Expansão sem fim

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO

Criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960

Com Circe Cunha  e Mamfil

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Foto de Fabiano Neves em atopolitico.wordpress.com

Enxugar gelo. Essa parece ser, talvez, a melhor imagem que explica a disposição e atitude, adotada por 9 entre cada 10 governadores eleitos no Distrito Federal em construir novos bairros habitacionais, expandir outros já erguidos de modo atabalhoado, apontar futuras áreas para novos assentamentos, modificar destinação de outras áreas, além de fechar os olhos para novas invasões embrionárias.

Com isso, cresce, progressivamente e de forma irreversível, o que se poderia chamar de um anti planejamento ou improvisação, pondo a perder qualquer tentativa racional futura de gerir adequadamente uma cidade complexa como Brasília. Os danos causados pelo voluntarismo do tipo populista na expansão desordenada de áreas residenciais são sentidos por todo e qualquer brasiliense que assiste a cada dia a perda na qualidade de vida e nos serviços públicos ofertados à população.

Fenômeno semelhante ocorre com a duplicação e alargamento de vias urbanas para, pretensamente, “aliviar” o fluxo de tráfego, principalmente nas saídas da cidade. Urbanistas e especialistas nessa área sabem há muito que alargar vias, construindo novos ramais, pontes e viadutos, tem efeito puramente imediato, apenas enquanto se aguarda o aumento no número de automóveis que necessariamente virá. A fórmula, nesse caso é simples: mais pistas, mais carros. Nesse ponto, a questão da melhoria nos transportes urbanos fica congelada, o que acaba resultando em ganhos apenas para as empresas envolvidas na construção dessas novas e milionárias vias.

O mesmo parece ocorrer com a decisão de muitos governadores em construir novos bairros habitacionais à toque de caixa. Essas expansões de cunho político resultam no atendimento momentâneo de clientelas. Com isso, a cada nova rodada de eleições, novos eleitores terão que ser contemplados com moradias.

 

A frase que foi pronunciada:

“Vocês [demagogos] são como os pescadores de enguias; em águas paradas, eles não pegam nada, mas se eles agitarem completamente o lodo, sua pesca é boa; Da mesma forma, é apenas em tempos difíceis que vocês enchem seus bolsos ”.

Aristófanes, Os Cavaleiros

Imagem: livrariadoteatro.com.br

 

Artigo

Patrícia Mota Guedes, do Itaú Social, mostra que os problemas de desempenho e evasão escolar têm origem a partir do 6º ano. Desde a mudança na dinâmica de aula até as transformações físicas e emocionais ao atravessar a infância.

–> A importância de um olhar atento ao ciclo do 6º ao 9º ano

Por Patricia Mota Guedes*

Como explicar aquele misto de medo e curiosidade no primeiro dia de aula do 6º ano do Ensino Fundamental? Estamos chegando ao final do ano letivo na maioria das escolas do país, onde mais de três milhões de crianças e adolescentes matriculados no 5º ano aguardam por essa passagem. Em muitos casos significa necessariamente mudar de escola. Para todos os alunos significa deixar para trás a professora pedagoga polivalente, referência diária e constante, para encontrar vários e novos professores.  E ainda encarar novas tarefas e desafios que exigem maior organização e autonomia. Sem falar que tudo isso se dá bem no momento em que passam por mudanças físicas, psíquicas, emocionais e sociais, no caminho entre a infância e a adolescência.

Como então as escolas e redes públicas de ensino se preparam para essa fase de transição? Se por um lado no Brasil os anos iniciais do Ensino Fundamental – 1º a 5º ano – já tem recebido investimentos sobretudo em relação à alfabetização, a etapa dos anos finais – 6º a 9º – não tem a atenção devida na formulação e implementação de políticas públicas. Problemas de desempenho, reprovação, abandono e evasão se intensificam justamente nessa etapa, em que meninos e meninas passam a acumular histórias de fracasso escolar. 

Os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb 2017 confirmam o resultado desse baixo investimento nos anos finais. Conseguimos uma melhoria significativa no desempenho dos anos iniciais, enquanto nos anos finais a evolução foi muito tímida. A taxa de insucesso escolar (reprovação e abandono) do segundo ciclo (12,6% em média) continua sendo radicalmente superior comparado à etapa anterior (5,8%). Além disso, de cada 100 estudantes, 26 estão com atraso escolar de dois anos ou mais, fazendo com que jovens com mais de 15 anos convivam às vezes com pré-adolescentes de 11, e percam a motivação para permanecer na escola. Uma cultura de reprovação culpa o aluno, mas não muda as estratégias de ensino para que ele consiga aprender de formas diferentes. O Brasil é um dos países que mais reprova, apesar das evidências de que repetir de ano não melhora o desempenho.

Mas o desafio dos anos finais não é o mesmo para todos. O Panorama da Distorção Idade–série no Brasil, divulgado nesse ano pelo Unicef, por exemplo, mostrou que a taxa de alunos que repetiram de ano duas ou mais vezes é significativamente maior para os estudantes indígenas, pretos e pardos, tanto no meio urbano, quanto no meio rural. O IDEB também tem mostrado grandes disparidades por região e nível socioeconômico.

A complexidade dos processos de escolarização dos adolescentes não está apenas no Brasil. Tem sido alvo de pesquisas e programas em diferentes países e sistemas educacionais. É uma etapa que exige cuidados e reflexões com os quais toda sociedade precisa se ocupar. É área estratégica para as redes municipais e estaduais de ensino, que no Brasil dividem a responsabilidade pelas matrículas.  Nesse sentido, a produção de pesquisas aplicadas que possam ir além do diagnóstico do problema, para apontar caminhos, pode oferecer uma contribuição significativa. Um esforço nessa linha é o edital de pesquisas “Os anos finais do Ensino Fundamental: adolescência, qualidade e equidade na escola”, que acaba de ser lançado pelo Itaú Social e a Fundação Carlos Chagas, com um conselho de representantes de redes estaduais, municipais e organizações da sociedade civil. Os recursos destinam-se a projetos que unam pesquisadores, comunidades escolares e redes públicas, assim como organizações sociais e coletivos.

Cada vez mais o olhar – e a voz– de quem está no dia-a-dia da educação precisa estar presente na produção de conhecimento que articula teoria e prática, pesquisa e ação, voltadas a uma etapa escolar tão estratégica para o desenvolvimento educacional do país.    

Patricia Mota Guedes é gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social

 

Brasil Mulher

AABR abriga hoje e amanhã, das 9h às 16h, uma feira com produtos de mais de 50 artesãs de Brasília. Essa é consequência de um Acordo de Cooperação Técnica entre o BRB e a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). “A Feira é aberta a todo o público e é uma ótima oportunidade para quem deseja antecipar as compras de Natal. Além de adquirir peças originais, também é uma chance de incentivar o empreendedorismo feminino e fortalecer a economia local”, disse Leila Republicano, Secretária Social do Instituto BRB.

 

Dia de descontos

Preços abaixo do normal causam transtorno para consumidores. A chamada para uma oferta incrível tem por trás do site que puxa os dados levando para um caminho estranho. O reclame aqui está repleto de registros sobre o assunto.

 

Pensamentos

Pelo o que dizem os organizadores do 42º Encontro Nacional de Sindicatos de Arquitetura e Urbanismo, um novo período político e econômico pela frente é esperado. Mais rigor no controle de gastos irá dar prioridade a políticas públicas diferentes de projetos de moradia. Não foi bem isso o que divulgou o novo governador do DF em relação ao Itapoã Parque. Mas realmente é o momento próprio para melhorar o que temos.

Cartaz: caubr.gov.br

Organização

O encontro dos arquitetos e urbanistas em Brasília é promovido pela Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) com apoio do Sindicato dos Arquitetos do Distrito Federal (Sindarq/DF). Começou na sexta-feira e segue até amanhã, no Cullinan Hplus Premium. No rol de discussões estão a habitação de interesse social e assistência técnica pública e gratuita, negociação sindical e um debate sobre as profissões no Brasil e no mundo.

 

–> Confira a programação do 42º Encontro Nacional de Sindicatos de Arquitetura e Urbanismo (Setor Hoteleiro Norte – SHN Quadra 04, Bloco E):

Dia 23/11/2018 – Sexta-feira
8h30min – Oficina: Habitação de Interesse Social e Assistência Técnica Pública e Gratuita. Mediação AH e SASP.
11h30min – Sistema de Acreditação de Cursos de Arquitetura e Urbanismo do CAU/BR. Andrea Lucia Vilella Arruda, Coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do CAU/BR, e Ormy Leocádio Hutner Júnior, SECCS/FNA.
12h30 – Almoço
14h – O Mundo do Trabalho do Arquiteto e Urbanista, com Martin Georg Hahn, Diretor da OIT no Brasil, e José Carlos Neves Loureiro, Secretaria de Relações de Trabalho da FNA. Mediação: Jeferson Salazar.
15h30min – Intervalo
15h45min – Relato dos Sindicatos. Coordenação Fernanda Simon e Cicero Alvarez
17h. Negociação Sindical: José Carlos Neves Loureiro, Secretaria de Relações de Trabalho da FNA, César Henrique Schütz, Assessoria de formação da FNA, e Cristiane Maia, Assessoria Jurídica da FNA.
18h30min – Sistema TCS para CSU e arquivos retorno: Humberto Damilano, Assessoria da FNA
19h – Intervalo
20h – Abertura oficial e Cerimônia dos Prêmios FNA e Arquiteto e Urbanista de 2018
21h – Lançamento do CD Água de Viver do arquiteto e urbanista Ângelo Arruda

Dia 24/11/2018 – Sábado
8h30min – A conjuntura do Brasil atual, com o historiador Fernando Horta e a Maria José Braga, Presidente da FENAJ. Mediação Edinardo Rodrigues Lucas
10h30min – O CAU e sua estruturação. Valeska Peres, Eduardo Bimbi e Ângelo Arruda
12h – Almoço
13h30min – Discussão e aprovação da revisão do Estatuto da FNA. Cicero Alvarez, Valeska Peres.
15h – Regimento eleitoral da FNA para as eleições 2019. Cicero Alvarez, Jeferson Salazar e Newton Burmeister.
16h – Definição dos locais da Ampliada e do ENSA Eleitoral de 2019. Eleonora Lisboa Mascia e Juliana Betemps.
16h30min – Intervalo
16h45min – FNA no Congresso da UIA2020. Edinardo Lucas, Eduardo Bimbi, Rodrigo Bertamé e Jeferson Salazar.
17h30min – Atividades de formação e discussão. Temas: Formas de evitar a dependência do CAU, cobrança de contribuição social, campanhas 2019, Planos de saúde e outros benefícios, estratégias de aproximação com os novos arquitetos. Fernanda Simon, Juliana Betemps, Cicero Alvarez, Ormy Leocádio Hutner Júnior e Carolina Jardine.
19h – Intervalo
20h – Festa Arquitetos DF e IAB-DF

Dia 25/11/2018 – Domingo
8h30min – Prestação de Contas da Diretoria Executiva da FNA
9h30min – O mundo do trabalho e os rumos dos nossos sindicatos. Juliana Betemps, Fernanda Simon, Cicero Alvarez e Valtuir Silveira
11h30min – Limite para entrega das propostas e moções.
12h – Almoço
13h30min – Debate e deliberação: Propostas e deliberações FNA e Sindicatos para 2019. Eleonora Mascia, Edinardo Lucas e Cicero Alvarez
15h45min – Projetos de Lei, Normas ABNT e Portal de Manifestações do CAU. Eleonora Mascia, Cicero Alvarez e Assessoria de Relações Institucionais e Parlamentares do CAU/BR
16h45min – Moções do 42º Encontro Nacional de Sindicatos de Arquitetura e Urbanismo. Edinardo Lucas
17h30min – Encerramento: Arquitetos DF e FNA.

Assessoria de Imprensa – FNA
Jardine Agência de Comunicação

Carolina Jardine

(51) 3224-0104 / (51) 3086-0105 / (51) 999-111-342

 

História

A Biblioteca do Senado Federal foi criada em 18 de maio de 1826. À época, o Senado Federal chamava-se “Câmara dos Senadores do Império do Brasil” e a biblioteca, “Livraria do Senado”. Esse trecho de identificação da Biblioteca do Senado divulgando os 192 anos de registros sobre a nossa história é algo para o brasileiro se orgulhar e para as autoridades preservarem.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os moradores estão reclamando que a localização do Posto Policial é tremendamente imprópria, pois a construção está a uma distância muito curta dos blocos residenciais. (Publicado em 05.11.1961)

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