Lições do passado

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Foto: ADRIANO MACHADO (REUTERS)

 

Na grande maioria das cartilhas que versam sobre a ciência da administração, consta, de forma muito clara, a recomendação de que o bom gestor, seja ele da área pública ou privada, deve possuir a capacidade de delegar poderes aos seus auxiliares por ele escolhidos, de forma a ter tempo para refletir e decidir sobre questões centrais que requerem bom senso e racionalidade.

Todos aqueles administradores que, por algum motivo, tentaram passar ao largo dessa lição, concentrando todo o poder e as decisões em suas mãos, acabaram enredados numa espécie de labirinto erguido por ele próprio, tornando-se prisioneiro de suas ações. Com isso, quem perde, além dele próprio, são todos aqueles que têm suas vidas dependentes dessas decisões. Outra recomendação passada por essas cartilhas diz respeito ao debate ou brainstorm exaustivo que essas decisões devem sofrer entre o líder e sua equipe, para que desse processo resulte soluções coerentes e exequíveis. Não é por outra razão que ditadores e outros indivíduos com propensões centralizadoras acabam sempre atropelando a mecânica da boa administração, não confiando em ninguém, ou pior, confiando nas pessoas erradas que os induzem a adotar medidas desastrosas.

Num país como o nosso, onde o presidencialismo adquire uma característica quase monárquica e, portanto, centralizadora, onde, ao mesmo tempo, a governabilidade só se efetiva por meio de um presidencialismo de coalizão, do tipo toma-lá-dá-cá, essas contradições e anteposições de vontades ficam realçadas a cada instante e, não raro, geram crises sistêmicas.

Numa situação delicada e instável como essa, diria até radioativa, qualquer colocação fora da balança resulta num abalo da paz entre as instituições. Assim, de susto em susto, avançamos a passos trôpegos. Com um quadro institucional montado precariamente dessa maneira, o pior pode acontecer quando o comando do Executivo passa a ser ocupado por alguém que fala antes de refletir e, pior, dirige suas diatribes a qualquer um que ouse discordar de sua onisciência.

O centralizador é, antes de tudo, um desconfiado. Desconfia da própria sombra. Em alguns casos, chega a ficar paranoico, vendo fantasmas e traidores por detrás de todas as portas. Depois de uma facada e várias cirurgias é até compreensível. Mas essa situação pode ainda ser mais agravada, quando o pequeno núcleo que orbita próximo do centralizador alimenta e envenena sua percepção sobre todo seu entorno. Nesse caso, o que seria um problema de ordem contida apenas na ciência da administração, ultrapassa essa matéria e vai ter na esfera da psicanálise, onde o problema toma uma feição mais próxima de uma patologia de personalidade.

A história está repleta de exemplos em todo o tempo e lugar de situações anormais como essas. A questão aqui é que nenhuma dessas experiências vindas do passado resultaram em algo positivo. Pelo contrário.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A paranoia é a consciência aguda da fragilidade da vida.”

Luiz Felipe Pondé, doutor em filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Foto: acim.com

 

 

Auditoria cidadã

Defensora ferrenha da clarificação das iniciativas que tratam da vida do povo brasileiro, Maria Lucia Fattorelli protesta: É imprescindível a rejeição da  PEC  438/2017  e  do  PLP  459/2017,  ou,  no mínimo, a revogação do infame caráter especial dessa PEC e de urgência desse PLP, para que a  complexa  e  danosa  operação  de  que  trata  da  chamada  “Securitização  de  Créditos  Públicos”  seja completamente  conhecida por  todos  os parlamentares que  terão a  responsabilidade  de  votar  tais projetos.

 

 

Continua

A leitora, alerta: “A PEC 438/2018 escancara o privilégio da dívida pública, relaxa a “Regra de Ouro” da Constituição Federal, inclui o esquema da “securitização de créditos públicos” no texto constitucional e prevê até demissão de servidores públicos, entre outros absurdos. Veja o material completo no link: PEC 438/2018 – PAGAMENTO POR FORA DOS CONTROLES ORÇAMENTÁRIOS, MEDIANTE DESVIO DE ARRECADAÇÃO DURANTE O PERCURSO PELA REDE BANCÁRIA, ALÉM DE GERAÇÃO ILEGAL DE DÍVIDA ONEROSÍSSIMA!.

 

 

 

Estiagem

Aparelhos que medem a umidade do ar chegam em até 5% em certas horas do dia e em certos locais da cidade. A situação está perigosa, principalmente para os idosos e crianças. Ari Cunha previa a chuva com sabiás e cigarras, mas nem isso estamos ouvindo e estamos quase na metade de setembro.

Charge: Cazo

 

 

Importante

Dia 6 de outubro é dia de votar no Conselheiro Tutelar da sua região. Depois de uma prova, a documentação é analisada para então o candidato concorrer à eleição. São pessoas que devem ter pelo menos 3 anos de experiência com trabalho diretamente ligado a crianças e adolescentes.

Capa da Cartilha: conselhotutelar.sejus.df.gov

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A cidade está mudando agora. Estão plantando árvores em todas as quadras, e o verde já dá aspecto melhor à criançada brincando. (Publicado em 30/11/1961)

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