Os vendilhões do templo

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960

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MAMFIL
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Que as igrejas possuem, além do poder espiritual, o poder econômico ninguém duvida. Que ,além desse poder, exercem grande influência sobre uma massa expressiva da população, é fato. Trata-se, afinal, de uma instituição tão antiga como a própria civilização. Se Deus criou a fé, o homem, em contrapartida, criou a religião e, na maioria delas, instalou um pedágio obrigatório para todos aqueles que desejam adentrar no paraíso.

Ao reconhecer essa ascendência sobre os indivíduos, os teóricos da modernidade política trataram, primeiro, de encontrar uma fórmula que unisse os poderes temporais e terrenos numa mesma pessoa, o que resultaria no surgimento do absolutismo por direito divino. Essa fórmula funcionou com sucesso em boa parte do mundo, até a Revolução Francesa, no século 18. Depois disso, ficou claro, para todos, que a separação entre Igreja e Estado no Ocidente se impunha e era condição sine qua non para a sobrevivência política do próprio Estado.

Mesmo hoje em dia, nossa Justiça, volta e meia, ainda se vê envolvida em questões que misturam fé e Estado. Há pouco tempo, os tribunais superiores do Rio Grande do Sul tiveram que se pronunciar a favor da retirada dos crucifixos em prédios públicos, justamente amparados pela Constituição, que afirma ser o Estado uma entidade laica. Mesmo assim, a influência política das igrejas sobre os fiéis é fato.

Nos anos 70, a teologia da libertação passou a ser difundida amplamente nas igrejas, pregando a opção pelos pobres, conforme apresentado pelo evangelho, manual de vida. Nos anos de chumbo, essa corrente provocaria muitos dissabores aos governos ditatoriais, principalmente com a aproximação das doutrinas marxistas daquelas professadas pelo cristianismo dos primeiros tempos. Com a superação dessa corrente, que muitos responsabilizariam pelo afastamento de fiéis, a igreja, que já havia sofrido uma diáspora significativa com os movimentos protestantes, se vê agora, mais uma vez, cindida pelos crescentes movimentos neopentecostais.

O vácuo de militância política deixado por algumas igrejas cristãs foi, agora, prontamente ocupado pelos novos credos, que não renegam o desejo de influir, direta e abertamente, nos rumos políticos, lançando candidatos próprios, inclusive bispos e pastores de suas congregações. Hoje, a influência das bancadas evangélicas no Congresso é uma realidade que preocupa. Principalmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que já declarou que está em estudo uma cláusula para bloquear a relação entre religião e cargos eleitorais, sobretudo quanto ao seu aspecto monetário.

O presidente do TSE, Gilmar Mendes, reconhece, inclusive, que há um uso excessivo da religião para influenciar as eleições. “Depois da proibição das doações empresariais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), hoje, quem tem dinheiro? As igrejas. Além do poder de persuasão. O cidadão reúne 100 mil pessoas num lugar e diz ‘meu candidato é esse’. Estamos discutindo para cassar isso”, diz. Entende o ministro que os dízimos dos fiéis estão se transmutando em financiamentos de campanhas, o que pode estar caracterizando abuso de poder econômico. É a repetição da antiga peleja entre o que pertence a César e o que é de Deus.

A frase que foi pronunciada

Um minuto de silêncio por Bruna Mourão de Araújo

Cedo demais

Tudo o que Bruna Mourão de Araújo se propunha a fazer fazia com maestria. Dominava o cavalo como se fosse a própria vida. Escolhia direita ou esquerda, ia devagar ou acelerava o animal nas curvas do tambor, numa postura íntegra. Como soldado, era a mesma coisa. Um obstáculo, bastava transpor. Qualquer queda, levantava e seguia adiante. Deixou vários troféus e medalhas, inclusive imaginários no coração dos amigos que conheceram essa guerreira.

Silêncio do mundo

Situação cada vez mais difícil retratada pelo Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. Em entrevista, Grandi fez um panorama drástico sobre a Síria e chegou a afirmar que só medidas enérgicas seriam capazes de fortalecer a paz e a segurança naquele país.

Sem sentido

Algumas escolas do DF ainda não receberam os livros didáticos da editora IBEP. Pena que o segredo da educação não esteja nos livros. Alunos adultos desistem nos últimos anos porque atravessaram a primeira fase de estudos sem entender absolutamente nada. Basta pegar alguém que tenha começado a aprender inglês no turno noturno e bater um papo. O ensino público no DF, com raríssimas exceções (aguardamos a sugestão de nomes de escolas e professores), é um conto de fadas.

Correios e Bling

Os Correios e o ERP Bling concluíram parceria para a utilização do sistema de logística integrada e-fulfillment. Assim, a tecnologia voltada para o comércio eletrônico tende a ser mais eficiente e ágil. Para completar a atenção ao consumidor, que é constantemente prejudicado por furtos de produtos adquiridos pela internet, as embalagens deveriam ser herméticas e invioláveis, o que não acontece.

História de Brasília

Mas a “bossa nova” foi introduzida aqui pelo dr. Apicio Macedo. Até alguns meses atrás, ninguém sabia disso, e ninguém ligava. Depois, chegou a Brasília o dr. Apicio Macedo, e o Serviço de Meteorologia começou a colher os dados da cidade. (Publicado em 23/9/1961)

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