Notícias dispersas

Publicado em Íntegra

Se fossem reunidas e postas em ordem apenas as manchetes dos noticiários diários, essa coleta resultaria em novo texto, conciso e direto sobre as mazelas do Brasil atual. Na maioria dos jornais do país, são estampadas a pouco, em primeira página, denúncias feitas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que, somente o Partido Popular (PP) teria desviado R$ 357,9 milhões dos cofres da Petrobras entre 2006 e 2014. Bem ao lado dessa chamada, aparece, em letras garrafais, notícia de que a presidente Dilma sancionou o Orçamento-Geral da União de 2016, em que concede um aumento de 163% para o chamado fundo partidário, passando dos atuais R$ 308,2 milhões para R$ 867,5 milhões.

Ou seja, mesmo com a confirmação feita pelas investigações da Lava-Jato, de que as siglas partidárias estão diretamente envolvidas nos saques da estatal, o Executivo concede aumento, à custa do contribuinte, à miríade de partidos políticos, inclusive para aqueles que não têm assento no Congresso.

Na verdade, esse aumento esconde manobra que torna oficial o mensalinho aos partidos políticos da base, dentro do labirinto fechado do presidencialismo de coalizão. Pior é que esse aumento vem justamente numa hora em que os cidadãos são penalizados com mais pagamentos de impostos, desemprego, juros altos, aumento de tarifas e outras mostras de gestão incompetente.

Os veículos de comunicação informam, na mesma data, que o governo deverá gastar R$ 12,3 bilhões para custear as emendas individuais dos parlamentares, que, nesta legislatura, terão o selo de Orçamento Impositivo, ou seja, torna obrigatório o pagamento das emendas individuais.

A democracia não tem preço, mas os políticos atuais, sim, bem visíveis e caros. Essas informações ganham contorno ainda mais dramático quando anunciam,que na disputa para a reeleição em 2006, o dinheiro de propina, vindo das mais diversas áreas da máquina pública, irrigaram a campanha de Lula em 2006 e de seus correligionários país afora. Somente no caso da Sonangol, companhia estatal de petróleo de Angola, dos US$ 300 milhões pagos pela Petrobras, R$ 50 milhões retornaram em forma de propina, afirmou, em delação premiada Nestor Cerveró.

Os recursos utilizados nas duas campanhas da presidente Dilma Rousseff também estão na mira dos investigadores, num claro atestado de que de nada adiantam os milionários recursos legais, alocados pelo Estado, para manutenção de partidos e políticos.

Na insaciável busca de vantagens, eles ainda exigem muito mais por debaixo dos panos. Não é por outra razão que mais um indicador econômico desta semana demonstra o desastre desse governo. Desta vez, é o chamado risco Brasil que saltou de 181 para 532 pontos, o que pode afastar, de vez, os investidores, desconfiados com falta de seriedade deste governo e dos partidos políticos que comandam o país.

 

A frase que foi pronunciada

“Uma grande riqueza é uma grande escravidão.”

Sêneca

 

Novidade

No programa Jovem Senador, onde escolas participam com sugestões de projetos de leis, o senador Paulo Paim quer viabilizar o projeto que sugere novo cálculo de notas para o acesso à universidade. Alunos das escolas públicas com média 7 teriam 15% de crédito a contabilizar na média obtida no Enem.

 

Sem planilha

Em qualquer parte do mundo e em muitos estados brasileiros, os pontos de transporte coletivo não são apenas abrigo, são fonte de informação sobre as possibilidades de percurso, horários e identificação dos ônibus. A exceção é a capital do país.

 

Sem apoio

Basta dizer que, no aeroporto, depois da Copa, o Centro de Atendimento aos Turistas parece sempre fechado. Quem não fala português está fadado a ter uma única opção, o táxi. As sinalizações para os ônibus são discretas e incompletas.

 

Espera

Não é todo mundo que tem acesso ao portal do DTU para saber as informações dos transportes do DF. Além disso, é preciso mais rigidez no cumprimento dos horários.

 

História de Brasília

Reage o Congresso dando exemplo de luta e de opinião. O plenário está na maior atividade que tenha registrado a história da democracia no Brasil. (Publicado em 30/8/1961)

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