Sujando a jato

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960
jornalista_aricunha@outlook.com
MAMFIL
Circe Cunha circecunha@outlook.com

Com o ajuizamento de ação civil, pela força-tarefa da Operação Lava-Jato, contra o Partido Progressista (PP) pedindo o ressarcimento de nada menos do que R$ 2,3 bilhões aos cofres públicos, fica, cada vez mais, evidenciada a transformação desse e dos maiores partidos políticos do país em verdadeiras organizações criminosas, estruturadas com a finalidade específica de saquear o Tesouro Nacional.
As investigações revelaram que a legenda era a responsável pelos pagamentos ilícitos advindos de contratos da diretoria de abastecimento da Petrobras, comandada, na época, pelo já notório Paulo Roberto Costa. Com base na Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92), os procuradores do Ministério Público buscam a punição do bando, ou seja, a suspensão dos direitos políticos por 10 anos, a proibição de receber benefícios creditícios ou fiscais, impedimento de contratar com o poder público, além de cassação da aposentadoria e multa bilionária.
Para os partidos implicados no caso do petrolão, não será surpresa se as legendas recorrerem ao fundo partidário e, possivelmente, ao fundo eleitoral, a ser criado para saldar a dívida com a Justiça. O Partido Progressista, com 47 deputados, tem, nada menos que 27 deles sendo investigados pela justiça ou 57,45%.
Trata-se, somente na Câmara dos Deputados, de um número expressivo que indica que mais de a metade da legenda com assento naquela Casa, carrega acusações seriíssimas que, em países como a China, os levariam, sem delongas, direto à pena capital. Essa é apenas uma pequena mostra do universo partidário, formado logo após a redemocratização do país, que evidencia a urgente necessidade de mecanismos legais que permitam o imediato banimento dessa e de outras siglas envolvidas no mundo do crime.
Serve para esses partidos, implicados em casos tão graves de corrupção, as mesmas palavras usadas pelo juiz Sérgio Moro no despacho em que condenou agora o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha a 15 anos de cadeia: “A responsabilidade de um parlamentar federal é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Não pode haver ofensa mais grave do que a daquele que trai o mandato parlamentar e a sagrada confiança que o povo nele deposita para obter ganho próprio”.
Com a ação inédita de ressarcimento bilionário contra o PP, o que naturalmente virá pela frente, com os desdobramentos das investigações, é a responsabilização também das demais legendas envolvidas nesse megaescândalo, com multas estratosféricas. Aos já identificados, virão ainda outros mais, quando os 83 pedidos de abertura de inquérito, feitos pela Procuradoria-Geral, com base nas delações da Odebrecht, vierem à tona em breve. Não será surpresa se, logo mais, metade do Congresso atual venha a ficar sob investigação da Justiça.

A frase que não foi pronunciada
“Nós, representantes do povo brasileiro.”
Lembrete da Constituição para quem reclama dos políticos: eles chegaram onde estão pelo seu voto. Nenhum deles foi truculento a ponto de invadir o Congresso para legislar.

Reguffe
» Senador Reguffe está com uma postura bem mais contundente nos ataques aos absurdos da nossa política. No Plenário, deu uma dica do que está acontecendo sem que a população se atente: “Essa proposta de lista fechada é um absurdo. Em vez de o Senado votar a minha PEC, que institui o voto distrital e que tornaria a política mais acessível ao cidadão comum, os líderes partidários aqui vêm com essa de lista fechada, que só vai fazer perpetuar os atuais parlamentares e dar mais poder ainda para as cúpulas partidárias”, critica duramente o senador.

Sem compromisso
» Brasil Cordeiro e Uirá Lourenço continuam denunciando o desrespeito com o cidadão brasiliense nas obras asfálticas e calçadas. O recapeamento da Avenida das Jaqueiras no sentido do HFA, no Setor Militar Urbano, foi reprovado durante as fortes chuvas. Os buracos são maiores do que antes, causando acúmulo de água, o que torna o trânsito mais perigoso.

Desconfiômetro
» Na comercial da 213 Norte, em frente ao parque, um caminhão sobe pelas calçadas recém-restauradas, arrebenta tudo e descansa na área verde do prédio sem que ninguém o incomode. Um verdadeiro absurdo.

Sem noção
» Outra coisa que os motoristas ainda não se deram conta é que onde há ciclovias não se estaciona. Os carros que param trancando o acesso a elas deveriam ir para o depósito do Detran instantaneamente.

De fora
» Entre uma coletânea de notícias de Paulo Esteves, chega uma sobre Steven Brams, do Departamento de Política da Universidade de Nova York. Com o sistema de avaliação que adota para definir momentos políticos, ele afirmou que o Brasil vive um momento dramático em função do impeachment de Dilma Rousseff e que o sistema político brasileiro nada se assemelha com uma democracia e sim com um sistema arbitrário, que permite abusos de poder por parte do governo e, sobretudo, beneficia a corrupção e a impunidade.

História de Brasília
Nada resolvido ainda quanto à iluminação do pátio de manobras do aeroporto. Os postes estão fora de funcionamento, e os geradores, também. (Publicado em 24/9/1961)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin