População & GDF versus grevistas?

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Colocado em meio ao fogo cruzado entre o Executivo, Legislativo e sindicatos, os brasilienses assistem aturdidos à queda de braço entre as instituições enquanto penam por atendimento digno em portas de hospitais, polícia, Detran, escolas e outras repartições públicas. Contrariadas com a decisão do governo em não pagar os reajustes salariais, aprovados ainda na gestão passada, diversas categorias do funcionalismo local vêm prometendo acirrar o movimento de greves e até já deram um prazo para o GDF responder às reivindicações: 26 de outubro. Em resposta o governo baixou, em edição extra do Diário Oficial do DF, o Decreto nº 37.692, que, entre outras medidas, endurece com os servidores grevistas. Assim que foi publicado, o decreto foi prontamente submetido à Câmara Legislativa que, por 17 votos favoráveis e nenhum contrário, derrubou a norma para o aplauso dos presentes nas galerias.

Em meio à crise sem precedentes, com os cofres vazios e uma dívida astronômica, o GDF está literalmente de mãos atadas. Mesmo as negociações pretendidas com cada categoria individualmente ficaram prejudicadas ante a perspectiva da falta crônica de recursos. Cientes dessa fragilidade momentânea do GDF, os sindicatos armaram a estratégia de organizar o Movimento Unificado de Defesa do Serviço Público para somar forças e pressionar o Executivo. Olhando de longe, tudo parece dentro da normalidade de um Estado democrático de direito.

O governo defende o orçamento curto, os sindicatos pressionam e a CL faz o habitual jogo político, que consiste em atender a quem mais pressiona. Só que, nessas disputas, o principal elemento que deveria ser observado, que é o contribuinte, foi deixado de lado. Fosse submetido à apreciação da população, que rala muito para pagar os altos impostos e tributos na capital, o Decreto nº 37.692, que nada mais faz do que obedecer ao que diz a Lei Geral de Greves, acordada inclusive pelo próprio Supremo Tribunal Federal, (STF), seria amplamente aprovado.

É bom que se diga ainda que todos aqueles distritais que estão sob investigação da Justiça e que votaram contra o decreto, já perderam, perante a opinião pública, qualquer possibilidade de representá-los. É bom ainda que o governador seja firme em sua posição, exerça sua autoridade, num momento tão delicado, e não se deixe intimidar por parlamentares oportunistas e boquirrotos, grevistas irresponsáveis, sindicatos pelegos e toda uma esquerda fajuta que a população já demonstrou, nas últimas eleições, que quer ver bem longe.

A frase que foi pronunciada

“No exercício do poder, sou um cidadão multinacional. Multi-ideológico.”

Luiz Inácio Lula da Silva

Poda

» Caiu por terra a criação de uma seção de ciências agrárias composta por cientistas que faria os pareceres sobre a viabilidade, ou não, do manejo de transgênicos e agrotóxicos com análises desde a legalidade até a segurança alimentar. Quem trata do assunto tem jogo de cintura na política, mas sem envolvimento com pesquisa acadêmica ou trabalho científico.

Galhos

» Talvez seja o momento de o presidente Temer e equipe fazerem uma auditoria séria no Ministério da Ciência e Tecnologia vendo mais de perto como eram encaminhados ou aprovados os trabalhos e projetos.

Quebrados

» Interessante é o trabalho de ativistas de ONGs norte-americanas. São organizadas para o combate ferrenho aos cientistas mundiais militantes contra a Monsanto, ou contra transgênicos.

Estratégia

» Outra abordagem curiosa sobre a Monsanto é a relação próxima de parlamentares. Ministério da Ciência e da Agricultura faziam parte da estratégia lobista. Basta ver os casos de assédio moral na Embrapa, denunciados em audiência pública no Senado, sob o comando do senador Paim.

Sol

» Tem muita gente aguardando o Ministério Público agir. Acredita em mais um capítulo da novela Brasil em tempos de Lava-Jato. A Odebrecht perderia de longe em termos de valores aplicados.

Algodão

» O caso do algodão transgênico foi relatado pela Embrapa. Ao entregar ao presidente Lula, o diretor da empresa brasileira foi demitido.

Mudança

» Davi e Golias não é uma história para os tempos modernos. A comunicação por mídias sociais ultrapassa o poderio econômico. Davi que seria o mais fraco, unido a milhões de outros Davis, é capaz de imprimir novos conceitos sócios políticos para o futuro.

História de Brasília

A renúncia do sr. Jânio Quadros ainda é segredo, é mistério, para todo o país, que já devia saber o que de fato aconteceu na amanhã do dia 25 de agosto. (Publicado em 16/9/1961)

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