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Publicado em ÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Charge: folhadapraia.com.br
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          É preciso reconhecer um fato: de uma década para cá, aprendemos muito mais sobre nossa república e sobre o funcionamento cambaleante de nossas instituições públicas do que nos últimos cento vinte de nossa história. E isso se deve, além do esforço de muitos brasileiros em implantar processos de transparência na gestão da máquina administrativa, ao trabalho da imprensa, reforçada hoje pela difusão das mídias sociais.

          Em se tratando de malversação do dinheiro do pagador de impostos, o que temos aprendido até agora é que a condição essencial para o cometimento de seguidos atos de corrupção, além da abstinência total de princípios éticos, é que haja, por parte dos envolvidos, o necessário silêncio obsequioso, extraindo toda a verdade em torno do crime, escondendo o cadáver e apagando rastros. Mas, nem sempre isso é possível.

          No nosso caso, em que a ficção tem ficado muito aquém da realidade cotidiana, esconder as provas de um ilícito aos olhos da população brasiliense tem sido tarefa árdua quando o que se tem em mãos é uma verdadeira montanha ciclópica.

          Esse fato é justamente o que ocorre com o estádio Mané Garrincha e com o Centro Administrativo (Centrad), chamado de Buritinga. Esconder esses genuínos elefantes brancos dos cidadãos, que juntos sorveram compulsoriamente R$ 3 bilhões dos contribuintes, é tão inútil como dar-lhes utilidade apropriada às reais necessidades da população. Obviamente que os recursos torrados de forma insana nesses monstrengos não retornarão jamais aos cofres públicos. Boa parte deles, inclusive, foi parar no fundo da algibeira de muitos gestores ladinos.

Charge: folhapolitica.org
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         Aos contribuintes ficaram, além do presente de grego sem valia, os prejuízos de monta. No caso do estádio fantasma, com 72 mil cadeiras vermelhas, erguido a um custo astronômico de R$ 1,6 bilhão, o valor gasto de forma superfaturada daria para construir uma dezena de hospitais de ponta por todo o Distrito Federal.  Evitaria também o prejuízo anual de mais de R$ 6,4 milhões com sua manutenção.

          O estádio, de longe o mais caro da Copa fatídica, é hoje um estorvo que o governo se esforça, ao limite, para empurrar para a iniciativa privada e um marco em concreto armado à desgovernança e ao mau uso do dinheiro público. Com sua arquitetura pouco inspirada e desrespeitosa ao entorno imediato, o estádio obsoleto restará como uma lembrança ruim, usando indecorosamente o nome de Garrincha, o anjo das pernas tortas.

          Também o Buritinga, um gigante inútil que ocupa um terreno de 182 mil metros quadrados, construído para abrigar mais de 13 mil servidores do GDF e que sozinho consumiu mais de R$ 1 bilhão, entrou na mira das preocupações do atual governo, que já estuda a possibilidade de anular todo o acordo com a concessionária da obra.

         Pelo andamento do processo, não será surpresa que venha ser descartado também, vindo a se juntar ao conjunto de obras desnecessárias e suspeitas, cuja a finalidade maior sempre foi carrear recursos públicos para os mesmos grupos políticos que há décadas infelicitam e desconsideram a população. Os mesmos que agora ensaiam voltar ao Buriti, repaginados.

A frase que foi pronunciada:

“Nasci para vencer três males extremos: a tirania, os sofismas e a hipocrisia.”

Giovanni Domenico Campanella, Paris 1689

Fim da Nota Legal?

Onde foram parar os créditos do Nota Legal ninguém sabe. Nenhuma nota consta no sistema e as reclamações feitas não são consideradas. É o que parece já que o contribuinte fica sem retorno às solicitações.

 

Charge: escolhasfinanceiras.com.br
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Descaso total

Depois do último lançamento no IPVA e IPTU o saldo continua zerado e praticamente todas as notas consultadas precisam ser reclamadas. O novo sistema de notas fiscais com QRCODE permite que o contribuinte consulte a existência e a veracidade da nota acessando o site da fazenda do GDF. É estranho porque, ao consultar, o contribuinte verifica que a nota existe, está no sistema, mas os créditos que revertem ao cidadão não aparecem. Para onde foram?

Consome dor

É uma pena! Ao reconhecer tanta coisa estranha, o cidadão obviamente passa a ver o programa e a Fazenda com desconfiança e acha que de nada adianta persistir nas reclamações, porque aparentemente os créditos a que tem direito foram “abduzidos” pelos sistemas recheados de problemas.

Anti-Midas

Vamos ver se os leitores nos contam se o Nota Saúde Legal, também criado pelo então deputado Reguffe, funciona. Queira Deus que a Câmara Legislativa não toque nesse programa.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Estará novamente hoje em Brasília o governador Parsifal Barroso, do Ceará. É a sexta vez que vem ao Distrito Federal, tratar da nomeação do novo presidente do Banco do Nordeste. (Publicado em 18.10.1961)

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