Pazuello em seu labirinto

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Foto: Reprodução / CNN

 

Em “O general em seu labirinto”, o escritor e prêmio Nobel de literatura em 1972, Gabriel Garcia Marquez (1927-2014), narra, em romance histórico, os últimos dias de vida de Simón Bolívar, conhecido como “o salvador” e considerado, por muitos, como o grande herói da independência de parte do continente latino-americano, a Nova Granada.
Só que, nesse livro, o que emerge das páginas é um personagem de carne e osso, com todas as suas contradições humanas, ressaltadas ainda mais pela idade avançada, que faz com que esse herói dispa de sua imagem de mito, mostrando toda a sua decrepitude de um fim de vida melancólico, aumentada por sua dependência física de seu criado pessoal.
Guardadas as devidas e distantes diferenças entre esse personagem e o nosso, já famoso e notório, general Pazuello, que caiu nas graças do presidente, o que nos resta, em termos de analogia entre o protagonista do romance famoso e o nosso estrelado militar, pode ser resumido apenas no sugestivo título do livro. É justamente nessa espécie de labirinto à brasileira que, de repente, ganhou destaque nacional o referido general Pazuello.
Não por suas proezas e façanhas, que inexistem, mas por sua absoluta falta de vontade própria a transparecer no seu desânimo e apatia acentuados, e que o levou a afirmar que se submetia às ordens de um simples capitão, expulso do Exército. Surpreendentemente, foram essa sua inércia e subserviência cega que acabaram por deflagrar, ao menos, duas severas crises internas ao governo que serve.
Realmente Pazuello está enclausurado em seu labirinto, mas não está sozinho. Depois de sua passagem caótica no Ministério da Saúde, numa ocasião em que os brasileiros morriam como moscas nas portas dos hospitais superlotados, fato que o levou a ser o principal depoente na CPI do Covid e que, muitos apostam, pode lhe custar a liberdade, mais uma vez, esse nosso às avessas, por seu esmorecimento, subiu inadvertidamente em um palanque político, esquecendo-se de que esse gesto é vedado a militares da ativa, conforme inciso V, parágrafo 3º do Art. 142 da Constituição e o Estatuto das Forças Armadas.
Mesmo contrariando o que dizem essas normas, o general, por interferência direta do próprio presidente, não foi punido, como era a expectativa geral da maioria absoluta do oficialato. Com isso, o presidente da República, uma vez mais, fez valer sua vontade pessoal, como várias autoridades do país.
Trata-se aqui de uma crise e tanto, cujos os desdobramentos podem ser lançados para o futuro, mas que, por certo, virão para, quem sabe, romper com essa ideia estapafúrdia de denominar essa Força de “meu exército”.

A frase que foi pronunciada:
“Somos muitos pequenos fantoches movidos pelo destino e fortuna por meio de cordas invisíveis; portanto, se é assim como penso, deve-se preparar-se com bom coração e indiferença para aceitar as coisas que vêm em nossa direção, porque não podem ser evitadas, e opor-se a elas requer uma violência que rasga muito nossas almas, e isso Parece que tanto a fortuna quanto os homens estão sempre ocupados em assuntos de nossa antipatia, porque o primeiro é cego e o segundo só pensa em seus interesses.”

Marcello Malpighi, foi um médico, anatomista e biólogo italiano. Pioneiro na utilização do microscópio, sendo considerado por muitos um dos fundadores da fisiologia comparativa e da anatomia microscópica. (Wikipédia)

Marcello Malpighi. Imagem: wikipedia.org

TV Comunitária
Amanhã e segunda-feira, a TV Comunitária, canal 12 da NET DF, apresenta tudo sobre as eleições presidenciais no Peru e outros assuntos de interesse da América Latina.

Publicação no perfil oficial da TV Comunitária no Instagram

Franciscano
Assim como o Feng Shui trabalha a harmonia do espaço, a forma de o senador Girão se dirigir aos seus ouvintes cativa com as primeiras palavras: Paz e Bem! Seguir as regras dos frades menores é tudo o que esse país precisa.

Senador Girão. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Perda
Deixa-nos Octaciano Nogueira, analista da política brasileira com vários livros publicados, verdadeiros tesouros sobre a história do Brasil. Seu acervo, além de registro importante, é uma alternativa para consulta para os líderes que desejarem um norte para o país, com caminhos menos tortuosos evitando os mesmos erros.

Octaciano Nogueira. Foto: Moreira Mariz / Agência Senado

História de Brasília
O problema da Asa Norte tem que ser visto sem o lado político. Há, de fato, prédios merecendo reparos sérios, e o IAPC os havia notado antes de receber a construção. (Publicado em 02/02/1962)

Mais letais que o próprio vírus

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Charge do Zé Dassilva

 

Caso a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Covid), transformada e rebaixada em Comissão da Cloroquina, queira, nessa altura dos depoimentos, fazer um grande favor aos cidadãos brasileiros, pagadores das mais altas cargas tributárias do planeta, deve enveredar as investigações no rumo dos governadores.

Seguindo as pistas deixadas pelos bilhões de reais que foram escoados para essas unidades da Federação, sob a rubrica de combate à Covid, é possível encontrar evidências daquilo que seria impensável em qualquer país minimamente decente. Ou seja, desvios e malversação de abundantes recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia. Tudo isso praticado num momento de especial aflição e amargura das populações, que morriam como moscas nos corredores lotados dos hospitais.
Essa modalidade bem brasileira de crime, na maioria dos casos praticada por políticos travestidos de gestores públicos, só não é mais grave do que aquela cometida pelos mesmos personagens com relação à merenda escolar e à manutenção do ensino básico e fundamental. Surrupiar recursos públicos de gente que está à beira da morte ou que necessita desses bens para poder se alimentar e sobreviver deveria, por sua crueza, ser qualificado como crime de genocídio, passível de uma penalidade pesada e exemplar, inclusive, remetendo o caso a cortes internacionais que cuidam especificamente de crimes contra a humanidade, onde não teriam as mesmas indulgências encontradas em nossos gelatinosos tribunais.

Mas, como estamos num continente chamado Brasil, essas possibilidades são remotas ou quase inexistentes. Surpreende que muitos governadores, prefeitos e outros gestores públicos, espalhados pelos mais de 5 mil municípios, alguns inclusive já denunciados por essas práticas desumanas e abomináveis, ainda ostentem, impávidos, a possibilidade de recorrerem a cortes superiores, nas quais, por certo, vão encontrar guarida e uma porta de saída para seus crimes de lesa-pátria.

Mais impensável ainda é encontrar alguns desses evidentes malfeitores com assento e pompa nessas mesmas CPIs, como se tudo isso fosse natural e aceito. Não, não é. Diante de um quadro surreal como esse, é preciso que aquelas autoridades que ainda não se deixaram contaminar por práticas dessa natureza adotem medidas emergenciais ou elaborem, o quanto antes, uma relação de todos esses nomes, para que tribunais, como o Eleitoral, encontrem um meio de vedar-lhes a possibilidade de se reelegerem, enquanto não forem devidamente julgados e condenados por seus crimes, de modo a interromper a continuidade desse processo sem fim de impunidade. Em tempos radicais como o que estamos experimentando, é preciso mais do que medidas legais de praxe.

É necessária a adoção de medidas extraordinárias, como aquelas adotadas em tribunais de guerra, para fazer cessar de imediato a ação desses indivíduos ou quinta coluna, que são mais letais à sociedade do que qualquer outro vírus.

A frase que foi pronunciada:
“Liberdade de imprensa é a raiz de qualquer processo democrático.”
Davi Emerich
Veja, a seguir, a entrevista, na TV Senado, com o jornalista Davi Emerich

Corrupção doméstica
Aumenta o número de carteiras de empregadas domésticas não assinadas. De um lado, os patrões que precisam de ajuda; e do outro, a pessoa que quer trabalhar, mas não quer perder os auxílios do governo.

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Capilaridade e rapidez
Com gerenciamento impecável, os Correios investem na renovação das frotas, o que dará mais agilidade e segurança nas entregas. Documento da empresa aponta 60% de renovação entre furgões e motocicletas de quase mil centros operacionais de distribuição e tratamento. Em dois anos, a meta é ultrapassar os R$ 560 milhões em novos veículos.

Foto: correios.com

 

CFM
Sobre a CPI da Covid, o Conselho Federal de Medicina se levantou depois da oitiva da pediatra Mayra Pinheiro. A instituição elaborou uma “moção de repúdio em defesa do médico, ao respeito e à civilidade na CPI da Pandemia”. Leia, na íntegra, no link MOÇÃO DE REPÚDIO – CFM.

 

Maus-tratos
Além de ter de suportar todo o sofrimento causado pelo isolamento e a perda de familiares, o brasileiro amarga aumento nas contas de água, luz, impostos, supermercado.

Charge do Cabalau

 

História de Brasília
Na quadra seguinte há também um ponto de carros de aluguel, o que quer dizer mais ou menos isto: dentro de dois meses ninguém poderá estacionar na W3 à altura da Novacap, porque será só para carros de aluguel. (Publicado em 02/02/1962)

A pandemia mostrou a todo mundo quem é quem

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Foto: Joédson Alves/EFE

 

Em qualquer governo – ontem, hoje e sempre e em todo o tempo e lugar –, o que se colhe, pela falta de ação e inanição, é a reação da sociedade. Povo algum tolera que suas lideranças não ajam quando devem agir. Muito menos em tempos adversos, quando o povo espera que seus governantes assumam as rédeas e o comando nas crises. Por todo o mundo, as maiores lideranças políticas, sobretudo nos países democráticos, foram submetidas à prova de fogo imposta pela pandemia, ocasião em que tiveram, forçosamente, que mostrar ao que vieram.

Nesse difícil teste em âmbito mundial, os governantes das diversas nações do planeta encontraram-se, de repente, em meio a uma espécie de guerra, com populações inteiras e indefesas sendo, subitamente, bombardeadas por uma perigosíssima arma biológica. É em tempos adversos como este que não apenas os verdadeiros governantes são revelados e se tornam essenciais, mas que também são postos a nu os farsantes e impostores de toda a natureza.

Durante os períodos mais críticos da pandemia da Covid-19, justamente quando ainda não se tinha uma vacina segura para combater o vírus, e quando ainda havia muitas dúvidas de como debelar essa doença, que o mundo passou a se familiarizar com as ações afirmativas, mesmo duras, daqueles verdadeiros líderes que, muito mais do que popularidade instantânea, perseguiam as melhores e mais racionais estratégias para livrar sua gente da nova peste.

Da mesma forma, mas em sentido contrário, muitos desses falsos guias também serão lembrados pela covardia e pelo medo de que a pandemia, por seus reflexos negativos nos números da economia, e não pelo número de mortes, acabaria por prejudicar suas carreiras políticas, encurtando-lhes o mandato.

Nesse particular, o desempenho do atual governo, se é que pode ser classificado desse modo, sua apatia belicosa durante todo o processo da primeira e segunda onda da virose, é para não ser esquecido e, com certeza, ficará registrado na história desse triste trópico. Muito mais do que o despreparo flagrante frente à crise sanitária, o que se viu, todo o tempo e de forma a camuflar sua inaptidão executiva, foi um presidente perdido em suas funções, insuflando a população contra os outros Poderes e contra os governadores dos estados, encorajando, de modo cínico, a população a enfrentar “de peito aberto” a doença, desestimulando o uso de equipamento de proteção individual e outros procedimentos aconselhados pelos médicos, mudando as equipes do Ministério da Saúde, por interesses meramente políticos, recomendando medicamentos de ação não comprovada cientificamente e, a toda hora, frisando não ter culpa pelo desenrolar dos acontecimentos, num claro sentimento de fuga da realidade.

O que restou, até aqui, desse somatório de trapalhadas pode ser conferido agora, numa Comissão Parlamentar de Inquérito, na sucessão de pedidos de impeachment, nos protestos de rua e muitos outros efeitos colaterais decorrentes de um governo que ainda não disse a que veio, e pior: está pavimentando, por suas tonterias, a volta do lulopetismo ao poder. Quer mais?

A frase que foi pronunciada:

Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas.”

Johann Goethe

Goethe in the Roman Campagna (1786) by Johann Heinrich Wilhelm Tischbein | Reprodução

Game

Enfim, o Ministério da Educação disponibiliza um game educativo para crianças jogarem no celular. Por enquanto, só letrinhas e sons, mas já é um bom começo. Sem brigas, sem sangue, sem violência. Com ciência e conhecimento.

 

Escolas

Volta e meia, uma escola particular ou outra suspende as aulas por causa do Covid. A professora, de licença médica, passa alguns dias fora e depois volta com as aulas online, para depois retomar a aula presencial.

Foto: Colégio Little Kids/Reprodução

Severos

No Brasil, os pais levam os filhos para vacinar com carteirinha e mantém todo o processo em dia. Nos Estados Unidos, se uma criança voltar depois de uma vacina com febre ou inchaço no local da aplicação, os pais não ficam satisfeitos e registram reclamação.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Union

Aliança Francesa e Instituto Goethe juntos prometem oferecer mais cultura à Brasília. Veja, a seguir, quais são as últimas novidades.

História de Brasília

Falando em táxi, não se sabe quem autorizou, mas os carros particulares não podem parar em frente à lavanderia Ouro Fino, porque os motoristas colocaram um “ponto” de taxi, interditando a área aos particulares. (Publicado em 02.02.1962)

Assando a batata

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Foto: Ricardo Salles MMA

No meio do estouro da boiada, que o ministro do Meio Ambiente queria ver irromper cancela adentro pela Floresta Amazônica, Pantanal e outros biomas do país, como justificativa para derrubar os entraves burocráticos que dificultam atividades econômicas extrativistas nessas áreas, o que ninguém sabia até então é que entre essa manada desgovernada estava passando também sob o olhar maroto e displicente das autoridades do ministério, contrabando facilitado de madeira ilegal e outros ilícitos com chancela oficial e tudo. É o que vem concluindo a Polícia Federal em suas investigações mais recentes, que afirma, inclusive, já ter provas sobre esses fatos.
Caso essas investigações consigam vencer as barreiras normalmente impostas pelo Supremo Tribunal Federal, quando se trata de investigar autoridades com foro e outras blindagens privilegiadas, o que estaremos assistindo, talvez pela primeira vez, é o protagonismo daqueles que teriam, como obrigação legal e moral, proteger o meio ambiente, transmutados em arrecadadores do butim oriundo de crimes diversos contra nosso bioma.
De cara o que o bom senso recomendaria seria que o próprio ministro pedisse um afastamento temporário até a conclusão das investigações, como forma de proteger o governo e a imagem, já por demais chamuscada do país, perante um mundo que acompanha de perto esses fatos.
O problema com um caso tão escabroso como esse é que um possível aprofundamento dessas investigações poderá levar, necessariamente a outros próceres ligados ao governo, dentro e fora do Executivo, podendo vir a relacionar também membros da tão polêmica bancada do boi, dentro do Congresso. Trata-se aqui de um escândalo de boa proporção, capaz, inclusive, de ofuscar a CPI da Covid.
Das providências necessárias e urgentes que cabem ao governo adotar daqui para frente, como meio de impedir que esses fatos ganhem maior dimensão, é que mostrarão ao país e ao mundo de que lado está o Executivo nessa querela envolvendo madeireiros, garimpeiros e outros destruidores de nosso bioma e a proteção do patrimônio natural de todos os brasileiros. Por si só, o afastamento cautelar e a quebra de sigilo, pedidos pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo, de toda a cúpula do Ibama, dentro da Operação Akuanduba da Polícia Federal, ocasião em que foi pedido que o próprio ministro Ricardo Salles entregasse seu celular às autoridades, já deveria ter acendido a luz vermelha dentro do Palácio do Planalto, o que aparentemente não ocorreu até o momento.
O governo faz cara de paisagem para o assunto, como forma de aparentar despreocupação com o caso. Sintomático nesse episódio é que o ministro Salles não quis entregar seu celular para os investigadores, trocando em seguida o número e o aparelho. Também chama a atenção, da Polícia e dos órgãos de fiscalização, a movimentação financeira observada, nesses últimos tempos, no escritório de advocacia que o ministro mantém em sociedade com sua mãe. Por outro lado, é fato também, e as investigações mostram isso, que a demissão do Superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, foi motivada por uma notícia-crime feita por esse profissional contra o ministro Salles, por organização criminosa e favorecimento a madeireiros.
Outro fato divulgado sobre as investigações mostra que o ministro, junto ao presidente do Ibama, orquestrou demissões daqueles técnicos que se opuseram à conduta do órgão em favor dos madeireiros. Enquanto outros servidores, que fecharam os olhos para esses ilícitos, foram promovidos de cargo.
No braseiro que vai se transformando nossas florestas, na atual gestão, o que parece é que a batata do atual ministro do Meio Ambiente está sendo claramente assada.


A frase que foi pronunciada:
“O que espanta não é a loucura que vivemos, mas a mediocridade dessa loucura. O que nos dói não é o futuro que não conhecemos, mas o presente que não reconhecemos.”
Mia Couto, escritor e biólogo moçambicano.

Foto: AFP Photo / Francois Guillot


Insano
Agora, imagine o que se passa na cabeça de um foragido da polícia que se inscreve para o concurso da Polícia Federal sonhando em ser agente, delegado, escrivão, papiloscopista da corporação. É ter muita certeza da impunidade. Graças à organização do certame, todos foram discretamente dirigidos ao fim da liberdade.

Foto: Divulgação

É fake
Governo não vai congelar aposentadoria. Veja a seguir.

 


História de Brasília
Com isto, não haverá mais concurso êste ano. Haverá, isto sim, aproveitamento melhor das professôras pertencentes atualmente à Fundação. (Publicado em 02.02.1962)

Passado que não passa

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Foto: divulgação

 

Quem acompanha o noticiário nacional, mesmo superficialmente, observa que o Brasil, ao contrário do resto do mundo, parece congelado no tempo, como embalsamado numa espécie de cápsula à espera de um futuro que teima em não chegar. Chama a atenção nesse caso a foto, um tanto oportunista, mostrando os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula com o já tradicional cumprimento, trazido pela pandemia, que antepõe punho contra punho.
Fôssemos analisar com mais acuidade a foto, como fazem os investigadores, em busca, quem sabe, de algumas evidências que estariam postas naquela reunião, por detrás das lentes e nos bastidores desse encontro estratégico, muitas pistas saltariam aos olhos.
De cara, é possível notar que, nesse cumprimento, FHC aparece usando o braço direito e Lula o esquerdo. Mostra ainda que FHC usa um suéter na cor vermelha e sugestiva de algum gosto, ideológico, por esse matiz, enquanto Lula parece metido num velho paletó na cor cinza azulado, indefinível como uma esfinge.
Na foto, FHC, a despeito da diferença de idade com Lula, aparenta ser mais novo e conservado, enquanto o cacique, do que ainda resta do Partido dos Trabalhadores, se mostra envelhecido e corroído pelo tempo e pelos excessos, que não foram poucos.
No olhar de ambos, também se nota uma diferença básica. Enquanto FHC parece exibir um olhar mais risonho, talvez de deboche, Lula tem nos olhos aquela expressão de desconfiança, próprio daqueles que não confiam em ninguém, talvez já nem em si próprio.
O tempo passado na prisão, deu a Lula aquele ar assustado próprio de ex-prisioneiros temerosos de que algum dia possam voltar à cela. O fato é que o tempo passou para ambos, mas apenas Lula não viu.
Em sua época, enquanto os holofotes ainda iluminavam sua figura, FHC teve a chance de ouro de fazer, como todo o presidente, seu sucessor, abrindo caminho para a consolidação de uma economia do tipo liberal, como proposta por sua equipe econômica. Preferiu seguir como um tipo de ativista universitário, dando passagem para Lula e para tudo o que ocorreu em seguida.
Nesse sentido, FHC é um dos artífices do Lulopetismo, embora tenha sido perseguido e renegado pela turma que o ajudou a colocar no poder. Há quem diga que, hoje, Lula mais se parece com um Maluf de esquerda, embora o que lhe falte em capacidade de trabalho, sobre em perspicácia e malabarismos políticos.  Nesse caso, é preciso notar que Lula, em sua época, também foi cumprimentar Maluf, dentro do que se pode conceber como um falso jogo de cintura política, já que ambos são cara e coroa da mesma moeda fundida em São Paulo.
No almoço, em que foram seladas possíveis estratégias para derrotar Bolsonaro em 2022, patrocinado pelo onipresente e ex-ministro Nelson Jobim, um sucessor de Márcio Thomás Bastos, nas táticas de livrar Lula de enrascadas com a lei, o cardápio servido foi, como não podia deixar de ser, a pavimentação para um possível retorno de Lula ao Palácio do Planalto, quem sabe, levando a tiracolo José Dirceu, Jean Willis, filiado ao PT, Gleisi e toda trupe, numa espécie de revival do inferno zodiacal do Brasil, a aprisionar o país num passado que não passa e num futuro que não chega.
A frase que foi pronunciada:
“Há heranças malditas que viram benditas e benditas que viram malditas.”
Dona Dita, achando graça no BBB da política.
Cahrge: oestenewsorg.wordpress.com
Perigo
Com todas as discussões sobre áreas verdes, bandidos estão se aproveitando para se passarem por agentes da Agefis. Pedem para entrar no terreno para averiguar a demarcação e cuidados.
Reprodução da internet
Deu no Deutch Welle
Quem pesquisou foi o pessoal do Greenpeace. Enquanto a Alemanha critica o Brasil pelos maus-tratos ecológicos, despacha para esse mesmo Brasil, que aceita tudo pelo imediatismo das vantagens, agrotóxicos proibidos na própria Alemanha. As frutas brasileiras pesquisadas eram exportadas para o país germânico.
Charge: Arionauro Cartuns
Partida
Sálvio Medeiros Costa e José da Costa Oliveira. Dois servidores exemplares do Ministério da Fazenda. Hoje, nos despedimos de Sálvio, que encontra o amigo José em outra dimensão.
Experiência
Juliana Seidl é doutora no assunto e está espalhando conhecimento para diminuir o sofrimento das pessoas com etarismo, ageismo ou idadismo. Esteriótipos e discriminação embutidos no preconceito tendo a idade como referência. Leia mais sobre o assunto no link https://www.instagram.com/p/CPJKpsxF1SU/.
História de Brasília
O que há com o ensino em Brasília é isto: Há 13 alunos para cada professora, e o prefeito mandou sustar o concurso, e as novas admissões. (Publicada em 02.02.1962)

Privatização e privataria

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Foto: Dado Galdieri/Bloomberg

 

Com a aprovação pela Câmara dos Deputados da medida provisória possibilitando a privatização da Eletrobrás, mais uma vez vem à tona a questão da entrega, à iniciativa privada, de mais um patrimônio público, nesse caso um setor extremamente estratégico para o desenvolvimento do país, a preços, que todos sabem, nunca serão vantajosos para o Tesouro Nacional, tudo dentro de uma visão pseudo-liberal que, para os consumidores, repete o mote já conhecido de “socializar os justos e privatizar os benefícios”.

À semelhança de outras empresas estatais, corroídas pelo aparelhamento político e pela má gestão, a Eletrobrás entra no pacote mal amarrado da privatização, num momento em que as atenções da população estão voltadas para sobrevivência em face de uma pandemia que já matou quase meio milhão de brasileiros, em pouco mais de um ano. Mesmo países extremamente liberais, como os Estados Unidos, mantêm sob seu controle o setor de energia, por entender que essa é uma área de segurança nacional e de vital importância para a manutenção econômica daquele país.

No Brasil, como de costume, o labirinto da privatização de ativos públicos começa com a transformação dessas empresas em valhacouto de políticos e de apaniguados desses que lotam os conselhos diretores e outros postos de importância. Sem preparo técnico algum, esses intrusos vão para essas funções com a missão de abrir um canal por onde irão ser drenados recursos estatais para as respectivas legendas e seus caciques.

Com esse mecanismo de desconstrução lenta, a empresa começa a dar sinais de deficiência e a causar problemas para o próprio governo e principalmente para a população, que está na ponta desses serviços. Tão logo esses sinais chegam ao conhecimento público, via mídia e outros meios de imprensa, surgem os salvadores da empresa, com propostas para vendê-la a grupos privados interessados nesses “negócios da China”.

É como comprar galinha morta, dizem os entendidos. Ocorre, como no caso da Eletrobrás, que essa é uma empresa estratégica para o país e para os brasileiros. Da mesma forma como ocorre com o abastecimento de água, a energia é indispensável ao desenvolvimento do país.

Para aqueles que falsamente pregam que com a privatização terão um fim também o problema da corrupção e do aparelhamento nessas empresas, restam as lições vindas de outros países que passaram por processos semelhantes e que, ao invés de vender estatais estratégicas, sanearam a empresa e adotaram os melhores métodos de governança e de compliance, organizando e mantendo essas áreas sob estrito regime de integridade e eficiência e prestação de serviços de excelência a preços justos e transparentes.

Obviamente que existem empresas estatais que melhor ficariam nas mãos da iniciativa privada, mas, sem dúvida, esse não parece ser o caso da Eletrobrás, que entrou no corredor da morte da privataria açodada.

A frase que foi pronunciada:

Essa é a técnica padrão da privatização: Corte o dinheiro, certifique-se de que as coisas não funcionam, de que as pessoas fiquem zangadas, então entregue ao capital privado.”

Noam Chomsky

Noam Chomsky. Foto: AFP

Embrapa

Interessados em plantar maracujá no cerrado poderão receber instruções da Embrapa para este fim. No dia 25 deste mês, acontecerá a Reunião de Validação da cultura do Maracujá para o DF e Entorno, a partir das 15h, no portal https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/zarc. Mais informações a seguir.

–> Zoneamento agrícola de risco climático para a cultura do Maracujá será validado na próxima terça (25)

Foto: Fabiano Bastos

Interessados na cultura do maracujá terão a oportunidade de participar na próxima terça-feira (25), às 15h, da Reunião de Validação da cultura do Maracujá para o DF e Entorno. O evento promovido pela Embrapa será realizado de forma on line e busca apresentar e validar os dados sobre Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura do maracujá nos estados do MT, MS, GO, AM, PA, RR, AC, AP, RO, TO e no DF. O Zarc é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura.

O encontro é destinado a produtores rurais, consultores técnicos, gestores públicos, representantes de cooperativas, de bancos e de empresas do setor privado ligadas ao tema. “A participação e contribuição desses atores é muito bem-vinda para o aperfeiçoamento dos resultados desse estudo que servirá para orientar políticas de crédito e securidade rural para o cultivo de maracujá no Brasil”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados, Fernando Macena. O acesso à reunião será feito por meio do link: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/zarc

A metodologia do Zarc e os dados para as diferentes regiões serão apresentados pelo pesquisador da Embrapa e contará com a participação do corpo técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Esse estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solos e ciclos de cultivares. 

Acesse aqui mais informações sobre o Zarc 

Serviço:

Reunião de Validação da cultura do Maracujá para o DF e Entorno
Data: 25 de maio de 2021
Horário: 15h
Local: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/zarc 

Juliana Caldas (MTb 4861/DF)
Embrapa Cerrados

Contatos para a imprensa
juliana.caldas@embrapa.br
Telefone: 61 3388 9945

Núcleo de Comunicação Organizacional – NCO

Embrapa Cerrados
(61) 3388 9891/ 9945

Boas novas

Parece que, dessa vez, as coisas começam a voltar ao normal. O fato de os Consulados dos EUA abrirem agendamento para emissão de visto a estudantes é um bom sinal. Não é novidade a exigência da apresentação do teste RT-PCR negativo. Muitos aeroportos do mundo ignoram o documento e fazem o teste in loco.

Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Abraço solidário

Realmente a Quitutices, da 315 Sul, é um Oasis aos celíacos. Com total confiança nos produtos vendidos, aqueles que não podem consumir glúten, têm nesse local a oportunidade de consumir alimento saboroso e feito pela chef Inaiá Sant’Ana. Agora, a confeitaria Quitutice, em comemoração ao Dia do Abraço, celebrado hoje, com o Complexo Gastronômico, promove campanhas para incentivar o Abraço Solidário: campanha para arrecadação de agasalhos, alimentos e produtos de higiene, destinados às comunidades carentes do Distrito Federal.

História de Brasília

Finalmente, no mesmo dia da posse, ia embora o ídolo. Juscelino deixava Brasília num DC-7C da Panair com destino a Paris. (Publicada em 02.02.1962)

Sem o Censo, Brasil perde sua principal bússola para sair da crise

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Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

 

Como tem acontecido com certa frequência nesses últimos tempos, coube, mais uma vez, ao Supremo Tribunal Federal, interferir na seara do Executivo para lembrá-lo que, como manda a Constituição, o Governo Federal é obrigado a realizar o Censo, que na realidade deveria ter sido feito no ano passado, mas que, em decorrência da pandemia, não aconteceu. Desta feita, o Supremo cedeu para que o governo realize o Censo somente em 2022, mesmo diante dos cortes drásticos no orçamento do IBGE. Segundo a própria entidade, dos R$ 3.5 bilhões previstos, inicialmente, para a realização das pesquisas em todo o país restaram pouco mais de R$ 53 milhões, o que torna impossível a realização de um Censo dentro dos padrões minimamente aceitáveis.

Como, por lei, o Censo tem que ser realizado a cada dez anos, o IBGE irá se defrontar com dados e números fora dos padrões, principalmente em virtude da crise gerada pela pandemia, que afetou todos os índices de produção e de desenvolvimento humano. Com isso, o retrato que possivelmente emergirá do Brasil em 2022 poderá mostrar um país que já não conhecemos bem, ou que imaginávamos ter ficado num passado longínquo.

Para os estudiosos no assunto, a pandemia veio para reforçar, ainda mais, a necessidade e urgência de realização do Censo, de modo que o governo possa aperfeiçoar seu planejamento e ajustar melhor as políticas públicas em todas as áreas. Até mesmo com relação ao planejamento de vacinação da população. O Censo pode indicar o número exato de pessoas de uma determinada região, idade e outros dados que podem ser úteis no programa de distribuição de vacinas.

O fato é que, sem o Censo, o Brasil perde sua principal bússola capaz de indicar as possíveis saídas para a crise gerada pela pandemia. Além do fato meramente econômico e social, o Censo, segundo políticos da oposição, pode mostrar um Brasil que o atual governo não deseja ver e dar a conhecer aos brasileiros.

O eleitor, ao olhar a foto atual e real do país, pode, inclusive, mudar o destino de seu voto. Para os ex-presidentes do IBGE, Roberto Olinto e Paulo Rabello de Castro, a não realização do Censo é uma verdadeira tragédia para o país e uma perda da cidadania, uma vez que, ao não conhecer bem a realidade de cada lugar e de sua gente, não há possibilidade alguma do Poder Público realizar o que quer que seja em benefício do cidadão.

Num ponto todos concordam: a pandemia mudou muito o Brasil que conhecíamos até pouco tempo. Para esses especialistas, o apagão propiciado pela não realização do Censo em tempo pode ter consequências negativas de longo prazo, algumas, inclusive, já sem solução, devido ao atraso. O corte de 90% da verba destinada ao IBGE para o Censo, e que motivou o pedido de demissão da pesquisadora e presidente Susana Cordeiro Guerra, parece não ter despertado, até o momento, a atenção do presidente Bolsonaro para o perigo dessa decisão que afeta não só o futuro dos brasileiros, mas a continuidade ou não de sua gestão.

Um exemplo dessa importância vital do Censo pode ser conferido no SUS, neste momento de pandemia. É pelo Censo que o país pode avaliar e planejar visando aperfeiçoar o trabalho do Sistema Único de Saúde durante a virose e num período pós-pandemia também, de modo a torná-lo pronto para quaisquer eventualidades futuras.

Por essas e por outras, os especialistas e aqueles que compreendem a importância do Censo consideram que a discussão de verba para a realização dessas pesquisas tão importantes e que são chave para o país não passa de leviandade do atual governo. Para alguns, como Sérgio Besserman, também ex-presidente do IBGE entre 1999 e 2003, sem o Censo não há bom senso. “Só com a perda de eficácia das políticas públicas, diz representará muito mais dinheiro do que será economizado nesse corte dos recursos para o Censo.”

Também para Paulo Rabello de Castro, que dirigiu o IBGE, o custo para a realização do Censo é muito barato, em relação aos seus resultados a longo prazo. “Imagina como é barata a realização do Censo no Brasil e quantas centenas de jovens brasileiros serão empregados. É uma estupidez não realizar o Censo, é uma marca da nossa estupidez nesse momento triste da nossa história”.

A frase que foi pronunciada:

Espero que todos vocês preencham o formulário do censo quando ele chegar pelos Correios no próximo mês. Se você não devolver o documento, a área em que vive pode receber menos dinheiro do governo e você não gostaria que isso acontecesse, gostaria?”

Andy Rooney, do programa 60 minutos da CBS.

O comentarista do ’60 Minutes’ Andy Rooney. Foto: Reuters.

Verde que te quero

Park Way, com grandes áreas de preservação ambiental, sempre despertou a cobiça de especuladores. Veja, a seguir, matérias e documentos publicados sobre o assunto.

–> CONTRA PROJETO DE LEI QUE DEVASTA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL NO DISTRITO FEDERAL

–> PROJETO DE LEI (Do Senhor Deputado DELMASSO – REPUBLICANOS/DF)

Convite

Terezinha Célia Kineipp Oliveira assume a diretoria de aposentados da Amatra 10. Veja mais sobre a posse dos novos membros da instituição a seguir.

História de Brasília

Veio depois, a esperança. Um governo honesto, correto e duto para todo mundo. Nas repartições, todos procuravam trabalhar, o que nem sempre acontecia. Os primeiros inquéritos foram violentos, e apareceram como uma bomba. (Publicado em 02.02.1962)

Ninguém tem razão quando o assunto é política cultural do Estado

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Presidente Jair Bolsonaro, em 12 de maio de 2021. Foto: Joédson Alves / EFE

 

Não seria preciso que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ingressasse com Ação Civil Pública (ACP) contra o Governo Federal, a quem acusa de promover uma política sistemática de desmonte da cultura brasileira, para que os brasileiros tomassem ciência de que essa área vem sendo severamente sucateada dia após dia.

Primeiro porque, por essa via, a questão perde muito de sua seriedade e urgência, descambando para o terreno da rinha política partidária, levantando suspeitas de que a ACP faz parte de uma vingança pessoal, movida pelo próprio presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, ligado ao Partido dos Trabalhadores e acusado por advogados de transformar a Ordem em legenda de esquerda. Hoje, é sabido que qualquer ação, que parta da atual presidência da OAB contra o Governo Federal, perde muito de sua importância jurídica e institucional, por conta, justamente, da partidarização política excessiva da entidade e, particularmente, pelos desentendimentos entre o atual presidente e o Planalto.

Nesses últimos tempos, nem mesmo um diálogo institucional existe entre o Governo e a OAB. É o preço a ser pago, pela sociedade e pela classe artística, pela falta de isenção política ideológica da ordem versus a miopia política que tomou conta do Executivo. Não seria necessário, aqui, citar a máxima segundo a qual é pela qualidade cultural dos eleitores que se conhece a cultura do eleito. Nesse ponto, a maioria dos eleitores do atual presidente suspeitavam, ao menos, que, por suas declarações e pelo seu passado, avesso a questões da cultura e das artes, cedo ou tarde, ele promoveria, nesse setor, uma espécie de caça às bruxas contra a classe artística do país, mormente àquela que vinha, incansavelmente, criticando seu governo, desde o primeiro dia.

Por outro lado, tem sido essa mesma classe artística, tradicionalmente ligada aos movimentos de esquerda, que, em governos passados, lograram obter as maiores verbas destinadas aos projetos de cultura, principalmente a partir da gestão de Gilberto Gil frente à pasta da Cultura, via Lei Rouanet. Houve, nesse caso, uma flagrante perseguição política a esses artistas por parte do governo, o que não é segredo para ninguém, dados os inúmeros pronunciamentos nesse sentido, feitos pelo próprio presidente recentemente.

A questão aqui é que essa medida anunciada pela OAB perde muito de seu caráter cívico, diminuindo a importância do problema a uma mera disputa política, o que também contribui para retirar o vigor da questão e sua necessidade para o cidadão. Cultura é alimento do intelecto e do espírito. Nenhuma civilização sobre o planeta jamais logrou êxito e desenvolvimento prescindindo da produção cultural de seu povo e da contribuição de outras nações. É preciso ver ainda que, por detrás dessa ACP, reúnem-se a maioria dos partidos de oposição ao governo, o que confere mais matizes ideológicos a uma questão tão séria e que diz respeito a todos.

Temos aqui mais um caso típico, nesse governo e nesses tempos estranhos, em que a nenhuma das partes deve ser dada a razão. Nem o governo, nem a OAB, muito menos a oposição política. A questão da produção cultural, deveria, num país democrático e sério, ser afeta diretamente à classe artística, por meio de um ministério ou secretaria apto e isento politicamente para gerir essas demandas, que deveriam ainda contar com a solidariedade da sociedade e com a participação do empresariado, por meio de isenções fiscais realmente eficazes e transparentes.

Subsídios governamentais, ainda mais quando o Executivo é ocupado por políticos de visão extremada e avesso à arte e à cultura, podem sofrer desses contratempos e dessas perseguições. O que pode haver nessa questão de maior concretude é que se abra agora uma discussão sobre as possibilidades dos caminhos a serem trilhados e a blindagem da produção cultural contra esses eventuais favoritismos de momento, para que nossas artes não sofram processos de descontinuidade por motivos alheios aos criadores e aos artistas em geral.

A frase que foi pronunciada:

Quem disse que a paz não tem preço?”

Bolsonaro lembrando que Lula nunca teve oposição

Foto: reprodução da internet

Tecnoaprendizagem

A Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo (CDESCTMAT), da Câmara Legislativa do Distrito Federal, está discutindo as profissões do futuro. A deputada do Novo, Júlia Lucy, acredita que a pandemia mostrou o descompasso entre a demanda do mercado e a oferta da educação. Colocar o DF no mapa da tecnologia nacional é o grande objetivo do embate.

Deputada Júlia Lucy. Foto: novo.org

Sonho possível

Ainda nessa comissão, o especialista em jogos eletrônicos, David Leonardo, usou sua experiência para mostrar como é possível conjugar habilidades e conhecimento com o prazer de aprender. Outro ponto importante destacado é a importância da conexão entre as disciplinas, o que enriquece a experiência e estimula a capacidade intelectual dos alunos.

Não deve, não teme

Engana-se a Organização Mundial da Saúde quando diz que o esperado relatório sobre a origem do Covid aponta para a inocência do país asiático. Na verdade, o que é esperado pelos cidadãos do mundo é a abertura da pesquisa em questão para todo e qualquer país que queira participar.

Foto: Aly Song/ REUTERS

História de Brasília

Mas nem a mesma faixa existe. Um motorista levou consigo como recordação. Pelo menos é o que a gente ouve dizer. À noite, pela televisão e pelo rádio, veio a grande revelação. O país, que vivia num clima de otimismo excitante deixou cair o queixo ante as declarações de pessimismo do presidente. (Publicada em 02.02.1962)

Nova lei traz velhas e perniciosas ideias

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Foto: frenteambientalista.com

 

Experiência e vivência são tudo quando se trata de lidar com questões delicadas e que terão reflexos sobre a vida de todos. Ouvir e ponderar, então, é essencial. Na contramão desses conselhos básicos, a carta aberta redigida pelos nove ex-ministros do Meio Ambiente, alertando para os severos danos que trarão ao país, caso seja mesmo aprovado pelos congressistas, sob pressão da bancada ruralista, a nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental (Lei 3.729/2004) passou em branco.
Na madrugada desta quinta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou, em ritmo relâmpago, o texto-base do polêmico projeto, flexibilizando normas importantes de proteção do meio ambiente, além de dispensar uma grande quantidade de empreendimentos e atividades econômicas de licenciamento ambiental. Sob o argumento absurdo de “redução da insegurança jurídica”, a bancada do boi forçou a passagem da tropa e dos tratores sobre as já incipientes leis ambientais, arreganhando, ainda mais, as porteiras da irresponsabilidade, garantindo ao nosso país a dianteira mundial quando o assunto é destruição de nossas riquezas naturais.
O momento, como ensinou o atual ministro da pasta, Ricardo Salles, é agora, durante a pandemia, quando as atenções estão voltadas para aspectos mais urgentes, como a própria sobrevivência da população. De imediato o texto suscitou críticas duras de todos os especialistas no tema, de cientistas, ambientalistas, passando por ONGs e pelos ex-ministros, que, em tempos diversos, estiveram à frente dessa importante pasta.
Primeiramente, dizem, a proposta não foi submetida, sequer, ao ritual básico das audiências públicas, onde o projeto seria discutido com mais seriedade e compromisso com o país e com as futuras gerações. Organizações internacionais, como o Greenpeace Brasil, considerou a aprovação uma afronta à sociedade brasileira e uma demonstração de que os parlamentares estão, neste momento, seguindo à risca a política ambiental do governo Bolsonaro, voltada toda ela para o atendimento do agronegócio e para quem questões ambientais são um empecilho ao pleno desenvolvimento econômico.
Para outros entendidos no assunto, a nova Lei irá instituir o que chamam de “deslicenciamento” ao implantar mecanismos como o autolicenciamento, em que o próprio indivíduo declara que seu empreendimento não causará danos significativos ao meio ambiente.
Na avaliação de Maurício Guetta, do Instituto Socioambiental, a proposta se revela como a maior ameaça já feita às áreas sob proteção ambiental, bem como aos povos que tradicionalmente ocupam essas áreas desde sempre. Caso venha a ser aprovada no Senado como está, a nova lei se configura como uma séria ameaça não só à Amazônia, como a todos os biomas e cursos d’água.
Trata-se de um conjunto irracional de medidas que, certamente, irão ter reflexos ainda mais severos dentro e fora do país, com particular repercussão no exterior às vésperas da realização da COP26, a realizar-se em novembro na Escócia. Lembrando da série de promessas feitas pelo presidente Bolsonaro, quando da realização da Cúpula do Clima em abril último, caso o Congresso aprove essas medidas do jeito que estão no texto-base, toda a credibilidade que ainda resta ao Brasil nas questões ambientais se transformará em pó, com a possibilidade dos mercados globais virem a boicotar economicamente nosso país.
A frase que foi pronunciada

“Com ciência e consciência”
Placa que resume a necessidade do Brasil
Tirinha: pinterest.com
Vídeo
Cameratas e cantores resolveram fazer ensaios finais no Parque Olhos D’Água. Um verdadeiro presente para os frequentadores. Veja, no canal Visto, lido e ouvido – Blog do Ari Cunha, pelas lentes de Suzette Oliveira.
Interessante
Em 2015, na época da regulamentação do comércio eletrônico, o Nordeste ocupava o segundo lugar em região com mais compradores on-line. O fato de os estados consumidores não se beneficiarem com a transação virtual mudou desde então.
Foto: Divulgação

Perdidos

Muito triste ver tantos profissionais perdidos sem saber como se reinventar. O número de suicidas não é divulgado. Deveria.

Foto: portal.fgv
Votos
Nenhum partido deve temer. O STF precisa estimular. O país vai ter o que é melhor para a democracia. A Câmara dos Deputados discute, em Comissão, para dar parecer a uma PEC da deputada Bia Kicis e outros, que sugere apuração de eleições, plebiscitos e referendos com expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor e depositadas em urnas indevassáveis para fins de auditoria.
Charge: almirquites.blogspot.com.br
História de Brasília
Todo mundo esperando o discurso. Havia notícia de que, na noite anterior, as gestões eram para que o sr. Jânio Quadros não pronunciasse um discurso violento. Realmente, foi um discurso “água de laranja”. Cometeu um erro de português, e disse que dali há quatro anos estaria no mesmo lugar entregando a mesma faixa ao seu sucessor. (Publicado em 02.02.1962)

A falta que faz uma guerra em tempos de paz

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O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello — Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

 

Foram para bem distante aqueles tempos em que oficiais de alta patente eram reconhecidos por serem indivíduos dotados de um sentimento avesso ao medo e às ameaças do inimigo. Contudo, a ausência prolongada de guerras e de conflitos sangrentos, onde a coragem e o destemor são o que restam como escudo contra os obuses e o avanço da morte, fez mal aos nossos militares. Nossos guerreiros são treinados virtualmente e em ritos enfadonhos e teóricos dentro dos quartéis, onde a burocracia cotidiana e monótona passou a ser a única batalha diária a ser vencida.

A paz, prolongada, portanto, ao representar o que de pior pode suceder ao oficialato e às tropas, conferiu-lhes uma certa resignação, além de uma notável inanição para a ação. Com resultado dessa falta de ventos a enfurnar as velas, as belonaves permanecem estacionadas no porto, acumulando ferrugem. A inércia faz mal às tropas, tira-lhes o ímpeto guerreiro e os conduz ao vale da preguiça.

Na ausência dessa agitação bélica, enfraquece-se também o caráter, roubando-lhes o ânimo e a alma. É no movimento que se fazem as batalhas. Pior do que esse marasmo prolongado que arrasta nossas forças em armas para a estagnação e a decadência, é que, com ele, perde-se a possibilidade de fazer do preparo contínuo, um escudo contra os obuses e o sibilar das balas traçantes de fuzil a cortar o céu, rente à cabeça. A única batalha a ser travada é contra o pachorrento cotidiano de atividades burocráticas e torturante, prolongado por um relógio de ponto preguiçoso.

É nesse cenário paradisíaco e pachorrento que são travadas as batalhas diárias de nossos bravos soldados. Terminado o expediente,  o armistício diário é mais uma vez assinado, com o retorno das tropas aos seus lares. A guerra contra o inimigo de mentira é o que existe de maior intensidade e dentro dos quartéis. A paz, tão ensejada pelos cidadãos comuns, e que tanto bem-estar traz à nação, é mortal para as tropas e para os comandantes.

De certo modo, é até possível observar que a ausência de conflitos armados, ao roubar os hormônios dos combatentes, deixa para trás uma tropa de mofinos, descartada como objeto usado. Talvez tenham sidos esses fatores e mais alguns outros bizarros motivos que acabaram por produzir generais e outros comandantes de alta patente que, sem o menor pudor e pendor, vergam seus espinhaços aos desígnios inconsequentes e irracionais de políticos e outros aventureiros aboletados nos Três Poderes, e que deles exigem atos humilhantes e pouco dignos.

Essa seria não uma, mas inúmeras carapuças que bem se acomodam sobre as cabeças de generais e outros áulicos estrelados, como é o caso do general Pazuello, tristemente amedrontado e acuado de se apresentar perante à Comissão Parlamentar de Investigação, para falar o que é obrigação ética e disciplinar de um militar: dizer a verdade.

No tempo em que existiam generais de coragem cívica e bélica, uma convocação dessa natureza seria respondida com a presença imponente do depoente, devidamente paramentado, acompanhado de duas maletas, uma contendo documentos e recibos comprobatórios e outra, mas cumprida, a acomodar um bastão de madeira ou algo pior, para o caso de algum atrevidinho ousar denegri-lo em público.

Eram outros tempos, em que os homens se respeitavam ou no protocolo civilizado, ou no porrete, não levando desaforo para casa, ainda mais de gente com ficha suja nas delegacias. A esses e outros altos oficiais que hoje desempenham papel nos gabinetes do Poder Executivo, colocados em posição subalterna e constantemente humilhados por grosserias e outras pilherias vindas de pessoas claramente desclassificadas e sem poder ético para tal, fica a certeza de que a ausência de guerra fez muito mal a todos da caserna.

 

 

A frase que foi pronunciada:

Discurso do General Montgomery:

“Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói.”

General Bernard Montgomery, 1943. Foto: wikipedia.org.

Winston Churchill ouviu o discurso e, com ciúme, retrucou:

“Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele.”

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

 

Parque Nacional

Se os candangos não fizerem nada, a Água Mineral, parque com piscinas de água natural e vários hectares de verde, deixará de ser propriedade da cidade. Os idosos que iam tomar sol todos os dias, fazer exercícios, nadar estão dentro de casa perdendo a imunidade. Da mesma forma em que a comunidade se uniu para defender o Parque Olhos d’Água, precisa se unir para salvar a Água Mineral.

Foto: EBC

 

Tentativa

Sobre o assunto, Chico Santana publicou um texto onde informa que o Ministério Público Federal arquiva representação que tentava impedir privatização. Veja no link MPF arquiva representação que tentava impedir privatização.

 

História de Brasília

Novacap, Mãe de Todos – Até bem pouco tempo, tudo que se queria em Brasília era com a Novacap. Um ministro queria um faqueiro, ar condicionado, um deputado queria uma estrada, madame queria um jardim, os visitantes queriam um ônibus, tudo enfim, era com a Novacap. (Publicada em 10.06.1972)