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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Soldados do Exército Brasileiro desinfectam um hospital público de Brasília. Foto: Joédson Alves / EFE (brasil.elpais.com)

 

Quem já caminhou pelas ruas desertas em qualquer cidade interiorana pode perceber que, na aparente quietude desses lugares, uma infinidade de olhos e ouvidos está atentamente postada por detrás de portas e janelas, espreitando qualquer movimento e identificando cada um deles apenas pela impressão digital produzida pelo som característico de cada passo.

O mesmo ocorre hoje com o mundo em quarentena. O tempo de sobra e a monotonia fizeram dos humanos seres mais antenados com o que se passa ao lado. A pandemia fez, de todos nós, espectadores interessados nos movimentos em volta, em outras ruas, em outros países. Buscamos com isso mais do que satisfazer nossa curiosidade. Estamos atrás de exemplos e de soluções mais harmônicas para nossos problemas comuns.

Nessa preocupação com o que ocorre para além de nossas janelas, o mundo passou a observar mais atentamente outras nações, avaliando, com lupa de cristal, como cada um dos países vem enfrentando a virose, que medidas cada governo vem adotando, que atitudes cada sociedade vem tendo frente à quarentena. Somos observados com mais acuracidade em tempos de enfrentamento da virose pandêmica. Erros e acertos vistos por lupas mundiais.

Enquanto isso, buscamos uma receita que talvez nos sirva, um exemplo que nos estimule. Nesse olhar espichado para o que se passa ao lado, vamos observando também os exemplos edificantes que engrandecem o ser humano como uma raça dotada de grande poder de adaptabilidade e resiliência, capaz de mitigar até as mais duras adversidades. O mundo está vendo e aprendendo com os exemplos em volta.

É possível afirmar, com segurança, que, apesar das ruas desertas do mundo atual, a humanidade está postada por detrás das janelas da internet, de olhos e ouvidos postos nas ruas vazias do planeta, observando como raposas como cada um se move. Vistos dessa posição, uma pergunta se faz necessária: com qual figura estaria sendo apresentado, o Brasil, perante o mundo nesse momento de agonia? Se formos responder essa questão pelo o que a maioria dos jornais do mundo vêm estampando em suas manchetes, é possível afirmar que o Brasil e, principalmente, o atual governo vêm enfrentando a corrupção, os laboratórios, os cleptocratas de governos anteriores e toda a forma de pensamento que nunca lutou pelo país.

Está claro que, quando alguém entra em um “esquemão” até agora impenetrável, sofre o que o governo enfrenta. Devolveu dinheiro para o partido, usou uma ninharia durante a campanha, dispensou os gigantes da comunicação. Tem sido traumatizante para quem está acostumado a se encostar no foro privilegiado para dilapidar o país. Não se trata de modelo a ser seguido ou não. Trata-se de alguém, bem-intencionado, que conseguiu convencer a população brasileira de que é possível governar sem roubar. A população não é mais ingênua. Para desespero de muitos, a comunicação mundial foi popularizada. Uma rádio vira TV, um cidadão tem milhões de seguidores em blogs e vlogs. Uma menina de 15 anos que faz maquiagem no banheiro arrebanha milhões de visualizações. O mesmo número que um Ibope registraria em um jornal produzido com centenas de milhares de dólares por trás da estrutura. Acabou e poucos se deram conta disso. Ou é mais confortável não ver. Poucos reagiram com inteligência a essa mudança. A maioria insiste em mentir, denegrir, roubar, matar e destruir, fazendo as honras do que há de pior na humanidade.

Acabou. A população brasileira quer outro país. Menos estádios e mais hospitais, menos cadeias e mais escolas, menos privilégios e mais trabalho. Aqui mesmo, na América Latina, as manchetes dos jornais informam que nossos hermanos, em destino histórico e aflições cotidianas, passaram a nos ver como ameaças e um risco muito grande não apenas pelo grande número de casos de Covid-19, mas, sobretudo, pelo modo como a atual governo vem lidando com a pandemia. Até agora, a pandemia ocupou o primeiro plano nas análises. Outras pandemias virão. As que vieram antes dessa receberam um mundo paciente, resiliente, inerte, deixando a possibilidade de crime contra a humanidade de lado.

Nunca tivemos hospitais que pudessem arcar nem com os doentes diários espalhados por estados e municípios, que até lanche da merenda escolar têm a coragem de roubar. Um país que obedeceu ao padrão FIF,A para usar até bilhões para a construção de estádios, não foi capaz de pensar na saúde e na educação em primeiro lugar. Até chute no traseiro ouviu que levaria sem reagir.

Notícias correm na América do Sul de que nossos vizinhos vêm se apressando em fechar suas fronteiras, com medo do gigante adoecido e descontrolado. Que assim seja. Será bom para todos. Pelo menos por enquanto.

Por outro lado, fala-se no exterior que o Brasil vem perdendo o status de democracia liberal e se enfeixando cada vez mais numa rota autoritária, cujo os desfechos são ainda incertos e sombrios. Não há rota autoritária. Há dentes de todos os lados, dos que perderam a boquinha. A precariedade de nosso sistema público de saúde está exposta ao mundo. Legado que parece apagado de algumas memórias. Herança maldita, nunca comentada pelos que criticam. Essa sim, vem de longa data e não é vista por quem não a quer ver.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A nação que pretende assegurar a estabilidade e provar o direito que lhe assiste de existir, deve assentar numa base religiosa.”

Bismark, destacado estadista da Alemanha do século XIX

Otto von Bismarck. Foto: wikipedia.org

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A estrada do aeroporto é uma estrada parque. Não há, por conseguinte, razão para que eles painéis que enfeiam e transformam a paisagem. Antes que novas placas surjam, uma limpeza geral é necessária. (Publicado em 06/01/1962)

Uma dura lição

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Foto: Sérgio Andrade/Governo do Estado de São Paulo (agenciabrasil.ebc.com)

 

Das muitas lições que serão deixadas pelo isolamento social compulsório, por conta da pandemia do Covid-19, a milhões de brasileiros, nenhuma outra será mais importante do que a certeza de que o fenômeno da corrupção tem seus efeitos nefastos prolongados por tempo indefinido, atingindo indiscriminadamente gerações e gerações. Ainda mais quando esse fenômeno atinge patamares de uma endemia, como tem sido no nosso caso.  Por mais defeitos que tenha o presidente Bolsonaro, ainda há o mérito de lutar incessantemente contra o vírus da corrupção. Esse sim, sempre foi nefasto ao país, mantendo a fome, ignorância e paternalismo.

Vale recordar a fala recente do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal, quando afirmou que: “É um equívoco supor que a corrupção não seja um crime violento. Corrupção mata. Mata na fila do SUS, na falta de leitos, na falta de medicamentos. Mata nas estradas que não têm manutenção adequada. O fato de o corrupto não ver nos olhos as vítimas que provoca, não o torna menos perigoso.”

Por isso mesmo, causa espécie a todos os brasileiros de bem que políticos, notoriamente apontados pela justiça como culpados por esses crimes hediondos, aproveitem desse momento de angústia para, de modo cínico, proporem soluções que, nem de longe, adotaram quando tiveram oportunidade e poder para tanto. Esse é o caso específico do ex-presidente Lula que, de forma absolutamente desavergonhada, tem aparecido em vídeos fazendo críticas e sugestionando ações contra a crise, como se não fosse ele e seu desgoverno um dos responsáveis pela fragilidade de nosso sistema de saúde e pelo saldo de milhões de desempregados.

Não se pode, de modo algum, desprezar esses fatos do nosso passado recente e que hoje pesam sobremaneira nessa crise de saúde pública. Talvez uma das mais emblemáticas cenas desse passado triste, ainda não totalmente solucionado por nossa justiça parcial e suspeita, seja justamente a utilização dos muitos e gigantescos estádios de futebol construídos para a fatídica Copa do Mundo de 2014, em que praticamente todos os envolvidos nesse esquema odioso foram acusados de corrupção, dentro e fora do país.

Esses verdadeiros elefantes brancos, monumentos obsoletos, erguidos para propiciar a manutenção contínua de um propinoduto bilionário, são retirados agora de seu estado letárgico profundo para servirem de hospitais de campanhas. Essa improvisação de finalidade totalmente diversa demonstra de forma cabal a distância entre o que necessita uma população carente e aquilo que os políticos sem ética almejam para si mesmos.

Nada mais emblemático para ensinar uma população em pânico e cerrada dentro de casa do que a conversão de estádios em hospitais de emergência para fazer entender, de uma vez por todas, o potencial deletério do fenômeno da corrupção. A corrupção mata. Essa é a lição aprendida agora da pior maneira possível.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando você perceber que para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”

Da filósofa russo-americana, Ayn Rand (judia fugitiva da Revolução Russa, quando chegou aos Estados Unidos, em meados da década de 20).

Foto: britannica.com/biography

 

Juntos e fortes

Pessoal da Motoluc está confeccionando máscaras Face Shield para doar aos hospitais da cidade. Por enquanto, a capacidade é de 1500 máscaras por dia. Além da convocação de voluntários, eles estão recebendo doações de chapas de acrílico de 3mm. Leia logo abaixo mais detalhes para quem quiser ajudar.

 

Capes

Na hora que a coisa aperta, a coisa muda. O sistema da Capes foi liberado para implementação de bolsas de mestrado e doutorado. Um pesquisador nos enviou a missiva com a seguinte conclusão: a terra pode até ser plana na concepção dos fanáticos, mas ninguém pode negar que ela continua dando voltas.

 

Reconhecimento

Nossas homenagens a todos que trabalham na Polícia Federal, instituição que completa 76 anos.

Cartaz publicado no perfil oficial da Polícia Federal no Instagram

 

Sempre a verdade

Morreu ou não morreu? O GDF corrigiu a informação sobre a primeira morte causada pelo coronavírus. A Secretaria de Saúde do DF justificou que houve um desencontro de informações.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Todas as autarquias estão com novos presidentes. É bom ler todos os discursos de posse, para que a gente possa, depois, cobrar as promessas. (Publicado em 04/01/1962)