O Brasil é fake

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VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960 Com Circe Cunha  e Mamfil

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Foto: Reprodução/GloboNews

Por suas peculiaridades históricas e culturais, nada parece resistir à atmosfera corrosiva que cobre o Brasil. Por aqui, qualquer ideia ou realização importada tende, inexoravelmente, à degeneração progressiva, transformando-se em algo mais adaptado às nossas elásticas exigências éticas. Com isso, acochambramos, ao nosso jeitinho de ser, o mundo ao redor. Nem mesmo a coxinha de galinha, feita a partir do peito da ave, escapa dessa desconstrução.

Modismos, como a compliance, que vem a ser o estabelecimento de boas práticas de gestão e governança de uma empresa, e que em todo o mundo civilizado serve para proteger a sociedade de atos lesivos cometidos por grandes e poderosas corporações, por aqui, perderam o fôlego e sumiram sem deixar rastros.

Durante os escândalos da Petrobras, muito se falou em colocar as empresas sob regras rígidas de comportamento. O mesmo se deu há três anos, quando do mega “acidente” de Mariana. Naquela ocasião, as autoridades e mesmo a empresa Vale correram ao público para anunciar um novo tempo de gestão administrativa, e até mesmo política, sobre o assunto.

Casos como esses, afirmavam o governo e a empresa, jamais voltariam a ocorrer. Bastaram menos de três anos para o mesmo estado ser vítima do mesmo acidente, pela mesma empresa e pelas mesmas causas, ou seja, negligência e acertos suspeitos entre a Vale e a administração pública, como veiculado na imprensa.

Nesse novo episódio, onde aproximadamente quatro centenas de pessoas perderam a vida, um novo tsunami de lama, provocado pelo rompimento de uma velha barragem, deixa patente nosso descompromisso com a seriedade. Começa agora o jogo de empurra. Aos olhos do mundo, que assiste atônito os seguidos episódios de nossas desventuras, o Brasil é fake.

Desde a tragédia da Gol, passando pela boate Kiss, além de Mariana, ocorridos durante o lastimável governo petista, nenhuma ação eficaz e efetiva foi colocada em prática. Sobre as barragens, nem quantas existem de fato por todo o país é possível se afirmar. Nem tampouco quantas oferecem riscos imediatos de colapso.

Das possíveis 790 barragens de dejetos de minérios, aproximadamente 400 se localizam em Minas Gerais. Dessas, 180 pertenceriam à Companhia Vale. Até as revistinhas do Mauricio de Souza mostravam o mau humor do Chico Bento quando algum empresário visitava a cidade para fazer proposta de nova mineradora na cidade. Moradores dessas localidades não acreditam nas autoridades e nem nos anúncios oficiais feitos por essas empresas mineradoras. Relatos vindos de toda a parte falam na possibilidade real de novos rompimentos.

Em Congonhas do Campo, também em Minas Gerais, depoimentos prestados pela população local citam uma barragem da Vale, com vinte vezes a capacidade de Brumadinho, ou seja, com 240 milhões de m3, como o local ideal para a ocorrência de uma nova tragédia do tipo.

O lobby poderoso das empresas mineradoras e a baixa resistência moral da nossa classe política, responsável por esses acordos e regras frouxas para mineração, resultam, obviamente, nesses mega acidentes, o que reafirma o nosso compromisso com a sorte. Ou com o azar.

 

A frase que foi pronunciada:

“…Licença, dona Dirma! A gente num intendi muito das coisa da lei mais intendi das nossa necessidade! I nóis precisa das mata, dos rio, dos pexe…I tá todo mundo achando que isso vai sê mexido pra pior! A senhora podi ajuda pra isso num acontece? Nossa gente vai agardecê por toda a vida. Eu juro!”

Chico Bento, personagem de Maurício de Sousa, cartunista.

P.S.: O Código foi aprovado pela ex-presidente Dilma com 9 vetos

 

Goiás

Motoristas reclamam com as diferentes velocidades permitidas nas estradas que levam os brasilienses a Pirenópolis. As mudanças parecem ser propositais, sem ter em mente a segurança dos viajantes.

 

Muda já

Por falar nisso, vamos ver se haverá algum progresso sobre os carros perdidos no pátio do Detran. Se for mudança de lei ou se for algum decreto do Denatran. É um absurdo transformar em ferro velho tanto dinheiro que poderia ajudar o estado.

 

Curiosidade

Pouca gente sabe que a Galeteria Gaúcha está pronta para receber celíacos no almoço. Apesar de ter macarrão na cozinha, a massa é preparada longe dos demais alimentos.

Foto: galeteriagaucha.com.br

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Na W-3, em frente ao Posto da Cat., há uma firma funcionando num SCR com a construção interrompida na primeira laje. (Publicado em 09.11.1961)

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