência compensa chamar um caminhão pipa, considerando taxa de esgoto de 60%.

Vejam a tabela abaixo:

Acho que não entendeu a planilha…

Vamos supor que o consumo da sua casa seja de 25 m3 e taxa de esgoto 60%.

A pergunta é:
Fica mais barato aumentar o consumo para 35 m3 do que chamar um caminhão pipa de 10 m3?

A resposta é sim porque esses 10 m3 vão lhe custar a mais 204,96 e um caminhão pipa custa 250,00

Entendeu?

História de Brasília

IAPM e IAPFESP reiniciaram as obras, e dizem que o IAPM fichou quinhentos candangos. Ninguém viu, até agora, nada a não ser limpeza do canteiro. (Publicada em 10/02/1962)

Dialética destruidora

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Imagem publicada no perfil do Dino Freitas no Facebook

Quem viu as imagens mostrando gigantescas nuvens de poeira a tomarem de assalto muitas cidades do interior de Goiás, São Paulo e Minas Gerais, escurecendo o dia e cobrindo tudo com o manto sujo do pó e da fuligem, pode pressentir que algo extraordinariamente anormal entrou em cena. Pior para aqueles que sentiram na pele e nos pulmões o irrompimento do fenômeno macabro.

Para esses, ficou a certeza de que um novo e angustiante tempo foi inaugurado, como se alguém abrisse, de repente, uma fabulosa Caixa de Pandora e de lá emergissem os ventos de um inferno, cuidadosamente preparado desde o surgimento da primeira máquina a vapor. Para os céticos e todos aqueles que não se cansam de usar o cotidiano para chicotear a realidade corrompida pelas redes sociais, o que esses cumulus nimbus de poeira estão a anunciar é a chegada definitiva do progresso na agricultura, não um progresso qualquer, mas um tipo especial que veio de mansinho, como os políticos nacionais, prometendo fartura e lucros para todos.

Para que todo esse desenvolvimento se tornasse possível, seria preciso romper, de uma vez, com as antigas práticas da agricultura familiar e com os velhos ensinamentos adquiridos, por séculos, pelos camponeses. A começar pelo fim do respeito ao meio ambiente, à rotação das culturas e diversificação das espécies. Terminar com a ideia de que a manutenção dos veios d’água é necessária. Acabar com essa mania de produzir adubos a partir do que sobra na lavoura e dos excrementos dos animais. Dar um fim às práticas de manutenção de uma espécie de ciclo completo dentro da terra, aproveitando os resíduos, produzindo bens sem o envenenamento por pesticidas e outros produtos químicos. Enfim, se libertar do passado e abraçar a nova agricultura que já vem com o nome pomposo e estrangeirado de agrobusiness, com sementes geneticamente modificadas e adubos e defensivos proibidos noutros países, importados e que envenenarão tudo, mas que prometem colheitas nunca vistas.

Esse é o progresso brotando no campo e dando um chega pra lá nas modas antigas, trazendo máquinas gigantescas que irão “limpar” o horizonte do mato secular, plantando, em seu lugar, monoculturas a perder de vista, que poderão muito parecer com o antigo milho, mas que têm nome batizado por letras sem nexo e números, tudo num código estranho.

Quem pode admirar esses gigantes de poeira, e tem os olhos postos nos ensinamentos de um passado onde as ideias não envelhecem, mas que, pelo contrário, ganham força viva no presente, logo pode se lembrar da frase, um tanto enigmática, proferida por um pensador de nome Karl Kraus (1874-1936), que costumava dizer que o progresso vinha com o avanço inevitável da poeira, querendo com isso assinalar exatamente o que vem ocorrendo agora no interior do nosso país.

São as frentes de rajada, nome estranho para um fenômeno que veio anunciar a chegada de um tipo de progresso que vem ainda na esteira da Revolução Industrial, mas que coloca países como o Brasil na condição antiquada de colônia ou fornecedor de bens primários mesmo às custas da destruição completa de seu meio ambiente e que opera segundo as regras de um deus ex machina, que virá para resolver o impasse, a contradição entre a produção de bens pela dilapidação do meio que a possibilitou, numa espécie de dialética do mal.

A frase que foi pronunciada:

O objetivo final da agricultura não é o cultivo de safras, mas o cultivo e o aperfeiçoamento dos seres humanos.”

Masanobu Fukuoka

Masanobu Fukuoka. Foto: greenmebrasil.com

Cidade fantasma

Lojas e mais lojas fechando. Pela W3, nas entrequadras, no Setor Comercial. A situação é grave!

Foto: Blog do Ari Cunha
Foto: Blog do Ari Cunha

Doação

Ainda dá tempo de doar lixo eletrônico para o colégio Maristinha. A intenção é consertar o material descartado para uso da meninada de baixa renda. Fale com a coordenadora do projeto Valéria Oliveira, pelo número 99231-1923.

Imagem: reprodução da internet

Sem política

Clubes da cidade têm visitantes indesejados que deixam para trás enorme quantidade de dejetos. Não é possível que essa situação perdure por muito tempo. Não há controle do animal, nem dos carrapatos que ele também espalha por onde anda.

Foto: Gabriel Luiz/G1

Criança

Iniciada a mobilização para o Dia das Crianças. Os batalhões da PM e algumas administrações da cidade começam a recolher brinquedos usados ou novos para distribuir para a meninada de famílias vulneráveis.

História de Brasília

O supermercado da 305 parou de nôvo. Cada vez que a gente dá uma nota, as obras reiniciam, e depois param outra vez. (Publicada em 10/02/1962)

Com os pés virados para trás

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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 

Definitivamente, a era dos marqueteiros e daqueles que transformavam pedra em pão vai ficando para trás, com a disseminação, cada vez maior, das mídias sociais. Aliada a esse meio de difusão tecnológica, imediata e ampla dos acontecimentos, ocupam o lugar agora, dos antigos gurus da propaganda, os chamados gabinetes do ódio e outras redes de propagação em massa de notícias sem lastro com a verdade, operadas por robôs ou fantoches eletrônicos e, portanto, sem coração e sem sentimentos calcados na ética humana.

Vivemos o que se pode denominar de autêntico período da história em que os homens de carne, coração e espírito vão sendo substituídos por mecanismos programados para espalhar calúnias e difamações aos quatro ventos, sem que isso cause dano algum aos seus manipuladores e financiadores.

Obviamente que, por detrás dessas engenhocas, estão pessoas que, mesmo conscientes do mal que estão fazendo, continuam em seus intentos criminosos no aguardo de que isso venha acarretar a supremacia da mentira como método político. Muito mais do que método político, a divulgação de mentiras, uma tática muito utilizada pelo nazismo e pelo fascismo para angariar apoio popular e apontar falsos inimigos, trata-se aqui de um ato de terrorismo digital, e, como tal, deveria ser tratado.

Não se tem aqui qualquer novidade de métodos. Também, nos governos petistas, a utilização de estratégias semelhantes, com o intuito de manchar reputações e criar o divisionismo e os antagonistas fantasmas, era prática corriqueira.

Dos males que a atual Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 do Senado tem levantado até aqui e que atentam contra a República, nenhum outro parece ter tanto poder de fazer estragos à democracia e ao país do que os chamados gabinetes do ódio e congêneres, formados por indivíduos que articulam, por meio da falsificação dos fatos, a promoção das inverdades e a inoculação do vírus da ira e da cólera.

Não se tem mais oponentes políticos, mas inimigos, a quem é preciso mais do que derrotar nas urnas, ou seja, destruir enquanto pessoa. Esse comportamento, muito antes de revelar a pouquíssima formação intelectual e espiritual de nossos homens públicos, mostra o quanto temos ainda que aperfeiçoar nossos mecanismos eleitorais, de modo a impedir que, num futuro não muito distante, verdadeiras bestas-feras continuem sendo alçadas a condição de mandatários e, com eles, seus sequazes, todos dispostos a usar o poder como arma e força de destruição, e não como meio de construir consensos e união.

A substituição dos antigos magos da propaganda, todos eles também distantes das boas práticas em unir ética e marketing, por robôs operados por gente sem escrúpulos mostra que, durante todos esses anos, desde a redemocratização, não aprendemos nada e tampouco esquecemos nossos vícios passados, os mesmos que nos conduziram a duas décadas de ditadura.

A corroborar o fato de recuarmos no tempo, as recentes pesquisas de opinião pública apontam como possíveis candidatos na reta final das próximas eleições os dois principais protagonistas e mentores desse mundo de faz de conta, os mesmos que induziram parte da população a varrer a verdade do horizonte. Estamos num processo perverso de involução política, andando com os pés virados para trás.

A frase que foi pronunciada:
“A única diferença entre ser desinformado e mal informado é que um é sua escolha e o outro é deles.”
Frank Sonnenberg, em Ouça a sua consciência: é por isso que você tem uma.

Frank Sonnenberg. Foto: divulgação

Bom senso
Seria uma experiência interessante os chefões do GDF se passarem por pessoas comuns em busca de atendimento. Muitos são os funcionários dedicados, mas os criadores de problemas são maioria e talvez hajam assim por completa falta de despreparo ou orientação. Se o atendimento é agendado e não há mais ninguém para ser atendido, qual a razão de não prestar serviço para quem compareceu presencialmente? Os impostos são pagos para isso também.

Quadrinho: Turma da Mônica

Registro
Se você é pioneira, chegou a Brasília na época da construção, entre em contato com Tânia Fontenele. Ela quer fazer uma exposição de fotos e objetos da época e gostaria de conversar com as pioneiras. É só procurar no Facebook.

Tania Fontenele. Foto publicada em seu perfil oficial no Instagram.

Acolhimento
Portas abertas aos venezuelanos, sírios e haitianos. Agora, o Itamaraty analisa mais de 400 pedidos de asilo de afegãos. O Brasil tem todos os rostos e deve ter sua cultura abraçada pelos acolhidos.

Foto: © Reuters/TWITTER/DAVID MARTINON/Direitos reservados

História de Brasília
No almoço oferecido a Adjubei e sua espôsa, filha de Kruchev, a decoração da mesa ficou a cargo de Zanini. Muitas flôres vermelhas, e, entre elas, cravos brancos com traços vermelhos, significando uma mensagem de paz para os visitantes. (Publicada em 10/02/1962)