Democracia sem emoção e com razão

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Democracia sem emoção e com razão

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

         Para um país que, ao longo da maior parte de sua história, nunca deu a devida atenção à educação e ao ensino público de qualidade, assimilar lições e torná-las praticas usuais do cotidiano é também uma tarefa difícil, senão impossível. reter lições do passado e do presente é fundamental para evitar o cometimento dos mesmos erros e ter alguma previsibilidade quanto ao futuro. E é também uma das lições que se prende nas escolas.

          Com isso, fica evidente que um povo devidamente instruído não se torna presa fácil nas mãos dos prestidigitadores políticos, muito menos se deixa levar pelos discursos encantatórios de demagogos e populistas da hora. Ensinar a pensar, talvez seja a primeira e mais importante missão que cabe a educação. A segunda, talvez seja ensinar a pensar de modo próprio, depois de perscrutado o ambiente em volta. Sem essas premissas um povo se torna alvo fácil para a investida para dos chamados “peritos em habilidades”, os mascates de vãs esperanças.

          Essa talvez seja a principal característica que falta à média dos cidadãos desse país, sobretudo aos eleitores. O que a prática demonstra é que desde a redemocratização não parece haver sinais de que o eleitorado venha aprendendo com as seguidas eleições. E isso é ruim, pois traz reflexos negativos para toda a nação, mesmo para aqueles que dizem desprezar a política. Pelo menos é o que as atuais urnas mostram.

         No embate em que nos vemos metido agora, açulado de modo proposital pelo chefe do Executivo, contra parte das altas cortes do Judiciário, a parte ser o que se dizia ser: “briga de cachorro grande”, deveria render lições proveitosas para a elevação na qualidade de nossa democracia.

         Não basta a um Estado ser democrático, é preciso que essa democracia tenha um mínimo de qualidade. Ocorre que essa melhoria na qualidade só pode advir de eleitores cônscio de sua importância nesse sistema. Ou a população aprende com erros cometidos por seus representantes, banindo-os definitivamente da vida política, ou estaremos fadados a experienciar crises e mais crises, com efeitos danosos sobre todos.

         É nesse contexto que se insere a atual crise, gestada no Palácio do Planalto e ampliada no supremo. Trata-se de uma contenda em que nenhuma das partes possui razão. Fôssemos julgar essa querela atual à luz da racionalidade e dos episódios que foram se sucedendo num crescendo insano, o veredito, por certo levaria a condenação de ambas as partes. Apenas à guisa de exemplo tomemos a faxina ou o remendo ilegítimo, feito à meia sola, no currículo de Lula, de forma apenas a torná-lo apto a concorrer às próximas eleições.

         De cara trata-se aqui de um acinte contra o cidadão de bem e uma violação contra à própria democracia. Caso a população não entenda, de uma vez por todas, que o desmanche forçado da Operação Lava Jato foi um atentado contra a democracia e um crime de lesa pátria, mais uma vez estaremos sendo impelidos a repetir erros sérios.

         . É esse upgrade que nos falta e que só poderá vir por meio das boas escolas públicas e de um ensino que leve o brasileiro a reconhecer, em qualquer ocasião, o valor preciosíssimo de uma democracia de qualidade em que a razão suplante a emoção.

A frase que não foi pronunciada:

“Por falar nisso, o finado Bruno Maranhão arrebentou o Congresso Nacional. O que aconteceu com ele?”

Dona Dita, enquanto tricota

Ordem e progresso

Se existe um colégio que desperta a ira dos maus professores e administradores escolares, esse é o Colégio Militar. Primeiro porque as crianças que o frequentam já são educadas em casa, só vão para a escola pela instrução. Segundo, porque em qualquer olimpíada de conhecimento, o Colégio Militar é imbatível. Essa ira de alguns, deveria se transformar em humildade para copiar a fórmula. Essa celeuma sobre a filha do presidente estudar no Colégio Militar é inútil. A escola é ótima e quem pode, pode.

Divulguem

Veja no blog do Ari Cunha as obras da afegã Shamsia Hassani. Descreve bem a situação da mulher no atual Afeganistão. As fotos foram enviadas para um grupo de jornalistas pelo colega Fernando Ladeira. Veja também como seguir a artista no Instagram.

Á flor da pele

Uma das sequelas dessa fase pandêmica é a falta de paciência de pais que não estavam acostumados a conviver com os filhos. Outro dia uma mãe gritando com o pequeno o obrigava a colocar a máscara antes de entrar no carro. É o mesmo que obrigar alguém a passear à pé atado em um cinto de segurança.

História de Brasília

No supermercado UV-1 faltavam, ontem: cebola, carne, batata, verdura, arroz e álcool. Muitos outros produtos faltavam, igualmente. Estes, porém, são de um rol de uma dona de casa. (Publicada em 07/02/1962)

De mal com você

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VISTO, LIDO E OUVIDO – De mal com você

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Não é de hoje que a parcela da população brasileira mais atenta ao que se passa no governo tem observado, para decepção geral, que nas nomeações para os ministérios e  aos postos de segundo escalão, ao escolhido cabe apenas dizer sim ,ou não, o resto é feito automaticamente pelo governo. Não há um candidato que venha com propostas ou projetos próprios. Mesmo que os tenha, jamais poderá pô-los em prática. Com isso, um dos primeiros requisitos exigidos dos escolhidos é que ele concorde em aceitar todas as condições para o exercício do cargo. A começar por abrir mão de quaisquer traços de amor-próprio e outras exigências do ego.

A condição imposta para essa posição é que as possíveis humilhações públicas, que virão, não afetam ou ferem o orgulho do empossado. Estar no cargo apenas por questões de apoios políticos é o bastante. Mesmo diante de condições dessa natureza, em que o caráter e a personalidade pouco valem, muitos aceitam as condições. Não são raros os que sofreram na pele e na alma situações de humilhação pública escancarada. Fora do núcleo duro do governo, não há considerações maiores com membros da equipe. Ainda bem que muitos políticos de casca grossa não se intimidam ou sentem-se desprestigiados com as medidas tomadas pelo governo, que contrariam frontalmente suas posições.

Antigamente, dizia-se que políticos não têm alma e agem como zumbis, indiferentes a questões banais do mundo dos vivos. Diante da situação surreal em que o indivíduo está, mas não é, de fato, quem acredita ser. É preciso engolir o que vem pela frente. Dessa forma, muitos são os ministros e secretários que tomam ciência de mudanças em suas pastas por meio da imprensa. Outros ficam sabendo de demissões ou nomeações para suas equipes, por intermédio de terceiros. O governo, nesses casos, nem se dá ao trabalho de informar ao titular da pasta as alterações que fez. Consideração é coisa para pessoas normais e simples.

O chamado jogo político, ou o conhecido jogo de cintura, vale apenas para o período pré-eleitoral. Passada essa fase, as mentiras diminuem, as máscaras caem e entra em cena o verdadeiro candidato eleito. Vimos isso acontecer dezenas de vezes.

O Ministério do Planejamento, outrora uma importante pasta, ocupada pelos mais sofisticados economistas, secundados por equipes formadas com o que de melhor havia em material humano no país, hoje é uma sombra pálida do passado. Pudera, para quê Planejamento se não há plano de governo prévio a ser implantado? Pois foi nessa pasta que o Palácio do Planalto achou por bem nomear, sem o conhecimento da ministra, para o cargo de diretor do IBGE, um militante que já se mostrou disposto a cumprir ordens, dentro ou fora dos padrões técnicos, como fartamente publicado em jornais e revistas. Vai que os números desandem.

O mesmo se repete agora com o Ministério do Meio Ambiente, esvaziado previamente de suas principais funções, com relação à exploração de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas. A Advocacia-Geral da União, em comum acordo com o governo, ao considerar que as argumentações contrárias ao empreendimento feitas pelo Ibama não são indispensáveis, deu sinal verde para que o licenciamento ambiental permita o prosseguimento de exploração e produção de petróleo nessa que é uma das áreas mais ambientalmente sensíveis do país.

Se isso não é mais uma humilhação pública e um descaso com a questão do meio ambiente e ao que pensa a própria ministra, então estamos no mundo do faz de conta. Desde o início dessa discussão, sabia-se que essa controversa exploração aconteceria. A ministra Marina Silva sabia dessa possibilidade. O mais surpreendente é que a titular da pasta de fantasia não tenha ainda pegado seu boné. Ao contrário de outros ministros, Marina não precisa do governo e, nem tampouco, de se submeter a humilhações. É o caso aqui de dizer: desculpe, Marina, mas estou de mal com você.

 

A frase que foi pronunciada

“Não se pode fazer acordos com questões técnicas.”

Ministra Marina Silva

 

Loucura

Virou um balaio de gatos na W3 Sul. Se um carro ocupar a faixa do ônibus é só aguardar a multa. Só que os ônibus que têm faixa especial para trafegar fogem dela e ocupam todos os espaços causando um verdadeiro transtorno em horário de pico.

 

Solidariedade

É realmente muito triste, um professor de Música na capital federal precisar que os amigos se reúnam para fazer uma vaquinha para ajudar no tratamento de câncer. Professores, bombeiros e policiais deveriam ter o melhor plano de saúde do país. A Camerata de Brasília e convidados, com a participação de Érika Kallina, Janette Dornellas, Ariadna Moreira, Myrlla Muniz, Vilma Bittencourt e Alberto Sales fizeram um verdadeiro concerto na Escola de Música pelo amigo professor Ricardo Baptista.

 

História de Brasília

O departamento de Alojamento da Novacap precisa saber dos absurdos que estão ocorrendo nos apartamentos Do-Re-Mi. Houve invasão em apartamentos, e pertences dos hóspedes foram transferidos para outros blocos, à revelia, desaparecendo valores na operação mudança. (Publicada em 23/3/1962)

A não ser que…

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VISTO, LIDO E OUVIDO – A não ser que…

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Avaliações erradas levam, necessariamente, à tomada de decisões, no mínimo, equivocadas e que, ao final, não resultam na esperada estratégia, bem como podem aprofundar problemas, tornando-os, enfim, incontornáveis. Quando se trata de instituições públicas, dois problemas maiores se apresentam de difícil solução.

O primeiro diz respeito à credibilidade pública, fator fundamental para a uma boa avaliação por parte do cidadão.  Se a credibilidade é quebrada por tomadas de decisões que vão contra a vontade da população ou que contrariam o bom senso e a lógica dos fatos, dificilmente essa credibilidade e confiança é restabelecida a curto e médio prazos.

O segundo é a confiança que, uma vez rompida, não há meios de repará-la. Pelo fato de fazer grandes apostas no bom funcionamento das instituições públicas, o cidadão se vê, com a quebra de confiança, no mesmo sentido, a expressar grande decepção. A confiança e a credibilidade são os dois grandes capitais de uma instituição.

Ações de marketing ajudam, mas não resolvem o problema, mesmo quando as avaliações e pesquisas sobre a quebra de confiança deixam claro que há o surgimento de uma espécie de divórcio litigioso entre o público e a instituição. Indagar de forma honesta e sincera sobre a razão desse litígio seria o primeiro passo para corrigir caminhos erráticos. Quando não há a intenção de ir com sinceridade à raiz do problema, elegendo falsas causas para o afastamento do público, a situação se torna quase irreversível. É como costurar pano novo para reparar rasgo antigo. Outra questão é achar que a credibilidade e confiança não precisam ser totais. Nesse caso, erra-se também, pois confiança e credibilidade ou se tem ou não. Não pode haver meio termo.

Em países, onde as instituições públicas existem com o único propósito de servir ao cidadão, em caso de queda ou quebra de confiança por parte do público, todo um novo caminho é traçado, a começar pela troca dos cargos de direção e comando. Não há curativo pela metade. Agora essa situação precária tende a decair ainda mais quando não é só o público externo que perde a confiança na instituição, mas toda a cadeia humana que nela trabalha. O que se dirá de uma firma em que os seus próprios empregados não acreditam, ou não confiam, no desempenho dessa empresa. Nas instituições, a quebra de confiança interna é um grande perigo, talvez mais danoso que o descrédito externo. Tentar contornar essa queda de credibilidade com agrados, promoções, auxílios e outros itens de materiais, podem amenizar o problema apenas para aqueles que têm nessas benesses o objetivo central de suas vidas, pouco se importando com questões como ética.

 

» A frase que foi pronunciada

“O humor é irmão da poesia, o humor é quem denuncia, eu não tenho possibilidade de consertar nada, mas eu tenho a obrigação de denunciar tudo, o humor é tudo, até engraçado.”

Chico Anysio

 

Amor de pessoa

Dona Emília de Araújo, pioneira, vai deixar saudades. É dela a criação do macaquito, crepe de queijo com banana. Foi proprietária do Truc’s, uma das primeiras lanchonetes da cidade. O velório será hoje, das 13h30 às 15h, no Cemitério Campo da Esperança.

 

Lupa

Um índice apontado pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos mostra que 43% dos estudantes brancos em Harvard são filhos de ex-estudantes e 70% desses candidatos, são brancos; a taxa de aceitação para candidatos de filhos de ex-alunos brancos é superior a 61%, o que é uma taxa notavelmente alta para um grupo demográfico.

 

Boa ideia

Por falar em educação, o aplicativo Minha Escola SP, desenvolvido em 2018 pelo governo de Márcio França, permite que pais e alunos tenham acesso aos boletins escolares e ausências registradas.

 

» História de Brasília

Nesta história da Asa Norte, a garantia está nas fundações. Foram feitas pela Geotécnica, e a informação é a de que o prédio pode balançar o que quiser, mas não cairá por causa do serviço bem feito embaixo da terra. (Publicada em 23/3/1962)

Os pagadores das contas alheias

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VISTO, LIDO E OUVIDO – Os pagadores das contas alheias

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Ao Estado foi incorporado o papel de grande pai de todos, indutor do progresso. Não é de se estranhar, portanto, que sigamos de mãos dadas com crises periódicas. Os casos recentes levantados em CPIs que estão acontecendo têm como único pano de fundo a mega estrutura de um Estado, capturado, ao longo de nossa história por todas as camadas de elites. Dessa forma, qualquer reforma, por mais criteriosa e técnica que se apresente, se não cuidar primeiro do gigantismo do Estado, estará marcada com a sina do fracasso. É do tamanho do Estado que devemos cuidar. O gigante, que está deitado eternamente em berço esplêndido, não é outro senão o Estado que erigimos e que ameaça tombar sobre nós.

Fatores históricos explicam parte de nosso atraso com relação a outros países do Continente. Com a instalação da República em 1889, o Brasil trocou a monarquia por uma outra forma de governo, apenas de modo oficioso. A concentração de poderes nas mãos do chefe do Executivo, permaneceu semelhante à que havia com a monarquia.

Trocou-se um imperador por um presidente. O cetro foi substituído pela caneta. O aparato permaneceu o mesmo. A população da época, nem se atinou com a substituição de um pelo outro. O mandonismo e o patrimonialismo permaneceram intocados.

O homem cordial, que no período monárquico era identificado com mais facilidade pelo título de nobreza ou por consanguinidade, foi substituído e modernizado com o advento do nepotismo. A hereditariedade na transmissão do poder permaneceu intocada. Não estranha que hoje muitos jovens políticos, ostentem no sobrenome, o brasão que os identifica como seus antepassados ilustres.

Os que, no presente, ocupam o poder, tratam, desde sempre, de aplainar os caminhos para os seus que virão em seguida. Ao mantermos as mesmas estruturas do passado na montagem e composição do governo, adiamos, sine die, nosso encontro com o futuro. Assim, a presença dos clãs políticos no controle do Estado se repete num ciclo monótono.

A manutenção dos mesmos atores e seu séquito no controle da máquina pública, trouxe naturalmente a ideia da imprescindibilidade do Estado como meio de se atingir o desenvolvimento e o paraíso. O caso das estatais explica bem essa questão contraditória que permite a existência de um Estado extremamente rico, em contraponto com uma população que apresenta os mais risíveis níveis de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). É a mesma contradição que permite a existência de suntuosos palácios de mármores como sede dos poderes, enquanto populações inteiras permanecem sem as mínimas condições de infraestrutura sanitária, sobrevivendo com as mesmas carências básicas de séculos passados.

Somente o gigantismo de um Estado injusto, explica o fato de um presidente da república viajar a bordo de uma aeronave de última geração, um verdadeiro hotel seis estrelas, enquanto milhões de brasileiros são obrigados a se submeter a cada dia aos piores meios de transporte do planeta. A redução do Estado, ao mínimo necessário às exigências de quem banca os perdulários é a primeira condição para se livrar do subdesenvolvimento e libertar da nação do labirinto em que se encontra.

 

» A frase que foi pronunciada

“Deveria existir uma pitada de diletantismo na crítica. Pois o diletante é um entusiasta que ainda não se acomodou e não está preso aos hábitos.”

  1. Atkinson

 

Natureza

Sabiás ensaiam os primeiros cantos indicando a proximidade das chuvas. É o momento de limpar as bocas de lobo, cuidar das árvores e reforçar a tinta das faixas de pedestres, quebra-molas e meio-fio.

 

Mel

Com o suporte técnico da Embrapa, a Confederação Brasileira de Apicultura e Meliponicultura chancela o DF como um dos melhores produtores de mel do país. Loiselene Trindade, diretora-executiva da Emater-DF, tem se esmerado na divulgação de novas atividades, estudos e oficinas.

 

Alternativa

Restaurante, valorizado pelos celíacos, é a Galeteria Gaúcha do Lago Norte. A cozinha, aberta para visita, prepara a massa separada dos demais alimentos, o que torna o consumo seguro para os intolerantes a glúten.

 

» História de Brasília

Mais um prédio da Asa Norte está ameaçando ruir. Desta vez, foi evacuado o bloco 32, pelo IAPC, em virtude do perigo apresentado. (Publicada em 23/3/1962)

   Passarela do Brasil

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   Passarela do Brasil

         Ao completar o longo ciclo de miscigenação, que misturou na mesma panela de barro o bacalhau, do branco, o mungunzá do negro e o tacacá dos índios, o que resultou dessa massaroca de sangue e culturas, veio a dar no que hoje se conhece como Brasil. Um país, que pelo o que retrata seu hino nacional informal, Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, é de fato habitado por uma sociedade inzoneira, onde a seriedade de propósitos passa longe das regras positivistas e racionais. Ou se adota esse modelo de pouco afeito as regras, ou se enlouquece de vez.

         Não por outra razão a população aprendeu e desenvolveu, ao longo dos séculos, um jeitinho próprio e eficaz para driblar as vicissitudes da vida e principalmente para fugir das armadilhas das altas classes dirigentes, encasteladas na máquina do Estado e de onde buscam perpetuar o regime de escravidão, feito agora com novos vernizes de civilização.

         Não por acaso, nada por essas bandas funciona a contento, a começar pelos serviços públicos prestados à população. Há toda uma encenação de que as coisas funcionam. A população, de tão paciente faz com que pensem que ela acredita. Como resultado dessa mímica, tudo nestes trópicos tende naturalmente para o caminho da desnaturalização de regras e para nonsense.

         A começar pela própria República, que nada mais tem sido do que um arremedo da monarquia, isso sem a seriedade que buscava alcançar Pedro II. Nada é de verdade. Tudo é fingimento. Também pudera. A fonte desse descrédito em tudo e em todos parte justamente de cima para baixo. Nenhum brasileiro, cônscio de suas capacidades mentais e até éticas, aposta um níquel furado nas elites dirigentes do país, ou pelo menos numa grande maioria. Para o estrangeiro, esse é de fato um país estranho. Para os que entenderam como as coisas desandam a cada dia, esse país não é próprio para amadores e para os puros de coração. Temos o nosso próprio modelo desorganizado de organização.

          Talvez esse seja o único modelo a funcionar de fato. Por aqui a coxa de galinha, que nasceu verdadeira com ossos e tudo, se transformou na coxinha de padaria e de lá virou cubinho de caldo de galinha químico. Não somos sérios e talvez esse seja mesmo nosso modo de sobreviver sem cicatrizes. Por isso é que regime nenhum, imposto de cima de para baixo, que sonhe em implantar teorias alienígenas, onde somente a pobreza e os deficits sejam socializados, terá futuro entre nós. E por um motivo singelo: há muito o povo já aprendeu a não esperar nada de bom vindo de cima. O que os brasileiros socializam, desde sempre, é o socorro ao vizinho. Um pouco de arroz, açúcar, farinha passados de mão em mão. É o fiado na vendinha, até o final do mês. Nada do que possa ser angústia e carência social, são estranhos aos brasileiros que se abrigam na base da pirâmide. Temos o nosso próprio socialismo, forjado na necessidade e na indiferença. Não precisamos de outros.

          Vivem nessa posição como quem vive debaixo de pontes e onde aprendeu que nada que cai de cima é aproveitável. Por essas bandas aqui regimes e até corruptos de carteirinha, acabam virando enredo de escola de samba. Brasil, samba que dá.

A frase que foi pronunciada:

Viva o Brasil / Onde o ano inteiro / É primeiro de abril

Millôr Fernandes

Sem noção

Foi só uma semana. Agora o prédio do BRB continua de luzes acesas durante a madrugada. Destoa de todos os outros ao lado. No Setor de Autarquia Norte, ao lado da 202.

Zero cooperação

Não se faz dona de casa como antigamente. Um molho de brócolis varia de R$14 a R$ 4. A diferença é muito grande. Como não há reclamação nem boicotes os preços seguem subindo. A competição do mercado é saber quem cobra mais até que a panela estoure.

Esclarece

Dúvida sobre a veracidade de notícias que citem o Senado ou senadores pode ser dirimida pelo Senado Verifica. Agora pelo WhatsApp o cidadão encaminha a questão que será apurada.  Basta salvar o número 61981900601 na agenda do telefone e enviar a pergunta pelo WhatsApp.

História de Brasília

Mais um prédio da Asa Norte está ameaçando ruir. Desta vez, foi evacuado o bloco 32, pelo IAPC, em virtude do perigo apresentado. (Publicada em 23.03.1962)

Esperando a vez

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Esperando a vez

         Ainda no século XVI, o poeta Camões costumava afirmar com muita propriedade: “Leis em favor dos reis se estabelecem. As em favor do povo só perecem” Lusíadas (canto IX). De lá para cá pouco, dessa injustiça assentada sempre em privilégios odiosos, foi alterada. Persistem entre nós, nesta Terra de Santa Cruz, os favores e as benesses apenas para uma classe, não a dos mais ricos, que isso se vê em toda a parte do mundo atual, mas daqueles que estão instalados nos altos escalões de nossa falsa República.

         Para estes, sejam quais forem as leis e regimentos, há sempre uma porta de saída que os favoreça. Apenas para ficar em dois exemplos dessa desigual medida, observem o caso dos Precatórios, que nada mais são do que dívidas judiciais do Poder Público, que pessoas físicas ou jurídicas têm a receber em forma de indenização, depois de vencida a longa batalha na justiça. Com os precatórios fica reconhecido que o Tesouro Nacional deve pagar à um determinado cidadão ou empresa.

         Os valores nesse caso, são sempre superiores a 60 salários mínimos, o que não é pouca coisa. Acontece que esse valor ainda sofre uma majoração por conta de juros ao longo do tempo. Como o governo é sabidamente mal pagador e tudo faz para empurrar para frente essa dívida, os valores a serem recebidos pelos credores são sempre altos. A injustiça começa quando o Estado, do alto de seu poder e contra qualquer obrigação como a aplicada ao cidadão, deixa de pagar o que deve à servidores públicos como professores, médicos e outros profissionais com a justificativa de que não possui dinheiro em caixa para honrar esses compromissos.

          O tempo passa, e no entra e sai de governos, que protelam essa dívida, com o amparo do Legislativo e Judiciário, um fator derradeiro entra em cena: muitos desses demandantes, cujo direito de receber era certo e líquido, vão a óbito, sem ver dinheiro. Nesse ponto, a injustiça é consumada e não há, sequer, quem venha a ser penalizado por esse descaso, uma vez que em casos de precatórios, não existe a possibilidade de penhora de bens para a quitação da dívida.

         Nesse embate desigual resta a quem tem dinheiro a receber do Estado, vender o direito ao precatório a terceiros à um preço com deságio de mais de 40%. Muitos, por desespero, acabam optando por essa alternativa, embora essa não seja uma escolha fácil de ser concretizada. Para dar mais um toque de mais injustiça a esse problema que se arrasta por décadas, provando que “as leis em benefício do povo só perecem”, muitos desses ocupantes do alto escalão da República, incluindo aí juízes e outros fidalgos, já há muito tempo receberam seus precatórios sem ter que recorrer apelar para agiotas, usando apenas dos relacionamentos e influência que possuem dentro da máquina do Estado.

         Quando se trata de indivíduos que já adentraram na perigosa e incerta zona da terceira idade, o tempo é precioso, delicado e parece correr com mais rapidez. Idosos não podem esperar. Deveriam, pela contribuição que já deram ao Estado e à sociedade, serem atendidos com preferência nesses casos. Infelizmente não é o que ocorre.

          Outro exemplo de injustiça também sobre os idosos já aposentados, vem da chamada Revisão da Vida Toda, que vem a ser o direito que muitos desses cidadãos possuem de revisar seus benefícios junto ao INSS, e com isso aumentar significativamente o valor que recebem e ainda gerar outros valores por conta de atrasados a receber.

         Com o pedido de revisão no STF a questão foi lançada em banho maria. O INSS, ou seja o Estado, não quer pagar valores anteriores a 13 de abril de 2023, data do acórdão do Supremo, por isso entrou com recurso. O novo ministro Cristiano Zanin pediu vistas do processo. Mesmo que devolva o assunto ao plenário em tempo curto, a questão não está pacificada e pode vir a demorar para acontecer. Também nesse caso vale lembrar: idosos não têm o tempo em seu favor.

A frase que foi pronunciada:

“Quando morre um idoso perde-se uma biblioteca.”

Provérbio Indiano

Bariátrica

UnB recruta voluntários que fizeram cirurgia bariátrica há pelo menos 2 anos para uma pesquisa do programa de pós graduação de Nutrição Humana. É preciso que esses pacientes não estejam praticando atividades físicas nem recebam orientações de nutricionistas. Contato pelo e-mail: projetoneron.unb@gmail.com

Cientistas

Kênia Mara Baiocchi de Carvalho é a coordenadora do estudo que faz parte do doutorado de Gabriela Oliveira e Maísa Araújo, e da pesquisa de mestrado de Ruanda Maia, alunas de pós-graduação da Nutrição Humana. Estudantes de graduação e iniciação científica da Nutrição também participam.

História de Brasília

E mais: nestes próximos dias, para limpeza das máquinas, teremos interrupção de 36 horas. Se não fôr feita esta interrupção, consequências muito piores poderão advir. (Publicada em 22.03.1962) AC.

Secretaria dos pedestres

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VISTO, LIDO E OUVIDO – Secretaria dos pedestres

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Bairros residenciais, embora essa nomenclatura não se aplique à Brasília, devem, para se constituir em áreas humanizadas, obedecer a certos parâmetros de ordem urbanística. Entre essas exigências, talvez, a mais importante seja a construção de calçadas, amplas e bem planejadas, de forma a permitir livre circulação de moradores e visitantes. As calçadas foram, desde o tempo da colonização romana, o principal elemento de ligação e de integração entre povos.

É possível afirmar até que sem a pavimentação de milhares de quilômetros de vias de pedestres, o Império Romano não teria a capacidade que lhe permitiu dominar outros povos e culturas por todo o continente Europeu. Um bairro sem calçadas bem planejadas perde a sua principal característica humanizadora, que é a de integrar as famílias que ali vivem, permitindo o estabelecimento de relações. A falta de calçadas acaba aprisionando as pessoas dentro de casa, transformando o endereço em uma ilha fechada isolada.

Não é por acaso que as calçadas são, por sua importância, um elemento identificador de progresso, de conquista cidadã e, sobretudo, de civilização. Se as superquadras, dentro do polígono do Plano Piloto, são bem equipadas de bons e extensos calçamentos para os moradores, o mesmo não ocorre em outras áreas. Mesmo aquelas ,cujo o endereço e localização privilegiada, pagam as mais altas taxas de impostos e contribuição. São os casos dos lagos Sul e Norte. No Lago Sul, onde a situação das calçadas, embora não seja a ideal, ainda permite a circulação de seus moradores com certa facilidade. Mesmo assim, nas ruas ou conjuntos o acesso às casas só pode ser feito pelo asfalto, compartilhando o espaço com carros, no asfalto.

Moradores, principalmente cadeirantes e idosos, ao sairem de casa para poder alcançar as calçadas mais próximas, têm de fazê-lo pelo asfalto, uma vez que elas não existem nesses locais. Os riscos são grandes. Mas é no Lago Norte que o problema com a falta geral de calçadas públicas é mais grave, porque não existe na quantidade necessária  nem com a qualidade de desenho exigido pelo bom urbanismo. Apesar de ser classificada geograficamente como uma península, a verdade é que o Lago Norte é uma ilha fechada numa ilha.

A falta de calçadas adequadas mantém as pessoas ilhadas dentro de casa. Nas localidades onde as calçadas existem, a má qualidade do piso, o pouco espaço, sempre estrangulados por postes e outras barreiras e totens de localização, impedem a livre circulação de pedestre e chega mesmo a inviabilizar qualquer tentativa de circulação de cadeirantes e idosos. Surpreendentemente é justamente em área com maiores tributos aos moradores que não se tem esse conforto fundamental.

Fossem tomados como indicadores de civilidade apenas os equipamentos urbanos, como calçadas adequadas, é certo que o Lago Norte poderia ser classificado como um bairro em estágio primitivo de evolução. O problema é antigo, e não têm sido tomadas medidas para resolvê-lo. Além da conhecida má vontade das autoridades, é sabido que até os moradores têm culpa por essa situação precária, uma vez que em muitos endereços nessa região ainda é comum verificar a invasão e avanços sobre as áreas públicas, o que contribui para o estreitamento de muitas ruas.

Com todo esse impasse, entre governo e moradores o Lago Norte, em pleno século 21, ainda é um bairro sem esse elemento básico e humanizador representado pelas calçadas. Quem sabe algum governo no futuro se convença da importância vital das calçadas para a qualidade de vida das populações e estabeleça até uma Secretaria das Calçadas e dos Pedestres.

 

» A frase que foi pronunciada

“A calçada é a parte humanizada do projeto.”

Jan Gehl

 

Fluxo

Depois de pronta a obra da Estrutural, certamente será um destaque na cidade. Por enquanto, em meio às obras, durante o engarrafamento no começo e no  fim do dia, fluxo que consome mais de hora e meia na travessia. Não há nenhum agente público no local para dar mais agilidade ao trânsito no local.

 

FCEB

Parece incrível que, em tempos de crise como os nossos, as luzes das Quadras 14 até a 17 no Park Way permaneçam acesas durante todo o dia sem que haja providência. Isso é um desrespeito à população.

 

Indústria

Amplamente vendidos na América do Norte, os suplementos alimentares para a melhora da visão foram proibidos no Brasil. Depois disso, pacientes começaram a se unir para dar a resposta para a proibição. A pesquisa começa com o número de cirurgias de catarata que não deram certo, prescrição para óculos não seguidas e altos preços das cirurgias.

 

História de Brasília

Enfim. Reduza o consumo em sua casa, no horário das 18h às 22 h. Faça isto voluntariamente, se quiser, pelo menos, durante o mês de março, e vamos esperar pelo que possa vir a acontecer.  (Publicada em 22/3/1962)

Visão de pássaro

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VISTO, LIDO E OUVIDO – Visão de pássaro

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

 

Subir no palanque para fazer discursos políticos para uma campanha eleitoral, um lugar onde cabem todos os tipos de promessas e acenos, é muito diferente do que subir a rampa do Planalto para governar um país complexo como o Brasil.

No palanque, o Brasil que se vislumbra é um. Visto do alto da rampa, da própria rampa ou do terceiro andar do Palácio do Planalto, o país que se descortina é outro totalmente distante dos palavrórios. Obviamente, diante da realidade que se apresenta ao eleito, sempre hão de existir aqueles que preferem tomar atalhos mais fáceis e governar o país por controle remoto, cooptando com benesses, todas as forças políticas ao redor, dentro de esquemas do século passado, dentro do que se chama presidencialismo de coalizão. Nesse tipo de modelo de governança, todos lucram, menos a população que é chamada a pagar a conta desses desacertos escusos e longe da ética pública.

Gastos, e não investimentos, e benesses vão embrulhadas em outras caixas de presente, com a distribuição de cargos no governo, uma boquinha que faz a alegria de parlamentares que não se avexam em trair o eleitor, concorrendo à um cargo e se licenciando para ocupar função no Executivo.

Nesse tipo de jogada, é sabido que nenhum dos lados está certo sob o ponto de vista da correção e da ética. Não chega a ser surpresa que diante de um modelo dessa natureza, para cada passo que o país avançava em frente, corresponde a dois passos recuando, ou seja: ficamos a patinar, sem ir a lugar algum. Prova disso é que em praticamente todas as metas que o governo achou por bem estabelecer, nesses últimos anos, como é o caso na questão do Plano Nacional de Educação (PNE), apenas uma, entre as 20 metas estabelecidas, foi efetivamente cumprida e saiu do papel.

Mesmo em questões prementes como o aquecimento global, tópico que diz respeito à própria sobrevivência da espécie humana, o Brasil tem ameaçado recuar a não cumprir acordos assinados para deter ou reduzir as emissões de gás do efeito estufa. Na vida real o valor daquilo que é prometido aos eleitores em palanque é sempre dez vezes mais ou impossível de ser materializado.

A percepção da população é de que o próprio governo não sabe o que fazer com os recursos que possui, nem quanto gasta, deixando-se guiar não pelos números, mas apoiado no que acredita ser seu infalível instinto político. Mas esse ainda não parece ser nosso maior problema. Arrecada-se muito, o que faz do Brasil um país com as maiores cargas tributárias do planeta. Mas gasta-se com a mesma sem cerimônia, fazendo de nossa máquina pública um enorme sorvedouro de recursos.

Estima-se que a dívida pública já tenha ultrapassado mais de R$ 6 trilhões. Isso equivale a dizer que nem todo o PIB do país seria capaz de honrar essa dívida gigantesca. Quando o governo acena com mais impostos e mais tributos, o que está em pauta não é falta de recursos para tocar o país para frente. Dinheiro, existe em abundância. Como existe também em excesso, má gestão dos recursos públicos, acompanhado por grande número de casos de corrupção. É do perverso trinômio corrupção,  má gestão de recursos e silêncio dos contribuintes que alimenta a gigantesca máquina.

Sem um enfrentamento sério desses problemas, de nada adianta aumentar os impostos para arrecadar mais. O pior é que não parece haver perspectiva de acabar com esse flagelo. Para a questão dos gastos tem o remédio que é dar maior eficiência as contas públicas. Já para o caso de corrupção, que corre paralelo a questão dos altos gastos, esse parece ser um problema sistêmico, que só seria resolvido com reformas profundas no Estado. Quanto ao silêncio da população, o que se pensa é que é melhor ficar calada. Reformas que os políticos não desejam e que fazem tudo para que não aconteça.

Infelizmente não existe uma união nacional em torno de propostas desse tipo. Diferentemente dos pássaros, nossas lideranças não possuem a capacidade de enxergar o país de cima, em sua totalidade. De longe e do alto o Brasil é um país magnífico. Visto de perto, através da visão de nossas elites dirigentes, somos um país promissor apenas para essa elite.

 

A frase que foi pronunciada

“As mulheres desejam profundamente homens competentes e poderosos. E não me refiro ao poder, no sentido de que eles podem exercer controle tirânico sobre os outros. Isso não é poder. Isso é só corrupção.”

Jordan Peterson

 

Evento

Por elas, por nós: transformando a realidade. Trata-se do Grupo Mulheres do Brasil de Brasília que promoverá o seminário, no próximo dia 15, a partir das 14h, no Auditório José de Alencar, localizado no SEPS 713/913, Edifício CNC Trade Térreo. Uma conversa entre agentes públicos, organizações não governamentais e a sociedade civil é um passo importante na definição de metas.

 

História de Brasília

Mas a linha de Três Marias custará dois bilhões e meio, e o país não dispõe de dinheiro para isto. Há a possibilidade de uma usina do Tocantins, e isto é motivo para novos estudos. (Publicada em 22/3/1962)

  A Amazônia é nosso problema

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Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

  Dos políticos brasileiros que hoje trafegam diuturnamente de Norte a Sul pelo país e que por consequência desse privilégio único passaram a adquirir uma  visão mais ampla e ao mesmo tempo mais aguda sobre a realidade e as singularidades nacional,  talvez nenhum outro tem sabido usar esse conhecimento como o ex-deputado e ex-ministro Aldo  Rebelo.

De fato, nesses últimos anos, a missão que Aldo Rebelo tem imposto a si é a de descrever e alertar  os seus conterrâneos sobre os enormes desafios termos que encarar para que o país, nesse século XXI  não tenha, no seu dizer, o futuro sabotado. Em especial tem chamado a atenção do ex-parlamentar a  precária e perigosa situação que vive hoje a parte Norte do nosso país, sobretudo a imensa  região amazônica.

Para ele, o Brasil enfrenta hoje uma verdadeira sabotagem por parte de potências ocidentais como os  EUA, Suécia, Noruega, Holanda, Alemanha e outros que usam do subterfúgio dos trabalhos realizados  por inúmeras ONGs que agem na região, para impedir o desenvolvimento do Brasil. Há em sua avaliação  uma sabotagem em curso para inviabilizar o futuro do país.

Essas ONGs vêm, segundo ele, exercendo pressão sobre as atividades produtivas da Amazônia, agindo  a mando de seus países, com o objetivo de desorganizar as atividades produtivas naquela região e  com isso tirar proveito para suas metrópoles. Para Aldo, “Qual país do mundo aceitaria inutilizar  93% de seu território por pressão de ONG!? Só temos alternativas se enfrentarmos esse bloqueio  com um Estado forte, que não aceite ONG mandando em Ministério Público, em órgãos ambientais”,  afirmou.

Até mesmo na destinação de recursos, via Fundo Amazônia, administrado pelo BNDES muitas ONGs  conseguem mandar na destinação dessas verbas, dizendo quem deve ou não receber esses recursos. Na  sua opinião as ONGs não deveriam receber dinheiro público e muito menos orientar projetos na  região.

O ex-ministro, ex-presidente da Câmara dos Deputados e futuro candidato ao cargo majoritário pelo  Pará, conforme anunciado pela coluna do Repórter 70, afirma todo o tempo que as ONGs representam  hoje um Estado paralelo de comando na região. Até mesmo atribuições que são de competência do  governo federal, estão sendo transferidos para essas organizações.

Para Rebelo, que foi relator do Código Florestal Brasileiro e é autor do livro O quinto  Movimento, além das ONGs a região vive ainda sob ameaça constante e crescente do crime  organizado. Juntos, ONGs e crime organizado forma hoje autênticos Estados paralelos que ameaçam  nossa soberania. Interessante nota nesse ponto, que em nenhum momento o relatório final elaborado  pela Cúpula Amazônica faz menção ao poder do crime organizado e sua atuação na região, como se o  problema naquela área não existisse.

Outro perigo para a região é o da biopirataria com produtos da floresta. A Amazônia diz, “é a  região onde há os piores indicadores sociais do Brasil. Os maiores índices de mortalidade infantil. As maiores taxas de analfabetismo, de doenças infecciosas, o menor índice de fornecimento  de serviços essenciais, como água tratada, luz elétrica, saneamento básico. Você anda nas ruas  das cidades da Amazônia, não há saneamento. Há um centavo sequer destinado para esta finalidade,  para dar saneamento básico? Não há um centavo. Para saúde? Não há um centavo. Pra desenvolver e  elevar o padrão de vida as pessoas? Não. É exclusivamente para essa agenda de interesses  internacionais”.

A solução para esse problema seria, segundo prega, limitar a destinação dos recursos do Fundo  Amazônia exclusivamente para órgãos públicos, como prefeituras, governo estadual, secretarias de  estado, tudo sem acesso das ONGs. A Amazônia não é uma espécie de protetorado informa das ONGs. A  Amazônia é um problema nosso, encerra Rebelo.

A frase que foi pronunciada 

Nossas crianças devem aprender a estrutura geral de seu governo e então devem saber onde entram em  contato com o governo, onde ele afeta sua vida cotidiana e onde sua influência é exercida sobre o governo. Não deve ser uma coisa distante, alguém da conta de outra pessoa, mas  eles devem ver como cada engrenagem na roda de uma democracia é importante e tem sua parcela de responsabilidade  pelo bom funcionamento de toda a máquina.

Eleanor Roosevelt

Tem que mudar 

É preciso que Brasília seja um modelo hospitalar para o Brasil. Não há condições de um posto  médico fechar antes do expediente e deixar o paciente sem atendimento ou sem remédio. É um  escândalo nos hospitais de Brasília uma fila de dois anos de espera para uma cirurgia que dura duas  horas. Falta gestão.

 

População unida 

Mais uma vez a população sai em defesa da Serrinha do Paranoá. Na Câmara Legislativa do DF  reuniões lançam a Frente Parlamentar em Defesa da Serrinha do Paranoá. A especulação imobiliária  está do outro lado.

 » História de Brasília

Depois disso, teremos as soluções intermediárias, com Paranoá e a termelétrica. Há, entretanto, o  projeto para ligação com Três Marias. Assim, o Distrito Federal teria duas fontes de abastecimento.  (Publicada em 22.03.1962)

Samba improvisado

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VISTO, LIDO E OUVIDO –

Samba improvisado

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

 

Uma das formas de dirimir problemas sempre presentes em nossa triste República, de modo a precavê-la de crises institucionais, que volta e meia tornam a ocorrer, seria exigir dos ainda candidatos à chefia do Executivo, um programa completo e exequível de governo, dentro das necessidades do Estado e de acordo com as exigências e carências da população.

Não é um programa qualquer, mas um estudo programático dos projetos executivos que seriam implementados ao longo de quatro anos, além do compromisso de dar continuidade aos programas de governos passados que exigissem tempo maior para sua implementação.

Sem a apresentação de programas de governos sérios e racionais, o que se tem verificado, ao longo de décadas, é uma sucessão de mandatários que tem na improvisação seus guias mestres, fazendo do Estado e da população, cobaias para experimentações de última hora e que, de modo geral, terminam sempre em desastres.

Pelo menos não deveria existir governos sem programas sólidos para o país. É da improvisação que nascem as crises institucionais. A perenidade e a certeza de continuação de programas de interesse da população são de fundamental importância para que não haja obra inacabada, que se multiplica aos milhares por todo o país.

Governos que tomam posse, sem trazer debaixo do braço, um calhamaço de programas que atendam à nação, estão fadados ao fracasso. O pior, que a cada prejuízo, levam a população de roldão. Usam o pagamento de impostos, resultado da labuta, para nada que volte como contrapartida ao contribuinte ou aos empresários que também contribuem.

Administrar é coisa séria e dá um enorme trabalho, afinal é o dinheiro suado da população que está em jogo. Tão importante quanto trazer à tira colo seu projeto para o país, é poder apresentá-lo previamente a nação, não nos bate-bocas vazios dos debates televisivos, mas perante uma junta de especialistas e técnicos gabaritados e isentos politicamente.

Sequência de governos que assumem sem programas ou que apresentam projetos feitos apenas para enganar o eleitorado, tem feito mal a nossa República e nunca tem sido levado em conta. É o dever de casa de todo o candidato que se preze.

Não faz sentido que partidos políticos gastem bilhões de reais do contribuinte e não consigam que seus candidatos apresentem projetos de interesse do país. É muito mais importante olhar para o programa de governo do que para o candidato em si. Candidatos sem programas de governo, deveriam ser represados ainda no nascedouro.

Em pleno século XXI, das exigências tecnológicas e de outras demandas mais específicas dos cidadãos, não se pode conceber que ainda haja a possibilidade de permitir que candidatos à presidência da República se apresentem sem propostas e sem planos de governo. A improvisação não é aceita nem em desfile de escola de samba, que dirá na direção de um país da dimensão e complexidade do Brasil. Outra possibilidade urgente é que o contribuinte possa acessar as rubricas do governo para acompanhar cada investimento feito.

Boa parte de nossas agruras decorrem desse nosso jeitinho de fazer as coisas de supetão, sem olhar para as consequências. É como se diz: as consequências são tudo aquilo que vem depois. O atual governo, tão logo tomou posse, sem projetos e sem rumo, recorreu de imediato a medidas improvisadas. Cuidou de estourar o teto de gastos, por meio de medida provisória. Agora cuida de contingenciar verbas para a educação, saúde, transporte, vale gás e outros destinos apenas para tampar furos na receita e com isso evitar que as contas públicas venham a fechar no negativo, o que, para muitos já é uma certeza.

Com isso, fica mais uma vez provado que a improvisação no uso do dinheiro público é a chancela da completa incompetência.

 

 A frase que foi pronunciada

“Nossas crianças devem aprender a estrutura geral de seu governo e então devem saber onde entram em contato com o governo, onde ele afeta sua vida cotidiana e onde sua influência é exercida sobre o governo. Não deve ser uma coisa distante, alguém da conta de outra pessoa, mas eles devem ver como cada engrenagem na roda de uma democracia é importante e tem sua parcela de responsabilidade pelo bom funcionamento de toda a máquina.”

Eleanor Roosevelt

 

Tem que mudar

É preciso que Brasília seja um modelo hospitalar para o Brasil. Não há condições de um posto médico fechar antes do expediente e deixar o paciente sem atendimento ou sem remédio. É um escândalo nos hospitais de Brasília uma fila de dois anos de espera para uma cirurgia que dura duas horas. Falta gestão.

 

População unida

Mais uma vez a população sai em defesa da Serrinha do Paranoá. Na Câmara Legislativa do DF reuniões lançam a Frente Parlamentar em Defesa da Serrinha do Paranoá. A especulação imobiliária está do outro lado.

 

 História de Brasília

Depois disso, teremos as soluções intermediárias, com Paranoá e a termelétrica. Há, entretanto, o projeto para ligação com Três Marias. Assim, o Distrito Federal teria duas fontes de abastecimento. (Publicada em 22.03.1962)