Fifa pra quê?

Publicado em Íntegra

Joseph Blatter, ao comemorar a escolha do suíço Gianni Infantino para sucedê-lo, declarou o seguinte: “Infantino tem todas as qualidades para continuar meu trabalho”. Por si só, o apoio público dado por Blatter ao novo presidente da entidade já serviria como fato desabonador a Infantino, abrindo espaço inclusive para suspeitas de que a malversação do dinheiro seguiria o mesmo caminho de sempre.

Banido do mundo do futebol por seis anos, acusado de diversos casos de corrupção, Blatter e o ex-secretário-geral do órgão Jérôme Valcke — o mesmo que recomendou um chute no traseiro do Brasil — são os grandes vitoriosos com a nova escolha. O motivo é simples e foi logo detectado por quem mais entende de Fifa, o jornalista britânico Andrew Jennings. Na sua opinião, “a velha guarda segue no poder”.

O jogador Zico, que não obteve apoio para lançar sua candidatura à Presidência da Fifa, considerou a escolha óbvia. “A Fifa caiu no colo de Infantino”, diz. Para os críticos do órgão máximo do futebol, a entidade sofre falta de credibilidade e transparência. Do mesmo mal sofre a CBF, entregue a cartolas, frequentemente acusados de corrupção e, não raro, caçados e presos pelo FBI americano.

Para quem entende de futebol, como o comentarista Juca Kfouri, o suíço Infantino está diante de missão quase impossível: devolver credibilidade à Fifa e, por extensão, à própria CBF. Também a Transparência Internacional, por meio do Relatório Global de Corrupção: Esporte, divulgado agora, observou que o mundo do futebol, do tênis e do atletismo estão literalmente mergulhados na corrupção e que os milhões de fãs dessas modalidades se sentem traídos pela forma como, hoje, os resultados dos jogos são manipulados.

“O desporto deve ser uma força para o bem no mundo, mas os últimos escândalos não só no futebol, mas no atletismo e no tênis, expuseram o quão vulnerável é a corrupção nesse setor”, avaliou a entidade, ao destacar que a confiança do público na Fifa e outras entidades do desporto só seráo restaurada por meio de reformas, em grande escala, visando a transparência em seus negócios. Para um órgão que, com as diversas federações espalhadas pelo planeta, movimenta bilhões anualmente, é chegado o momento de passar a limpo.

A oportunidade se abre também à questão simples: para que manter, nos padrões atuais, a Fifa, a CBF e congêneres? O mundo do futebol no século 21 requer nova entidade, livre dos velhos vícios e de gente desonesta. Talvez tenha chegado o momento de banir, de vez, esses velhacos e voltar a cabeça para conceitos próximos aos defendidos atualmente por movimentos tipo Bom Senso Futebol Clube, fundado em 2013. A corrupção, nossa velha conhecida, cuidou de derrotar a entidade máxima do futebol e, por tabela, a CBF, reduto de cartolas incluídos na lista da Interpol. Quem sabe faz a hora.

 

A frase que não foi pronunciada

“Nada como a arte para amortecer a dor.”

Dom Giovanni, provavelmente pensou

 

Abuso

Quem atrasa o boleto do MEI (Microempreendedor Individual) não consegue imprimir a segunda via. O sistema acusa erro. O número do erro é comentado por vários internautas, que não se conformam com esse golpe do Estado.

 

Arte

Luisa Francesconi estreia Dom Quixote, no próximo dia 9, no Theatro São Pedro, às 20h, em São Paulo. “A dramaturgia musical de Massenet é extraordinária”, diz Jorge Takla, diretor cênico da ópera. Superprodução. Amigos de Brasília preparam pequena caravana para apreciar a obra.

 

Ponto, já

Atenção, organismos humanos da capital federal. Procurem adoecer durante a semana. No sábado e no domingo, os hospitais públicos estão sem médicos. Interessante é que os famosos marajás do Congresso Nacional ou do Executivo federal foram sendo substituídos pelas instâncias menores. Parece que ninguém percebe. O certo é que até hoje não apareceu governo com firmeza suficiente para cortar o salário de quem não trabalha. Se até o Senado, que era vorazmente criticado, hoje tem registro de ponto, qual a razão para os hospitais não terem?

 

História de Brasília

O interessante do projeto é que, onde deveria estar a justificação, há apenas isto: “Oportunamente”. Como sempre, as leis não têm efeito retroativo. (Publicado em 1º/9/1961)

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