ARI CUNHA – Visto, Lido e Ouvido

Publicado em Íntegra

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Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

Crise agrava o que era ruim

Não é segredo para ninguém que os serviços públicos prestados por escolas, hospitais, delegacias, transportes e outros, são muito ruins para a população. Qualquer pesquisa de opinião pode aferir que o cidadão não está, minimamente, satisfeito com os órgãos públicos.

Mesmo sabendo que paga caro por eles, por meio de carga de impostos desumana, o que recebe em troca é precário, pela metade, demorado, feito por gente que não sente a menor satisfação em servir ao público. Ao contrário. O público é um estorvo, pede, reclama e exige.

No país, a máquina pública é inchada, ineficiente, morosa e cara, a capital federal apenas repete o modus operandi Brasil afora. Há cerca de um mês, várias categorias profissionais entraram em greve, infernizando a vida dos brasilienses. O sentimento geral da população que necessita dos serviços públicos é retratada por um misto de abandono e resignação.

Acostumada aos maus-tratos, a população reconhece que a crise provocada pela escalada, sem precedentes, de greves, apenas torna pior o que, por natureza, é ruim. A sociedade pode perceber, ao longo de muitas greves, que os movimentos paredistas se estruturam de forma a causar o maior dano possível ao contribuinte, principalmente o de baixa renda.

A estratégia de greve que os sindicatos adotam desde o século 19 ainda tem na alça de mira o cidadão desvalido, e não o patrão, acusado de explorador. Por essas e por outras, as categorias em greve perdem, cada vez mais, o apoio do cidadão. Para muita gente, grevista passou a ser sinônimo de desocupado e desordeiro. Não à toa, muita gente afirma, sem medo, que não deu pela falta de muitos grevistas. Greve? Que greve?

A frase que não foi pronunciada

“Regras para evitar aborrecimentos: não pense, não fale, não seja.”

Rabisco na porta de um banheiro de um serviço público.

Papo descontraído

Comentavam no cafezinho da Câmara sobre um participante numa comissão do Senado quando falava sobre a boa fé objetiva. Na Alemanha, se esquecerem de retirar a placa avisando para não pisar porque o cimento é fresco, mesmo que esteja firme, ninguém pisa. No Brasil, a ineficácia da plaquinha vai do coração, nome desenhado ou mesmo pisadas e mãos como em Hollywood. Uma pena que o interlocutor não saiba o nome do autor do comentário.

Feras

É preciso informar sobre o que é positivo. Diante do vexame do governo federal na implantação do eSocial, vale enaltecer o trabalho dos desenvolvedores de Tecnologia da Informação do Senado Federal. Diversos sistemas utilizados pela Comunicação Social da Casa e o Cview merecem prêmios pela competência e qualidade.

Novidade

Em breve, o trabalho de designers de interiores será considerado obra intelectual com direito autoral garantido. Uma nova dinâmica será adotada com mais transparência em relação ao contratante. Há previsão nas novas regras para que o profissional atue com ética, respeito pela sustentabilidade, responsabilidade social e segurança para os usuários.

Gravando

Pedro Paulo Lazzarini contou sobre o retrato do cinema no Brasil. Eram Glauber Rocha, Caca Diegues, e Joaquim P. de Andrade. Glauber dizia: “Queremos uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. Os produtores argentinos respondiam: “E uma merda na tela?”

Matrículas abertas

Quando dava aula de piano para a criançada, Circe comentava sobre a diferença das crianças do Indi. Eram criativas, não tinham medo de responder às perguntas, arriscavam, riam, eram soltas e prontas para enfrentar a vida. Uma escola construtivista como o Indi conta muito para o futuro.

De graça

Dois programas imperdíveis. Alexandre Dias, hoje, às 20h, na Thomas Jefferson (Entrequadra 706/ 906). E Danielle Baggio, sexta-feira, às 19h30, no Maristão, na 615 Sul.

História de Brasília

Na rapidez do episódio da renúncia, os funcionários graduados do Palácio do Planalto, de confiança do Presidente Jânio Quadros, não tiveram tempo de esvaziar as gavetas, e diversos fichários foram rasgados ou queimados, conforme a importância.(Publicado em 26/8/1961)

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