Instituto Hospital de Base tem futuro incerto

Publicado em Íntegra

Desde 1960

com Circe Cunha e MAMFIL

colunadoaricunha@gmail.com

 

Uma coisa é certa: a permanência do Hospital de Base sob novo formato de Instituto, conforme decisão do GDF que contou com a aprovação da Câmara Legislativa, dependerá muito de eventual reeleição do governador, Rodrigo Rollemberg, seu principal incentivador. Caso o Palácio do Buriti venha a ser ocupado por outro mandatário, principalmente de oposição, o futuro do IHB é incerto, podendo, até, ter os estatutos revistos ou simplesmente anulados.

Trata-se de uma incerteza que põe em risco qualquer ação mais precipitada no sentido de implantar um modelo a toque de caixa antes que as urnas de 2018 sejam abertas. A descontinuidade de projetos de governo é realidade na administração pública brasileira desde sempre. Sobretudo se os projetos e programas tiverem sido implementados por governos considerados de oposição. Quando a coordenação administrativa atravessa o interesse da comunidade, rejeita o esforço dos contribuintes e usa a instituição para fins políticos e não para os fins originários, constrói mais uma máquina de corrupção.

Obviamente quem perde com essas posições melindrosas são os cidadãos que bancaram os programas e correm o risco de ficar sem uma coisa nem outra. Um exemplo típico dessa descontinuidade de projetos e de ações que geram perdas e incertezas pode ser a construção, a custo bilionário, do novíssimo e inoperante Centro Administrativo do GDF, conhecido por Buritinga.

Erguido de forma voluntariosa por governos passados, esse complexo de prédios situados a uns 20 quilômetros do centro da cidade permanece desocupado e, o que é pior, gerando prejuízos seguidos. O mesmo risco corre o IHBDF, caso sua atual estrutura administrativa seja alterada de forma brusca, sem que outro modelo venha não só a ser implantado corretamente, mas apresente resultados no mínimo satisfatórios antes de 2018.

A instabilidade política, com partidos e candidatos sem programas e sem compromissos sérios, coloca em risco os investimentos recolhidos compulsoriamente da população. Agora mesmo, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e o Ministério Público de Contas do DF entraram com pedido de esclarecimentos, na Secretaria de Saúde, sobre o IHBDF, solicitando que o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, anule a Portaria 345/2017, na qual é fixado que os servidores manifestem, num prazo de 45 dias, interesse ou não em migrar para o novo modelo hospitalar. Entendem os MPs que ainda não há estudos suficientes e planejamento claro para a criação do Instituto.

“Não há elementos mínimos de certeza que possam tornar viável a opção. Além disso, sem um estatuto, que marca a constituição legal do Instituto, os servidores não podem validamente manifestar suas opiniões”, diz a Notificação Recomendatória dos MPs. Nas avaliações dos MPs, os servidores não conhecem ainda os estatutos da nova entidade bem como sua futura forma de funcionamento e de financiamento, nem, ao menos, qual é a fonte de recursos que lhe tornará possível a existência e a manutenção.

Não restam dúvidas de que a criação do IHBDF é, na avaliação de muitos entendidos, uma excelente iniciativa. Mas, dadas as incertezas políticas que atravessamos e a exiguidade de tempo até as novas eleições, o que era uma boa ideia pode ficar apenas nas boas intenções e no papel.

 

A frase que não foi pronunciada

“De boas intenções as urnas eleitorais estão cheias.”

Eleitor arrependido

 

Pedestres

» Um urbanista passeando pela cidade pode ficar pasmo com a falta de qualidade das calçadas da capital. Desníveis constantes, buracos, postes no meio, sem rampas de acesso, ocupadas por automóveis. Por seu lado, o estacionamento coberto do Conjunto Nacional é um destaque. Apesar de ser voltado apenas para os carros, os pedestres têm um espaço próprio e seguro para circular.

 

705 Norte

» Prestação de serviços no comércio e atendimento são sofríveis em Brasília. Principalmente em tempos de crise. O consumidor é enganado quando abastece o carro, quando compra pela internet ou mesmo quando tem o cartão de crédito clonado. Conformado, anda a passos curtos em direção aos seus direitos. Por isso a coluna faz hoje um elogio merecido a uma loja honesta na cobrança do preço e competente na execução dos serviços. Stofcar, uma capotaria de primeira linha.

 

Incoerência

» Mudança drástica na linha de notícias radiofônicas. Nas primeiras horas da manhã, quem liga o rádio inicia o dia com matérias sobre morte, atropelamentos, acidentes de carro, assassinatos, estupros, assaltos, roubos e daí para pior. E depois desejam um bom-dia.

 

Queda

» No portal Reclame Aqui, o Sebrae recebeu 70 reclamações nos últimos 12 meses. A maioria por mau atendimento ou baixa qualidade dos serviços prestados. A instituição decaiu.

 

Sem médicos

» Nenhuma entrada no Hospital do Paranoá para atendimento normal. Não há médicos. A região que deveria ser atendida é extensa, mas os pacientes são forçados a se deslocar para a Asa Norte. Interessante é que faltam médicos, mas a folha de pagamento é honrada. É preciso administrar essa falha com competência.

 

História de Brasília

Esta nota vem a propósito de declarações do sr. Alencar Araripe, presidente do Banco do Nordeste, segundo o qual o Banco está “para fechar suas portas” e faz uma alegação que não chega a ser infantil, mas quase o é, para justificar suas palavras. (Publicada em 1/10/1961)

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