Aviso verde-oliva

Publicado em Íntegra

“A crise da democracia não ocorre quando os indivíduos deixam de acreditar em seu poder, mas, ao contrário, quando deixam de confiar nas elites.” A análise do filósofo e psicanalista esloveno Slavoj Zizek serve como uma luva para o momento atual vivido pelos brasileiros.

As manifestações de rua e todas as pesquisas de opinião comprovam o desencanto da sociedade com seus representantes políticos. Todos querem tomar distância prudente dos políticos, principalmente os da situação. O mais incrível é que a pauta nacional, tanto do Congresso quanto do Executivo, vem sendo confeccionada pela Operação Lava-Jato. Mesmo o Judiciário tem sua agenda tomada pelas investigações de Curitiba.

Incapazes de formular justificativas convincentes sobre a avalanche de denúncias que pesam sobre a presidente e seu antecessor, o Partido dos Trabalhadores cobre a crise com o manto enganoso do golpismo, acusando a imprensa e a Justiça de agirem movidos por ideias de direita.

Trata-se, como se sabe, de cortina de fumaça que busca impedir a penetração da luz sobre os porões do governo. A visita da chefe do Executivo ao ex-presidente Lula deixa patente a confusão que o partido no poder faz entre o público e o privado. Ao endossar a claque dos militantes de que Lula foi vítima da perseguição e humilhado pelas forças da lei, Dilma desmente não só a afirmação de que é presidente de todos os brasileiros, como demonstra total desprezo pelas instituições públicas, no caso o Ministério Público e a Polícia Federal.

Ainda na noite de sexta-feira, uma turma de baderneiros a soldo do PT cercou e ameaçou os funcionários e jornalistas da Rede Globo de Televisão, situada no início da W3 Norte. Durante horas, os criminosos impediram o acesso de qualquer pessoa às instalações da emissora, numa repetição dos atos fascistas perpetrados pelos grupos chavistas, na Venezuela, contra as redes de tevê e os jornais que ousavam discordar do governo.

A Constituição cidadã de 1988, que possibilitou a consolidação da democracia e, por tabela, da independência do MP e da PF, sintomaticamente não foi assinada pelo PT, que sonhava redigi-la de próprio punho, de acordo com suas convicções autoritárias.

A irresponsabilidade e conivência companheiras de Dilma ao seu criador, ao ir contra o próprio Estado de direito, fez acender o alerta das casernas e poderia, se fossem outras as circunstâncias, no caso a decadência material das Forças Armadas, ter levado as tropas às ruas, com desdobramentos imprevisíveis.

No editorial do Estadão —“Os males que Lula faz” (5/3) —, a situação em torno dessa 24ª etapa da Lava-Jato, intitulada Alethea, é bem resumida: “Lula reiterou, de maneira irresponsável e truculenta, o seu desrespeito habitual à democracia e às instituições, às quais praticamente declarou guerra, convocando a militância lulopetista para defendê-lo nas ruas. Mas o seu julgamento pelas ruas virá depois. Primeiro, terá de se haver com as leis do país e com quem as faz valer. E aí a conversa não admite valentia de botequim”.

 

A frase que foi pronunciada

“Livre-se dos bajuladores. Mantenha perto de você pessoas que avisem quando você erra.”

Conselho de Barack Obama para os deslumbrados pelo poder.

 

Neusa França

Minha querida mestra. Que num glissando ascendente a senhora tenha alcançado a verdadeira e eterna paz. Vá tranquila, porque aprendemos a lição. Pela música, faremos o mundo um lugar melhor para a vida. Pelos acordes, mostraremos como é importante sermos boas pessoas e termos consciência do respeito ao outro. Muito obrigada por ter passado por nossas vidas.

 

Homenagem

O Sindilegis caprichou na homenagem às mulheres. Rosas vermelhas em alguns pontos de saída do Senado foram suficientes para alegrar o espírito das guerreiras. Quem conhece a sensibilidade de Petrus Elesbão aposta que foi iniciativa dele.

 

Sem resposta

Acompanhando a mãe ao preencher o formulário do iDhab, Lucas perguntou: Ué mãe. Por que pedem para dizer a nossa cor se esse programa é para tornar as pessoas iguais?

 

Inscrições

Em meados de 2016, dois concertos agraciarão a cidade. A maestrina Glicínia Mendes prepara o Coral do Senado para encenar Carmem, de Bizet, e o maestro David Junker prepara o Coro Sinfônico Comunitário da UnB para apresentar Carmina Burana, de Carl Orff.

 

História de Brasília

O diretor do jornal onde trabalha o sr. Ascendino Leite, antigo chefe da censura da Guanabara, deixou sobre sua mesa o seguinte recado: “Desapareça e não volte aqui nem para receber seu ordenado: mande buscá-lo”. (Publicado em 1º/9/1961)

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