Refazendo Covid

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Cabalau

 

Caso se confirme o que vêm prevendo as autoridades sanitárias, em todo o mundo, a aplicação de uma terceira dose das vacinas contra o Covid, e quiçá quarta ou infinitas outras, será necessária para enfrentar essa que é a maior das epidemias já enfrentadas pela humanidade, desde que nossos primos, de um elo perdido e distantes, resolveram descer das árvores.

Ou as autoridades e cientistas, ligados à Organização Mundial de Saúde (OMS), sabem de algum fato relevante e vital, que o restante da população do planeta não conhece, ou estamos diante de uma versão revivida da Hidra de Lerna de sete cabeças, que, por séculos, cuidou de atormentar, adoecendo e matando parte da população do Peloponeso. Talvez a situação seja ainda mais sinistra com as autoridades sanitárias e os cientistas tendo que reconhecer que estamos perambulando no escuro, tateando nas paredes de uma caverna, em busca de uma saída. De toda forma, o que temos de concreto é que países europeus, nessa chegada de mais um inverno, estão experimentando uma terceira e forte onda de contaminação, com hospitais lotados e mortes acontecendo. Com isso, novas medidas restritivas de circulação estão sendo adotadas, numa reprise do que já vimos.

Dentre as muitas questões que surgem dessa retomada da doença, estão aquelas relativas aos custos e aos gastos que países em desenvolvimento e subdesenvolvidos terão que arcar ainda, junto aos laboratórios, para enfrentar a nova onda de virótica em contrapartida com o lucro de instituições e empresas que não abrem mão da ganância. Não se sabe, com exatidão, o que pode estar por detrás dessa retomada pandêmica, quando se verifica, como é o nosso caso, os muitos pontos obscuros que envolveram a aquisição e compra desses imunizantes.

As consequências práticas da CPI do Covid ainda não se transformaram em atos materiais. Não se sabe de nenhuma diligência por parte da justiça contra aqueles que fizeram, da miséria alheia, uma cripto moeda lucrativa. Mesmo com a possibilidade real de uma volta acentuada das infecções, como ocorre agora lá fora, o tempo decorrido, desde que o relatório final foi apresentado, continua avançando e levando para o esquecimento o resultado de meses de investigação e que resultaram num calhamaço de denúncias sérias.

Nem bem saímos de uma primeira e segunda ondas, e já estamos experienciando a possibilidade de uma terceira rumo ao carnaval. O que pode acontecer, daqui para frente, é sermos apanhados em plena terceira onda, da mesma forma que fomos surpreendidos por uma primeira.

Por certo, a proximidade das eleições, com a consequente corrida dos políticos aos cargos, não parece condizer com os projetos pessoais e ganância dessa gente. Nada, nem ninguém deve se interpor entre esses anseios desmedidos, nem mesmo a recidiva da virose. O que se sabe, com toda a certeza, é que se a doença voltar com força, serão os pobres e desvalidos, aqueles mesmos ludibriados pelas elites políticas, os primeiros a perecerem.

Como na Primeira Guerra Mundial (1914-18), os soldados situados nas trincheiras avançadas eram os primeiros a morrer, sendo seus abrigos, nas valas cavadas sob a terra, suas sepulturas definitivas.

A frase que foi pronunciada:

Nesta conjuntura histórica, é importante que nós, na Ásia-Pacífico, enfrentemos a responsabilidade do momento, estejamos no assento do motorista e nos esforcemos arduamente para cumprir a meta de construir uma região da APEC com um futuro compartilhado.”

Xi Jinping

Presidente chinês Xi Jinping. Foto: Reprodução

Demais

Preços altos e falta de concorrência são realidades para os passageiros aéreos do Brasil. Além disso, a alimentação durante o voo está praticamente banida por algumas empresas, a não ser se for paga. Mas o maior absurdo é pagar pelo assento. Como não há reclamações, esses abusos são mantidos.

Aeroporto Internacional de Brasília. Foto: Divulgação.

AutoriDad

Dad Squarisi                                      Foto: correiobraziliense.com.br/dad

 

Maravilhas de Brasília, a capital dos brasileiros. Obra de Dad Squarisi, publicada pela Editora Contexto, já nas prateleiras das livrarias. Uma das poucas pessoas que destrincha a palavra Candango, que nasceu pejorativa e conseguiu se livrar da pecha, dando nome a todos os que deixaram a vida para trás para fazer um futuro na nova capital do Brasil. Candango é palavra boa quando vem de Brasília. Dad explica.

História de Brasília

A Prefeitura fez as calçadas, fez os jardins, e as crianças da Quadra 13, principalmente do conjunto Ecel, não estão com educação suficiente parra desfrutá-los. Passeiam de bicicleta pelas calçadas, e, não muito raro, sôbre os jardins. Esta é uma recomendação aos pais, para que não permitam. (Publicada em 14/02/1962)

Folia diabólica

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Foto: Reprodução/TV Globo

 

Assim como em outras cidades do país onde o carnaval é concorrido justamente pelo clima de “liberou geral”, em Brasília vai se instalando também, a cada ano, a folia do vale tudo. Pelo que foi visto nesse fim de semana em torno do Museu da República, com o bloco sintomaticamente denominado “Quem Chupou Vai Chupar Mais”, o pré- carnaval deu uma mostra do que vem por aí, prometendo transformar Brasília na capital do consumo desenfreado de bebidas e drogas, principalmente por menores, com multidões urinando e defecando nas vias públicas, banhos de xixi, cenas de sexo explícito, brigas generalizadas, sequências de roubos, de agressões, depredações de patrimônio público, assédio sexuais e atentados violentos contra mulheres e todo o tipo de crime contido no Código Penal, inclusive assassinatos e latrocínios.

Esse bloco recebeu do GDF, em nome da proponente Andréa Danielle de Araújo, R$ 199.431,00. Verba que deveria ser repassada para a família de Matheus Barbosa. No link RESULTADO FINAL DA ETAPA DE ADMISSIBILIDADE DOS PROJETOS CLASSIFICADOS NA SELEÇÃO PÚBLICA DE QUE TRATA O EDITAL Nº 8/2019-FAC CARNAVAL 2020, veja a lista completa dos blocos de carnaval patrocinados.

Aproveitando as multidões que se aglomeraram na mais problemática e violenta região da área central da cidade, a Rodoviária do Plano Piloto, gangues vindas de todos os cantos da capital, na ausência de um policiamento eficaz e duro, fizeram a festa de Momo, deixando um rastro de crimes e de impunidade. A cobertura legal imposta pelo Estatuto da Criança e do Adolescente aos (nem tão pequenos assim) marginais, a inoperância dos tribunais e o desânimo das polícias Civis e Militares, diante da sistemática impunidade à esses jovens bandidos e seus mentores adultos, tornam esse tipo de evento, num verdadeiro festim diabólico.

Para os brasilienses que tem a infelicidade de morar nas circunda vizinhanças onde acontecem essas orgias festivas, o caos e medo são os mesmos. Apavorados com o descontrole que parece tomar conta da capital, muitos brasilienses, simplesmente deixam a cidade, assim como acontece no Rio de Janeiro, em São Paulo, Salvador, Recife e outras capitais que são tomadas por essas folias sem controle.

Para os idosos ou aquelas pessoas que impossibilitadas de deixar a capital, o jeito é se trancar em casa e rezar. De fato, pelo que se viu, apenas nesse período pré-carnavalesco, os órgãos de segurança, têm se demonstrado incapazes de conter o vandalismo generalizado e à série de crimes que ocorrem dentro e nas vizinhanças desses blocos.

Obviamente que quando uma fatalidade acontece, todos os envolvidos na realização de evento dessa natureza, tratam logo de empurrar a culpa para o outro. Um exemplo é o caso do assassinato do jovem folião Matheus Barbosa, enterrado nessa segunda-feira. Não é culpa dos órgãos de segurança do DF, dos organizadores do Bloco, das autoridades e da Administração da Cidade que concederam o alvará liberando a folia naquele local e nem de ninguém. A culpa é da omissão e da permissividade que parece ter tomado conta da sociedade brasiliense, que por razões diversas, deixa de impor a vontade soberana dos cidadãos contra a realização, sem o menor critério, de eventos absolutamente sangrentos e obscenos como esses.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A maioria dos homens são maus juízes quando seus próprios interesses estão envolvidos.”

Aristóteles, fundador da escola peripatética e do Liceu, filósofo grego.

FOTO: CREATIVE COMMONS

 

Invista

Parece que Janette Dornellas se alimenta de trabalho. Seus 30 anos de carreira musical impulsionam mais e mais projetos na cidade. Na sua biografia são várias as performances. Cantora, atriz, professora, diretora, produtora e a mais importante: educadora. É assim que nos concertos ela contagia a plateia com sua paixão. As próximas apresentações: dia 15 e 16, O telefone, mostra infantil. Dias 14, 15 e 16, O caso de Norma Desmond e O Telefone, mostra adulta. Mais informações a seguir.

–> MINI-MOSTRA JANETTE DORNELLAS

Cantora, atriz, professora, diretora, produtora, são algumas das funções que Janette Dornellas já exerceu em seus mais de 30 anos de carreira. Também traduz óperas para o português e faz as adaptações necessárias para que essas óperas agradem a todos. Nessa mini-mostra ela mostrará seus talentos em dois pequenos espetáculos, o monólogo O Ocaso de Norma Desmond e a a ópera O Telefone. Um drama e uma comédia muito envolventes.

O Telefone (Mostra Infantil)
Dia 15, sábado, e 16, domingo, às 11 horas e às 16 horas

INGRESSO: R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 meia

Duração 30 minutos

Mostra adulta (sessão dupla)
O Ocaso de Norma Desmond e O Telefone

Dia 14, sexta, e 15, sábado, às 20 horas
Dia 16, domingo, às 19 horas
Ingresso: R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia

Duração total: aprox. 01 hora

LOCAL: SALA MARCO ANTÔNIO GUIMARÃES
Espaço Cultural Renato Russo – 508 sul

Ingressos antecipados no site www.sympla.com.br
Ou uma hora antes dos eventos na bilheteria do teatro (somente dinheiro ou débito)

 

Orla

Pelo Lago Norte os bombeiros estão fazendo um bom trabalho no lago. Sempre há lanchas circulando. Já a polícia lacustre não tem sido tão presente.

Foto: agenciabrasilia.df.gov

 

Mudanças

Viajante anual para Barreiras e Buritirama, na Bahia, conta as mudanças de hábitos dos moradores graças ao acesso à televisão. Não havia comemoração de aniversários. Ninguém dava importância para chá de bebê, chá de revelação ou despedida de solteiro. Se esse poder da mídia televisiva fosse capilarizado para a educação, já seríamos um Brasil diferente.

Charge do Duke

 

Reconhecimento

Contribuintes acompanham de perto, no Portal da Transparência do DF, investimentos, gastos e licitações sem burocracia. Inclusive por telefone, funcionários são bastante prestativos nas respostas aos pedidos de informação.

Pint: transparencia.df.gov

 

Isso pode?

Facilitando a inscrição dos interessados em fazer parte do partido do Bolsonaro, o cartório da 504 Norte resolveu indicar com uma placa do lado de fora qual é o procedimento. Veja a foto a seguir.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Uma coisa que precisa ser respeitada no Plano de Brasília, é a utilização da W-2. O estacionamento de caminhões na W-3, como, também, o abastecimento das lojas nessa avenida não dificulta nem entrava o trânsito, mas prejudica quem dirige pela pista do lado comercial residencial. (Publicado em 15/12/1961)

O novo som das batucadas

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Foto: Gabriel Monteiro – Agência O Globo

Durante esse carnaval, foram registradas, em todo o país, manifestações de protestos contra o governo Bolsonaro. As oposições aproveitaram a festa popular de Momo para fazer chegar ao presidente seu grito de guerra, na tentativa de dizer que não morreu. Teve de tudo, brigas, xingamentos, desfiles com temáticas políticas, ameaças e todo o tipo de reivindicação, bem ao estilo oportunista das esquerdas.

Nem mesmo a igreja ficou a salvo das críticas, com o próprio Cristo sendo, alegoricamente, torturado em pleno desfile. Pesaram nessas reclamações ainda, a recomendação do governo federal para que os estados evitassem, ao máximo, a utilização do dinheiro público para bancar essas festas. O dinheiro anda curto e existe prioridade indiscutível.

As redes sociais, hoje a grande responsável por erguer ou derrotar governos num click, compartilhavam, em tempo real, o que acontecia na folia. Através desse novo medidor da temperatura política e social das ruas é possível colher informações sobre o que é reivindicação justa e procedente e separá-la daquelas feitas apenas por revanchismo político. As chamadas hashtags, espalhadas pelas redes, providenciavam o grito de guerra contra o novo governo.

De toda a forma, o que se pode concluir a priori é que o carnaval mudou, está bem mais politizado e menos alienado. Sendo uma festa do povo, feita hoje predominantemente nas ruas, o carnaval é sem dúvida uma festa democrática. Para aqueles que ficam permanentemente de plantão esperando uma oportunidade para agir, os blocos representam agora os locais certos para implantar movimentos de protestos escondidos sob o pretexto de alegoria ou fantasias. As máscaras representando o ex-presidente Lula foram vistas em boa quantidade. Através delas podia-se ouvir o apelo pela libertação do presidiário.

Mesmo as marchinhas mudaram e foram substituídas por músicas com críticas ao governo ou de louvor ao antigo presidente. Do alto de trios elétricos, artistas conhecidos, pela assiduidade com que obtinham recursos da Lei Rouanet, aproveitaram também a chance única para malhar o governo, acusando de ser contra a cultura popular.

Oficialmente, o ano começa em todo o país nessa quarta-feira, ou mais precisamente, na próxima segunda-feira ou terça-feira, com o retorno dos políticos à capital. Até lá, o governo terá tempo de aferir esses protestos momescos e retirar deles o que realmente importa para afinar sua gestão às necessidades da população.

Com o calar das batucadas é preciso agora apurar a audição para entender os recados vindos das ruas, neles estão, com certeza, dicas para a reorientação de rumos. Aquele que tem ouvidos para ouvir, que ouça!

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“As vozes roucas das ruas não são tão roucas nas mídias sociais.”

Filósofo de Mondubim

 

 

Abandono total

Vicente Pires é uma das melhores ilustrações para exemplificar como agem os especuladores imobiliários. Completamente abandonada, a bela região sofre, desde que nasceu, com a falta de asfalto e infraestrutura em geral. Agora a dúvida é se a área reservada para um parque também será cercada para a especulação. É um descaso total com a população.

Foto: correiobraziliense.com.br

 

Conhecer

Ribamar Araújo, nascido em Brasília, resolveu divulgar a fauna do cerrado para a criançada. Além do sucesso do gibi “A turma do cerrado”, a satisfação do autor e equipe é a de estarem participando para o conhecimento e valorização do que é da região. A Secretaria de Educação precisa abastecer as bibliotecas com essa realidade.

Foto: facebook.com/ecomuseudocerrado

 

Boa pauta

Em plena terça-feira de Carnaval, lá estava, convidado pelo maestro Eldom Soares, o mestre-maestro Emílio de Cesar, transmitindo sua experiência para os três grupos (Ad Infinitum, Coral Adventista e Supremo Encanto), que vão acompanhar o concerto dos 40 anos da OSTNCS, no dia 12 de março, na Escola de Música, às 20h, com entrada franca. Repertório complexo, o Chorus nº10 de Villa Lobos merece toda concentração.

 

Responda, se puder

Isabela Minatel, pedagoga, em uma palestra, perguntou: Estamos fazendo curso de humanização de atendimento, humanização de parto, humanização da saúde. A gente virou o que? Para ter que fazer curso para humanizar?

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Hoje, que está reunida a previdência social em Brasília, uma recomendação: leiam, antes, a exposição de motivos do GTB sobre a venda dos apartamentos, e decidam sem demagogia e sem safadeza. Defendam a cidade. (Publicado em 14.11.1961)