A ciranda da crise

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960

jornalista_aricunha@outlook.com
MAMFIL e Circe Cunha

Nos diversos ciclos de crise econômica e fiscal que o Brasil experimentou ao longo da história, alguns elementos característicos e comuns a todos eles se repetem numa constância quase monótona. Ao analisar cada novo ciclo negativo na economia do país, lá reaparece sempre, como causas principais ou secundárias, a questão da má gestão administrativa do Estado e, sobretudo, a malversação criminosa dos recursos públicos.

Desde sempre, tem sido possível apontar o dedo indicador em direção aos gestores públicos, sobretudo para a classe política que, ao fim e ao cabo, é quem manda e interfere nos negócios do Estado. É, portanto, pela baixa qualidade na aplicação do dinheiro dos pagadores de impostos que as múltiplas crises periódicas insistem em ressurgir em intervalos regulares.

Além da má qualidade dos investimentos, outro elemento também comum a todas as crises, independentemente de sua época, é a corrupção. Não uma corrupção simples, mas uma endêmica, que, desde sempre, tem sido uma constante na esfera pública, desde que Cabral por estas bandas aportou. Somadas a má gestão contínua e a corrupção frequente dos recursos dos brasileiros, não é de se surpreender que mais uma vez nos vemos nadando nus na baixa da maré.

Desta vez, diante da maior de todas as crises já detectadas até agora, foi preciso a constituição de uma força-tarefa numerosa e supra-administrativa, envolvendo os mais diferenciados órgãos da Justiça, para que fosse possível fazer uma radiografia, mesmo que tênue, do problema de desvios de recursos da população, praticados justamente por pessoas indicadas pela sociedade para protegê-la.

Pelo que se sabe até agora, em estudos preliminares, R$ 200 bilhões têm sido escoados a cada ano pelos ralos da corrupção. Também tem sido apresentado em capítulo a toda a população que os principais responsáveis pelos desvios são as classes dirigentes, que, além desse crime comum, colaboram também para que a montanha de dinheiro restante seja aplicada de forma errada e totalmente irresponsável, gerando prejuízos para toda uma geração.

A frase que foi pronunciada
“Se o governo brasileiro não consegue conter nem quem está preso, imagine quem está solto!”

Disse um bloqueador de celular

Panteão da Pátria
» Em agosto de 1961, comentávamos, nesta coluna, que na praça dos Três Poderes o pombal da d. Eloá, esposa de Jânio Quadros, poderia ser substituído por um monumento escultural em forma de pombo. Vinte cinco anos depois, Oscar Niemeyer acatou a sugestão.

Rogério vs. Rodrigo
» Por falar em Praça dos Três Poderes, a busca de apoio para a eleição da Presidência da Câmara dos Deputados está acirrada. Rosso resolveu mostrar a que veio e Maia argumenta para convencer. Mais do que o Planalto apoiar, quem é da Casa é que tem nas mãos a escolha.

Promessas
» Rosso promete que não haverá mais sessões até a madrugada. O plenário da Câmara será fechado às 21h30 no máximo. Maia ainda não fez promessas. Aguarda as formalidades para ter certeza se vai ou não se candidatar. Se for possível concorrer à Presidência da Câmara, anunciou que as promessas serão feitas pela sua conta nas redes sociais.

Aqui entre nós
» Rosso viaja para Fortaleza. Por coincidência ou não, Eunício Oliveira, do Ceará, é o candidato preferido para a Presidência do Senado. Sintonia?

Americanas
» Um senhor saía furioso das lojas Americanas da W3 Norte. Recebeu a fatura de um cartão que nunca pediu nem nunca usou. Ao reclamar para o vendedor, ouviu o seguinte: “Mas são só R$ 10 por mês!” Deu três passos e encontrou um advogado que se ofereceu para fazer a petição.

História de Brasília
Apresentando as despedidas que não pôde fazer no dia da renúncia, cordial, o general Pedro Geraldo estava no Palácio Planalto. Explicou para a imprensa por que tantas vezes não foi o mesmo amigo daquela hora. Homem bom.(Publicado em 29/8/1961)

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