O novo som das batucadas

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil

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Foto: Gabriel Monteiro – Agência O Globo

Durante esse carnaval, foram registradas, em todo o país, manifestações de protestos contra o governo Bolsonaro. As oposições aproveitaram a festa popular de Momo para fazer chegar ao presidente seu grito de guerra, na tentativa de dizer que não morreu. Teve de tudo, brigas, xingamentos, desfiles com temáticas políticas, ameaças e todo o tipo de reivindicação, bem ao estilo oportunista das esquerdas.

Nem mesmo a igreja ficou a salvo das críticas, com o próprio Cristo sendo, alegoricamente, torturado em pleno desfile. Pesaram nessas reclamações ainda, a recomendação do governo federal para que os estados evitassem, ao máximo, a utilização do dinheiro público para bancar essas festas. O dinheiro anda curto e existe prioridade indiscutível.

As redes sociais, hoje a grande responsável por erguer ou derrotar governos num click, compartilhavam, em tempo real, o que acontecia na folia. Através desse novo medidor da temperatura política e social das ruas é possível colher informações sobre o que é reivindicação justa e procedente e separá-la daquelas feitas apenas por revanchismo político. As chamadas hashtags, espalhadas pelas redes, providenciavam o grito de guerra contra o novo governo.

De toda a forma, o que se pode concluir a priori é que o carnaval mudou, está bem mais politizado e menos alienado. Sendo uma festa do povo, feita hoje predominantemente nas ruas, o carnaval é sem dúvida uma festa democrática. Para aqueles que ficam permanentemente de plantão esperando uma oportunidade para agir, os blocos representam agora os locais certos para implantar movimentos de protestos escondidos sob o pretexto de alegoria ou fantasias. As máscaras representando o ex-presidente Lula foram vistas em boa quantidade. Através delas podia-se ouvir o apelo pela libertação do presidiário.

Mesmo as marchinhas mudaram e foram substituídas por músicas com críticas ao governo ou de louvor ao antigo presidente. Do alto de trios elétricos, artistas conhecidos, pela assiduidade com que obtinham recursos da Lei Rouanet, aproveitaram também a chance única para malhar o governo, acusando de ser contra a cultura popular.

Oficialmente, o ano começa em todo o país nessa quarta-feira, ou mais precisamente, na próxima segunda-feira ou terça-feira, com o retorno dos políticos à capital. Até lá, o governo terá tempo de aferir esses protestos momescos e retirar deles o que realmente importa para afinar sua gestão às necessidades da população.

Com o calar das batucadas é preciso agora apurar a audição para entender os recados vindos das ruas, neles estão, com certeza, dicas para a reorientação de rumos. Aquele que tem ouvidos para ouvir, que ouça!

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“As vozes roucas das ruas não são tão roucas nas mídias sociais.”

Filósofo de Mondubim

 

 

Abandono total

Vicente Pires é uma das melhores ilustrações para exemplificar como agem os especuladores imobiliários. Completamente abandonada, a bela região sofre, desde que nasceu, com a falta de asfalto e infraestrutura em geral. Agora a dúvida é se a área reservada para um parque também será cercada para a especulação. É um descaso total com a população.

Foto: correiobraziliense.com.br

 

Conhecer

Ribamar Araújo, nascido em Brasília, resolveu divulgar a fauna do cerrado para a criançada. Além do sucesso do gibi “A turma do cerrado”, a satisfação do autor e equipe é a de estarem participando para o conhecimento e valorização do que é da região. A Secretaria de Educação precisa abastecer as bibliotecas com essa realidade.

Foto: facebook.com/ecomuseudocerrado

 

Boa pauta

Em plena terça-feira de Carnaval, lá estava, convidado pelo maestro Eldom Soares, o mestre-maestro Emílio de Cesar, transmitindo sua experiência para os três grupos (Ad Infinitum, Coral Adventista e Supremo Encanto), que vão acompanhar o concerto dos 40 anos da OSTNCS, no dia 12 de março, na Escola de Música, às 20h, com entrada franca. Repertório complexo, o Chorus nº10 de Villa Lobos merece toda concentração.

 

Responda, se puder

Isabela Minatel, pedagoga, em uma palestra, perguntou: Estamos fazendo curso de humanização de atendimento, humanização de parto, humanização da saúde. A gente virou o que? Para ter que fazer curso para humanizar?

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Hoje, que está reunida a previdência social em Brasília, uma recomendação: leiam, antes, a exposição de motivos do GTB sobre a venda dos apartamentos, e decidam sem demagogia e sem safadeza. Defendam a cidade. (Publicado em 14.11.1961)

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