Folia diabólica

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Foto: Reprodução/TV Globo

 

Assim como em outras cidades do país onde o carnaval é concorrido justamente pelo clima de “liberou geral”, em Brasília vai se instalando também, a cada ano, a folia do vale tudo. Pelo que foi visto nesse fim de semana em torno do Museu da República, com o bloco sintomaticamente denominado “Quem Chupou Vai Chupar Mais”, o pré- carnaval deu uma mostra do que vem por aí, prometendo transformar Brasília na capital do consumo desenfreado de bebidas e drogas, principalmente por menores, com multidões urinando e defecando nas vias públicas, banhos de xixi, cenas de sexo explícito, brigas generalizadas, sequências de roubos, de agressões, depredações de patrimônio público, assédio sexuais e atentados violentos contra mulheres e todo o tipo de crime contido no Código Penal, inclusive assassinatos e latrocínios.

Esse bloco recebeu do GDF, em nome da proponente Andréa Danielle de Araújo, R$ 199.431,00. Verba que deveria ser repassada para a família de Matheus Barbosa. No link RESULTADO FINAL DA ETAPA DE ADMISSIBILIDADE DOS PROJETOS CLASSIFICADOS NA SELEÇÃO PÚBLICA DE QUE TRATA O EDITAL Nº 8/2019-FAC CARNAVAL 2020, veja a lista completa dos blocos de carnaval patrocinados.

Aproveitando as multidões que se aglomeraram na mais problemática e violenta região da área central da cidade, a Rodoviária do Plano Piloto, gangues vindas de todos os cantos da capital, na ausência de um policiamento eficaz e duro, fizeram a festa de Momo, deixando um rastro de crimes e de impunidade. A cobertura legal imposta pelo Estatuto da Criança e do Adolescente aos (nem tão pequenos assim) marginais, a inoperância dos tribunais e o desânimo das polícias Civis e Militares, diante da sistemática impunidade à esses jovens bandidos e seus mentores adultos, tornam esse tipo de evento, num verdadeiro festim diabólico.

Para os brasilienses que tem a infelicidade de morar nas circunda vizinhanças onde acontecem essas orgias festivas, o caos e medo são os mesmos. Apavorados com o descontrole que parece tomar conta da capital, muitos brasilienses, simplesmente deixam a cidade, assim como acontece no Rio de Janeiro, em São Paulo, Salvador, Recife e outras capitais que são tomadas por essas folias sem controle.

Para os idosos ou aquelas pessoas que impossibilitadas de deixar a capital, o jeito é se trancar em casa e rezar. De fato, pelo que se viu, apenas nesse período pré-carnavalesco, os órgãos de segurança, têm se demonstrado incapazes de conter o vandalismo generalizado e à série de crimes que ocorrem dentro e nas vizinhanças desses blocos.

Obviamente que quando uma fatalidade acontece, todos os envolvidos na realização de evento dessa natureza, tratam logo de empurrar a culpa para o outro. Um exemplo é o caso do assassinato do jovem folião Matheus Barbosa, enterrado nessa segunda-feira. Não é culpa dos órgãos de segurança do DF, dos organizadores do Bloco, das autoridades e da Administração da Cidade que concederam o alvará liberando a folia naquele local e nem de ninguém. A culpa é da omissão e da permissividade que parece ter tomado conta da sociedade brasiliense, que por razões diversas, deixa de impor a vontade soberana dos cidadãos contra a realização, sem o menor critério, de eventos absolutamente sangrentos e obscenos como esses.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A maioria dos homens são maus juízes quando seus próprios interesses estão envolvidos.”

Aristóteles, fundador da escola peripatética e do Liceu, filósofo grego.

FOTO: CREATIVE COMMONS

 

Invista

Parece que Janette Dornellas se alimenta de trabalho. Seus 30 anos de carreira musical impulsionam mais e mais projetos na cidade. Na sua biografia são várias as performances. Cantora, atriz, professora, diretora, produtora e a mais importante: educadora. É assim que nos concertos ela contagia a plateia com sua paixão. As próximas apresentações: dia 15 e 16, O telefone, mostra infantil. Dias 14, 15 e 16, O caso de Norma Desmond e O Telefone, mostra adulta. Mais informações a seguir.

–> MINI-MOSTRA JANETTE DORNELLAS

Cantora, atriz, professora, diretora, produtora, são algumas das funções que Janette Dornellas já exerceu em seus mais de 30 anos de carreira. Também traduz óperas para o português e faz as adaptações necessárias para que essas óperas agradem a todos. Nessa mini-mostra ela mostrará seus talentos em dois pequenos espetáculos, o monólogo O Ocaso de Norma Desmond e a a ópera O Telefone. Um drama e uma comédia muito envolventes.

O Telefone (Mostra Infantil)
Dia 15, sábado, e 16, domingo, às 11 horas e às 16 horas

INGRESSO: R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 meia

Duração 30 minutos

Mostra adulta (sessão dupla)
O Ocaso de Norma Desmond e O Telefone

Dia 14, sexta, e 15, sábado, às 20 horas
Dia 16, domingo, às 19 horas
Ingresso: R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia

Duração total: aprox. 01 hora

LOCAL: SALA MARCO ANTÔNIO GUIMARÃES
Espaço Cultural Renato Russo – 508 sul

Ingressos antecipados no site www.sympla.com.br
Ou uma hora antes dos eventos na bilheteria do teatro (somente dinheiro ou débito)

 

Orla

Pelo Lago Norte os bombeiros estão fazendo um bom trabalho no lago. Sempre há lanchas circulando. Já a polícia lacustre não tem sido tão presente.

Foto: agenciabrasilia.df.gov

 

Mudanças

Viajante anual para Barreiras e Buritirama, na Bahia, conta as mudanças de hábitos dos moradores graças ao acesso à televisão. Não havia comemoração de aniversários. Ninguém dava importância para chá de bebê, chá de revelação ou despedida de solteiro. Se esse poder da mídia televisiva fosse capilarizado para a educação, já seríamos um Brasil diferente.

Charge do Duke

 

Reconhecimento

Contribuintes acompanham de perto, no Portal da Transparência do DF, investimentos, gastos e licitações sem burocracia. Inclusive por telefone, funcionários são bastante prestativos nas respostas aos pedidos de informação.

Pint: transparencia.df.gov

 

Isso pode?

Facilitando a inscrição dos interessados em fazer parte do partido do Bolsonaro, o cartório da 504 Norte resolveu indicar com uma placa do lado de fora qual é o procedimento. Veja a foto a seguir.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Uma coisa que precisa ser respeitada no Plano de Brasília, é a utilização da W-2. O estacionamento de caminhões na W-3, como, também, o abastecimento das lojas nessa avenida não dificulta nem entrava o trânsito, mas prejudica quem dirige pela pista do lado comercial residencial. (Publicado em 15/12/1961)

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