Salvadores da Pátria

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Alan Santos/PR

 

Imagem mostrando os membros do gabinete do presidente Jair Bolsonaro elevando as mãos ao céu em oração, cena cada vez mais comum nas reuniões de governo, poderiam ser encaradas como normais e aceitáveis, caso as instituições públicas seguissem o que ordena a Constituição quanto à laicidade do Estado. Mas, infelizmente, não parece ser esse o caso. Ainda mais quando se sabe que as bancadas de denominação neopentecostais dominam, através do Centrão, as votações dentro do Congresso, transubstanciando marotamente o que seria de Deus, na moeda vil de César.

Ninguém, nessa altura dos acontecimentos, seria néscio em acreditar que o que move essas bancadas evangélicas é o caminho do paraíso. Para esse grupo político, muito bem orientado quanto aos seus propósitos, o caminho para o céu é feito por uma trilha que ruma, primeiramente, para o caminho das cifras, a verdade conveniente e a vida cheia de conforto e privilégios. Fôssemos um Estado teocrático, nada de estranho haveria nessas cenas que transformam gabinetes públicos em templos religiosos. Acontece que a imiscuição paulatina desses grupos, pretensa e convenientemente religiosa na administração do Estado, mascara projetos muito bem urdidos pelos grandes chefes ou bispos desses credos, que, dos bastidores, organizam a tomada do Estado, sob a desculpa de salvá-lo do mal.

A expulsão dos vendilhões que ocupavam o templo de Deus, por ninguém menos que seu próprio filho, Jesus Cristo, serve, dois mil anos depois, como um alerta para o que acontece hoje em nosso país. Nesse sentido, é bom ressaltar que o retorno desses grupos de “irmãos”, reunidos agora na igreja política do Centrão, acontece por obra e graça do próprio presidente, também ele uma ovelha temporariamente desgarrada desse meio, e que agora retorna pródigo ao lar.

Com isso, o presidente Jair Bolsonaro, juntamente com o Centrão, “terrivelmente evangélico”,  vão dando “novos” rumos ao governo, segundo seus credos e interesses inconfessáveis. De fato, fôssemos sinalizar com um marco temporal, fixando onde e quando tem início, verdadeiramente, o atual governo, essa data seria agora, durante a pandemia, época em que o presidente e sua base política finalmente se irmanam no controle do país. Por certo, diante de uma armação de governo dessa natureza, quaisquer tropeços serão debitados às maquinações do encardido, ficando, cada membro dessa seita, liberto das condenações tanto do inferno quanto dos tribunais terrenos.

Observar todo esse ambiente à distância, dá-nos a certeza de que no Brasil, a cada governo que chega, o que muda é a pantomima da administração do Estado, com os personagens trocando apenas os hábitos e as vestimentas, mas encenando a mesma dança falsa que ilude os cidadãos de quatro em quatro anos. Haja fé.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os estúpidos guerreiam barbaramente o talento: são os vândalos do mundo espiritual.”

Camilo C. Branco, escritor português

Camilo Castelo Branco. Foto: wikipedia.org

 

Visionário

Vejam, a seguir, uma pintura feita pelo artista Walter Molino, em 1962. O título: A vida em 2022.

 

Ouvidos atentos

Manchas de óleo derramado por suposto navio venezuelano nas praias do país ainda aparecem aqui e ali. Nenhum sinal de protesto. Fumaça na Amazônia e a voz do mundo sobe. Os diamantes e nióbio escutam tudo. Mas não podem fazer nada.

Foto: Lucas Landau/Reuters/Arquivo

 

Federal

Parlamentares que receberam o voto direto, para representar a população brasileira da Câmara dos Deputados, resolveram pressionar a Casa para votar o fim do foro privilegiado. A votação em Plenário, da proposta aprovada em 2018, é aguardada pela população. A Frente Parlamentar Mista Ética contra a Corrupção é composta por especialistas em Direito.

Charge da Lane

 

Embutida

Pelo preço das passagens aéreas, fica claro que quem vai pagar o prejuízo da pandemia são os contribuintes.

Foto: migalhas.com

 

Amazônia

Divulgada pela AGU, uma ação que bloqueou R$4,5 milhões do proprietário de uma fazenda no Mato Grosso por desmatar 204,8 hectares na Amazônia. O Ibama vistoriou a região e comparou as imagens de satélites em períodos diversos, desde 2016.

Foto: PAULO WHITAKER / Agência O Globo

 

“Vergonhoso”

Senador Confúcio destaca o absurdo do lugar ocupado pelo Brasil frente a países em número de computadores por estudante: 78º lugar.

Foto: Thiago Gadelha

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Juntamente com a repressão ao excesso de velocidade ninguém em Brasília anda a 60 km., o Dr. Valmores Barbosa bem que podia reprimir também, o uso de lambretas ou automóveis sem cano de escape.

Fé no Estado laico

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Ilustração: paulopes.com

 

Pela atual Constituição Brasileira de 1988, em seu art. 19, fica proibido aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, “estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento, ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.” Quis a Magna Carta estabelecer, de forma legal e legítima, a separação entre a Igreja e o Estado, conforme, vinha sendo, inclusive, estabelecida, desde o Decreto nº 119-A, depois inserido na Constituição de 1891.

O Estado, dessa forma, é caracterizado como laico. Embora seja facultada a liberdade religiosa, o poder público deve manter equidistância e independência com relação a todos os cultos religiosos e igualmente a igrejas de qualquer credo. Sendo seu dever apenas proteger e garantir o livre exercício de todas as crenças. Essa separação, que de forma alguma significa uma cisão violenta, é garantida por uma espécie de muro legal e abstrato, que é o interesse público. Em outras palavras, isso significa que ao Estado é vedado qualquer tipo de subvenção ou auxílio com dinheiro público à toda e qualquer igreja, seja ela da preferência do presidente da República, dos governadores, prefeitos, deputados, senadores ou outro político no cargo ou função de Estado.

Na opinião de eminentes juristas essa é uma medida essencial e básica para a manutenção da própria democracia e pluralidade de ideias e opiniões. Infelizmente e diversas vezes esse importante quesito legal e constitucional vem sendo desrespeitado desde o primeiro dia da promulgação da Carta de 88, não apenas pelos presidentes, mas por governadores, prefeitos e pela grande maioria de parlamentares. A leitura enviesada e marota do preâmbulo da Constituição que invoca a proteção de Deus, não se refere à esse ou aquele Deus específico, seja de católico ou protestantes, mas ao Deus de todos os crentes.

A experiência ao longo da história da humanidade tem mostrado que as teocracias, nas quais os governos são operados sob o argumento de que essa é a vontade divina e, portanto, indiscutível no plano terrestre e em que os chefes de Estado foram ou são representantes diretos da divindade, são estados ditatoriais e opressores. Nesses países, Estado e Religião formam um único corpo institucional. A cúpula do governo nesses Estados é formada por clérigos, que conduzem com mão de ferro a sociedade, impondo todo o tipo de opressão e sacrifícios, exceto para a alta cúpula, blindada por uma espécie de manto sagrado.

No dizer de Marx Weber, esse tipo de governo utiliza a chamada “ética da convicção” da verdade, contrariamente, as sociedades democráticas são orientadas pela “ética da responsabilidade”, onde toda e qualquer consequência dos atos, das pessoas e autoridades devem ser consideradas e julgadas.

Essas considerações iniciais vêm a propósito das seguidas manifestações do atual governo, que por suas deficiências de leitura da realidade ou do que dizem as leis, vem, em diversas ocasiões manifestando seu apoio, ou mais precisamente o apoio do governo federal à determinadas religiões. Ao afirmar que deseja para a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal, “alguém terrivelmente evangélico”, o presidente incorre nesse caso de desobediência à Constituição.

Da mesma forma quando pretende elaborar um decreto concedendo subsídio na conta de luz para templos religiosos, mesmo com parecer contrário do Tribunal de Contas da União, o presidente incorre em descumprimento de preceito constitucional. Do mesmo modo e em igual gravidade, é possível declarar que a formação de uma bancada evangélica, dentro do Congresso Nacional, pressionando e orientando o governo a tomar certas decisões, é uma afronta a esses preceitos trazidos em nossa Carta.

Dizer que o apoio à essa igreja não passa de estratégia política para garantir governabilidade, em nada diminui essa transgressão. O poderio que algumas Igrejas de orientação neopentecostais vêm ganhando no Brasil, principalmente dentro da máquina do Estado, na atualidade, por si só, já deveria ter acendido a luz vermelha dentro do próprio Supremo ou dentro do Congresso, não fosse ele hoje dominado por essas correntes religiosas.

Mais do que fé, no seu sentido estrito, é preciso atenção e reflexão ao que vem acontecendo hoje no mundo em nossa volta. Na Europa, a entrada de grandes massas de refugiados muçulmanos vem acarretando sérios problemas de ordem religiosa, com os forasteiros impondo sua fé pela violência, numa espécie de cruzada às avessas. Muitas Mesquitas têm sido apontadas pelos órgãos de inteligência daquele continente, como sendo centros de treinamento e doutrinação anti Ocidente.

A confusão entre religião e Estado é perniciosa para a sociedade livre, gera conflitos sectários e só servem aqueles que buscam no caos um meio de controlar o Estado. Aqui mesmo no Brasil, a notícia de que o ex-presidente e presidiário Lula, está numa cruzada pelo país em busca de criar dentro das Igrejas evangélicas, núcleos petistas com vista à uma pretensa volta ao poder, revela o poderio dessas confissões religiosas no Brasil atualmente.

Repetia o filósofo de Mondubim: “Um olho no padre e outro na missa”, ou seja, ver e entender as coisas de Deus, mas com um olho no mundo dos homens, suas fraquezas e vícios. O próprio Jesus já ensinava, de forma didática e até profética, já percebendo a grande tribulação que era confundir o Céu com a Terra: à Deus o que é de Deus, e a César o que é de César.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A falsa ciência cria os ateus, a verdadeira, faz o homem prostrar-se diante da divindade.”

Voltaire, escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês.

Foto: reprodução da internet

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Vendo esta discussão do sr. Adauto Lúcio Cardoso com o Prof. Hermes Lima, eu me lembrei de uma coisa. Vou perguntar ao dr. Hugo Mósca, que fim levou aquela representação do sr. Adauto contra o então presidente Ranieri Mazzilli e os ministros militares do sr. Jânio Quadros. (Publicado em 13/12/1961)

Estado continua mais ou menos laico

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Foto: Divulgação/Governo de Brasília

 

Desde que começaram a inquirir o mundo em sua volta, há dezenas de milhares de anos, os homens primitivos passaram a interpretar e a codificar a ocorrência dos fenômenos naturais, cujo os mecanismos não compreendiam, por meio de uma simbologia mágica, atribuindo, a cada um desses acontecimentos, a intervenção de um ser sobrenatural. Assim, muito antes das religiões se fixarem no seio das primeiras civilizações, avançando para governos do tipo teocráticos, a crença na existência de seres fantásticos que manipulavam o universo a seus caprichos já estava definitivamente enraizada e solidificada nos arquétipos humanos mais profundos.

Talvez por esse motivo tenha sido tão difícil moldar um Estado laico e, portanto, liberto de crendices religiosas. Tal fato, de suma importância para a consolidação das democracias, só se tornaria possível, muitos milênios depois, com o advento da Idade Contemporânea, ou mais precisamente com a Revolução Francesa de 1789. No Brasil, essa separação entre a cruz e a espada é uma conquista recente que teve princípio com a Constituição de 1824, que concedia certas liberdades religiosas, embora obrigasse os ocupantes de cargos públicos a professarem a religião católica. Coube à Constituição seguinte, de 1891, já sob o regime republicano, a separação definitiva entre igreja e Estado, o que seria mantido nas constituições seguintes.

A Carta de 88, diz em seu Art. 19, inciso I, que “ É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público” Com isso, garante a pluralidade de crenças e valores, colocando o Estado numa posição de neutralidade e igualdade com relação às diversas pautas, assegurando assim a democracia e os direitos individuais e coletivos.

Obviamente que num país como o nosso, formado a partir da miscigenação de três continentes e, portanto, sob a cultura de três civilizações portadoras de suas crenças religiosas cujo o amálgama resultaria numa nação plenamente mística e religiosa, devota de seus santos, a letra da lei é uma coisa, a prática cotidiana é outra.

Com a ascensão recente de grupos evangélicos, essa realidade sofreria, ainda mais, a imposição de grupos dispostos a inserir dentro do Estado, suas crenças e orientações metafísicas. Curioso é notar que, mesmo nos países onde imperara o marxismo materialista, uma das primeiras providências tomadas pelos mandatários era a profanação das igrejas, substituindo os signos religiosos pelos signos do partido, com isso Cristo cedia o lugar no altar para fotos de Marx, Lenin e outros ideólogos. Dessa forma estava criada a religião do Estado, onde o mandatário passava a ser o Deus todo poderoso. O que é fato no Brasil é que a chegada do novo governo promoveria uma reinserção da religião no seio do Estado, de forma enviesada. Ninguém nega a influência e o poder da chamada bancada da Bíblia dentro do Congresso e as possibilidades reais que esse grupo exerce na condução do governo. Na realidade, todo e qualquer governo sabe que a governança, dentro do princípio do presidencialismo de coalizão, deve obedecer aos ditames desse grupo, se quiser ter um mandato sem sobressaltos. Assim é observável que os princípios religiosos persistem e até têm crescido dentro do Estado.

No Distrito Federal, essa realidade também é notada. A construção de um Museu da Bíblia, no Eixo Monumental, exigência da bancada evangélica local, a um preço total de R$ 60 milhões é um exemplo de que o Estado, no caso o Distrito Federal, é laico, “ma nom troppo”. A Praça dos Orixás, tantas vezes vilipendiada, também assegura que a crendice popular se sobrepõe a laicidade do Estado.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O secularismo não está categoricamente dizendo que os religiosos não podem se pronunciar publicamente ou ter voz na vida pública. Trata-se de dizer que a religião por si só não deve conferir uma palavra privilegiada na vida pública ou maior influência sobre ela. É realmente tão simples assim.”

Richard Dawkins, é um etólogo, biólogo evolutivo e escritor britânico

 

 

Errei

Não foi culpa da língua alemã, nem da minha fonte, nem de terceiros. Entendi mal e errei. O imóvel ocupado pela Embaixada do Brasil em Berlim foi construído em 2000, tendo sido alugado por nossa missão diplomática desde então. A China não tem absolutamente nada a ver com o assunto. Apenas a China comprou um prédio antigo localizado na Wallstrasse onde fica a embaixada chinesa. Minhas sinceras desculpas aos leitores.

Foto: facebook.com/brasemb.berlim

 

 

Trabalho & Estudo                             

Um Deus nos acuda na rede de supermercados que leva o nome daquele famoso morro carioca. A reclamação é que a jornada de trabalho dos seus operadores de caixa passou para a escala de 12h x 36h. Com essa nova carga horária, muitos colaboradores que estudavam foram prejudicados.

Foto: divulgação

 

 

Celeuma

Um boi para não entrar na briga. Continuam as movimentações em relação ao Centro de Educação Infantil da Asseffe. “Esse patrimônio não pode morrer assim”, defendem os pais. Uma escola feita de sócios teve seu fim decretado sem consulta aos associados. A deputada Júlia Lucy, do NOVO, está na briga em defesa dos pais. Agora é uma boiada para não sair.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quanto ao sr. Paulo Sarazate, boa noite. Queria ler à força “um documento importante”. O sr. Aurélio Viana permitiu, e ele leu uma carta com um elogio à sua pessoa. E disse mais. Recebi hoje, recebi agora, esta carta. E lê. Dá, entretanto, para a taquigrafia a cópia, e a carta lida no dia 29 de novembro é datada de 16 de outubro. (Publicado em 01/12/1961)

Jesus foi morto pela mesma cobiça humana encontrada em muitas falsas igrejas

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Charge: williameamigos.blogspot.com

 

Conhecida e famosa em todo o mundo justamente por listar as maiores fortunas individuais do planeta, a revista norte americana Forbes, surpreendeu ao anunciar, em uma de suas edições de maior sucesso, que os mais famosos líderes das igrejas evangélicas do Brasil na atualidade, exibem também, riquezas de fazer inveja a outros bilionários tradicionais espalhados pelo globo. Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, com uma fortuna oficialmente declarada de mais de US$ 950 milhões aparece no topo do ranking, que é seguido por Valdemiro Santiago da Igreja Mundial, com uma fortuna presumida de US$ 220 milhões. Obviamente, supõe, os repórteres, essas quantias podem variar ainda mais, num país, onde as brechas e os mecanismo utilizados pelos bilionários para escapar da fiscalização da Receita e de outros órgãos do Estado são imensas.

Assim como são grandes também as lacunas na legislação quando o assunto é o binômio, lucro e igrejas. De fato, a única realidade que pode ser confirmada com exatidão entre a fortuna desses e de outros líderes religiosos no Brasil é que o mercado da fé está entre os negócios mais rendosos do país.

Não surpreende, pois, que o crescimento no número de igrejas do tipo caça-níqueis tem sido espetacular, assim como as benesses alcançadas por esse novo tipo de elite. Cientes do poder argentários que possuem, esses, auto intitulados pastores, investem, cada vez mais também no poder político, através da criação de uma larga e bem nutrida bancada evangélica, de olho na pavimentação de uma estrada futura que os leve à chefia do Executivo.

Com a eleição agora de Jair Bolsonaro essa estratégia, há muito sonhada, parece ter adquirido maiores chances de êxito. O problema aqui é como conciliar as nuances desse tipo peculiar de fé, com o Estado laico. No Artigo 19 da atual Constituição está claramente expresso: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter, com eles ou seus representantes, relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”. Nada que uma maioria ocasional e bem azeitada no parlamento não possa contornar, acreditam alguns desses novos pretendentes ao comando do País.

Não há como esconder a presença desses novos pretendentes ao poder. No desfile de 7 de Setembro na Esplanada, numa posição de destaque, que antes pertenciam aos ministros de Estado, lá estava o Bispo da Universal. Ao fundo do palanque presidencial aparecia também o bispo da Igreja Sara Nossa Terra, entre outros membros dessas igrejas neopentecostais.

Favorecidos em questões de isenção fiscal, alvarás de funcionamento para seus templos, doações de terrenos, distribuição e concessões de rádios e TVs, bem como financiamento dentro das leis destinadas à cultura e outras benesses do Estado esses tipos de igrejas rendem mais do que uma grande empresa, alvejada por todo o tipo de impostos e taxas. Também aqui no Distrito Federal o lobby dessas igrejas é poderoso.

No final de agosto último o governador Ibaneis assinou o decreto instituindo percentual mínimo de lotes destinados a entidades religiosas, dentro do programa Igreja Legal, concedendo lotes públicos a muitos desses empresários celestes que serão “pagos “através de “moedas sociais”, ou seja, lá o que isso significa.

Por certo, o própria Cristo, conforme mostra parte de sua biografia, não aprovaria o rumo tomado por essas igrejas que comercializam seu nome sem o menor pudor. Estudo recente realizado pelo Biblista e arqueologista italiano Alberto Maggi, frade da Ordem dos Servos de Maria e autor de muitos livros sobre o cristianismo, revelou em seus últimos estudos evidências que mostram que Jesus Cristo morreu justamente por ter apresentado a todos, inclusive aos poderosos dirigentes dos templos judaicos daquela época, um Deus diferente daquele até então mostrado. Segundo Maggi, Cristo foi assassinado por contrariar os interesses da casta sacerdotal no poder, temerosa de perder o domínio do povo e sobretudo, ver desaparecer a riqueza acumulada às custas da cobrança de indulgências das mais variadas e que abarrotavam os cofres desses templos.         Em suma, exploravam a própria fé das pessoas, conforme ainda é feito agora. Para Jesus Cristo, Deus é Pai e nunca pede nada de material a seus filhos. Ao perdoar gratuitamente os pecadores, sem a necessidade de ofertas apenas com a máxima: “perdoais e sereis perdoados” (Lc6,37) Jesus contrariou interesses nada santos, fez crescer o medo entre sacerdotes, escribas, fariseus e saduceus, que através de reunião do Sinédrio, sob o comando de Caifás, decretaram: “Jesus deve ser morto”, assim como todos os seus discípulos, pois, segundo rezam as escrituras:” Se deixarmos que ele continue, todos acreditarão Nele…” (Jo 11,48).

De acordo com esses novos estudos, Caifás condenou Jesus à morte, não por questões de teologia ou temas espirituais, mas por interesses materiais. “Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?” (Jo 11,50). Para Alberto Maggi, Jesus foi morto pela cobiça humana a mesma que torna os homens refratários à ação divina.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A força persuasiva da doutrina não depende da verdade que emana, mas sim dos efeitos que produz. Aqui, nesta faixa de terra, muitas pessoas renasceram.”

Alberto Maggi, estudioso da Bíblia e arqueologista italiano

Foto: ilcittadinodirecanati.it

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Depois da crise, quando o senhor foi embora, e deixou a gente na expectativa de muitos dias, todos nós ficamos com raiva. E quando seus amigos diziam que senhor tinha viajado para “não se desgastar”, a raiva aumentava mais ainda, porque nós estávamos nos desgastando demais, e o senhor é o chefe. (Publicado em 30/11/1961)

As lições do sínodo

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Imagem: reprodução da internet

Colocadas na mesma balança, tanto as pretensões e preocupações do Estado laico, como as da Igreja, sobretudo a Católica, com relação às questões das terras e populações indígenas e quilombolas, do desmatamento e das questões climáticas, com seus pesos e contrapesos, oscilam no intervalo de equilíbrio entre um e outro.

Isso equivale dizer que ambos, Igreja e Estado, dentro de suas atribuições específicas, possuem legítimo interesse em manter tão importantes temas dentro do âmbito de atuação de cada uma dessas instituições. Isso não quer dizer que, mudanças ao longo dos anos não tenham alterado o interesse e o foco de cada um desses sujeitos. Em resumo, isso reafirma a tese de que a cada um o que é de seu mister. Seja a César ou a Deus, as relações entre Igreja e o atual governo, dentro dos princípios de um legítimo Estado Democrático de Direito, devem ser mantidas em perfeito equilíbrio, não apenas tendo em vista o poder inegável de cada uma dessas instituições sobre os indivíduos, mas, sobretudo objetivando a tão sonhada paz social.

É fato que, apesar de não haver resolvidos todos os problemas do pós-guerra, a chamada Guerra Fria pela partilha do mundo moderno, já vai longe, perdendo-se na poeira da estrada. O mesmo se pode dizer sobre a Teologia da Libertação, conforme concebida durante o Concílio Vaticano II entre 1962 e 1965. De lá para cá, o mundo mudou muito e aceleradamente, incluindo nesses debates um novo elemento representado agora pelo processo de globalização. Isso não quer dizer, que problemas antigos como a pobreza, a fome, a destruição do meio ambiente e outros males tenham diminuído. Ao contrário, eles ganharam maior dimensão e complexidade, o que passa a exigir, necessariamente uma resposta, tanto do governo como da Igreja, principalmente daquela envolvida com as agruras terrenas dos homens.

O afastamento, do poder, da esquerda, no Brasil, particularmente, se deu, não por imposição e força dessa ou de outra ideologia qualquer, mas tão somente por vontade popular expressa nas urnas. Com isso, o novo governo passou a contar com um legítimo respaldo popular, o que outorga a ele o direito de orientar sua política, inclusive com relação a esses temas tão sensíveis.

O fato é que onde houver palanque para as esquerdas divulgarem suas narrativas sobre o momento presente experimentado pelos brasileiros, ela o fará sem dúvida. Inclusive durante a realização do Sínodo, que reunirá bispos de todo o mundo em Roma no mês de outubro e que terá, entre outros temas, uma discussão sobre a Amazônia.

Qualquer que seja o documento final apresentado ao final desse encontro, condenando as pretensões do atual governo para a região, dois fatos podem ser retirados antecipadamente desse sínodo: o Estado não irá abrir mão da soberania da região, mas, e aí é que é o fundamental, o governo deve, à luz da realidade que se abate sobre aquelas áreas, refletir sobre as consequências de ceder à pressão de poderosos grupos econômicos, do agronegócio e outros, de forma a reorientar, dentro do bom senso, suas políticas para aquela imensa e tão complexa região.

 

A frase que foi pronunciada:

“Estado laico” não significa que aquele que não acredita em Deus tenha direito a impor sua maneira de ser, de opinar e de defender a democracia. Não significa, também, que a democracia só possa ser constituída por cidadãos agnósticos ou ateus. Não podem, ateus e agnósticos, defender a tese de que a verdade está com eles e, sempre que qualquer cidadão, que acredita em Deus, se manifeste sobre temas essenciais – como por exemplo, direito à vida, eutanásia, família etc. – sustentar que sua opinião não deve ser levada em conta, porque inspirada por motivos religiosos. Por tal lógica conveniente e convivente, e desqualificada opinião de agentes ateus e agnósticos, precisamente porque seus argumentos são inspirados em sentimentos “anti-Deus”. Numa democracia, todos têm o direito de opinar, os que acreditam em Deus e os que não acreditam.”

Ives Gandra Martins, é um jurista, advogado, professor e escritor brasileiro.

 

Detran

Nessa madrugada, o Compadre Juarez, da 105 FM, reclamou dos semáforos do DF que ficam vermelhos durante a madrugada. O motorista que não avança o sinal e obedece à lei, caso seja assaltado, certamente não terá o suporte do estado nessas condições. Portanto, deixar os sinais intermitentes na madrugada seria coerente.

 

 

Sequência

Na postagem de Alexandre Garcia veio a frase: “Somos especialistas em saudar mortos; não em evitar mortes.” Foram centenas de comentários e milhares de compartilhamentos. Realmente, esse ano já tivemos tragédias pela terra, em Brumadinho, pela água, no Rio de Janeiro, pelo fogo, no Ninho do Urubu e pelo céu, com Boechat.

Charge do Rafael Lemos. Com exceção ao acidente do jogador Emiliano Sala e à tragédia com o time da Chapecoense, o chargista retrata, na mesma imagem, os tristes acontecimentos que se sucederam neste início de ano no Brasil: as vítimas de Brumadinho, as do Rio de Janeiro, os adolescentes do Flamengo e o jornalista Ricardo Boechat.

 

Integração

Reunião importante com os integrantes da Rede de Vizinhos Protegidos pertencentes à área do 24º BPM. O evento aconteceu no auditório da livraria Cultura do Iguatemi. O major QOPM Nafez Imamy Sinicio Abud Cury está ouvindo a comunidade para melhorar a segurança da região.

 

Novidade

Aos poucos, o gabinete do senador Alessandro Vieira está tomando forma para a implantação do coworking. Junto com os deputados Felipe Rigone e Tabata Amaral, Vieira reunirá seus funcionários que trabalharão lado a lado com os colegas da Câmara. Projetos, orçamentos, discursos, pesquisas, todo o trabalho será de forma compartilhada. Como a prática é inovadora, o que dá para afirmar nesse momento é uma economia de 20% nos gastos de gabinete.

Foto: Pedro França/Agência Senado

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Outra grande missão do novo Secretário unir a classe médica, que está em luta desnecessária, por falta de compreensão e espírito de luta classista. (Publicado em 10.11.1961)

A César o que é de César

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Foto: istoe.com.br

“Arrependo-me de havê-los feito”, teria reconhecido o próprio Deus, ao ver no que havia se transformado o homem e a humanidade. Pelo menos é o que relata o Livro de Genêsis 6,6. De lá para cá, muitos dilúvios e guerras depois, com aniquilamentos em massa da espécie, um fato é inconteste: os homens se multiplicaram em número e em iniquidades. Não surpreende que o Criador tenha se arrependido desse feito, ainda mais quando, em seu Nome, são cometidos todos os tipos de vilezas.

Em análise a acontecimentos históricos, sem o viés da credulidade cega, o fato é que ao longo de toda a existência das civilizações, os homens têm se utilizado da pretensa vontade divina para cometer crimes, ganhar fortunas e dominar reinos inteiros e subjugar os demais, sempre com o pretexto de cumprir ordens emanadas do céu.

Recorrer a esses subterfúgios celestes foi o meio encontrado por muitos governantes para justificar atos iníquos, dentro de uma lógica irracional e sobre humana. Foi assim no passado e tem sido assim agora em toda parte, inclusive no Brasil, onde membros da atual administração, inclusive o próprio presidente, vem invocando o nome de Deus, para justificar possíveis futuros atos de governo.

Por maior boa vontade que se queira ter sobre essas manifestações, a realidade é que, em todo o tempo e lugar, e a história está repleta desses exemplos, sempre que governantes invocam a vontade divina para realizar atos terrenos, essa associação nem sempre resultou em boa coisa. E isso se dá por razão simples, não existe em parte alguma procuração assinada pelo Criador, com firma reconhecida, outorgando, expressamente, poderes celestes a mandatários.

Por que se assim fosse, em seus Santos Nomes, estariam permitidos todos e quaisquer atos. Ensinamentos cristãos revelam que Deus fala por intermédios de profetas escolhidos e não por meio de governantes. Para aqueles crentes que entendem a Palavra e seguem seus preceitos, Deus se manifesta por seus próprios canais e não necessita de porta-vozes ou de ministros de Estado para esse feito.

Mesmo a população religiosa brasileira, por meio de seus diversos credos, inclusive de matriz africana, teme o amálgama entre fé e coisas do Estado. Basta seguir os que se aproveitaram das estruturas prontas das comunidades eclesiais de base. O que o povo brasileiro espera daqueles que compõe o governo é que professem a fé mais em ações do que em palavras. Porque “Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma”.

Nesse sentido, vale lembrar que o Estado é laico, justamente para abrigar em seu convívio todos os credos, sem distinção. A mistura entre religião e política, por maior boa vontade que se queira, nunca resultou em algo aceitável por todos. Mesmo para aqueles que se aproveitam do ateísmo, característico das esquerdas, para atacar governos passados, afirmando que Deus está de volta ao ceio da nação, agem de modo enviesado, pretendendo se apresentar como novos luminares da fé, prontos para catequizar os demais cidadãos, subjugando-os às suas crenças, que são postas acima das leis seculares.  “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.”

 

A frase que foi pronunciada:

A convivência pacífica entre as diferentes religiões é beneficiada pela laicidade do Estado, que, sem assumir como própria nenhuma posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade.”

Papa Francisco

Charge do Benett sobre fala da Marina Silva

Gratidão

Todos, da equipe, que participaram dos primeiros socorros do presidente Jair Bolsonaro foram convidados para a posse. Veja a foto no blog do Ari Cunha.

Foto: Divulgação

Lixo

Comércio, principalmente onde há restaurantes, passa a depositar lixo em locais próprios onde são reciclados. Plástico, papel, metal, vidro e restos de comida, que viram adubo. Tudo devidamente reaproveitado, alimentando a cadeia social, ambiental e econômica.

 

Rememorando

Quase a Medida Provisória 685, publicada há 3 anos, foi aprovada na íntegra. Mas retiraram do texto as partes que davam poder à Receita Federal de combater a elisão fiscal. Pagar menos impostos não quer dizer sonegação. Não fossem tantas as regras tributárias, os empreendedores teriam mais liberdade para crescer.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os blocos 8 e 9 da Coréia (IAPI) não têm esgotos, e, agora, o Departamento de Águas e Esgotos está cobrando, dos moradores, a taxa do serviço que ele não presta aos inquilinos. (Publicado em 08.11.1961)