Prosseguem as prebendas políticas

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: HANDOUT REUTERS (brasil.elpais.com)

 

Alimentar expectativas quanto a mudanças de comportamento dos políticos, com base apenas na renovação da bancada, com novos nomes, por diversas vezes, ao longo de nossa história, tem se mostrado frustrante. O filósofo de Mondubim repetia que na raiz da infelicidade está o desejo. Cessa o desejo, cessa a infelicidade, dizia. O mesmo vale com relação as apostas quanto a uma possível tomada de consciência por parte da classe política.

Conhecerás o caráter de um indivíduo à medida em que lhe forem franqueadas as portas do poder. Dizem as escrituras que até Cristo, durante seu jejum de quarenta dias, sofreu pesado assédio para se corromper, sendo oferecido a Ele não trinta moedas, mas todo o planeta. Diz a crônica que um político francês, a quem ofereceram um milhão de francos para ficar em silêncio sobre o desenrolar de um negócio escuso, teria replicado: Dê-me dois milhões e permitam-me também contar tudo. Se decepção matasse, muitos brasileiros, mesmo os mais otimistas, já teriam morrido.

Nem bem iniciou seu governo e o presidente Jair Bolsonaro, a exemplo de inúmeros outros no passado, se vê às voltas com o tradicional assédio dos políticos, que já adiantaram o valor da conta a ser cobrada pelo bom andamento das reformas. Sem as tão necessárias e prometidas reformas da Previdência e da Segurança Pública, o atual governo se desmancharia no ar. Os políticos sabem dessa possibilidade e aumentam, sem o menor pudor, o valor da nota promissória. Rasgam o voto de confiança dado pelos eleitores.

Foi um erro a Carta Magna trazer no preâmbulo “Nós, os representantes do povo”. Seguindo os legisladores mais experientes deveria estar escrito na Constituição do Brasil: “Nós, o povo brasileiro”.

O mecanismo do toma lá, dá cá, presente em todas as legislaturas passadas, está mais vivo do que nunca. Os jornais já anunciam inclusive o novo valor a ser creditado na conta dos deputados, para as chamadas emendas parlamentares: R$ 10 milhões para cada um. Os mais afoitos para receber essas prebendas, são os parlamentares que formam o chamado “centrão”.

Com a apresentação dos textos que tratam dessas duas importantes reformas para o país começar a sair da crise, imediatamente foram erguidos os antigos e odiosos balcões de negócios. Neles, tudo é barganhado, desde cargos na estrutura do Estado para os indicados políticos, passando por emendas ao Orçamento, até outros agrados feitos pelo governo às bases eleitorais desses políticos.

Ciente dessas aspirações pragmáticas e ambiciosas da classe política, que sempre existiram, o governo, que prometeu pôr um fim nessas modalidades de “negociações”, corre atrás do prejuízo e tenta definir um conjunto de medidas e critérios para atender os políticos no preenchimento das funções de confiança na administração pública.

Na realidade, o tempo para os trâmites dos projetos oriundos do Executivo no Congresso é praticamente todo consumido apenas durante esses acordos de bastidores que definem as vantagens obtidas por cada um. Com isso, a governabilidade fica submetida a uma espécie de mercadão político.

Apenas para resgatar a história de Brasília, com a instalação da Câmara Legislativa no Distrito Federal, passou a vigorar o mesmo modelo de negociação.

Em almoço agora, com os deputados distritais o governador Ibaneis Rocha (MDB) prometeu a liberação de R$ 43 milhões em crédito para emendas parlamentares aos 16 novos políticos eleitos.

Os antigos já teriam assegurado seu quinhão antecipadamente. Para o governo local que se inicia, esse é um gesto simbólico de aproximação. Para a população, principalmente aquela formada por pessoas de bem, o nome dado a esse tipo de acordo é outro.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Cuidar de uma criança é melhorar a hipótese de ser bem cuidado, quando a idade te tornar novamente criança.”

Ditado em Moçambique

Charge do Novaes

 

Reconhecimento

Depois do sucesso da palestra em Nova York, Tereza Borges fez questão de convidar Ilana Trombka para a segunda edição do programa que forma lideranças femininas, promovido pela universidade de Nova York Columbia, Women’s Leadership Network.  Esse projeto reúne um grupo de 20 mulheres que ocupam cargos estratégicos no setor público e promove treinamentos estratégicos, atividades de networking, mesas redondas, seminários e sessões de mentoria no Brasil e no campus da Universidade de Columbia.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Contrato

Depois do suposto sequestro de duas crianças por uma babá no Cruzeiro Novo, seria importante, para a cidade, ter um cadastro único de todos os trabalhadores domésticos com todos os dados pessoais. Seria uma segurança mínima para as famílias. Só o fato de precisar ser cadastrado já convida os mais sérios.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Uma comissão criteriosa nomeada pelo senhor, poderia estudar melhor o assunto, dando aos supermercados a autonomia para comprar verdura sem nota de produtor. A concorrência dos supermercados seria o suficiente para colocar o caso em seus devidos termos. (Publicado em 14.11.1961)

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