Salvadores da pátria

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Imagem: gov.br

 

          Dos pequenos aos grandes empresários e produtores, a crença geral é de que ideologia não enche barriga, não ajuda a pagar as contas e muito menos contribui para o crescimento da atividade laboral privada. Pelo contrário. Premido pelas circunstâncias e modus operandi próprios da esquerda, o governo se vê, cada vez mais, enredado por um emaranhado de impostos e tributos, cuja tendência é sempre de alta.

          A regulamentação excessiva imposta, pelo atual governo, sobre a iniciativa privada, tem sido causa de uma sequência assustadora de falências e fechamento de muitos negócios. Alguns com décadas de existência e luta contra a burocracia estatal. Para o grosso da população, os empresários são os novos heróis do país. Obviamente que estão fora desse rol aqueles grandes empresários – já apresentados um a um a toda a população, durante a vigência da Operação Lava Jato – e que se tornaram costumeiros e generosos doadores de campanha, aderindo, sem pudor, às teses e artimanhas dos mandatários. Para esses, todas as bençãos e indulgências da lei. Para os demais, apenas a operosidade da lei fria.

          Com uma estrutura como essa, feita para gáudio de uns e desassossego de muitos, chega a ser um milagre que o agronegócio tenha, sozinho e, mais uma vez, conseguido a proeza de alavancar o Produto Interno Bruto (PIB) para um patamar de 2,9%. Por certo, essa façanha pegou o mercado e o governo de surpresa. Certo também é que, sem modéstia e sem se avexar, o governo atribuiu esse desempenho positivo apenas a si próprio. Nada mais falso, quando se sabe que o setor do agronegócio mantém distância de um alinhamento com o atual governo. Não custa lembrar que, por diversas vezes, o atual governo taxou o agronegócio de fascista. Aliás, não fosse o agronegócio, o primeiro ano do atual governo seria um desastre ainda muito maior do que foi. Mesmo assim custa a acreditar,  que  como gesto de gratidão, por ter salvado o país da bancarrota, o governo ainda açule o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e outros desocupados contra os produtores, quer incentivando-os no esbulho de terras privadas, quer fechando os olhos para esses atentados.

         O problema aqui, como já esperavam alguns economistas é que o agronegócio não pode sozinho, continuar a ser o patrocinador do crescimento do PIB brasileiro. Para esse ano, e por interferência negativa do próprio governo, o crescimento do agronegócio poderá sofrer alguns reveses, já que existe uma previsão de leve queda no Valor Bruto da Produção Agropecuária, em torno de 2,5%. Para aqueles que fingem não saber, o agronegócio responde hoje por mais de 25% do nosso PIB. Ou seja, a cada R$ 4,00 que o país produz, R$ 1,00 vem do agronegócio. Também 20% de todas as vendas feitas pelo Brasil são de bens produzidos pelo agronegócio.

         É importante desatacar que mais de 30 milhões de brasileiros estão envolvidos, direta e indiretamente, nas atividades do agronegócio. Tivesse juízo, o governo mandaria estender, não um tapete vermelho, mas um tapete verde e amarelo para receber, com todas as pompas e circunstâncias, incluindo banda de música, os  agropecuaristas brasileiros no Palácio do Planalto. Afinal, eles salvaram a pátria, inclusive a pátria petista.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Todos os nossos problemas procedem da injustiça. O privilégio foi o estigma deixado pelas circunstâncias do povoamento e da colonização, e de sua perversidade não nos livraremos, sem a mobilização da consciência nacional.”

Ulysses Guimarães

Ulysses Guimarães. Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

Robótica

Sucesso no Parque da Cidade. Estudantes de todo o país participaram do Festival Sesi de Educação, promovido pelo Serviço Social da Indústria. Essa foi a etapa classificatória para o mundial dos Estados Unidos, em abril. O Sesi atende a criançada de 9 a 14 anos que gosta de robótica com duas aulas por semana à tarde. Os valores devem ser consultados na unidade da matrícula.

Foto: José Cruz/Agência

 

Momentos brilhantes

Outra oportunidade para alunos de todo o país é a inscrição no programa Jovem Senador. Até o dia 30 de abril, o Senado receberá os textos das redações com o título: “Os 200 anos do Senado e os desafios para o futuro da democracia.” O primeiro passo começa na escola pública. Todas as redações serão enviadas para a Secretaria de Educação do estado que selecionará os três melhores textos que irão para o julgamento do Senado. Os estudantes que vencerem o concurso participam de todo o processo na construção de uma lei, indo inclusive ao plenário.

Banner publicado na página oficial do Senado Federal

 

História de Brasília

Quando a gente acha absurda uma coisa destas, e vai ver, os dois carros são chapa branca, o que quer dizer mais ou menos isto: carro do govêrno é prá bater. (Publicado em 03.04.1962)

Enem ideológico

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Imagem: brasilparalelo.com

 

           Não é a primeira vez e, por certo, não será a última que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no último domingo (05), tem sido motivo de polêmica e alvo de denúncia de vazamento do conteúdo da prova antes do fim da aplicação. Desta vez, até a poderosa Frente Parlamentar da Agropecuária, pejorativamente chamada de bancada do boi, e que reúne um número grande de políticos com assento no Congresso, entrou em cena para denunciar que, na prova, havia algumas questões de cunho nitidamente ideológico e contrário ao agronegócio.

          Para essa bancada, é preciso que o governo adote meios de anular essas questões imediatamente. Inclusive, o ministro da Educação, Camilo Santana, poderá ser chamado ao Congresso para dar explicações sobre o ocorrido. Justamente agora, que o governo vem fazendo esforços para obtenção de maioria na aprovação das reformas tributárias, não pode descuidar de melindrar uma bancada que pode ter um peso decisivo nessa e em outras votações.

         É sabido que o atual e o agronegócio vivem uma crise de relacionamento desde que o presidente da República acusou esse setor da economia de possuir um caráter fascista e um forte viés de direita ideológica. O que não é verdade. Na realidade, o governo e seu braço no campo, representado pelo Movimento Sem Terra (MST), estão numa espécie de pé de guerra com o agronegócio, reforçado com as invasões de terras promovidas por esse movimento e também pela aprovação do Marco Temporal, que ameaça muitas propriedades rurais, retirando-lhes a posse da terra em favor dos índios.

         Essas situações, poucos amistosas, há meses deixaram os bastidores da política e ganharam uma visibilidade pública. Visibilidade essa que ameaça não apenas esse setor, que é o principal responsável pelo superávit na balança comercial, como, de quebra, pode prejudicar, e muito, o próprio governo, caso ele não consiga esconder o que muitos chamam de inveja e despeito pela posição econômica ocupada pelos produtores rurais.

          Agora, usar questões do Enem para atacar o agronegócio, acusando-o de descaso com a saúde dos seres humanos, de violência no campo, de impedir que os camponeses sejam camponeses, é , além de propaganda enganosa e cheia de ranço odioso à agroindústria, uma tentativa de induzir, erroneamente, os jovens contra esse setor e a favor das teses da esquerda, para quem produtor bom é aquele que come na mão do governo e vive às custas das benesses do Estado.

          O conteúdo das provas, confeccionado, segundo o governo, por professores independentes, revela, de saída, que essa independência é, no mínimo, falsa e camuflada, sendo que esses professores rezam pela mesma cartilha de uma pedagogia esquerdista, que subverte as ordens das coisas e coloca sempre nosso país na rabeira dos certames internacionais de educação.

         Mesmo que se reconheça que ainda há muito a ser acertado e equilibrado entre o agronegócio, o meio ambiente e a força humana no campo, é preciso que o governo entre nessa questão para estabelecer um ponto de harmonia nessas relações, regulando e permitindo o que é ético e vantajoso para todos.

         Querer, como parece querer o governo, colocar fogo no palheiro do agronegócio, não irá trazer benefício a ninguém, além de prejudicar o país e uma produção de alimentos que, hoje, nutre boa parte da humanidade.

A frase que foi pronunciada:

“O vício inerente do capitalismo é a distribuição desigual de bençãos; a virtude inerente do socialismo, a distribuição das misérias.”

Churchill

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

 

Solidariedade

Estoque no Hemocentro é o menor registrado nos últimos cinco anos. A necessidade de doação mais urgente é para grupos O+, O- e A+. Quem quiser doar sangue pode agendar pelo portal do hemocentro ou ligar para 160, opção 2.

Publicação na página oficial do Hemocentro de Brasília no Instagram

Sin City

Aos poucos, o jogo de azar vai ocupando espaço na pauta do Legislativo. Chega à sorrelfa com títulos inocentes para depois se transformar em lavanderia de dinheiro mal lavado.

Foto: Coletivo Pandilla

 

Pupilos

Cheio de orgulho, o professor de canto de Brasília Rodrigo Soalheiro vê seu brilhante aluno Benét Monteiro cantando em alemão, Disneys Hercules. Um tenor que já ocupa um importante espaço no mundo da música.

 

Tempos

A situação dos tucanos está interessante. Depois de assumirem outros ninhos, estão prestes a perder a sala da liderança no Senado e dois senadores estão aquecendo as asas para novos voos.

Foto: republicanos10

 

História de Brasília

O hábito de servir café já adocicado em Brasília está se generalizando injustamente. Reclame, quando lhe negarem o direito de escolher a quantidade de açúcar para a sua xícara. (Publicada em 08.03.1962)

Veias abertas do Brasil

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Foto: reprodução da internet

 

          Segundo quem tem acompanhado de perto a venda de terras para estrangeiros, há nessas negociações o perigo de aumentar o Custo Brasil, por meio da formação de verdadeiros oligopólios nesse setor. Para um país que insiste, a todo o custo, em ser o maior produtor de alimentos do mundo, a terra representa aqui o maior insumo do setor agropecuário e deve, portanto, ficar à disposição das forças produtoras internas, até como reserva de áreas e garantia de preço dessas terras.

         Dados de dois ou três anos atrás, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), embora bastante subestimados, davam conta de que os estrangeiros já possuem mais de 4 milhões de hectares no Brasil. Há uma verdadeira confusão nos números e extensão real dessas propriedades, sendo que uma parte delas sequer consta nos arquivos oficiais.

         Estados Unidos, China, Malásia e Europa estão de olho na compra de mais terras e aguardam a modificação nas leis para adquirirem mais de 5 mil hectares no Centro-Oeste, na região Norte e no Matopiba (Maranhão, Tocantis, Piauí e Bahia). O lobby desses compradores é poderoso e envolve muita pressão e dinheiro. Trata-se, como não poderia deixar de ser, de um problema de segurança e soberania nacionais, tão ou mais delicado do que aquele representado pela guerrilha urbana e rural nos anos sessenta e que levou os militares ao poder.

         O agrobusiness, cujos capitais são formados em dólar, torce para que essas vendas ocorram sem atropelos e o mais rapidamente possível. Pesquisa realizada entre os brasileiros já deixou claro que mais de 80% dos ouvidos reprovam a ideia de venda de terras para estrangeiros. O povo sabe onde mora o perigo e não quer correr o risco de perder até a terra sob seus pés para os estrangeiros. Mesmo o atual presidente já se posicionou contra a venda de terras, dizendo que “Não podemos permitir que o Brasil seja comprado.”

          Trata-se de uma discussão que está longe de ser unanimidade, podendo, inclusive, gerar conflitos rurais, desnecessários e sangrentos, para as populações atingidas por essas medidas, o que pode incrementar também as invasões de terras por grupos de esquerda, em nome de ideologias também perigosas. O que não se pode é transformar um assunto dessa seriedade em negociações do tipo política, fechada em conchavos de gabinetes, sem a fiscalização da sociedade.

         O futuro do país e da nação poderá ser comprometido se essa questão não caminhar em favor dos brasileiros, uma vez que é sabido que, num mundo superpopuloso e com escassez cada vez maior de terras agricultáveis e de recursos naturais, os alimentos irão valer mais do que ouro, representando uma questão de vida ou de morte para todos.

A frase que foi pronunciada:

“Uma nação que destrói seus solos destrói a si mesma. As florestas são os pulmões da nossa terra, purificando o ar e dando nova força ao nosso povo.“

Franklin D. Roosevelt

Franklin D. Roosevelt. Foto: super.abril

 

Incentivo

Servidores do DER recebem gratificação de titulação, por emenda apresentada pelo deputado Roosevelt Vilela ao projeto de autoria de Agaciel Maia e Rafael Prudente. “A proposição original, promove uma correção na lei, que foi votada sem os percentuais relativos a cada grau de titulação”. O PL estabelece 15% para graduação ou segunda graduação; 25% para especialização; 35%, mestrado, e 40%, doutorado.

Foto: agenciabrasilia.df

 

História

Aos poucos vai se instituindo em Brasília o turismo educacional, onde escolas visitam a capital para conhecer a história. Dessa vez são estudantes do Espírito Santo que participam do programa. Na capital, mais de 500 alunos da rede pública de ensino participaram do tour.

Alunos do CEF 1 em visita à Catedral de Brasília | Fotos: Renato Braga/Setur

 

Campanha

Faz muita falta uma ação educativa para os motoqueiros de entrega. São audaciosos, irresponsáveis e seguros de que nunca serão punidos. Desde entrar na contramão das entrequadras para não fazer a tesourinha até usar as calçadas para encurtar o caminho.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

Sucesso

Continuam um sucesso os restaurantes comunitários. Com a alimentação balanceada, suco e sobremesa, as pessoas são fidelizadas pelo baixo custo.

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

 

História de Brasília

Noventa e dois por cento das chamadas telefônicas de ontem em Brasília foram feitas por mulheres, e a conversa mais comum era a indagação de que roupa iria vestir para ir ao baile. Tratava-se do Baile da Cidade, e a estatística foi feita através de enquete com pessoas sôbre “como foi utilizado ontem seu telefone”. (Publicada em 02.03.1962)

Questão de vida ou morte

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Foto: brasilparalelo.com

 

Até mesmo o matuto, lá dos cafundós do Judas, sabia: amigo é meu umbigo. Os homens políticos e urbanos e, principalmente, os que estão perfilados com a elite que comanda o país, parecem desconhecer essa lição, ou pelo menos a desprezam. Por esse desdém nas relações do Brasil com o resto do mundo, é que estamos onde estamos. E não estamos bem. Seguimos, depois de décadas, alheios ao que acontece em nossa volta e conosco, curvando-nos excessivamente às exigências internacionais e, com isso, deixando o cauda à mostra.

Almejamos ser o celeiro do mundo, mesmo que isso custe a fome de dezenas de milhões de brasileiros. Uns vão aos mercados inflacionados, outros, vão em busca, nos contêineres de lixo, da comida diária. Amigos são os próximos e os próximos são os brasileiros. Os demais são fregueses, a quem devemos respeito, segundo as práticas comerciais e ponto.

O agrobusiness, conforme implantado no país, tem, por suas peculiaridades, escancarado as portas do Brasil a outras iniciativas do tipo capitalista predadora, que precisam ser vigiadas muito de perto, não importando quem esteja
por trás desse negócio.

O caso aqui é o de compra de grandes extensões de terras em nosso território por estrangeiros, alguns deles agindo diretamente em conexão com seus governos. Poucas autoridades conhecem esse problema e fazem cara de paisagem sobre o assunto. A razão é sabida e passa longe de qualquer noção de ética pública. A compra de milhares de hectares de terra por estrangeiros, na condição de pessoas jurídicas, vem na esteira e na contramão dos festejos ufanistas do agronegócio. Nacos enormes de nossas terras estão sendo passadas para mãos estrangeiras.

O filósofo de Mondubim dizia que quem aluga o traseiro não escolhe onde sentar. O que se tem aqui são verdadeiros territórios estrangeiros, encravados bem no coração do país, no Norte, no Sul e no Nordeste. As extensões monstruosas dessas propriedades, por sua territorialidade só podem ser percebidas do espaço. São enclaves alienígenas, com papel passado e tudo.

Não será surpresa se algum dia os brasileiros necessitarem de passaportes para atravessar o próprio país. Para piorar, uma situação que, per si, mereceria uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, diversos projetos no Congresso ainda propõem a compra facilitada e a posse, além do arredamento de propriedades rurais no Brasil, tanto por pessoas físicas quanto por empresas.

É o caso aqui do Projeto de Lei 2963/19. Pelo projeto fica dispensada a necessidade de autorização ou licença para a aquisição dessas propriedade por parte de estrangeiros. A desculpa aqui é que o Brasil tem, nos últimos anos, perdido centenas de bilhões de reais em investimentos no setor agropecuário em decorrência dos entraves na compra de terras por estrangeiros.

 

A frase que foi pronunciada:
“A terra é a única coisa no mundo que vale alguma coisa, pois é a única coisa neste mundo que dura. É a única coisa pela qual vale a pena trabalhar, vale a pena lutar…”

Margaret Mitchell, autora de E o Vento Levou

Margaret Mitchell. Foto: britannica.com

Inclusão financeira
A ideia, por trás do Banco Mundial das Mulheres, veio em 1975, no México, durante uma reunião das Nações Unidas que comemorava o primeiro Ano Internacional das Mulheres na instituição. Não eram apenas encontros, mas estratégias de ação para diminuir a pobreza no mundo. Microfinanciamentos são a saída para a independência das mulheres que sofrem abusos domésticos ou não têm oportunidade de acesso à educação. Como todo projeto, havia contrapartida, não se trata de esmolas. Além disso, estimula o trabalho, e não a coleção de cartões de gás, leite etc. Boa solução!

 

Solidariedade
Por falar em vida nova, o Itaú Social lançou a plataforma Mobiliza que reúne oportunidades em ações voluntárias em todas as regiões do Brasil. A iniciativa amplia e facilita o acesso às informações. As áreas de atuação abrangem educação, cultura, esporte e meio ambiente. Veja no link https://mobiliza.itausocial.org.br/.

 

A Deus
Flavia Jardim e Gilberto Amaral, dois grandes amigos que partem. Nosso abraço na família e desejos de que a fé a conforte nesse momento sempre difícil de suportar.

 

No mundo da lua
Em uma hora de conversa com Nonato Freitas, passamos por Agripino Grieco, Adelmar Tavares, Laudelino Freire, Alberto de Oliveira, Tristão de Ataíde, Basílio de Magalhães, Cassiano Ricardo, Jorge de Lima, entre outros. As pessoas saudosistas podem ser insuportáveis, mas em um mundo onde a juventude é estimulada ao funk, estamos quites. Como diria o filósofo de Mondubim, com muitas léguas de distância!

Tirinha: sabadoqualquer.blogspot

 

História de Brasília

Agora, o governo está disposto a entrar em entendimentos com a Argentina, para a troca de automóveis por gás.
(Publicada em 2/3/1962)

Fartura e fome na terra do nunca

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Charge de 2008 que voltou a ser atual. Chargista: Ivan Cabral

 

         Com uma expectativa de aproximadamente 300 milhões de toneladas de grãos, prevista para a safra 2021/2022, o Brasil repete, ano após ano, recordes de produção agrícola, numa média de 10% a 15% de aumento das áreas de plantio anual, o que configura nosso país como um celeiro mundial. Também em 2021, a produção brasileira de proteína animal, a despeito da pandemia, registrou outro recorde seguido, com 14,3 milhões de toneladas de carne de frango, 4,7 milhões de toneladas de suínos, somados ainda à produção de 54 milhões de ovos. Ainda em 2020, o rebanho bovino brasileiro foi considerado o maior do planeta, com 217 milhões de cabeças, ou 14,3% do rebanho mundial.

        Diante de números dessa magnitude, na produção de gêneros ditos “alimentícios”, o que se pressupõe, à primeira vista, é que toda essa fartura beneficie diretamente os brasileiros, fazendo de nossa gente uma das populações mais bem alimentadas do planeta Terra.

        Da perspectiva dos números superlativos da agricultura e mesmo da balança comercial, o cidadão brasileiro comum vive numa eterna e pantagruélica dieta diária, com mesa farta e variada, graças aos baixíssimos preços dos alimentos à disposição de todos em feiras e supermercados. Nada mais enganoso do que esse retrato idílico, propagandeado pelos produtores de grãos e carne.

        Por detrás dos números que anunciam seguidos recordes de produção agropecuários, move-se uma população faminta, composta por dezenas de milhões de brasileiros, que buscam diariamente, nos containers de descarte dos supermercados e mesmo no lixo, algum alimento capaz de prolongar-lhes a vida até o dia seguinte.

        Quem viaja por esse imenso país, observando os campos sem fim, tomados por monoculturas transgênicas de milho, soja, algodão, todas elas pulverizadas intensamente pelos mais poderosos agrotóxicos já inventados pelos laboratórios multinacionais, estranha ao verificar, por detrás desse cenário de ficção, a realidade da fome para desdizer tudo o que é visto.

        O mesmo ocorre com a pecuária, cujos gigantescos latifúndios seguem, década após década, avançando sobre matas nativas, destruindo tudo em volta, reduzindo a vida natural a áridas extensões de pastagens, degradas e irreversivelmente recuperáveis. Contudo, todo o subproduto desse portento agrícola, que chama a atenção de muitos países, não possui o condão de esconder a multidão as hordas de famintos, talvez por uma simples e prosaica razão: toda essa produção, capaz de trazer superávits seguidos na balança comercial, insere-se dentro do que ficou denominado de agrobusiness, uma atividade da economia que, na prática, não produz alimentos, propriamente ditos, e sim lucros para seus operadores diretos, sendo a maior parte dessa produção destinada ao mercado externo, que cota esses preços em dólares.

        É isso que ocorre, num retrato preto e branco, com o agronegócio. O resto são tentativas de explicações, num economês ilusório, capaz de encher laudas e mais laudas com números, mas incapaz de colocar um grão, sequer, no prato dos famintos que não param de crescer.

A frase que foi pronunciada:

Lutamos contra a agricultura após a África morrer de fome. Racionamos água depois de drenar nossos aquíferos. Debatemos a mudança climática depois que o mundo pega fogo. Quero fazer algo antes do tempo, ao menos uma vez.”

Utopia (série)

Mais créditos

Em discussão, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 6494/19, onde os créditos de até 400 horas/aula em cursos técnicos poderão ser aproveitados na instituição superior, desde que a educação profissional tenha sido na modalidade presencial. O deputado Professor Israel Batista foi eleito presidente da Comissão especial que analisará o assunto.

 

Dá voltas

Poucos sabem que o artista plástico Sérvulo Esmeraldo, premiado em diversos países, foi expulso do colégio que estudava, no Crato, por estar com um livro de Jorge Amado. A cidade se redimiu organizando uma mostra com dezenas de peças do artista.

Sérvulo Esmeraldo. Foto: crato.ce.gov

Mais atenção

Discutido o Projeto de Lei que cria a Política Nacional de Atenção à Oncologia Pediátrica. A iniciativa traz diretrizes para prevenção, detecção precoce, tratamento, assistência social e cuidados paliativos. A relatoria é do senador Lasier Martins, que destaca a atenção que merece o assunto que, hoje em dia, não é parte da política nacional para câncer do Sistema Único de Saúde.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

História de Brasília

Quem conhece o grego Metachas, dos tempos do Anfrido passará quando souber que esse mesmo senhor está agora, dentro da Prefeitura reivindicando os lotes que não regularizou. (Publicado em 17.02.1962)

O agronegócio é um luxo só

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Charge do Cerino

 

Que relações poderiam existir entre o agronegócio e a indústria de artigo de alto luxo? À primeira vista, tendo como imagem os antigos fazendeiros e produtores de alimentos e sua vida de simplicidade, avessa aos luxos e ao conforto das cidades grandes, não parece haver nenhuma ligação entre o materialismo consumista dos cidadãos urbanos e a vida bucólica e despretensiosa do homem do campo.

Até pouco tempo, essas eram realidades bem distintas, sendo fácil identificar e diferenciar o indivíduo do campo e o da cidade. Nas últimas décadas, contudo, essa realidade mudou muito, principalmente, à medida que o agronegócio firmava o pé pelo interior das terras brasileiras.

Hoje, os produtores das chamadas commodities — milho, soja, algodão e alguns outros produtos como carne bovina, suína e frango — vivem cercados de todo conforto e luxo que o dinheiro pode trazer. Ciente dessa nova realidade, a indústria de artigos de luxo também fincou pé em regiões interioranas que, até pouco tempo, só conheciam esses produtos por meio das imagens de TV.

Cidades do Centro-Oeste, como Goiânia, Rio Verde, passaram a experimentar, agora, uma grande e variada oferta de artigos e serviços de luxo, exclusivos para esses novos clientes de alto padrão econômico, que vão surgindo na esteira do agronegócio. São aviões, carros esportivos de última geração, imóveis de altíssimo padrão, joias, restaurantes, hotéis estrelados e outros mimos a que somente os muito endinheirados têm acesso.

Obviamente que toda essa bonança assistida em algumas regiões interioranas está circunscrita a um pequeno número de indivíduos, proprietários de enormes latifúndios, onde as monoculturas de soja, milho e algodão são cultivadas de forma mecanizada, à base do uso intensivo de muito defensivo agrícola e de agrotóxicos, muitos dos quais já banidos em outros países há anos. O que se produz nessas terras não pode ser classificado diretamente como alimento humano e, principalmente, para o consumo dos brasileiros, já que essas commodities se destinam à exportação para países como a China.

O aumento da riqueza nesses lugares trouxe consigo outros aumentos, como os do fosso entre ricos e pobres, da concentração de riqueza, do desemprego para trabalhadores pouco qualificados, dos preços nessas localidades, desde alimentos até moradias. Com isso, há registros de mais pobreza e do surgimento de áreas periféricas carentes, como encontradas nas grandes cidades. Mas o custo maior e até incomensurável de todo esse boom de riqueza e luxo nessas áreas recai mesmo sobre o meio ambiente.

De forma resumida, o que se pode afirmar, sem erro, é que, para que o agronegócio pudesse se firmar nessas regiões, enriquecendo uma parcela diminuta da população, foi necessário, antes, a dizimação quase completa do variado e outrora riquíssimo bioma do cerrado. Matas nativas foram derrubadas a correntes e queimadas, terrenos foram aplainados, rios pequenos e médios, assoreados, deixando apenas o rastro de areia pelo chão. Os mamíferos, aves, répteis, abelhas responsáveis pela polinização e outros simplesmente desapareceram.

O que se vê na paisagem são imensas plantações, identificadas com códigos formados por números e letras, mostrando aos entendidos que tipo de variedade geneticamente modificada é aquela. Com isso começou a formação de microclimas nessas regiões que jamais foram sentidos. Calor infernal, secas prolongadas, nuvens de poeira e poluição cobrindo tudo, secamento de poços artesianos e a lenta formação de imensas áreas em processo de desertificação, com a predominância de areia e pó.

Nos últimos 30 anos, houve uma triplicação da área plantada no Brasil, sobretudo no Centro-Oeste, o que equivale a dizer que houve, também, uma triplicação das áreas desmatadas para a formação desse tipo de plantio e para a formação de pastos. Passamos de 19 milhões de hectares plantados para 55 milhões de hectares, com a extirpação de área de igual tamanho das áreas nativas.

Trata-se de um crime, cujos responsáveis ainda se dão ao desplante de pousar como benfeitores, como se não existissem nem o amanhã nem as novas gerações que dependerão do meio ambiente e seus recursos para, ao menos, sobreviver no planeta. Desses 55 milhões de hectares, 36 milhões são de soja para exportação e engorda de porcos na China. Somente a soja ocupa cerca de 4,5% do território nacional, o que equivale a áreas de países como a Itália e outros pelo mundo. Em segundo lugar vem a monocultura da cana-de-açúcar, maior do que em todo o período do ciclo do açúcar, entre os séculos XVI a XVIII, e hoje avança com a soja sobre boa parte da floresta amazônica, deixando atrás de si areia e deserto escaldante.

Quem mais sofreu com toda essa expansão desordenada e apressada foi justamente o Centro-Oeste, onde esses novos fazendeiros encontravam até incentivos governamentais para desmatar. Ainda hoje o desmatamento é feito para a acomodação e expansão do agronegócio nessa região. A forte demanda, amparada por um poderoso lobby dos produtores e dos compradores internacionais, tem surtido efeito muito maior do que as reclamações dos ambientalistas, vistos ainda hoje como empecilhos ao avanço do agronegócio.

O que temos aqui é uma realidade que alguns tentam esconder sob o manto de números superlativos apresentados pela balança comercial. Por outro lado, o que se tem de fato é a destruição continuada da própria terra em troca de anéis de brilhante, carros importados e outros luxos consumidos por uma minoria que enriquece à medida que vai empobrecendo nosso meio ambiente, destruindo nossos preciosos recursos naturais em troca do vil metal.

 

História de Brasília
O turismo não pode organizar, porque o govêrno do dr. Jânio Quadros cortou tôdas as possibilidades. Foi construído o hotel, montado o hotel, está tudo comprado, abandonado, esperando o roubo, a destruição pelo tempo, a ferrugem. (Publicada em 13/02/1962)

A fome no paraíso da produção de alimentos

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Foto: Paula Paiva Paulo/G1

 

Difícil é explicar, para qualquer pessoa sensata, a situação paradoxal que faz com que o Brasil, mesmo com o maior rebanho bovino do planeta, com 217 milhões de cabeças, tenha que exibir, ao mundo, cenas tão dramáticas, mostrando famílias buscando ossos em contêineres de descarte nos centros de abastecimento de alimentos, à vista de todos, como quem vai às compras no mercado.

São imagens que mostram a distância estelar existente entre o portento de um país exportador de produtos agropastoris e seus habitantes, impedidos de acessar esses bens, enviados para portos de todo o mundo. Com isso, fica a patente a expressão que diz que o agronegócio não produz alimentos, mas lucros, altos e concentrados em poucas mãos, apesar de figurar como protagonista quando o assunto é balança comercial. O problema é que essa balança parece nunca pender a favor da população de baixa renda nem de nenhum brasileiro mediano. Trata-se de uma situação que, mais do paradoxal, expõe para todo o mundo uma inegável realidade que faz dos cidadãos de baixa e média renda categorias sociais de segunda classe, alijadas das mínimas condições de sobrevivência com dignidade.

A transformação desses alimentos e sua inserção na classificação estrangeira de commodities, tabelando seus preços pela variação da oferta e da procura no mercado internacional, movido ao peso do dólar, deu a esses alimentos básicos, que no passado integravam o cardápio popular, um rótulo chique, que, em última análise, estabelece uma proibição tácita para que seja consumido por grande parte dos brasileiros.

Uma visita aos supermercados do país mostra que até mesmo a classe média, que anteriormente consumia esse alimento com certa frequência, hoje passa longe dos açougues e mais distante da chamada carne de primeira. Qualquer desses argumentos apresentados pelos defensores desse tipo especial de produção de alimentos, dentro do exclusivíssimo clube dos senhores do agrobusiness, cai por terra diante das imagens mostrando populações se lançando aos ossos, em meio às moscas, como cães famintos à procura da proteína.

A mesma situação se repete na produção de carne de frango, na qual o Brasil ocupa o segundo posto de produtor mundial, com 14.350 milhões de toneladas por ano. Mesmo esse alimento vem se tornando inacessível para os consumidores de baixa renda, com parte da população comprando o que seriam miúdos dessa ave, como pés, pescoço e outras partes menos nobres. Com a atividade da piscicultura, a questão proibitiva dos preços desses alimentos para as populações mais carentes se repete também. Apesar de possuir uma costa marítima de 10.959 quilômetros de extensão e contar com uma frota pesqueira que cresce a cada ano, e com uma produção anual girando em torno de 803 mil toneladas, o consumo desse alimento nos supermercados é limitado às classes de renda alta e média alta, ou seja, totalmente fora do cardápio das famílias brasileiras.

Para a manutenção desse verdadeiro estado de segregação da população de baixa renda e seu acesso a alimentos de qualidade, tem sido eficaz o trabalho desempenhado pela chamada bancada do agrobusiness com assento no Congresso. Ao representar apenas os interesses comerciais dos grandes produtores de proteínas, a bancada cumpre o que espera dela o mercado internacional, mesmo que isso custe a fome de seus patrícios, que, por um acaso, são também seus eleitores.

Enquanto o Brasil encanta o mundo como celeiro da humanidade, triplica internamente a pobreza no país, com o número de pobres saltando de 9,5 milhões de em agosto de 2020 para mais de 27 milhões em fevereiro de 2021, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Surpreende que os mercados nas principais cidades do mundo ainda tenham sido, até agora, alvo de saques das famílias em estado famélico grave. É uma situação que aguarda acontecer, caso tardem medidas efetivas que acabem com esse banquete bilionário de alimentos a excluir o grosso da população.

 

A frase que foi pronunciada
“Há pessoas no mundo com tanta fome que Deus não pode aparecer a elas, exceto na forma de pão.”
Mahatma Gandhi

Foto: Rühe/ullstein bild/Getty Images

 

Novo ensino médio
Uma ideia, um projeto e uma escola acolhedora. Ingredientes necessários para que Giulia Bicalho colocasse as mãos na massa e inaugurasse a primeira rádio interna escolar. Nos 20 minutos de intervalo, música e informação. Uma bela maneira de arrefecer os danos da pandemia.

Foto: jornaldebrasilia.com

Pelo Brasil
Vale a pena visitar, no Facebook, o perfil do Instituto General Vilas Boas. São muitas notícias importantes e sérias. Acesse o link a seguir: https://www.facebook.com/InstitutoGVB.

História de Brasília
Há um técnico que dorme num quarto onde guardam a sucata de material. Deste jeito, não é de se admirar que o serviço seja moroso, ruim e de pouca rentabilidade. (Publicada em 10/2/1962)

O agronegócio a semear as tempestades de areia

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Por toda a parte, no imenso território brasileiro, os fenômenos climáticos anormais e desastrosos vêm se intensificando a cada ano, indicando que, ao lado dos efeitos provocados pelo aquecimento global, que afetam igualmente todo o planeta, também nosso país experimentará, de forma severa, as consequências dessas mudanças ambientais. Secas, incêndios, erosões, tornados, trombas d´água e, agora, as tempestades de areia, vão compor esse novo cenário cotidiano de catástrofes climáticas, que têm, na ação humana, um dos seus principais causadores. Estamos literalmente colhendo tempestades, depois de termos plantado as sementes da razia do meio ambiente.
A expectativa quanto à colheita dessa safra de calamidades é de que nos próximos anos tenhamos produção em dobro, dando tempo, quem sabe, de arrependermos de nosso comportamento frente ao ambiente, quer pela nossa cumplicidade nesses eventos, quer pela nossa omissão e silêncio. Somos todos igualmente responsáveis pelos acontecimentos adversos que estamos experimentando.
Quando fechamos os olhos para medidas e projetos que poderiam amenizar esses efeitos. Quando simplesmente apoiamos propostas que visam, a todo o custo, desmatar e queimar áreas de vegetação nativa, para a implantação de latifúndios para a produção de monoculturas transgênicas. Ou quando permitimos que essas safras sejam sufocadas com grandes quantidades de pesticidas e agrotóxicos de alta periculosidade e que envenenam o solo e a água.
As tempestades de areia, que no fim de semana surpreenderam as populações do interior de São Paulo e de Minas Gerais, e que pareciam restritas apenas a cidades da Índia, onde, em 2018, mataram mais de 100 pessoas, ou em cidades como Pequim ou no norte da África, agora parecem fazer parte também de nossa paisagem.
Os fenômenos de tempestades de areia, que em algumas estações do ano engolem cidades inteiras à beira dos desertos pelo mundo, parecem avançar para outras partes do globo. Anteriormente, esse episódio havia sido registrado em 2017, no interior do Rio Grande do Sul, e foi, segundo os técnicos e outros especialistas que acompanham esses acontecimentos da natureza, motivado pela transformação dos pampas gaúcho em areia, devido a intensificação dos processos de erosão do bioma pela atividade do agronegócio.
A cada ano, aumentam as manchas de areia nessa região, devido ao mau uso da terra. São milhares de hectares da zona rural que foram totalmente transformados em areais, áridos e desérticos, onda nada mais brota. O que está acontecendo agora em cidades paulistas, como Ribeirão Preto, Franca, Presidente Prudente, Jales, Araçatuba e outras do Triângulo Mineiro, resulta também da intensificação das atividades do agronegócio, que substituíram, há alguns anos, a policultura, por monoculturas de soja, milho e cana-de-açúcar, degredando gravemente boa parte do solo da região.
Com os ventos de quase 100 km/hora, registrado nesse último fim de semana, o solo seco, castigado ainda pela seca prolongada que afeta toda a região, ajudou a cobrir muitas dessas cidades com espessas nuvens de poeira e areia, num prenúncio de que estamos no caminho errado quanto a exploração da terra.
O agronegócio, uma atividade econômica que muitos dizem não produzir alimentos e, sim, lucros para uma minoria, obviamente diz não se responsabilizar por esses efeitos. Uma vez exauridos os recursos naturais de uma região, com o esgotamento total do solo, o agronegócio ruma para outra região e deixa o deserto atrás de si. Preço alto para as próximas gerações.
A frase que foi pronunciada:
“Somente entendendo a complexidade cultural e a amplitude do conceito de agricultura que podemos ver as diminuições ameaçadoras implícitas no termo agronegócio.”
Wendell Berry
Wendell Berry. Foto: Guy Mendes
Pelo zoom
Hoje é dia de reunião do Conselho de Segurança do Lago Norte. Geralmente são reuniões bastante produtivas e com muitas participações. Veja os detalhes a seguir.
Homenagem
Também, a seguir, um registro histórico de Laércio Filho sobre seu avô Djalma Silva, que faria 100 anos.

–> Djalma Silva, *27/09/1921, Floriano, PI; +12/08/2013, Goiânia, GO.

Por ocasião do centenário de seu nascimento, tomei a liberdade de escrever algumas linhas sobre meu querido avô.

Há 100 anos, em Floriano, nascia o primogênito de João de Deus Alves da Silva e Corina Maria de Jesus. Seu assento de nascimento, lavrado no cartório Leal daquela cidade, curiosamente anota somente seu prenome DJALMA. Mesmo sem superar o brilho renascentista de seu pai, Djalma resplandeceu numa vida muito simples, dedicada e fiel. Respeitado por seus confrades maçons, pelos alunos e colegas, exerceu o magistério e a administração educacional em Floriano, em Caxias do Maranhão, em Anápolis, em Nerópolis e em Goiânia, onde viveu até seus últimos dias, em 2013.

Trabalhava muito. Oportunidades de trabalho o fariam se mudar sucessivamente em 1950 para o Maranhão, em 1962 para Goiás e, enfim em 1970 para Goiânia, onde se fixaria definitivamente. Certa vez, quando se dividia entre aulas em Nerópolis e na capital goiana, desmaiou durante um de seus deslocamentos entre as cidades, caindo de sua moto Vespa e machucando-se. De seu trabalho no magistério, ainda em Floriano, colheu o coração da moça Adália, que se mudara do distante Brejo Novo para a Princesa do Sul, onde continuaria seus estudos e mudaria os rumos de sua vida ao casar-se em 1947 com o respeitado professor.

Um bibliófilo de quatro costados, encantava os netos e provavelmente exasperava a mulher com sua valiosa biblioteca, que chegou a ter mais de 30 mil volumes empilhados num quartinho aos fundos de sua residência. Também enfeitiçava as crianças quando apanhava madeiras de buriti para esculpir elaboradas miniaturas de aviões ou navios, com as quais presenteava os netos. Desenhava bem e com esmero, tendo me iniciado nessa arte.

Foi escritor, poeta e cordelista. Deixou várias obras e, creio, nunca ganhou um centavo com elas. Distribuía-as livremente entre amigos e familiares.

Durante toda a vida, manteve correspondência com amigos e familiares em todo o Brasil. Apoiou sempre que pôde irmãos e parentes, seus próprios e de Adália. Descobri, anos após sua morte, de seu costume de mandar dinheiro para parentes em dificuldades. Dinheiro esse que nunca sobrou em sua própria casa. Mas criou honrosamente os quatro varões com a valiosa parceria de Adália. Mesmo que mantendo distância, soube honrar a família da esposa, tornando-se querido pelos seus!

Por ocasião de seu centenário, sua descendência soma quatro filhos, dez netos e seis bisnetos.

Viva vovô Djalma!

História de Brasília
Brasília tem defeitos, e nós temos apontado muitos. Fale mal, mas não minta. Não desmoralize um jornal, que afora ser uma simples casa de obras com rotativa, pertence, ainda, a um governo, que poucas vezes tem mentido na vida. (Publicada em 9/2/1962)

O Distrito Federal não é uma ilha

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Foto: brasil.gov.br

 

Com apenas 5.801,9Km², o Distrito Federal se apresenta como um pequeno quadrado instalado bem no coração da vasta região Centro-Oeste. Por isso, no nosso caso específico, vale o dito: geografia é destino e, também, fatalidade. O que vier a acontecer na região central do Brasil terá reflexos diretos em Brasília, ditando inclusive a sua viabilidade futura como capital. Dessa forma, fica mais do que evidente que os esforços no sentido de debelar, de modo satisfatório, a atual crise hídrica, tem, necessariamente, que ser estendidos a toda a região circundante, num esforço conjunto, persistente e de longo prazo. Sem isso, não há solução para o problema crescente de falta de água.
Ambientalistas brasileiros e internacionais, que bem entendem do problema, são unânimes em reconhecer que a região Centro-Oeste e, principalmente, todo o bioma cerrado estão na iminência de vir a se transformar, em pouco tempo, num grande e árido deserto por conta da ganância humana desmedida e inescrupulosa. Observando o que vem se passando, num raio de pouco mais de 500km em torno da capital, é possível, agora, ter uma ideia mais precisa dos seríssimos problemas que, há anos, vem ocorrendo e se acumulando em toda região, e que mesmo a despeito dos seguidos alertas feitos, não foram enfrentados de forma pronta e responsável pelas autoridades. Nos últimos anos, centenas de pequenos riachos e afluentes de rios caudalosos simplesmente deixaram de existir. O mesmo fenômeno vem acontecendo com nascentes e lagoas: a maioria está em avançado processo de desaparecimento.
O que ocorre na região Centro-Oeste se repete no restante do país. Dados divulgados pelo Observatório do Clima mostram que, no Brasil, as emissões de gases de efeito estufa aumentaram em 8,9% no ano passado e deverão seguir a mesma tendência este ano. É o nível mais alto desde 2008 e a maior elevação vista desde 2004. No ano passado o país emitiu 2,278 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e), o que coloca o Brasil como a sétimo maior poluidor do planeta. Pior é que esse aumento de poluição se deu em meio à maior recessão econômica da história do país, o que equivale a dizer o Brasil aumentou os índices de poluição sem gerar riqueza alguma para os brasileiros.
O aumento de poluição se deu, exclusivamente, por conta do desmatamento, de mudanças de uso da terra e em consequência das seguidas queimadas. “Temos, hoje, a pior manchete climática do planeta: aumento de emissões em razão de desenfreada destruição florestal e totalmente dissociado da economia. Não vai adiantar o governo e os ruralistas dizerem lá fora que o agro é pop; não vão convencer a comunidade internacional e os mercados de que está tudo bem por aqui”, diz Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.
No caso da região Centro-Oeste, que nos interessa mais particularmente, estudos demonstram que, entre 2013 e 2015, 18.962km² de cerrado foram destruídos, o que equivale à perda de uma área equivalente à cidade de São Paulo a cada dois meses. Este ritmo de destruição torna o cerrado um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Todos os ambientalistas envolvidos com essa questão concordam que a expansão do agronegócio é a principal causa desse problema. “A exemplo de compromissos assumidos por empresas na Amazônia para eliminar o desmatamento de suas cadeias, é fundamental que um passo na mesma direção seja dado para o Cerrado, onde a situação do desmatamento é muito grave”, afirma Cristiane Mazzetti, especialista em desmatamento zero do Greenpeace Brasil.
Os cientistas lembram que o cerrado abriga as nascentes de oito das 12 regiões hidrográficas brasileiras e responde por um terço da biodiversidade do Brasil, com 44% de endemismo de plantas. Por outro lado, a redução desse bioma alterará os regimes de chuvas, impactando não só o agronegócio, mas a existência da própria capital do país. Essa situação é ainda mais calamitosa no Norte de Minas Gerais, que pode, em menos de duas décadas, se transformar em deserto, inviabilizando economicamente mais de um terço de todo o estado.
O desmatamento, a monocultura e a pecuária intensiva, em conjunto com as condições climáticas adversas, já levaram a pobreza e a miséria a mais de 142 municípios mineiros, o que já afeta mais de 20% da população desse estado. É preciso que todos compreendam que o que garante de fato a produção agrícola e a pecuária no Brasil é o equilíbrio ambiental. Sem ele, não há formação de chuvas por evapotranspiração e, por conseguinte, não há água para plantas e animais, inviabilizando absolutamente tudo. A destruição do bioma Cerrado trará repercussões catastróficas para o país.
Segundo alguns cientistas que a décadas estudam o cerrado, nessa região, as raízes atuam como uma gigantesca gigantescas esponjas, absorvendo as águas das chuvas e levando-as a recarregar os aquíferos, favorecendo a maioria dos grandes rios da América do Sul. São as águas desses aquíferos, como Guarani, Urucuia e Bambuí, que alimentam desde as represas de São Paulo, como o próprio Rio São Francisco. Especialistas alertam, inclusive, que o incêndio que devasta agora o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, considerado o maior de todos os tempos, trará sérias consequências para o abastecimento dessas reservas subterrâneas.
O caminho das águas vai das raízes esponjosas para os lençóis freáticos e, desses, para os aquíferos, num ciclo sem fim. Neste caso, e mais uma vez, os cientistas estão de acordo com a sentença: a destruição do cerrado, significa a destruição dos rios num curto espaço de tempo, sendo que a reposição da vegetação original e diversa é tarefa das mais impossíveis. A destruição da vegetação levou ao desaparecimento de abelhas e vespas nativas, fundamentais para o processo delicado de polinização das plantas do cerrado, impedindo sua reprodução.
Esta situação alarmante teve início ainda nos anos setenta com a expansão das fronteiras da agropecuária sobre o cerrado. No caso da crise hídrica que afeta o Distrito Federal, a utilização das águas subterrâneas para a irrigação da lavoura no entorno da capital vem prejudicando enormemente a recarga desses aquíferos, o que agrava, ainda mais, o problema da escassez de água na capital. Como na natureza tudo parece estar interligado dentro um sistema harmônico, a insuficiência na recarga de águas dos aquíferos acaba prejudicando as próprias nascentes que começam a desaparecer, uma a uma, num efeito em cadeia, o que acaba por comprometer gravemente o abastecimento de córregos e rios.
A cada ano aumenta o número de municípios pelo interior que declaram situação de emergência por conta da falta de água. Este ano, foram 872 nesta condição. O que os latifundiários do agronegócio ainda não compreenderam ainda é que, com a destruição do bioma cerrado, toda a atividade agropastoril desaparecerá junto. Nem a criação de caprinos será viável neste cenário de destruição. Estamos todos, conscientemente, destruindo o chão sob nossos pés. O aumento da população e do consumo, a destruição do meio ambiente, concomitante aos efeitos do aquecimento global. A poluição crescente e o descaso das pessoas e dirigentes, tudo leva a crer que entramos num ciclo descendente que parece preparar nosso próprio fim.
História de Brasília
O serviço de comunicação do Ministério da Fazenda está pior que o DCT e a culpa disso é o abandono a que está relegado no Rio. Um telegrama remetido pelo diretor-geral no dia 26 somente hoje chegou em nossas mãos. O mesmo telegrama passado também pelo DCT chegou no mesmo dia em outra instituição. (Publicada em 08.02.1962)

Repetindo o passado

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É sabido, por aqueles que se dedicam ao estudo da história, que a condenação de atos do passado não possui a força necessária de fazer reverter o presente. Portanto, nada mais inócuo do que julgar fatos históricos. No entanto, ao analisar racionalmente o passado, com os olhos do presente, é possível empreender uma correção de rumos, capaz de mudar o que seria a história futura.

O problema com esse refazer de caminhos acontece quando não aprendemos com as antigas experiências, principalmente, aquelas que nos conduziram a perigosas encruzilhadas. Esse parece ser o caso do despertar do interesse nacional pelas áreas do interior do Brasil, fato esse catalisado pela transferência da capital para o Centro-Oeste nos anos 1960.

O que, a princípio, mostrou-se uma empreitada de absoluto sucesso estratégico, capaz de tornar realidade a posse efetiva do país pelos brasileiros, voltando os olhos da nação para as imensas riquezas e possibilidades do cerrado, parece que vai se transformando numa espécie de pesadelo a ameaçar a existência desse que ainda é o segundo maior bioma nacional. Depois da Amazônia, nada se compara ao cerrado em biodiversidade.

A questão central com o Cerrado é que nosso conhecimento sobre esse delicado e complexo bioma ainda é incipiente, o que é um perigo dadas as atuais extensões de áreas já efetivamente desmatadas para as atividades agrícolas e pecuárias, comandadas pelas forças pantagruélicas do agronegócio. Essa região, que abrange quase um quarto do território brasileiro, está, em sua maior parte, assentado sobre as maiores bacias hidrográficas do país, constituindo-se no principal responsável pelo abastecimento desses aquíferos. Em outras palavras, o que já se sabe é que, sem a cobertura preciosa da vegetação do Cerrado, toda uma imensa área de mais de 2. 036.448km2 pode virar deserto, afetando igualmente outras regiões do país.

Na realidade, o fenômeno da desertificação dessa área já é um fato e, pior, irreversível. Nos últimos 50 anos, coincidentemente depois da transferência da capital, 50% do Cerrado virou cinzas por conta da intensa produção de proteína animal para a exportação e de grãos, na maioria transgênicos, também destinado ao mercado externo. De fato, o Cerrado tem sido derrubado impiedosamente ao longo das últimas décadas, numa progressão criminosa e ignorante que segue ainda num crescendo alarmante, mesmo em decorrência das significativas alterações climáticas que vem se intensificando diante de todos. A cada ano, mais e mais riachos vão desaparecendo, deixando um rastro de areia e pedras no leito seco. Para se ter uma ideia, de agosto de 2019 a julho de 2020, o desmatamento desse bioma atingiu a marca de 7,3km2.

O agronegócio avança sobre essa vegetação em busca de lucros e, para isso, conta com o apoio incondicional do atual governo, numa situação que faz com que ambientalistas de dentro e de fora do Brasil considerem catastrófica, a ponto de comprometer o futuro dos brasileiros. Refém da bancada do agronegócio, o atual presidente tudo tem feito para desmontar os órgãos de fiscalização e para confeccionar legislações que abrandam as possíveis e raras punições.

Os conflitos sociais por disputas de terras e de água, antes inexistentes e inimagináveis, agora, são uma realidade. As commodities, vendidas em dólar e inacessíveis aos brasileiros comuns, ao mesmo tempo em que destroem a terra, assoreiam e envenenam os rios, vão deixando atrás de si uma região em franca evolução para um bioma do tipo caatinga, antes de se transformar, finalmente, num imenso e árido deserto.

Não aprender com erros de um passado recente parece ser o destino desse país, incapaz de evoluir do estágio colonial de cinco séculos, produtor de monocultura e mão de obra, ainda vivendo em condições análogas à escravidão.

 

 

 

A frase que foi pronunciada
“A força fez os primeiros escravos, a sua covardia perpetuou-os.”
Jean-Jacques Rousseau, filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata genebrino

Jean-Jacques Rousseau. Imagem: wikipedia.org

 

Repaginar
Ideia do ex-senador Cristovam Buarque de usar, no avanço da educação, verbas recuperadas pela Polícia Federal em operações contra a corrupção trouxe uma análise interessante. De um lado, o aluno recebe mais estímulo para se tornar um homem de bem e, de outro, o sistema educacional poderia ser dependente dessa verba, o que é uma incoerência.

Caricatura: carlossam.blogspot.com.br

 

Infeliz ano velho
Causa estranheza essa viagem do ex-presidente Lula à Cuba. O que deveria ser segredo, por uma postagem nas redes sociais, virou um escândalo. É acompanhar para ver onde isso vai parar.

 

História de Brasília
A operação-mudança está se fazendo sob o comando do sr. Hermes Lima e do sr. Felinto Epitácio Maia. O chefe da Casa Civil da Presidência da República está dando o máximo de importância ao assunto e o seu trabalho está sendo incessante para que venham novos Ministérios. (Publicado em 23/01/1962)