A bastilha do Estado

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Justiça seja feita. Depois dos acontecimentos de Sete de Setembro, é preciso que a nação encontre meios para, de forma ordeira, nunca mais ter que experimentar crises institucionais cíclicas. E por uma razão bem simples: essas crises, por seu potencial destrutivo, acabam arruinando qualquer pretensão de crescimento econômico, o que, em última análise, acaba afetando, de modo direto, a vida de todos os cidadãos.
A inflação, que agora ameaça voltar aos dois dígitos, além do fator pandemia, é consequência, também, das repetidas crises institucionais, sobretudo pelo custo que esses desacertos ocasionam à máquina do Estado. Estão embutidos nessas querelas pecuniárias entre os Poderes, o preço do apoio do Congresso às propostas do Executivo, estimada em bilhões de reais, além dos altíssimos custos para a manutenção das altas esferas da Justiça, que muito se assemelham às cortes de Luís XIV de França (1638-1715) denominado de “Rei Sol”, além do próprio Executivo, transformado, desde 1889, numa espécie de República Imperial ou monarquia republicana, tal a concentração de poderes e o voluntarismo que parecem dominar todos os que sobem a rampa do Planalto.
Das muitas lições que podem ser retiradas dessa data, a maioria aponta para uma reforma profunda na organização do Estado, principalmente na estrutura dos Poderes da República, corrigindo esses e outros vícios que fazem do nosso país um modelo de Estado e de democracia a não ser seguido por ninguém que tenha algum juízo.
O Sete de Setembro mostrou o que parecia impossível para todos: absolutamente nenhum dos Três Poderes possui plena razão nessa crise. Tanto que, se fôssemos julgar a culpabilidade ou inocência de cada um deles nesse episódio, todos deveriam, em graus diversos, merecer reprimenda, senão uma condenação severa, tal a deformação que essas instituições hoje apresentam.
A situação atingiu um tal ponto de desestabilização que, hoje, pouco adiantaria discutir reformas do tipo política ou administrativa que regulassem assuntos referentes aos partidos políticos ou ao funcionalismo público ou qualquer outro assunto. O que se mostra premente ao Brasil é uma profunda reforma do Estado, sob pena de ficarmos congelados em pleno século XXI, tentando a aplicação de modelos de gestão do Estado que já foram vencidos há pelo menos dois séculos pelos países desenvolvidos.
Ocorre que, para que haja uma transformação dessa monta, que enxugue a máquina pública, tornando-a menos custosa ao contribuinte e infensa a más gestores e à corrupção secular que infesta, de alto a baixo todo o seu mecanismo, faz-se necessário, primeiro, não uma nova Constituição, como muitos ardilosamente pregam, mas transpor todos os obstáculos e dificuldades criados justamente pela classe política, rompendo, assim, essa Bastilha de privilégios que engessa o Estado e o torna refém desses grupos.
É nesse ponto que qualquer avanço na modernização do Estado tem encontrado resistência. É preciso, ainda, examinar o modelo de escolha para a composição nas altas cortes, mesmo naquelas ligadas ao Executivo e que cuidam de fiscalizar os gastos públicos nas esferas federal e estadual.
Das muitas análises feitas acerca do Sete de Setembro, condenando na sua maioria e com justeza, nenhuma parece ter mencionado o fato de que as anomalias funcionais diversas estão presentes nos Três Poderes igualmente, sendo essencial a correção de todo o conjunto, e não apenas de um ou de outro isoladamente.
A frase que foi pronunciada:
“A liberdade não se perde de uma vez, mas em fatias, como se corta um salame.”
Friedrich Hayek
Foto: Friedrich Hayek
Reformas
Aos poucos, a W3 vai ganhando novas calçadas, maior organização e conservação da avenida que já foi a principal da cidade. Ainda falta muito, mas o primeiro passo foi dado para valorizar o lugar.
Foto: Renato Alves/Agência Brasília
Notícia
Em Brasília Zero Hora — nono livro de Astrogildo Miag — homenageia a capital federal, que se refaz a cada dia para mostrar gratidão a tantos brasileiros que arribaram em busca da sua acolhida e hospitalidade.
Cartaz: facebook.com/astrogildomiag
Nosso imposto
Sobre o Fundo de Participação dos Municípios, setembro representa cerca de 85% do valor total repassado aos municípios no mesmo mês do ano passado. Já foram R$ 5,4 bilhões às prefeituras. Falta uma plataforma onde os cidadãos possam acompanhar a aplicação da verba e falta, também, contrapartidas para merecer o repasse.
Charge: Ivan Cabral
História de Brasília
Sem reconhecer o esforço de outras repartições que vieram em tempos mais difíceis, termina com esta grande descoberta: Quando o Itamaraty estiver aqui, “Brasília será, então, uma grande cidade…” (Publicada em 08/02/1962)

Abraço de afogados

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Foto: AFP

 

São nos momentos de crise que devemos ouvir e refletir os conselhos transmitidos por aqueles que, por sua sabedoria e ética, sempre se apresentaram como verdadeiros luminares a clarear e indicar caminhos seguros para todos. Essa é uma das lições que todos os povos, em todo o tempo e lugar, sempre recorreram nas horas de aflição e que são atemporais, pelo poder que têm de esclarecer o passado, revisar o presente e, com isso, preparar o futuro.
Nesse sentido, tendo como fato relevante a situação política atual, fica mais do que evidente que devemos todos prestar atenção às vozes lúcidas que clamam nesse deserto de sensatez em que estamos perdidos. Ao afirmar, publicamente e de forma impensada, que doravante não mais acatará quaisquer ordens oriundas da mais alta Corte do país, o que o presidente da República fez, na prática — e, diga-se de passagem, que o levou, no passado, a ser afastado do Exército pelo mesmo motivo — foi implodir as pontes frágeis que conectavam os poderes Judiciário e Executivo, além de arrastar todo o país para uma crise institucional desnecessária e vã e que trará um conjunto de outros problemas graves que necessitam de solução urgente.
Para entender melhor que desdobramentos podem ocorrer dessa declaração inusitada e o que nos espera pela frente, nada mais útil do que escutar o que diz um dos mais renomados juristas desse país e antigo titular de direito penal da Universidade de São Paulo, Miguel Reale Júnior. Em entrevista dada à imprensa, o jurista fez uma espécie de balanço sobre os pronunciamentos do presidente no Sete de Setembro em Brasília e em São Paulo. Na sua avaliação, como resultado desses pronunciamentos, o que ficou estabelecido, de forma nítida, foi o início do estabelecimento de um marco separando, daqui para frente, as entidades políticas e a sociedade organizada, de um lado, e o bolsonarismo com seus seguidores, de outro.
Para ele, esses ataques vão se repetir cada vez com mais frequência, sobretudo tendo a figura do ministro Alexandre de Moraes como alvo, uma vez que é ele que conduz os processos de apuração sobre as fake news, o que coincide com a disposição do presidente de ter vetado justamente esse artigo na lei que estabelecia os crimes contra o Estado Democrático.
Entende Miguel Reale Júnior que, ao vetar o artigo sobre a divulgação das fake news, o presidente inviabilizou esse tipo de crime, ao mesmo tempo em que deu todas as condições para que essa prática prossiga, pelo menos até as próximas eleições. “Ele foi eleito ao lado da fake news, ele precisa da fake news para sobreviver politicamente e para mobilizar as redes sociais, por isso, ele vai continuar nessa senda. No Sete de Setembro, ele fez um discurso para si mesmo, o Brasil não existiu na fala dele, mesmo com todos os problemas graves que tem pela frente”, afirmou o jurista.
O conselho dado por Miguel Reale, tendo em vista que, por todas as demonstrações feitas até aqui, desde a posse, o presidente não demonstra vontade de parar com sua constante belicosidade. Mas Bolsonaro só irá até aonde o Centrão quiser levá-lo. Caso esse grupo político e interesseiro constate que não haverá vantagens eleitorais em colar sua imagem à do presidente e que a aliança representa um verdadeiro abraço de afogado, o atual chefe do Executivo será deixado suspenso no ar, seguro apenas pelo pincel, abandonado à própria sorte, para azar dos eleitores e de parte dos brasileiros que acreditaram em suas promessas.

 

A frase que não foi pronunciada:
“Quem protege verdadeiramente Constituição? O Executivo,  Legislativo ou o Judiciário?”

Dúvida de dona Dita

Charge do Mário

 

Educação
Ideia profícua do senador Confúcio Moura de promover uma audiência pública para discutir um estudo do Instituto Votorantim que relaciona dados socioeconômicos a taxas de letalidade pela Covid-19. A notícia é da Agência Senado.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

Vulneráveis
Por outro lado, uma subcomissão vai avaliar efeitos da pandemia na educação e estudar soluções para os estragos deixados, principalmente, para as famílias vulneráveis. O senador Flávio Arns deu uma entrevista a Rádio Senado sobre o assunto.

Ilustração: saladerecursos.com

 

Comunicação
O incêndio no Hospital Regional de Santa Maria mostra que as instituições públicas devem estar de plantão para informar a comunidade por meio das redes sociais. Familiares ficaram desesperados sem notícias oficiais.

 

Mais clareza
Um passeio pelo Reclame Aqui dá uma mostra da qualidade de atendimento do BRB.

 

História de Brasília
Diz claramente que só mudará quando estiver pronto o prédio, cujas plantas ainda estão em seu poder, e ainda não foram apresentadas ao Ministro San Thiago Dantas “por falta de oportunidade”. (Publicada em 08/02/1962)

Resumo da ópera

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Novos ministros nomeados por Bolsonaro. Foto: Divulgação

 

Reforma ministerial ou uma simples dança das cadeiras, em que um ou mais dos participantes sempre vai ficando de fora da roda ou, nesse caso, do governo. Essa é uma das dúvidas, talvez a menor de todas, que vai ficando na mente da população sobre as demissões relâmpago de alguns ministros e a realocação de outros em postos que ficaram vagos. A única certeza que se passa a quem tem acompanhado a ciclotimia vivida e induzida pelo atual chefe do Executivo é que esses remanejamentos de última hora se dão pela própria instabilidade, até emocional, experimentada diante das pressões vindas, ao mesmo tempo, do Congresso, do Supremo, das Forças Armadas e de boa parcela da população, diante da montanha de mais de 300 mil cadáveres da Covid-19, que, para muitos, é resultado de um conjunto errático de políticas em todas as áreas, sobretudo na Saúde.

O que se aposta nessas mudanças repentinas é que, assuma quem vier assumir, o presidente Bolsonaro não irá mudar significativamente seu modus de governar. Analistas políticos vêm, há algum tempo, alertando para o fato de que o pretenso apoio dado pelo Centrão, dentro de uma governança e estabilidade hipotética, dá-se da seguinte forma: esse bloco não vende o apoio finalizando determinada negociação. O Centrão aluga seu apoio para uma situação específica, a preços altos, e depois recolhe essa escora sem o menor constrangimento. Trata-se aqui de uma espécie peculiar de presidencialismo de coalizão.

Ao escancarar as portas do Palácio do Planalto a esse grupo, por completa falta de alternativa, Bolsonaro assumiu os riscos que esse tipo de apoio traria cedo ou tarde. Preferiu seguir adiante, mesmo sabendo que esse tipo de amizade dura para sempre ou até que um “remédio amargo” surja de repente.

Com relação aos militares, para quem o atual governo orientou seu gabinete e algumas atuações, a questão, para ficar no linguajar popular, é que o comando das Forças Armadas chegou a conclusão de que o apoio incondicional a um governo que não se entende iria “queimar o filme” da instituição, ou seja, prejudicar o delicado apoio, conseguido com muito custo, depois de 20 anos de ditadura, junto aos brasileiros.

Com o Supremo, os entreveros vêm de longe, com ameaças, inclusive, de fechamento da Corte e outras rinhas nonsense, o que, de certa forma, reduziram as relações entre ambos ao que manda o protocolo. Trata-se da tão comentada solidão do poder, observada por muitos presidentes no passado e que se resume a uma espécie de confinamento do mandatário no mal assombrado Alvorada, cercado de seus mais íntimos colaboradores e família. No caso de Bolsonaro, em que os filhos formam, junto a ele, uma espécie de gabinete consultivo permanente, esse seria o que vai se resumindo o governo atual.

A frase que foi pronunciada:

Sou uma pessoa insegura, indecisa, sem rumo na vida, sem leme para me guiar: na verdade não sei o que fazer comigo.”

Clarice Lispector e parece que outros

A escritora Clarice Lispector. Foto: brasil.elpais.com

Boa ideia

Danilo Barbosa ganha elogios com a sinalização de Brasília. Moradores de diversas casas pela cidade adotaram o padrão das placas para designar uma quadra, conjunto e a própria casa. Leia mais no link  DANILO BARBOSA DESIGN BRASÍLIA .

Adote a ideia

No Ministério da Infraestrutura, a delegada da Polícia Federal, Fernanda Oliveira, é responsável por estabelecer práticas de governança e atua preventivamente no combate a irregularidades no Setor. Há reuniões de capacitação dos funcionários, intituladas Circuito Radar Anticorrupção.

Notícia

Segundo levantamento do CRF / DF e do Sincofarma, aproximadamente 1000 farmacêuticos, para os atendentes de farmácia, foram afastados com suspeita e diagnóstico de COVID e, pelo menos, 07 óbitos de farmacêuticos já foram registrados em decorrência da doença.

Foto: crfpi.org

Aula

Maria Lucia Fattorelli fala sobre nós e juros. Veja a seguir.

Humanos que protegem

Discussão interessante no grupo de moradores do Lago Norte. Cachorros que latem sem parar versus cachorros que fogem. A Lei de Maus Tratos não prevê as duas hipóteses. Deveria!

Foto: Thinkstock / Getty Images

Novidade

Detran fará fiscalização por videomonitoramento nas vias do Aeroporto Internacional de Brasília. Mais fluidez e segurança são os objetivos. As vias de embarque e desembarque também serão monitoradas. Tudo preparado para funcionar no início deste mês.

Foto: Divulgação / Fazenda DF

História de Brasília

Não chegou a ser ridículo, mas foi gaiato o termo “marrom” usado pelo DC-Brasília contra a acusação do nosso Wilson Aguiar ao diretor do Departamento de Turismo, sr. René Nunes. ( Publicada em 28/01/1962 )

Uma lenda cotidiana

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Print: news.google.com

 

Passado o período mais agudo da pandemia, quando o mundo começar, finalmente, a ensaiar uma volta à normalidade, isso, dentro dos novos padrões de normalidade que se preveem, é que vamos nos certificar que países se saíram melhor do isolamento social. Por certo, serão notadas diferenças óbvias entre aqueles que seguiram as receitas científicas para um regresso seguro, sem prejuízos elevados em vidas e nas finanças, e quais foram aquelas nações, que por circunstâncias adversas, preferiram afrontar as evidências, nadando contra a maré e desafiando, abertamente, a morte, numa coragem do tipo inconsequente e burra.

No geral, serão os países desenvolvidos que melhor emergirão da pós-pandemia, não apenas por contar com uma economia mais sólida, mas, principalmente, pelos índices mais elevados de educação de suas populações, pela qualidade e eficiência de suas instituições públicas e, também, pela solidez de sua arquitetura democrática, distribuindo, igualmente, direitos e deveres a todos indistintamente. Em qualquer situação de anormalidade, saem-se bem aquelas populações melhores preparadas intelectualmente. É justamente essa a relação, normalmente pouco visível, entre o fator educação e situações anormais e que demonstram, na prática, como boas escolas são capazes de fornecer instrumentos adequados para o enfrentamento das vicissitudes da vida.

Pelo exposto, fica evidente que, no atual binômio pandemia-isolamento, o Brasil irá, mais uma vez, fazer um papel vexaminoso perante o mundo. O mais triste é que o nosso país poderia, por alguns elementos que dispõe, como o SUS, sair-se razoavelmente pouco chamuscado dessa crise, com poucas mortes e com a economia também pouco combalida. Mas essa realidade exigiria de todos nós um esforço conjunto que, simplesmente, não estamos preparados para assumir. A começar pelas atuais lideranças políticas que, mesmo em tempo de aflição, semelhante a uma guerra, demonstraram claramente ser incapazes de encontrar um caminho razoável para comandar um processo de travessia seguro pelo vale de morte.

Os desentendimentos generalizados, e muitas vezes potencializados pelo governo central, conduziram-nos a uma situação alarmante, transformando-nos em um dos epicentros principais do isolamento. Por conta dessa incúria protagonizada pelo governo federal, pelos governos dos estados, incluindo, nessa turma pouco aplicada, o Poder Legislativo e mesmo o Poder Judiciário, nos colocamos hoje como párias no mundo civilizado. Muitos países fizeram o que deveria ser feito: unidos, fecharam suas fronteiras aos brasileiros e a todos oriundos de países que se mostraram indiferentes ao regime firme da quarentena e do isolamento social. Indisciplinados, mal orientados e, sobretudo, mal geridos, tornamo-nos a versão, em carne e osso, daquele personagem que melhor nos identifica diante do mundo: Macunaímas.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A ambição é, entre todas as paixões humanas, a mais ferina em suas aspirações e mais desenfreada em suas cobiças, e todavia a mais astuta no intento e a mais ardilosa nos planos.”

Jacques-Bénigne Bossuet foi um bispo e teólogo francês

Jacques-Bénigne Bossuet. Foto: wikipedia.org

 

À deriva I

Assustada porque a diarista estava com Covid-19, segundo o resultado de um exame, a dona da casa ligou para o SAMU para receber alguma instrução: se precisava notificar alguém ou que providências, enfim, seriam necessárias, já que três crianças estavam em casa, com a visita da profissional. A resposta foi: Se o exame deu positivo, mas ela está sem sintomas, a senhora liga no 199. A resposta do disque Coronavírus do GDF, dessa vez para a diarista, foi: Fique em casa!

Print: coronavirus.df.gov

 

À deriva II

O que se imaginava é que as pessoas que atendem ligações desse tipo tivessem um script e um canal direto com as autoridades para comunicar a localização da contaminada. Esperava-se uma visita para pesquisar o hábito da família, mapear a área do contágio, investigar onde poderia ter sido contraído o vírus. Nada disso aconteceu. A impressão é que o governo está sem planejamento, sem estratégias. O empenho mesmo está nas estatísticas e divulgação de mortes.

 

Memória

A seguir, um pedacinho do programa “Um piano ao cair da noite”, para matar a saudade da Lúcia e do Garófalo.

 

Até hoje

Dezenove anos atrás, passeando em uma feira de artesanato, lá estavam, dando os primeiros passos, Tânia Helou e Edênio de Paula. A arte do casal é transformar folhas do cerrado com uma técnica de ourivesaria: a filigrana. Um dos presentes mais delicados para surpreender alguém, enaltecendo a nossa terra.

 

Inacreditável

Se o Paranoá está batendo recorde em casos de Covid-19, cairia bem uma fiscalização nas madrugadas dos fins de semana. As festas vão rolar!

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Lóide é uma companhia com quase 15 anos de existência, e é o resultado da fusão das Linhas Aéreas Paulistas, da Transportes Aéreos Bandeirantes Ltda. e mais recentemente da Navegação Aérea Brasileira. (Publicado em 10/01/1962)

Clique aqui – A crise está de quarentena

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Charge do André Guedes, disponibilizada em seu canal no Youtube, intitulada “O maior traidor do Bolsonaro!”

 

Fernando Henrique Cardoso, quando era senador pelo MDB, costumava dizer, da tribuna, todas as vezes que o então presidente José Sarney saía do Brasil: “a crise viajou”. Com isso, o político pretendia ligar diretamente à pessoa do primeiro presidente da República eleito, depois da redemocratização, as seguidas crises que aconteciam naqueles anos no governo Sarney (1985-1990).

Embora a frase tenha ficado injustamente famosa, ao imputar ao governo Sarney a avalanche de crises que ocorriam, numa época em que ambiente político se encontrava totalmente confuso, com a sociedade civil e o Estado procurando se acertar depois de mais de duas décadas de governos militares, o fato é que nossos presidentes, desde 1889, são sempre associados como princípio e fim das instabilidades políticas. Isso decorre das características sui generis de nosso sistema presidencial, centralizador, com doses de um personalismo anacrônico, herdado ainda do tempo da monarquia, quando os poderes e o próprio rei se fundiam numa só entidade de Estado.

Hoje, até de forma grotesca, essa mesma imagem voltou a ser, apropriadamente, associada ao atual governo. Só que com uma diferença básica: ao contrário dos demais presidentes, Bolsonaro tem, dia sim e outro também, chamado as crises para si, dando vulto exagerado a problemas que, em outras mãos, politicamente mais hábeis, passariam imperceptíveis. O presidente é hoje, na visão de dez em cada dez analistas, e mesmo na visão de muitos políticos veteranos, a origem e o destino das crises que surgem e vão se avolumando a cada dia à sua volta.

Contrariamente a outros presidentes, Bolsonaro passou a encontrar, nas crises que dá vida, um mote e uma estratégia para seguir governando, enquanto se mantém como centro das atenções. O problema com essa tática bipolar, que para outros representaria um suicídio político, é que ela expõe a nudez de um governo que, apesar de vários projetos em andamento, parece não ter sido iniciado ainda. As consequências negativas dessa performance vão aparecendo dentro e fora do País.

Para alguns, esse modo pouco litúrgico de agir na presidência pode resultar, num momento derradeiro, na construção de um enorme labirinto a aprisionar todos igualmente. Enquanto procura a estrada por onde encaminhar seu governo, sem que o barulho externo atrapalhe, os efeitos nefastos seguem encolhendo as oportunidades e fechando portas ao Brasil.

O governo da Holanda comunicou, agora, que seu país não irá apoiar os acordos firmados entre o Mercosul e a União Europeia, o que pode render grande prejuízos a todos nós. No caso de a crise econômica mundial ganhar contornos mais sérios, depois da pandemia, os analistas de mercado acreditam que, dificilmente, o Brasil atrairá a atenção de novos capitais. Empresas estrangeiras, que passaram a buscar uma imagem de interação harmônica com o meio ambiente, também vão se afastando do Brasil, que é visto hoje, no exterior, como um pária na questão ambiental. Isso talvez explique, em parte, porque a “crise” não tem viajado como fazia com outros presidentes no passado, o que tem levado muitos a afirmar que a “crise” está hoje em quarentena entre os Palácios do Planalto e da Alvorada.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O justo é o primeiro acusador de si próprio.”

L.de Tobiás, jurista francês

 

Gratidão

É preciso registrar elogios também. Um deles é da família de um rapaz que teve o cérebro operado. Ele foi atendido no Hospital de Base. Garoto novo, alegre, responsável, de repente é surpreendido com a necessidade dessa cirurgia. Dois dias depois já está totalmente recuperado. A família agradece, principalmente, pelo atendimento humanizado, tão importante para a recuperação quanto a competência médica. Desde o apoio de uma equipe de psicólogos, ao funcionário da limpeza que dá bom dia com um sorriso.

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília-20.6.2017

 

Uber eats

Não adianta reclamar. Se esqueceu de mudar o endereço da entrega de casa para o trabalho, a venda é cancelada e não há ressarcimento.

Foto: uber.com

 

R$600

Usuários do cartão dado pelo governo elogiam a tecnologia aplicada. Quando o contemplado for fazer uma compra, basta apontar o celular para um QR Code que o dinheiro é liberado para o pagamento.

 

Mão na massa

Estudantes e educadores da Universidade paulista, São Judas, reuniram-se para desenvolver uma série de materiais educativos para orientar e conscientizar a população leiga e profissionais da saúde sobre a importância de adotar medidas de prevenção e o uso de equipamentos de proteção individual em meio à pandemia do coronavírus. Os conteúdos estão disponíveis de forma gratuita por meio de Ebook, histórias em quadrinhos, site, vídeos, WhatsApp e redes sociais relacionadas a cada tema. Veja como é fácil acessar, a seguir.

–> São Judas desenvolve material educativo para leigos e profissionais em tempos de pandemia

A disseminação do conhecimento pode salvar vidas e contribuir para o desenvolvimento social

Os materiais abordarão diversos assuntos, como: critérios para sair e para chegar em casa, higienização das mãos, covid-19 em crianças, saúde mental no isolamento, cuidados com familiar contaminado dentro de casa, paramentação de profissionais, limpeza e armazenamento do EPI após uso e seu descarte, lesão por pressão causada pelo uso de EPI, saúde mental dos profissionais de saúde, dados do número de óbitos e afastamentos por coronavírus dos profissionais de saúde, entre outros.

“Diante do contexto em que estamos vivendo, nós, professores, resolvemos desenvolver dois projetos de extensão, cujos objetivos são de conscientizar a população leiga e os profissionais de saúde. Neste sentido, utilizamos como estratégia a produção e divulgação de materiais educativos e de autoria dos alunos das diversas áreas do conhecimento. Além disso, poder trabalhar em parceria com professores e com alunos de outras instituições da Ânima está sendo uma experiência inovadora. Estamos encantados com o empenho e a qualidade dos materiais desenvolvidos pelos alunos”, destaca Sara Rodrigues Rosado, professora de Enfermagem da São Judas.     

A ação, que começou com a iniciativa dos alunos e professores da São Judas, ganhou força e mobilizou integrantes da UniBH, Minas Gerais, e Unisociesc, Santa Catariana, que também fazem parte da Ânima Educação. Com isso, 14 educadores da enfermagem e 154 estudantes de diversas áreas das três instituições se dividiram em duas frentes: uma para desenvolver conteúdos direcionados a pessoas leigas e que tem dificuldades para entender o contexto atual e outra para profissionais que estão na linha de frente no combate ao COVID-19.

A aluna do curso de Enfermagem, Geovana Custodio da Silva, por exemplo, está produzindo material sobre as lesões por pressões causadas nos profissionais de saúde pelo uso dos equipamentos a longo prazo. “Pela primeira vez participo de um projeto de extensão e fiquei muito interessada pelo tema e proposta, creio que essa ação é rica em conhecimentos e informações. Eu como aluna da área da saúde, vejo nessa oportunidade uma forma de assegurar o máximo de conhecimento que irá, com certeza, contribuir para da minha formação profissional”, destaca Geovana.

Sobre a São Judas

Fundada em 1971, a São Judas é a segunda melhor universidade privada do estado de São Paulo, segundo o Ministério de Educação (MEC), com nota 4 de 5 no Índice Geral de Cursos (IGC). Com aproximadamente 33 mil alunos, a instituição combina qualidade e acessibilidade, tradição e inovação, com o uso de novas metodologias educacionais, laboratórios de aprendizagem integrada e programas de desenvolvimento de competências socioemocionais. Além disso, o aluno aprende na prática desde o primeiro dia de aula. 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O problema merece mais estudos, merece solução humana sem deixar de ser enérgica para com os que invadem terras alheias. (Publicado em 09/01/1962)

Se falasse menos, talvez compreendesse mais

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Charge do Sinfrônio

 

Pesquisas de opinião pública só são levadas a sério quando favorecem a determinadas torcidas. Do contrário, são criticadas como tendenciosas e pouco científicas. Claro que existem pesquisas que são confeccionadas objetivamente para atenderem a determinados clientes e que nunca contrariam os prognósticos. Mas existe também aquele conjunto de pesquisas que avaliam metodicamente uma amostra significativa da sociedade e dela consegue extrair uma média bem precisa do pensamento e do gosto geral da população sobre determinado assunto do momento. O DataSenado é um exemplo. Essas avaliações, tomadas como sérias, possuem grande valor na hora de medir indicadores como popularidade e rejeição a um indivíduo ou grupo e, como tal, devem ser estudadas com todo o cuidado a fim de orientar a correção de rumos e atitudes, imprescindíveis para aquelas lideranças que estão no poder.

De fato, nenhum político pode descartar o que chamam de retrato do momento, trazido pelas pesquisas de opinião. Dele depende muito seu próprio futuro. Não é por outro motivo que, apesar das críticas de que muitas pesquisas de opinião erram feio em eleições, elas ainda são de enorme valia e por isso perduram como ferramenta para aferir, a cada momento, o coração volúvel do eleitor. Uma amostragem dessas pesquisas, que deve ser levada em consideração nesse instante pelo Palácio do Planalto, mostra claramente uma forte tendência de queda na avaliação de popularidade do Governo Bolsonaro.

Em sentido contrário, assiste-se também uma subida no número daqueles que passaram a considerar o atual governo ruim ou péssimo. É com base nesse tipo de gráfico em que dois indicadores, simultaneamente negativos para o governo, se movimentam, que é chegada a hora de ativar o bom senso e de empreender uma mudança de rumos capazes de reverter a piora nos números de muitas dessas recentes pesquisas.

Apenas à guisa de exemplo de uma pesquisa bem embasada metodologicamente, os dados levantados pela XP/Ipespe mostram, em dois momentos distintos, uma avaliação preocupante para o atual governo. Na primeira avaliação, realizada logo após a saída do ministro da justiça, Sérgio Moro, mostrou que 67% dos ouvidos acreditam que a saída do principal nome da equipe de Bolsonaro trará efeitos negativos para a continuidade do governo, principalmente no seu aspecto inicial de combate à corrupção e à chamada velha política.

A esses indicadores que prenunciam tempos difíceis à frente, somam-se os números de outra pesquisa realizada dias depois e que desta vez avaliava o desempenho do governo frente à pandemia de coronavírus. Nessa nova pesquisa, os números indicavam uma subida de 42% para 49% na avaliação daqueles que consideram o governo ruim ou péssimo. No mesmo gráfico era apresentado também um declínio nos números daqueles que acham o governo bom ou ótimo, que passou de 31% para 27%.

As novas medidas adotadas na sequência pelo governo Bolsonaro, interferindo no comando da Polícia Federal, seguido de um gesto político muito arriscado de atrair o Centrão fisiológico para dentro do governo, bem como seu desempenho frente à pandemia, já indicam, mesmo antes de uma nova pesquisa vir à luz, que seus índices positivos continuam despencando ladeira abaixo em abalada corrida. A continuarem as demonstrações públicas de desdém pelas pesquisas, vistas apenas como armas da oposição, o atual governo deve colocar de lado qualquer pretensão em continuar depois de 2022, devendo cuidar logo do que ainda resta de credibilidade e de governabilidade nesse atual mandato.

 

 

 

A frase que NÃO foi pronunciada:

“Quanto custa a soberania de um país?”

Alguém com muito poder, pensando e olhando para o mapa do Brasil.

Charge do Jean Galvão

 

Perto do fim?

Amigos que vão na comissão de frente no que se refere à Covid-19 avisam: a Alemanha começa a abrir suas fronteiras. O uso da máscara continua obrigatório em ambientes fechados, restaurantes com condições de manter a distância entre as mesas já estão abrindo. Aos poucos, o comércio volta a se restabelecer.

Foto: AFP / POOL / Michael Sohn

 

Outro mundo

Japão é um país onde as pessoas respeitam a geografia corporal. Abraços, cumprimentos com a mão, tapinha nas costas não fazem parte da cultura. Levaram, como tudo, tão a sério o combate à Covid-19 que, de semana em semana, os prefeitos liberam para a população relatórios completos sobre o número de doentes, com sintomas e sem sintomas, quantas mortes, em que área moram etc. Acesse o relatório do dia 08 de maio no link Updates on COVID-19 in Japan.

–> Veja mais em: Kagawa Prefectural Government (Covid-19)

 

Higienização

Sexta-feira, às 14h, no Instagram, com o apoio da Emater-DF, Milena de Oliveira fará uma live sobre como higienizar os alimentos na volta do mercado. Veja as informações a seguir.

 

Urbanidade

Por trazerem contaminação, luvas e máscaras devem ser descartadas no lixo do banheiro em sacos fechados para não prejudicar os profissionais da limpeza. Veja o cartaz abaixo.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Mas os inimigos não dormem. Vão até à leviandade, à mentira, ao disfarce. Falam, falam mal, dizem que o Iate é um barraco de madeira e fecham os olhos para as piscinas, para o ginásio, para o caís, para os jardins, para toda a sua beleza, enfim.(Publicado em 06/01/1962)

A humanidade não deu certo

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Foto: Carolina Antunes/PR

 

Mais do que nunca, é preciso crer que para a atual secretária de cultura, Regina Duarte, a eterna namoradinha do Brasil, a morte do também ator Flávio Migliaccio deve ter calado fundo na sua alma, não apenas porque ambos dividiram o mesmo palco, atuando em algumas novelas de grande sucesso na televisão nessas últimas décadas, mas pelo fato de que hoje, quis o destino que cada um seguisse seu próprio caminho.

Para Migliaccio, a cortina de cena foi cerrada por um ato absoluto e brutal, daqueles capazes de colocar um ponto final no longo e tumultuoso trailer de nossas vidas. Daí por diante, resta apenas o silêncio do vazio. É preciso crer ainda que o silêncio oficial da atual executiva da equipe do governo Bolsonaro tenha sido, talvez, o melhor que se pode dizer num momento como esse. Talvez essa ausência de uma nota de lamento tenha sido provocada pelo choque da notícia, capaz de paralisar qualquer um. Ou talvez esse mutismo seja o que de mais verdadeiro possa existir na realidade do mundo atual em que estamos imersos até o pescoço.

Quem sabe até Regina e Flávio não se davam bem por detrás das câmeras. Vai saber. Talvez se gostassem sim. Na carta que endereçou a todos nós de forma direta, o ator que tinha entre suas maiores virtudes naturais o dom raríssimo do carisma e da empatia larga, característica fundamental a quem ganha a vida sobre o palco, chegou a triste conclusão de que a velhice nesse nosso país, como tudo de resto, é o caos.

Décadas atrás, a escritora Simone de Beauvoir já havia afirmado algo semelhante quando disse que a velhice é um naufrágio. Em meio a essa quarentena prolongada, em que as opções ficam entre as fronteiras do abismo ou na escolha entre falir ou falecer, Migliaccio deixa em sua carta derradeira sentença que assusta mais ainda. Quando escreveu, “ a humanidade não deu certo”. É difícil ter que engolir uma sentença como essa, ainda mais vinda de um indivíduo do alto de seus oitenta e cinco anos de experiência. De fato, dá para compreender o silêncio oficial da Secretária de Cultura.

Para aqueles que têm convivido com Regina, seu silêncio resulta de um medo que ela vem sentindo desde que assumiu esse novo personagem. Nessa sua nova interpretação, o medo de contrariar o chefe, de contradizer aqueles que a cercam é real. Muitos que a conhecem chegam a dizer que Regina está vivendo seu mais terrível e cáustico personagem, num dia a dia que vai lhe consumindo a alma pelas beiradas. Outros dizem até que ela já não sabe ao certo nem o que é e o que veio fazer nesse Planalto Central.

Aos poucos íntimos, ela tem confessado ter entrado numa fria, com o arrependimento de ter assumido algo que lhe parecia real e possível, mas que, de fato, é falso e sem remendo possível. Como disse seu antigo companheiro, em sua fala final e que ela podia muito bem usar para voltar à sua vida com a dignidade de sempre: “Me desculpem, mas não deu certo”, principalmente com “essa gente que acabei encontrando”.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Amar a humanidade é fácil. Difícil é amar os seres humanos.”

Kalman Shulman, autor russo, historiador e poeta.

Imagem que tem circulado na internet e nas redes sociais

 

Protesto

Mais uma vez, os contribuintes devem se preparar para as consequências da aprovação da PEC 10. No Art. 8º, há a permissão para que o Banco Central compre trilhões de papel podre da banca, transformando tudo em “Dívida Pública”. A denúncia é da auditoria cidadã.

Logo: auditoriacidada.org.br

 

Movimentos

Autoridades cobrem a boca ao cochichar no ouvido do outro porque já sabem que há os leitores labiais de prontidão. Geralmente eles têm alguma deficiência auditiva. Por isso, o uso das máscaras isolou essa fatia da população da possibilidade de compreender o que é dito. Nada que a criatividade não possa solucionar. Vejam que genial a solução para esse problema no link Ela criou máscaras para surdos e vai distribuí-las de graça.

Ashley Lawrence e sua mãe estão produzindo máscaras transparentes para que pessoas surdas possam se comunicar nos EUA

 

Aldir Blanc

Uma notícia atrás da outra, assuntos em repetição contínua e para quem sossega o pensamento para questionar, estudar, pesquisar, chega a conclusões diferentes. Aldir Blanc, ícone da música brasileira, morreu sem apoio de qualquer autoridade. Embaixador da música brasileira, pela arte, levou para o mundo a boa música, a poesia dos artistas de conteúdo. Estava debilitado, com pneumonia e problema nos rins. Segundo a própria filha, não morreu de Covid19.

–> “Oi, pessoal! Eu sou Isabel, filha de Aldir Blanc, ela está internado aqui no CER Leblon, na ala vermelha, e está precisando de uma vaga urgente na UTI. A gente veio para cá na sexta-feira com um quadro de infecção urinária e pneumonia leve, ele ontem (13), foi entubado porque esta pneumonia piorou. Segundo os médicos, ele não tem COVID (coronavírus) e a gente está precisando desta vaga urgente. Cada minuto que passa a situação dele se agrava se ele permanecer na sala vermelha e a gente está precisando desta vaga de UTI”, disse ela, em vídeo publicado na rede social.”

 

@FaelOficialBrasil

Campanha bandeira branca. A ideia de Rafael é que todas as pessoas que estiverem precisando de alimentos coloquem um pano branco na entrada de casa para que os doadores saibam quem ajudar. Veja o vídeo a seguir.

 

Pronto, falei

Em tempo. Quem é candango de verdade não compartilha a ideia de que candangos eram só os homens que trabalhavam na construção da cidade. Pioneiros e candangos. Isso sim. Brasiliense é uma imposição de recém-chegados. Pioneiros e Candangos de verdade sabem qual era a especialidade do 9º andar do Distrital na década de 60.

Praça dos Três Poderes, Brasília – DF

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Atualmente, com a obra do Palácio Municipal, o Setor Gráfico, está invadido por dezenas de barracos. Mas é que eles iam construir os barracos na pista norte do Eixo Monumental, e a Asa Norte, que tem administração, não permitiram. (Publicado em 06/01/1962)

Outra facada, não!

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Charge: Rocha Arts

 

Uma corporação, como o próprio nome diz, reúne indivíduos que possuem, em comum, os mesmos ideais profissionais e, de certa forma, acabam compondo um só corpo agindo em conjunto organicamente, de tal forma que o pleno funcionamento do todo depende, de forma vital, do funcionamento de cada uma das partes, como num relógio suíço, onde cada engrenagem possui sua função e importância específicas. O mal funcionamento de qualquer uma de suas partes compromete o todo de modo irreparável.

As Forças Armadas, são nesse sentido, um exemplo claro de uma corporação em que todos, do soldado ao general, possuem cada um, uma importância e uma função específica, sem a qual o organismo, como um todo, não pode, sequer, existir. Sobre esse ponto, qualquer falha ou deslize de um dos seus membros põe a perder o funcionamento do conjunto, comprometendo seu desempenho ideal.

Não estranha que, em suas fileiras, não cheguem a ser raros, episódio em que membros dessa corporação são desligados do organismo à bem do conjunto, o que, em si, é até uma medida necessária. Da mesma forma que uma parte gangrenada do corpo humano é amputada para a sobrevivência do todo, o afastamento de indivíduos que não coadunam com as diretrizes de uma corporação constitui-se numa ação profilática e vital ao organismo. Até aí não há dúvidas.

Colocada dessa forma, e visto em outro contexto a situação, trazida até aqui pelo presidente Jair Bolsonaro, pela insistência com que mantém um ambiente de permanente crise institucional, talvez até como uma espécie de estratégia política às avessas, tem, com relação às Forças Armadas, um efeito potente, diferente e também nefasto a essa instituição permanente. Não apenas pelo fato de o atual presidente ser um ex-militar de carreira, colocado à margem da corporação, por circunstâncias distantes aos ideais de Caxias ou ao regimento do Exército, de onde provém.

O fato de um ex-militar chamar, para compor seu gabinete de governo, membros das Forças Armadas criou, necessariamente, entre ele e esses membros fardados, um elo e uma associação, que como um nó, fica difícil de separar. Assim é que o destino de um é, em larga medida, o destino do conjunto, nesse caso específico, as Forças Armadas. Bolsonaro e os militares, por livre vontade, possuem, nos episódios que vão se desenrolando nesse governo, um destino e um futuro comum. Não há como dissociar o político que chegou à presidência, por obra e graça das circunstâncias de uma encruzilhada fatídica, do restante do seu gabinete, composto, em sua parte principal, pelo pessoal do alto escalão das Forças Armadas.

Uma possível descida do atual governo, ao fundo do poço, numa crise sem precedentes, fato que muitos apontam como uma grande possibilidade, mas nós, como brasileiros torcemos para que isso não aconteça,  arrastará, irreversivelmente, consigo, toda a corporação, numa espécie de abraço de afogados, transmitindo a essa zelosa corporação, o vírus da inépcia e lançando de volta seu prestígio atual aos tempos da ditadura, numa fase de nossa história que, a duras penas, tem sido deixada para trás, como página virada.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A vida/Consumida/Em cuidados/Escusados,/ E sujeita a desconcertos da ventura,/Não é vida vital,/mas morte pura.”

Camões, poeta português.

Foto: wikipedia.org

 

Indo bem

Médicos têm elogiado as iniciativas do governador Ibaneis, que tem tomado as precauções contra o Coronavírus sempre colocando a vida da cidade em um lugar importante. A ideia agora é aumentar os exames por drive thru para mapear a cidade com a indicação de novas providências.

Os profissionais da saúde usaram câmeras térmicas para os exames
(Foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

 

Cultura

Mudar a cultura de um povo é tarefa hercúlea. Para uma população que até pouco tempo espirrava em direção às pessoas, sem a menor consideração, já é possível ver adolescentes que vendem pipoca no sinal, espirrar na dobra do braço. O uso de máscaras, também está aumentando visivelmente.

 

Ideia

Por falar em máscaras, o repúdio ao material médico chinês é grande. Inúmeras mensagens pelo WhatsApp pregam que ninguém use material chinês no rosto. Se há possibilidade de costurar sua máscara nos moldes de correta higiene, a ojeriza faz sentido. Seria bonito o governo brasileiro conclamar as costureiras de escolas de samba para fazer máscaras para os brasileiros. Veja orientações sobre o assunto no link Camadas de diferentes tecidos deixam máscara caseira 99% eficaz, diz estudo.

 

Imprensa

Criada para levar alimentos saudáveis e de qualidade às famílias e pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, o programa Cesta Verde do Governo do Distrito Federal também contribui para o desenvolvimento e geração de renda entre milhares de produtores rurais no DF. Veja detalhes do assunto no link Cesta Verde garante renda a produtores rurais e leva alimento de qualidade às famílias.

Foto: Agência Brasília

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O dono de uma padaria me mostrou uma nota da “Indústria Mineira de Moagem S.A.”, de uma partida de farinha para Brasília. Cobrava por saco a importância de Cr$ 1.877,00. (Publicado em 05/01/1962)