Que falta faz a educação

Publicado em ABERTURA

Uma das estratégias usadas pelos terroristas, no interminável conflito no Oriente Médio e em outras partes do mundo, consiste em misturar os combatentes em meio à população civil, escondendo soldados e armamentos em hospitais, escolas e outros lugares de aglomeração cotidiana.

A lógica, além de camuflagem dos insurgentes, visa dificultar, por motivos éticos, o bombardeio desses ninhos de guerrilheiros. Trata-se de tática de guerra covarde, que obriga o oponente a pensar duas vezes antes de lançar bombas contra alvos delicados. Mesmo assim, os bombardeios pesados a esses sítios são costumeiros, com grande número de vítimas, principalmente de civis.

Como nas guerras, a primeira vítima costuma ser sempre a verdade, as versões sobre a morte de inúmeros civis são variadas. Os serviços de propaganda dos terroristas exploram ao máximo os fatos, mostrando para o mundo a crueldade dos ataques contra inocentes usados como escudos.

Na guerra é assim, na política, também. A estratégia de marketing do atual governo insiste na tecla de que as chamadas pedaladas fiscais foram necessárias para atender aos programas sociais. Fato é que apenas 19% desse descaminho do dinheiro foram usados para o programa Minha Casa Minha Vida, o restante foi empregado efetivamente no Bolsa Empresário, atendendo a programas como sustentação de investimento. Outra parte, destinada à safra agrícola.

Na propaganda oficial e nos discursos feitos pela presidente Dilma, a verdade ganha outra vertente. Segundo a presidente, aqueles que pedem seu impeachment não admitem que se gaste dinheiro público com programas de alcance social como o Minha Casa Minha Vida.

A estratégia de dona Dilma, de usar a população mais carente para se escudar do que manda a lei, com a distorção grosseira da verdade, é a mesma usada nos conflitos alhures. Dessa vez, além da verdade, a outra vítima é a parte da população blindada para que a educação não chegue até ela.

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