Uma batalha entre titãs

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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O Centrad foi construído para abrigar todos os órgãos públicos do GDF (Foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)

 

Das múltiplas consequências da corrupção, e talvez a mais deletéria, é que seus efeitos nocivos se prolongam por anos, causando mais estragos à medida em que as Cortes não conseguem, em tempo hábil, pôr um ponto final nesses processos, devido não apenas à morosidade da justiça e à possibilidade infinita de medidas recursais, mas, sobretudo, em razão do poder econômico, que geralmente possuem os indivíduos e empresas envolvidos nesses casos.

Essa é a realidade da maioria dos casos envolvendo grandes somas de dinheiro, normalmente provenientes dos cofres públicos, ou seja:  recursos dos cidadãos. Todos os brasileiros vêm acompanhando com atenção as manobras para neutralizar a força tarefa do Ministério Público de Curitiba, onde estão os volumosos processos da Operação lava Jato.

É preciso, além de processar, reaver essa fábula de dinheiro que foi subtraída dos cofres da União. Trata-se de uma luta hercúlea contra um exército dos mais caros advogados do país, contra a oposição política e contra a velha ordem que sempre controlou o Brasil, como uma propriedade particular.

É graças à luta desses pequenos e solitários Dom Quixotes, que os moinhos da corrupção vêm sendo postos a baixo, para o gáudio da população que passou a enxergar nesses cavaleiros, talvez a última esperança de reconstruir um país justo e igualitário.

Aqui mesmo em Brasília, em decorrência direta da chamada maioridade política, empresários e políticos locais uniram esforços para copiar esse modelo criminoso que grassava pelo país, introduzindo na capital o fenômeno da corrupção em larga escala. Exemplo material dessa sanha pode ser visualizado nas duas maiores obras erguidas na cidade. O Estádio Nacional Mané Garrincha e o Centro Administrativo – Centrad, em Taguatinga. O primeiro, orçado inicialmente em R$ 6,9 milhões, custaria aos contribuintes, quando concluso, R$ 1,9 bilhão, dos quais mais de R$ 600 milhões foram apontados como superfaturamento, pagamento de propina e outros desvios, sendo então o mais caro estádio da Copa de 14 e um dos mais caros do planeta. De quebra, deixou uma despesa mensal de R$ 2,2 milhões mensais somente na conta de água, fora outras despesas como luz e conservação. Isso numa cidade sem tradição ou times de ponta no futebol.

Foi preciso implorar para que os empresários assumissem o comando do elefante branco de concreto armado. O mesmo se sucedeu com o Centrad que custou mais de R$ 1 bilhão dos contribuintes e cujo o valor global da Parceria Público-Privada (PPP) foi estimado em R$ 6 bilhões, dividido em parcelas mensais de R$ 12,6 milhões ao longo de 22 anos.

Entregue em 2014, a obra mastodôntica ainda está vazia e necessita de diversos ajustamentos junto à justiça para ser entregue ao GDF. Também nessa obra gigantesca, espalhada por 180 metros quadrados, o Ministério Público detectou o pagamento de propinas e outras vantagens indevidas a políticos, empresários e a legendas partidárias locais tanto pela notória Odebrecht como através da Via Engenharia.

Mesmo fechada, essa obra produz custos mensais não informados ao contribuinte, o que deve perdurar, já que essa obra está emaranhada em mais de 60 processos que correm na justiça em diversas instâncias.

Obviamente que os responsáveis diretos por essas duas obras esperam, com a ajuda da banca milionária de advogados e com a morosidade da justiça, que esses crimes prescrevam e que a conta seja paga em sua integralidade pelos contribuintes da capital.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A sociedade se divide em duas classes: os que têm mais refeições do que apetite e os que têm mais apetite do que refeições.”

Sébastien Roch Nicolas Chamfort foi um poeta, jornalista, humorista e moralista francês

Charge: pt.aleteia.org

 

 

Propriedade Intelectual

Incubadoras de universidades têm feito trabalhos interessantes e nem sempre bem aproveitados. Em um país onde uma invenção leva 10 anos para receber patente, nota-se que o estímulo governamental é zero. Justamente o oposto ocorre em países desenvolvidos.

Foto: aintec.com

 

 

Registro

É bom que fique registrado: apenas dois senadores tiveram 100% de presença no trabalho em 2019. Senador Reguffe, pelo DF, e senador Girão, do Ceará.

Senador Reguffe. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

 

Senador Girão. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 

 

Licença maternidade

Houve ganho de causa em tribunal onde a mãe de um recém-nascido, que ficou internado em UTI, precisou estender a licença pelo princípio do melhor interesse da criança.

Foto: Hospital da Universidade de Utah/AP

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O embaixador da Coréia chegou a Brasília à noite, para apresentar credenciais no dia seguinte. Durante mais de meia hora, a DAC ficou chamando o funcionário do Itamarati encarregado da recepção, e não apareceu ninguém. (Publicado em 15/12/1961)

Brasília, 60 anos

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

Projetado dois anos antes da inauguração de Brasília, pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Teatro Nacional Claudio Santoro (TNCS) é, na avaliação daqueles que conhecem outras construções do gênero, espalhadas por outros países, o mais belo e arrojado palco para produções culturais de todo o planeta, comparável em estética apenas ao Teatro da Grécia Antiga.

Infelizmente, como tudo que diz respeito à cultura nesse país, o TNCS permanece fechado e abandonado há mais de meia década e sem perspectiva, por enquanto, de vir a ser reaberto num futuro próximo, apesar da promessa do governador Ibaneis Rocha de adiantar as obras para devolver o teatro à cidade no 60º Aniversário de Brasília. O lugar, pouco a pouco vai sendo consumido pelo descaso e abandono, sendo ocupado internamente como uma espécie de depósito para o material, móveis e todo o tipo de quinquilharia do GDF. Com isso, todo o equipamento técnico, que torna possível o funcionamento de um teatro desse porte, se encontra também deteriorado pelo tempo. Fiação elétrica, instalações hidráulicas e mecânicas que auxiliam a dinâmica de palco também se encontram em estado de danificação avançada.

O passar do tempo e a ausência de manutenções básicas e permanentes, que garantam a preservação dos equipamentos, cuidam para tornar praticamente inviável sua posterior utilização. Desde que foi fechado por recomendação dos bombeiros em 2014, por questões de segurança e de acessibilidade, o teatro foi deixado de lado. Com a localização, perto da Rodoviária do Plano Piloto, outro ponto da capital deixado à própria sorte, vem servindo como abrigo e esconderijo de marginais que perambulam por aquela região à noite.

O mais absurdo é que, durante esse longo período de abandono de nosso mais icônico ponto de cultura, bilhões de reais do contribuinte brasiliense foram desperdiçados em outras obras gigantescas e totalmente desnecessárias à cidade, como é o caso do Estádio Mané Garrincha e do novo Centro Administrativo do GDF em Taguatinga, conhecido como Buritinga. Trata-se aí de dois legítimos elefantes brancos que só têm gerado despesas e processos nos tribunais por conta de sobrepreços e outras ações classificadas pela justiça como atos indiscutíveis de corrupção e malversação de dinheiro público.

A permanência por tanto tempo dessa situação de abandono e descaso, não apenas com esse teatro, mas também com o Museu de Arte Moderna, depõe diretamente contra os administradores da cidade, tornando visível ainda o pouco reconhecimento dessas autoridades, no presente e no passado recente, da importância da cultura para a formação do caráter e da cidadania de um povo. A preferência dessas autoridades por construções chamativas como pontes e viadutos, em detrimento dos aparelhos de cultura, indica, antes de tudo, que não iremos a lugar nenhum, permaneceremos às voltas com nosso atraso.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Alguém tem alguma pergunta para minhas respostas?”

Henry Kissinger, diplomata norte americano

Foto: rocco.com

 

 

SNE

Quem não baixou o aplicativo SNE está no prejuízo. Com uma plataforma espetacular como são as coisas mais simples, o motorista recebe vantagens bem atrativas no ato do pagamento de multas do DER. Trata-se de uma raridade em favor do contribuinte.

Foto: divulgação

 

 

Cuidados

Síndrome do pé, mão e boca é facilmente adquirida em brinquedotecas, parques e escolas onde haja criança infectada. Apesar de não ser uma doença grave é bastante sofrida. Noutros tempos, lavar as mãos era parte da primeira lição de higiene. Hoje, a famosa “teoria da sujeira” é o que dita o comportamento. Um artigo no Journal of Allergy and Clinical Immunology ressalta que o equilíbrio nos cuidados de higiene e liberdade é necessário.

Imagem: reprodução da internet

 

 

Triscaidecafobia

Conversa no cafezinho da Câmara concluía que o partido 13 teve 13 anos para mostrar a que veio.

Charge do Sponholz

 

 

Viver

Com os olhos de águia, dona Conceição Velasco Barrozo, de 93 anos, se diverte soltando pipa. Famosa em Piratininga, onde mora dona Conceição, conquistou o coração dos brasileiros depois que a família postou o vídeo onde ela dizia que ia soltar pipa até cansar, e não ia fazer o almoço. Acompanhe a seguir.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ninguém pode ter um filho, fazê-lo estudar a vida inteira, formar-se em medicina, para continuar às custas do pai, porque sua profissão é um sacerdócio. Está errado. Trabalho profissional tem que ser pago, e para ser valorizado, bem pago. E não é outra coisa, o que fazem os deputados. (Publicado em 25/11/1961)

Efeitos perversos e duradouros da corrupção

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Foto: thoth3126.com.br

 

Uma das múltiplas consequências da corrupção, e talvez a mais deletéria, é que seus efeitos nocivos se prolongam por anos, causando mais estragos à medida em que as Cortes não conseguem, em tempo hábil, pôr um ponto final nesses processos, devido não apenas a morosidade da justiça e a possibilidade infinita de medidas recursais, mas, sobretudo, em razão do poder econômico que geralmente possuem os indivíduos e empresas envolvidos nesses casos.

Essa é a realidade da maioria dos casos envolvendo grandes somas de dinheiro, normalmente provenientes dos cofres públicos, ou seja: recursos dos cidadãos. Todos os brasileiros vêm acompanhando com atenção os enormes esforços feitos, por exemplo, pela força tarefa do Ministério Público de Curitiba, onde estão os volumosos processos da Operação lava Jato em processar e reaver essa fábula de dinheiro que foi roubada dos cofres da União e sua luta contra um exército dos mais caros advogados do país, contra a oposição política e contra a velha ordem que sempre controlou o Brasil, como uma propriedade particular. É graças à luta desses pequenos e solitários Dom Quixotes, que os moinhos da corrupção vêm sendo postos a baixo, para o gáudio da população que passou a enxergar, nesses cavaleiros, talvez a última esperança de reconstruir um país justo e igualitário.

Aqui mesmo em Brasília, em decorrência direta da chamada maioridade política, empresários e políticos locais uniram esforços para copiar esse modelo criminoso que grassava pelo país, introduzindo na capital o fenômeno da corrupção em larga escala. Exemplo material dessa sanha pode ser visualizado nas duas maiores obras erguidas na cidade: o Estádio Nacional Mané Garrincha e o Centro Administrativo – Centrad, em Taguatinga. O primeiro, orçado inicialmente em R$ 6,9 milhões, custaria aos contribuintes, quando concluso, R$ 1,9 bilhão, dos quais mais de R$ 600 milhões foram apontados como superfaturamento, pagamento de propina e outros desvios, sendo então o mais caro estádio da Copa de 2014 e um dos mais caros do planeta. De quebra, deixou uma despesa mensal de R$ 2,2 milhões mensais somente na conta de água, fora outras despesas como luz e conservação. Isso, numa cidade sem tradição ou times de ponta no futebol. Foi preciso implorar para que os empresários assumissem o comando do elefante branco de concreto armado. O mesmo se sucedeu com o Centrad, que custou mais de R$ 1 bilhão dos contribuintes e cujo o valor global da Parceria Público-Privada (PPP) foi estimado em R$ 6 bilhões, dividido em parcelas mensais de R$ 12,6 milhões ao longo de 22 anos.

Entregue em 2014, a obra mastodôntica ainda está vazia e necessita de diversos ajustamentos junto à justiça para ser entregue ao GDF. Também nessa obra gigantesca, espalhada por 180 metros quadrados, o Ministério Público detectou o pagamento de propinas e outras vantagens indevidas a políticos, empresários e a legendas partidárias locais tanto pela notória Odebrecht como através da Via Engenharia. Mesmo fechada, essa obra produz custos mensais não informados ao contribuinte, o que deve perdurar, já que está emaranhada em mais de 60 processos que correm na justiça em diversas instâncias.

Obviamente que os responsáveis diretos por essas duas obras esperam, com a ajuda da banca milionária de advogados e com a morosidade da justiça, que esses crimes prescrevam e que a conta seja paga em sua integralidade pelos brasilienses.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“Mas por que está todo mundo chorando? Não temos um estádio em Brasília agora?”

Mané Garrincha, pueril, sem tomar conhecimento das planilhas contábeis.

Foto: copa2014.gov.br

 

 

Reconhecimento

Comemoração na Secretaria de Educação, sob a batuta de Rafael Parente, que está perto de ter na nova escola da 912 Sul uma referência no ensino inclusivo. Voltada para surdos, as matrículas deverão atender pelo menos 1.000 alunos, que terão a oportunidade de despontar graças aos estímulos no esporte e na interação social.

Foto: facebook.com

 

 

Lá e cá

Elogiando Jô Soares, Alex, que era o garçom do programa, está no Chile ganhando a vida como guia turístico. Morando numa habitação bastante modesta, agradece ao ex-chefe por ter mostrado um outro lado da vida. Já o Jô tem enfrentado problemas de saúde.

Foto: istoe.com.br

 

 

Novidade

Nomes aprovados ontem por comissões do Senado: Sílvio Roberto Oliveira de Amorim Júnior, indicado pela Procuradoria Geral da República para o Conselho Nacional do Ministério Público; Fernanda Marinela de Sousa Santos, indicada pela OAB para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP); Sandra Krieger Gonçalves, indicada pela OAB para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Josué Alfredo Pellegrini para o cargo de diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI). Essa indicação ainda passará pelo Plenário.

Foto: Marcos Oliveira

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O leite nos supermercados está custando 30 cruzeiros. Nos mercadinhos da W-4 estão cobrando 45. É roubo. (Publicado em 24/11/1961)

Sem planejamento vamos de encontro ao caos

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Foto: Mateus Baeta/ Portal da Copa

 

Fôssemos somar os prejuízos causados aos contribuintes brasilienses pelas construções dos mastodônticos Estádio Mané Garrincha e pelo Centro Administrativo (Centrad), o resultado mostraria um número surpreendente, até mesmos para os padrões da capital.

Ao todo, o erguimento desses dois legítimos elefantes brancos consumiu perto de R$ 3 bilhões dos cofres públicos. Não admira que obras tão suntuosas e caras, construídas pelos mesmos consórcios que aparecem nos episódios da Lava Jato, tenham gerado por aqui também seus próprios escândalos, levando empresários e parte da elite política local as barras dos tribunais.

O Estádio Mané Garrincha, em razões desses dribles fantásticos que só nossos políticos são capazes de aplicar contra a ética e a coisa pública, passou a ser apontado como uma das mais caras arenas do planeta. Isso numa capital onde os times e os jogos da liga profissional em nada se diferem das equipes amadoras de várzea.

A dinheirama desperdiçada nessas duas empreitadas inúteis daria para construir e equipar uma boa quantidade não apenas de hospitais e postos de saúde, mas de escolas públicas e de creches e ainda sobrariam recursos para uma infinidade de obras de real interesse aos donos do dinheiro, a população. Para os cidadãos, o que fica como lição desses recentes e amargos prejuízos é a certeza de que a falta de planejamento, quando aliada a malversação dos recursos públicos só podem gerar rombos e escândalos, além de deixar, como herança, monstrengos que continuam a sugar o dinheiro do contribuinte para sua manutenção.

Visto de maneira clara, o simples enxugamento da máquina administrativa do Distrito Federal, com redução de secretarias, de pessoal, além da modernização nas formas de trabalho, com a adoção do teletrabalho, permitiria, tranquilamente, a acomodação de todo o pessoal nos espaços já existentes, sem a necessidade de alugar ou construir repartições extras.

Por outro lado, o advento dos computadores associados a rede mundial da Internet, ao instituir em todo o mundo o chamado “não lugar”, isso é, tornando desnecessário a presença física em determinado ponto geográfico para a execução de determinadas funções, deixou, bem clara a possibilidade do trabalho em qualquer outro espaço, inclusive na própria residência.

Com a racionalização na prestação dos serviços públicos, recursos preciosos seriam economizados para serem aplicados onde é mais necessário. Não é com a ocupação tardia do Centrad, numa área remota e distante do Plano Piloto e onde já se observam sérios problemas viários, que o governo local irá emprestar melhor qualidade às finanças públicas da capital. Ainda mais quando se sabe que essas mesmas instalações não possuem o mobiliário necessário e já reclamam por novas reformas.

Melhor faria o GDF, se transformasse essa obra numa universidade voltada para a formação de administradores públicos de excelência. Quem sabe assim, sairiam dessa faculdade técnicos capacitados a administrar corretamente os recursos da população, sem aventuras políticas e, sobretudo, com muito planejamento e estudos prévios. Afinal, o dinheiro do contribuinte  é sagrado e escasso.

 

A frase que foi pronunciada:

“Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males”.

Voltaire, o iluminista

Foto: reprodução da internet

 

Levantando a bola

Na terra da senadora Leila do vôlei, a campeã Paula Pequeno tem três escolinhas do esporte. No colégio JK, da 413 norte, no Rogacionista, do Guará II e no Colégio Projeção, de Taguatinga Norte.

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

Flamengo

Pela verba do Flamengo, não haveria necessidade de pechinchar indenização para as famílias dos garotos mortos pela negligência dos responsáveis pelo time. Não pagar para ver. Isso sim é que os brasileiros deveriam fazer para punir os responsáveis. Nada de jogo. Chega.

Foto: Thayuan Leiras

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E há mais: há granjas onde o repolho está sendo dado aos porcos, por falta de compradores. Enquanto isto, os preços são altíssimos. Estão criando a indústria do atravessador em Brasília, para dar ao nosso abastecimento, os mesmos vícios do Rio e São Paulo. (Publicado em 14.11.1961)

ArenaPlex

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

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Foto: terracap.df.gov.br
Foto: terracap.df.gov.br

      Qualquer que seja o destino dado ao Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, uma coisa é certa: os contribuintes brasilienses permanecerão como os maiores prejudicados dessa aventura. Os prejuízos causados à população de Brasília na construção escandalosamente superfaturada desse Estádio, jamais serão devidamente reparados, assim como não haverá benefício algum para a sociedade de sua transferência, decidida agora de forma eleitoreira e rápida, para a iniciativa privada.

         De fato, o que resultou desses recursos aplicados de forma acintosa foi a edificação de um verdadeiro elefante branco, transformado à vista de todos, no mais acabado exemplo de gestão criminosa dos recursos públicos, de toda a história da capital. Como uma espécie de pau que nasce torto, o Estádio foi concebido com um propósito específico de carrear lucros escusos e vultosos para a mesma turma de políticos locais que há décadas vêm flagelando a cidade. Espantoso que esse portento ao nada, tenha seu destino acertado muito antes da justiça se pronunciar sobre as consequências penais que poderão advir sobre os responsáveis por essa obra.

         Em meio ao tumulto das eleições mais bizarras de todos os tempos, os deputados distritais foram atraídos de volta ao plenário da Câmara para votar a flexibilização da chamada ArenaPlex, pela primeira vez, desde o fim do recesso, graças a possibilidade aberta de mudanças de emendas parlamentares para destinação de recursos para outras áreas diferentes dos originais. Não fosse esse chamariz, seguramente não haveria quórum algum até finais de outubro.

         Com a aprovação legislativa da flexibilização da chamada ArenaPlex, que engloba, além do Estádio, o Ginásio Nilson Nelson e o Complexo Aquático Cláudio Coutinho, mais de 700 mil metros quadrados de área, valiosíssima e encravada bem no centro da capital, serão repassadas a agentes da iniciativa privada, que poderão empreender alterações no parcelamento desses terrenos, inclusive com aumento do potencial construtivo. Com isso, uma área que originalmente era destinada ao esporte e ao lazer público será modificada para receber um complexo de entretenimento, com restaurantes, lojas, cinema e academias, exploradas de forma privada, onde a população de baixa renda, certamente será excluída.

         Deputados do PT não perderam a oportunidade de condicionar a aprovação dessa flexibilização à concessão, não onerosa, do imenso estacionamento do local para servir de garagem para os ônibus interestaduais que ali aportam para descarregar manifestantes, os chamados mortadelas e outros mercenários e figurantes da pantomima política.

A frase que foi pronunciada:

“Se começássemos a dizer claramente que a democracia é uma piada, um engano, uma fachada, uma falácia e uma mentira, talvez pudéssemos nos entender melhor.” 

José Saramago

Instalações

Ainda sobre o trágico incêndio ocorrido no Museu Nacional do Rio, vale destacar as falas do ministro da cultura, Sá leitão, e de outras autoridades, buscando justificativas incidentais para o triste ocorrido. Na avaliação de suas Exmas., um curto circuito

Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

Outros tempos

Incrivelmente, vale destacar que durante aproximadamente 100 anos esse edifício foi iluminado por velas, candeeiros, lamparinas e outros apetrechos que utilizavam diretamente o fogo como elemento para debelar a escuridão. Além disso, a cozinha e alguns aposentos também utilizavam diretamente o fogo, na elaboração de alimentos e no aquecimento dos ambientes.

Manutenção

Para um edifício dessa magnitude, construído basicamente com madeira de lei em 1803, é de se admirar que durante quase um século nenhum incêndio tenha ocorrido naquele prédio, provocado pela falta de manutenção.

Em comemoração aos 200 anos do Museu Nacional, em 6 de junho de 2018, o Bom Dia Brasil exibiu uma reportagem sobre uma vaquinha na internet para arrecadar fundos para a reforma do museu (g1.globo.com)
Em comemoração aos 200 anos do Museu Nacional do Rio, em 6 de junho de 2018, o Bom Dia Brasil exibiu reportagem sobre uma vaquinha na internet para arrecadar fundos para a reforma do museu (g1.globo.com)

Abandono

A energia elétrica e o uso de lâmpadas só apareceriam por essas bandas nos fins do século XIX. Esse pequeno detalhe demonstra, na prática, que o incêndio foi obra sobretudo da negligência.

Foto: facebook.com/marcelocrivella
Foto: facebook.com/marcelocrivella

No mínimo

Espanta que um museu com tamanho acervo não possuísse uma simples equipe treinada e permanentemente de plantão para combate a incêndios e outros acidentes. Fosse num país sério, todo o pessoal ligado direta ou indiretamente a esse museu deveria pedir demissão, incluindo o próprio ministro.

Charge: Nani
Charge: Nani

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O sr. Afrânio de Oliveira, falando na Câmara, em aparte, disse que o sr. Oscar Pedroso Horta foi o correio do sr. Jânio Quadros. (Publicado em 28.10.1961)