Pobre país de pobres

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Efrém Ribeiro / Agência Globo

 

Um dos maiores problemas enfrentados pela espécie humana, desde sempre, é a pobreza. Trata-se de uma questão que nem o modelo capitalista, nem tampouco o socialismo têm conseguido uma solução satisfatória. Ao longo de toda a história humana, a pobreza sempre pareceu como uma espécie de condição ou norma natural da maioria e tem permanecido assim desde a formação das primeiras civilizações.

De forma mais superficial, é possível verificar que, em lugares onde não exista segurança jurídica adequada, onde não são permitidos o empreendedorismo e a propriedade privada, bem como a acumulação de capital e investimento, a pobreza parece ser a regra geral. Dizer simplesmente que toda riqueza ou fortuna é montada num roubo, não esclarece a questão. Assim como culpar a concentração de renda pela miséria, também não.

Um fato, porém, é inconteste: o capitalismo, ao permitir a liberdade humana para a competitividade e a inventividade, não deu, às diversas camadas sociais, condições idênticas de partida. Com isso, aqueles que possuem renda começam a se preparar para essa corrida para longe da pobreza em melhores escolas, com melhor atendimento de saúde e melhores condições de alimentação. Dessa forma, a desigualdade se mostra logo no início da partida e isso já faz a grande diferença. O aumento exponencial da população mundial, assim como os fatores hodiernos que provocaram as mudanças climáticas bruscas, como o aquecimento global, só fizeram elevar o problema da pobreza a uma condição absolutamente preocupante, levando a humanidade a sua mais complexa e urgente encruzilhada desde o aparecimento dos homens nesse planeta.

De fato, não há desenvolvimento possível e eticamente aceitável diante de um passivo como esse. Pobres existem em todas as partes do mundo, inclusive nos países desenvolvidos. E essa realidade tem experimentado um crescimento preocupante. As grandes ondas de emigração que têm se verificado dos países pobres para os ricos, só têm feito aumentar esse problema, acrescentando-lhe uma forte dose de outros elementos também preocupantes.

De acordo com estatísticas produzidas pelo Banco Mundial, pobres são aqueles indivíduos que vivem com até US$ 1,9 por dia. Mas ainda assim é possível classificar os níveis de pobreza naquelas pessoas que vivem com uma renda um pouco superior. O século XXI tem pela frente o desafio de encontrar soluções para esse problema que aumenta dia a dia. Cientistas sociais correm contra o tempo em busca de fórmulas e modelos que permitam minorar essa situação antes que esse dilema atinja o patamar de questões insolúveis.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Na ditadura, à sombra de Marco Aurélio, pululam e ficam impunes os Calígulas sanguinários, os Torquemadas da Inquisição e da intolerância, os enxundiosos Faruks da corrupção.”

Ulysses Guimarães, político brasileiro

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

 

Corpo e alma

No Centro de Saúde 13, a surpresa. Um cartaz anuncia a presença de uma benzedeira, sempre na primeira sexta-feira do mês. Respeito à cultura popular. Algumas unidades do DF também receberam a novidade.

Foto: Secretaria de Saúde/Mariana Raphael

 

 

Cinza & Verde

Chiquinho Dornas mostra a preocupação dos moradores com uma obra ao lado do parque da 614, Parque de Uso Múltiplo da Asa Sul. Veja todos os detalhes no link Obra ao lado de Parque da 614 Sul deixa moradores preocupados. Como o Parque do Lago Norte, perto da Bragueto, apelidado de Farofas Clube, a melhor parte era uma nascente que jorrava livremente como chamariz para os frequentadores. Foi a primeira coisa eliminada e hoje o lugar é um desafio para os destemidos.

 

 

Agenda

Já começou no Pontão o evento: Renda-se – feira de artesanato, bordados e rendas. Além da entrada gratuita, a promessa é de shows que vão agitar o público. O evento segue até o dia 27 desse mês.

Foto: Renda-se/Divulgação

 

 

Pró-labore

Abertas as inscrições para quem tiver interesse em estagiar no GDF. As inscrições vão até o dia 6 de novembro. Veja todos os detalhes no link maisempregodf.com.br.

 

 

Outros tempos

No calendário da Nestlé, as habilidades das crianças de 3 anos estão desatualizadas. Meus netos dessa idade fazem muito mais que dizer o nome, idade e gênero ou chamar amigos pelo nome. A Júlia sabe todas as músicas dos Saltimbancos de cor e dita o CPF da mãe e o Emmanuel sabe dizer o próprio endereço e já percebeu a conexão entre as letras e som, dando as iniciais das palavras.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Já que estamos no Ceará, vamos matar saudades. Será apresentada a emenda parlamentarista na Assembleia, e os conchavos já foram feitos. PSD e UDN se uniram (imaginem!) e decidiram: o partido que fizer maior número de deputados, fará o presidente do Estado. O outro, ficará com o presidente do Conselho de Secretários. Já escolheram os nomes, e o povo entrará de gaiato na história. (Publicado em 03/12/1961)

Mais pobreza

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Foto: Agência Brasil

 

Relatório elaborado há pouco pelo Banco Mundial, com previsões econômicas para toda a América Latina, mostra não só uma desaceleração acentuada no ritmo de crescimento previsto para o continente nos próximos anos, (de 1,7% para 0,9% em 2019), mas uma expansão significativa da pobreza no Brasil. É certo que esses números negativos de crescimento irão empurrar para baixo também a maioria dos indicadores sociais, afetando diretamente os números de emprego e renda.

Sob o título “Efeitos dos Ciclos Econômicos nos Indicadores Sociais da América Latina e Caribe: Quando os sonhos Encontram a Realidade”, o estudo, que parece ter um subtítulo de romance de ficção, mostra de forma crua os desafios a serem enfrentados por nosso país e pelo continente nos próximos anos para deter o agravamento da pobreza, principalmente nesse período de crises sistêmicas que parecem afetar a todos igualmente.

Para o Brasil, as previsões são de uma expansão na riqueza interna da ordem de 2,4% para esse ano, sendo que em países como Argentina será de menos 1,3% e para a Venezuela, de menos 25%. Com isso, vai aumentando, de forma contínua, o cinturão de pobreza em volta do Brasil, o que contribui, por tabela, para dificultar o crescimento do nosso país, tornando difícil uma retomada plena do desenvolvimento.

Como no caso da maioria de nossas metrópoles, cercadas de favelas, o Brasil vai assistindo a expansão da pobreza em suas fronteiras. O fato é que, seja uma metrópole ou país, dificilmente pode haver crescimento e desenvolvimento plenos quando o entorno está cercado por situações de pobreza. Ilhados em meio à realidade da pobreza em expansão, crescer e gerar riqueza não é fácil.

Entre 2014 e 2017, os indicadores mostrados por esse levantamento mostraram que houve um aumento da pobreza no Brasil, principalmente motivado pela prolongada forte recessão. Ciclos econômicos de altas e baixas na economia, e não podiam ser de outra forma, possuem, segundo os economistas, fortes repercussões nos indicadores da pobreza.

Ganhos permanentes na economia só se tornam possíveis após um longo período de estabilidade, com a redução significativa nos índices de pobreza e de desigualdade, o que parece não ter acontecido até o momento. Nesse quesito, o Banco Mundial aponta a implementação das reformas como o meio correto para melhorar esses números negativos de crescimento. Dentre essas reformas, o Banco destaca como essencial as reformas fiscais, em especial a reforma da previdência, que representa hoje o maior sorvedouro de encargos do nosso país.

De acordo com esse relatório, o número de pessoas vivendo na pobreza no Brasil aumentou 7,3 milhões desde 2014, e hoje já atinge 43,3 milhões de brasileiros ou 21% da população, o que é um número muito significativo e que vai exigir grande esforço para ser revertido a curto e médio prazos. Mesmo a crise vivida pela vizinha Venezuela poderá trazer reflexos negativos para o Brasil, projetam os especialistas.

Internamente, a dívida pública de mais de 80% do nosso PIB mostra, segundo esses dados que temos, ainda um longo caminho pela frente. A falta de um conjunto coerente de medidas e programas sociais que produzam a chamada rede de segurança social, com políticas distributivas, pode minorar o problema da pobreza, mas só a curto prazo.

Com um problema dessa dimensão, cercado externamente por países pobres e internamente por dificuldades políticas, econômicas e sociais de toda a ordem, apostar todas as fichas apenas nos próximos quatro anos é arriscado. Teremos ainda muito chão pela frente, até livrar o país, definitivamente, da herança ruim semeada nas últimas duas décadas.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Um segundo mal que assola o mundo moderno é o da pobreza. Como um polvo monstruoso, projeta seus tentáculos presunçosos e incômodos em terras e aldeias em todo o mundo. Quase dois terços dos povos do mundo dormem com fome à noite. Eles são subnutridos, malcuidados e malvestidos. Muitos deles não têm casas ou camas para dormir. Suas únicas camas são as calçadas das cidades e as estradas empoeiradas das aldeias.”

Martin Luther King em discurso do Prêmio Nobel da Paz, 1964

Foto: Martin Luther King, líder do movimento pelos direitos civis nos EUA e Nobel da Paz | Arquivo (blogs.oglobo.globo.com)

 

 

Autoridade

É preciso enaltecer a escola Senac de gastronomia. Instalada por todo o país, tem feito um trabalho importante dando oportunidade para os alunos que realmente querem encarar o trabalho com dedicação e seriedade. Um deles, apaixonado pelo que faz, passou de aluno a professor: Josenilton Nascimento dos Santos. Ele divide o tempo entre dar aulas e trabalhar como chefe na cozinha do Sesc na Bahia. Na sexta-feira, brindou os clientes do restaurante do Senado abrindo o Festival Gastronômico. A autoridade daquele local, naquele dia, era ele. Conheça um pouco mais desse chefe internacional a seguir.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Muito bem iluminada a Avenida W 3, à altura das quadras da Fundação. Os moradores, por intermédio desta coluna, agradecem ao DFL. (Publicado em 17.11.1961)