Recursos para a guerra são escassos embora existam

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Meme que está circulando no Ttwitter

 

Muito mais do que a proeza de atravessar uma tempestade e escapar dessa experiência, incólume e sem um arranhão, é preciso sair dessa turbulência com algumas lições capazes de induzir um crescimento moral interno, proveitoso e duradouro para toda a vida.

Esse talvez seja o principal benefício e aprendizado a ser adquirido pela população, tão importante quanto a própria sobrevivência nesses dias difíceis. Dentre as centenas de mudanças que podem ser necessárias não apenas para atravessar a crise com certa segurança, mas sobretudo para dar um novo rumo ao futuro do país, numa fase posterior, sem dúvida nenhuma a questão da qualidade dos gastos públicos despontará como absoluta no horizonte. A começar pelo corte profundo em todas as chamadas mordomias e outros penduricalhos vergonhosos que dilapidam sensivelmente o Tesouro Nacional a cada ano e que não param de crescer.

A lista desses gastos supérfluos e que nesse momento podem inclusive receber a tarjeta de imorais faria com que uma montanha de recursos, oriunda dos escorchados pagadores de impostos, fosse alocada, totalmente para a prevenção e socorro à população e ao combate ao surto de virose mortífera que se anuncia pela frente. O anúncio de que estamos em regime extraordinário, semelhante a um período de guerra generalizada, já é reconhecido por grande parte das autoridades com responsabilidade e visão do momento. Como é o caso do ministro da Saúde, Henrique Mandetta.

E o que é pior, esses recursos, na casa de bilhões de reais, ainda estão prisioneiros de rubricas supérfluas, destinadas à manutenção de privilégios que há muito tempo são criticados pelos brasileiros. Esperar que o velho regime e a velha política se sensibilizem com a atual situação é perda de tempo. Da mesma forma, embora o governo ainda afirme que a possibilidade de decretação de Estado de Sítio está, por hora, fora do radar, essa alternativa, segundo alguns especialistas, não está totalmente descartada.

Para os chamados realistas, a decretação dessa medida é apenas questão de tempo, quando o número de mortos atingir um patamar crítico. Conhecendo a tradicional falta de operacionalidade de nossos hospitais em tempos de paz e que não é nada positiva, imaginem essa engrenagem frente a um período inusitado de alta turbulência. Falta para o adequado aparelhamento dos hospitais, kits de teste, medicamentos, respiradouros automáticos e outros insumos como equipamentos de proteção e tantas outras necessidades urgentes que ainda não estão plenamente disponíveis, o que é visto e sentido pela população.

Imagens que nesses dias passaram a circular pelas redes sociais, mostrando uma dúzia de enormes, custosos e obsoletos estádios de futebol espalhados por todo o Brasil, dão um tom do desperdício de recursos num país carente e que tanta falta faz nesse momento. O que a população enclausurada poderá observar agora, talvez com maior tempo para refletir sobre a questão, é a existência de um fosso imenso entre a realidade nacional e a vida de luxo e segurança desfrutada há séculos por nossas autoridades. Se essa desigualdade já não fazia sentido em tempos de bonança, muito menos faz agora em plena tempestade.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Guerra é o que acontece quando a linguagem falha.”

Margaret Atwood, escritora canadense

Foto: britannica.com

 

Provocações

Foi estranho mesmo. Em meio a esse rebuliço todo, um repórter perguntou ao presidente se ele estava sabendo que a popularidade do ministro Mandetta estava subindo mais que a do chefe. “Você não tem nada inteligente para perguntar não? Isso é jornalismo?”

 

Contra a maré

Rafaela Ferreira, pesquisadora mineira, usa a tecnologia para encontrar as fórmulas de remédios que não interessam à indústria farmacêutica. Já foi financiada pela Capes, CNPq, Fapemig e recebeu prêmios da L’Oréal e da Unesco. Pesquisadores são a nata da sociedade. Eles merecem ter todo apoio possível do governo.

A pesquisadora Rafaela Ferreira Fundação L’Oréal/Divulgação

 

Dicas em tempos de guerra

1.Nunca atenda chamadas de robô. Golpistas se aproveitam disso para propor desde tratamentos fraudulentos do coronavírus até esquemas de trabalho em casa.

2.Pessoas bem-intencionadas repassam todas as informações que recebem. Antes disso, procure verificar os fatos em portais do governo federal, estadual ou municipal.

3.Vendedores online precisam ser conhecidos. Muitos estão alegando que entregam produtos sob demanda quando na verdade não têm.

4.Nunca acredite em oferta de dinheiro fácil.

5.Jamais clique em links que chegam por e-mail. Eles podem levar vírus para a sua máquina.

6.Não há vacinas, pílulas, poções, loções, pastilhas ou outros produtos sujeitos a receita ou sem receita médica disponíveis para tratar ou curar a doença do Coronavírus 2019. Ignore esse tipo de oferta.

As informações são da Comissão Federal do Comércio Norte Americana.

Golpe no WhatsApp promete Netflix grátis durante isolamento provocado por coronavírus — Foto: Rubens Achilles/TechTudo

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Que a gente possa falar, possa dizer, possa existir como fonte de informações para o público, são os nossos desejos. Nossa repulsa aos acontecimentos de Belo Horizonte, um general se sentir ofendido por um soco, e mandar o Exército destruir o jornal tenha paciência. (Publicado em 04/01/1962)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin